Santa Cruz desperdiça chances e perde do Atlético-PR, no segundo revés seguido

Série A 2016, 6ª rodada: Atlético-PR 1 x 0 Santa Cruz. Foto: Gustavo Oliveira/Atlético-PR (atleticoparanaense.com_

O Santa Cruz não fez uma má apresentação. Nem de longe se comparou ao futebol visto no Clássico das Multidões. No primeiro tempo, sem a posse de bola (apenas 36%, segundo o Footstats), esperou o vacilo do Atlético-PR, em busca de espaço para atacar. Ameaçou em duas investidas. Contra a meta de Tiago Cardoso também foram duas finalizações, mas de fora da área. Compacto, jogando bem atrás da linha da bola, o time coral parecia oferecer pouco perigo.

Seguiria assim nos primeiros momentos da etapa complementar, até um corte mal feito na área e uma baita finalização de Deivid, na gaveta. Ao marcar 1 x 0, caberia ao Furacão esperar o adversário – a campanha irregular até o momento e a apresentação deste sábado mostram uma equipe com algumas deficiências técnicas, mas ao menos consciente. Quanto ao Santa, o time desta vez conseguiu propor o jogo, aumentando o seu índice com a bola até o apito final, 43%. Atacou, usando as pontas, como de praxe, e criou duas chances efetivas.

Na principal jogada, Keno – acionado somente após o intervalo – deixou Grafite em plenas condições de empatar. O chute saiu mascado, custando a segunda derrota seguida no Brasileiro. Ainda que tenha o status de melhor ataque, com onze gols, o Santa chegou a 249 minutos em branco, a partir do gol de Arthur contra a Chape, aos 37 do primeiro tempo. Somando tempo regulamentar e acréscimos, foram 58 em Chapecó, 97 no Arruda e 94 na Arena da Baixada. Oscilação natural pelo inevitável desgaste. Logo, é preciso repor com qualidade.

Série A 2016, 6ª rodada: Atlético-PR 1 x 0 Santa Cruz. Foto: Heuler Andrey/Dia Esportivo/Estadão conteúdo

Sport tira a invencibilidade do Santa Cruz e vence pela primeira vez no Brasileiro

Série A 2016, 5ª rodada: Santa Cruz 0x1 Sport. Rafael Martins/Esp. DP

O favoritismo era todo do Santa Cruz, invicto há 18 jogos, com o melhor ataque da competição e diante de um rival combalido, sem poder ofensivo, imerso numa duradoura crise técnica. Mas no futebol o clássico equilibra as ações, e o próprio tricolor, nos primeiros anos de sua retomada, é prova viva disso. Com autoridade, o Sport venceu no Arruda, por 1 x 0, e conquistou a sua primeira vitória na Série A, deixando a última colocação e mostrando um ímpeto que dá alguma esperança para o torcedor nas próximas apresentações.

Mesmo em casa, esperava-se um Tricolor com menos posse de bola, armado para os contragolpes. Vem sendo assim desde a chegada de Milton Mendes. Só não foi outra vez por causa do gol marcado por Edmílson logo aos oito minutos. De bico, Diego Souza deixou o atacante cara a cara com Tiago Cardoso. Ganhou na dividida e mandou para as redes, chegando ao seu primeiro gol no clube em sua terceira finalização – havia chutado duas vezes contra o Corinthians. O antecessor, Vinícius Araújo, passou 213 minutos sem finalizar.

Série A 2016, 5ª rodada: Santa Cruz 0x1 Sport. Rafael Martins/Esp. DP

Em vantagem, o Leão ganhou o mínimo de calma necessária para jogar em um campeonato tão disputado. Sem afobação, esperando o rival, que fatalmente sairia de sua característica. Dito e feito, com o tricolor tendo 51,7% de posse na primeira etapa – até então, sempre tinha menos. Se já não parecia ser a noite do Santa, a expulsão do estreante Roberto – o lateral-esquerdo tomou dois amarelos -, aos 26 do segundo tempo, só tornou a situação inglória.

Em todo o jogo, os corais só acertaram a meta de Magrão uma vez. Grafite, de contrato renovado até o fim de 2017, esteve bem cercado por Durval. Do outro lado, um massacre, com dez bolas contra o goleiro coral, que hora salvou, hora apenas torceu, como nas bolas na trave de Gabriel Xavier e Everton Felipe. Lances já na reta final, com o esquema de contra-ataques (do Sport) encaixado e com DS87 ditando ritmo. O placar magro saiu barato para o mandante. No primeiro Clássico das Multidões na elite em quinze anos, o Sport impôs outra marca. Voltou a ficar em vantagem no número de vitórias no Arruda: 51 x 50.

Série A 2016, 5ª rodada: Santa Cruz 0x1 Sport. Rafael Martins/Esp. DP

No Santa, Grafite emplaca o golaço da rodada do Brasileirão pela segunda vez

O segundo gol do Santa Cruz na goleada sobre o Cruzeiro, anotado por Grafite, foi eleito pela CBF como o mais bonito da 3ª rodada da Série A. Foi a segunda vez que o camisa 23 do tricolor foi eleito, pois já tinha vencido a votação na rodada de abertura. E foi realmente um golaço, ganhando a disputa do zagueiro Bruno Rodrigo e tocando com extrema categoria na meta de Fábio.

O gol do Grafa teve 51% dos votos, segundo a enquete promovida na página oficial da confederação no facebook, numa disputa Guilherme (30%) e Bruno Henrique (19%), ambos do Corinthians, na goleada sobre a Ponte.

Reveja o primeiro gol da rodada, na goleada sobre o Vitória, clicando aqui.

Santa Cruz empata com a Chapecoense e pontua pela quarta vez consecutiva

Série A 2016, 4ª rodada: Chapecoense 1 x 1 Santa Cruz. Foto: Giba Pace Thomaz/Chapecoense

O Santa Cruz esteve perto da vitória em Chapecó. Vencia até os 38 minutos do segundo tempo, quando Lucas Gomes empatou de cabeça. A torcida tem o direito de lamentar o resultado, mas precisa ficar consciente que, em três temporadas, fazer o resultado na Arena Condá não é uma tarefa fácil. Organizado, o time da Chapecoense usufrui bastante do seu mando de campo, essencial para a surpreendente sequência na elite nacional.

Portanto, o gosto amargo do 1 x 1 tende a passar a rápido, com o tricolor, na verdade, consolidando uma excelente arrancada, vencendo em casa e empatando fora. Apesar do cenário com o inédito confronto valendo a liderança, o objetivo seguia o mesmo para ambos: a permanência. Da partida na fria noite catarinense, também foi possível fazer outras observações. Uma delas, a eficiência do ataque, com 10 dos 11 gols do time. Finalizou pouquíssimo, apenas duas vezes na barra. Contudo, num lance repetido e esperado saiu o gol, um cruzamento de Keno para Arthur. Jogar por uma bola? Bem trabalhada, ok.

O outro ponto vai para uma situação também evidente, mas que acabou um pouco relegada devido aos resultados iniciais: reposição. O time do Santa está encaixado, o esquema está claro, sem tanta posse de bola, mas com muita marcação e contragolpes. Porém, a cada desgaste, Milton Mendes precisa fazer malabarismos para tentar manter a estrutura, podendo levar bastante pressão (o que ocorreu). Terminar o jogo com 5, 6 atacantes, vários deles desempenhando outras funções, pode até parecer uma saída brilhante. Também pode ser um grito por reforços, essenciais para manter a pegada do time, pontuando.

Série A 2016, 4ª rodada: Chapecoense 1 x 1 Santa Cruz. Foto: Giba Pace Thomaz/Chapecoense

Ataque do Santa funciona plenamente no Arruda, com goleada sobre o Cruzeiro

Série A 2016, 3ª rodada: Santa Cruz 3x1 Cruzeiro. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Dois gols de Grafite. O primeiro de pênalti, após uma arrancada sensacional, no alto de seus 37 anos. O segundo com extrema categoria, tocando por cima de Fábio. Um de cabeça de Arthur, com cruzamento de Keno. E outro do próprio Keno, correndo nos descontos para decretar a goleada do Santa Cruz sobre o Cruzeiro no Arruda, 4 x 1. O mesmo placar do último confronto, há dez anos. O momento atual, porém, é muito melhor, com o time mantendo a liderança do Brasileirão. São dez gols em três apresentações, nove deles anotados pelo trio de atacantes, decisivos desde as conquistas do Nordestão e do Pernambucano.

O jogo contra o time mineiro prometia ser dos mais difíceis. Apesar da fase inconstante, tem qualidade. E dinheiro para bancar valores. No último ano, faturou R$ 363 milhões, contra R$ 15 milhões dos corais. Em campo, diferença inexistente. Nos primeiros minutos, a impressão era a de sempre, com o adversário com posse e atacando mais. Depois de dois meses, já com a cara de Milton Mendes, dá pra saber que trata-se do cenário aguardado pelo próprio tricolor, armado para contragolpear. A ponto de o próprio rival achar que está dominando. A bola vinha rondando a meta de Tiago Cardoso até os 19, no primeiro lance de perigo do mandante. Grafite correu para ser derrubado pelo goleiro na área. Certeiro, abriu a conta, num cenário ainda mais propício.

É verdade que Arrascaeta empatou no segundo tempo, numa bela cobrança de falta, mas o time, já com João Paulo, não perde a coletividade. Sobretudo por ter lá na frente um jogador de técnica refinada na conclusão. Achou um espaço, guarda. Ao marcar novamente, Grafa chegou a 6 gols, artilheiro. Em apenas três jogos passou de 1/3 da meta de 15 gols. Pelo visto, a meta será ampliada já já. Com o Cruzeiro se expondo, conforme esperado, o Santa matou, com Arthur e Keno definindo uma daquelas vitórias que faz valer o tempo de espera, dando a sensação de que outras atuações do tipo estão à caminho. Ataque, tem. 

Série A 2016, 3ª rodada: Santa Cruz 3x1 Cruzeiro. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Grafite marca dois gols, com o Santa Cruz empatando com o Fluminense no Rio

Série A 2016, 2ª rodada: Fluminense 2x2 Santa Cruz. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

O Santa Cruz ampliou a invencibilidade para 16 jogos, quase dois meses. No período, se arrumou técnica e taticamente e faturou dois títulos. E agora começou uma nova provação, com jogos ainda mais difíceis. Após a ótima estreia no Arruda, o time (bem) comandado por Milton Mendes foi à Volta Redonda e arrancou um empate com o Fluminense, graças a Grafite. Outra vez. O atacante começou o Brasileirão com tudo, agora com quatro gols em duas apresentações. A meta de 15 gols vai se esvaindo. Faltam 11.

No primeiro tempo o tricolor atuou retraído, chegando com perigo só duas vezes. Até ali, o Flu tinha 57% de posse, insistindo pelo meio, travado pela povoada defesa visitante. O melhor ficou para a volta, com o 2 x 2. No reinício, numa jogada trabalhada, Grafite escorou cruzamento de Tiago Costa. A vantagem durou pouco, com o meio-campo – Uillian Correia e Wellington – sem segurança, cometendo faltas na entrada da área. Numa delas saiu o empate, com Scarpa. Em seguida, a virada, com Gum pegando o rebote do escanteio. Ficou a queixa (justa) dos corais, com o lance na sequência de um impedimento não marcado.

No finzinho, a queixa com o árbitro mudou de lado. Jailson Macedo assinalou pênalti para os tricolores, enxergando falta de Wellington Silva no Grafa – na opinião do blog, inexistente, com o atacante chutando o chão. O camisa 23 bateu no cantinho, garantindo o primeiro ponto fora de casa, no primeiro duelo contra um rival da “parte de cima” da tabela. Quarta tem outro, o Cruzeiro. As limitações existem, sim. Assim como a organização e o ímpeto, os diferenciais.

Série A 2016, 2ª rodada: Fluminense 2x2 Santa Cruz. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

O golaço de Grafite, o primeiro “gol da rodada” do Brasileirão de 2016

O gol que abriu a goleada coral na abertura da Série A foi uma pintura. Grafite recebeu de Uilllian Correia, driblou um marcador, colocou entre as pernas do zagueiro Victor Ramos e finalizou com calma. Golaço, com o Santa fazendo 4 x 1 no Vitória. Na segunda-feira, no resumo da rodada, a CBF elegeu o lance como o mais bonito da abertura, através do FaceGol. Escolha justa.

O gol do Grafa teve 62% dos votos, segundo a enquete promovida na página oficial da confederação no facebook, numa disputa com Cazares (13%), do Atlético-MG, e Lucas Fernandes (25%), do São Paulo.

Santa Cruz reestreia na Série A goleando o Vitória, em uma manhã de celebração

Série A 2016, 1ª rodada: Santa Cruz x Vitória. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Foram dois domingos consecutivos levantando taça. No domingo seguinte, celebrando a vitoriosa arrancada, a (re)estreia no Brasileirão. Uma partida aguardada há dez anos. O horário seria incomum, sobretudo no Nordeste, 11h. O povão foi lá com o sol na cabeça, apesar da trégua de algumas nuvens. Em campo, o Santa largou muito bem. Teve como personagem um dos símbolos deste momento, Grafite. Aos 37 anos, abriu o caminho para a goleada por 4 x 1 sobre o Vitória. Marcou duas vezes no primeiro tempo, com muito recurso.

O atacante começou se movimentando pouco, mas bastaria uma chance (e seriam duas). Aos 28, foi lançado, driblou um adversário, colocou a bola entre as pernas de Victor Ramos e concluiu com categoria. Aos 45, cabeceou firme. Ter um atacante com intimidade com o gol é algo básico no futebol. Antes de a bola rolar, o camisa 23 havia estipulado uma meta nesta Série A: 15 gols. Um número respeitável, pois de 2006 a 2015, com 38 rodadas, os artilheiros variaram de 17 a 23 gols. Portanto, o Grafa já começa com ótimo rendimento. Faltam treze.

Quanto ao restante do time, a formação de Milton Mendes segue compacta, ritmada. A ponto de a goleada sair após a saída do craque. Kieza descontou a dez minutos do fim, mas a reação foi imediata, via contragolpes, com o estreante Fernando Gabriel aproveitando o escorregão do zagueiro e Keno convertendo o pênalti sofrido por ele mesmo. Manhã excepcional. Reconhecimento também a Tiago Cardoso, presente (e decisivo) desde a Série D. Agora, fica a expectativa para algum reforço tarimbado para azeitar a campanha. Hoje, a permanência é o primeiro objetivo. Largar com uma vitória tranquila ajuda bastante.

Série A 2016, 1ª rodada: Santa Cruz x Vitória. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

A experiência de Grafite, o craque do Campeonato Pernambucano de 2016

Grafite, o craque do Estadual 2016, no Troféu Lance Final. Foto: Santa Cruz/twitter (@SCFC_OFICIAL)

Grafite foi eleito o craque do Campeonato Pernambucano de 2016, na festa do Troféu Lance Final, a seleção oficial da competição. O experiente atacante, que já havia liderado o Santa no acesso à Série A e no título do Nordestão, também teve um papel importante no Estadual. Marcou apenas três gols, é verdade, mas o trabalho na frente, quebrando a marcação e abrindo espaço para os companheiros, fomentou inúmeros contragolpes, a marca registrada do time.

Uma curiosidade sobre o camisa 23 é a idade, 37 anos, completados em 2 de abril. Tornou-se o mais veterano a levar o prêmio principal. Superou Marcelinho Paraíba, que em 2012 foi eleito no fim dos seus 36 anos. Estava a apenas cinco dias do aniversário. Por outro lado, Vítor Júnior foi o mais jovem, eleito com apenas 20 anos em 2007 – hoje, tanto tempo depois, ainda não chegou aos 30. Relembrando todos os craques eleitos pela imprensa especializada no Troféu Lance Final, Bala e Kuki são os recordistas, com duas premiações.

Ah, com o Grafa, o Santa Cruz chegou a seis prêmios, liderando o quesito…

2016 – Santa Cruz, Grafite (atacante, 37 anos)
2015 – Santa Cruz, João Paulo (meia, 24 anos)
2014 – Sport, Neto Baiano (atacante, 31 anos)
2013 – Santa Cruz, Dênis Marques (atacante, 32 anos)
2012 – Sport, Marcelinho Paraíba (meia, 36 anos)
2011 – Santa Cruz, Tiago Cardoso (goleiro, 26 anos)
2010 – Sport, Eduardo Ramos (meia, 24 anos)
2009 – Náutico, Gilmar (atacante, 25 anos)
2008 – Sport, Romerito (meia, 33 anos)
2007 – Sport, Vítor Júnior (meia, 20 anos)
2006 – Santa Cruz, Carlinhos Bala (atacante, 26 anos)
2005 – Santa Cruz, Carlinhos Bala (atacante, 25 anos)
2004 – Náutico, Kuki (atacante, 33 anos)
2003 – Náutico, Kuki (atacante, 32 anos) 

Confira todas as seleções oficiais do Estadual, de 2003 a 2016, clicando aqui.

A rotina de manchetes com títulos estaduais do Santa Cruz na década

As capas do Diario de Pernambuco e do caderno Superesportes em 9 de maio de 2016, com o título estadual do Santa Cruz

As capas do Diario de Pernambuco após o triunfo coral na Ilha do Retiro.

Nas bancas desta segunda, o bicampeonato pernambucano do Santa Cruz em 2016 estampa as manchetes do jornal (“Presente de glórias”) e do caderno Superesportes (“Virou rotina”). Cobertura da decisão das multidões e da festa na volta para o Arruda, com o tradicionalíssimo banho de piscina.

Confira as capas em uma resolução maior aqui e aqui.

Foi o quinto título estadual do clube em seis disputados na década. Relembre todas as capas desta vitoriosa saga dos tricolores no futebol local.

2015 (“O papão da década” e “De volta ao Arruda”)

As capas do Diario de Pernambuco e do caderno Superesportes com o título estadual do Santa Cruz em 2015

2013 (“Festejos” e “A trilogia do impossível”)

As capas do Diario de Pernambuco e do caderno Superesportes com o título estadual do Santa Cruz em 2013

2012 (“No peito e na raça” e “O presente é meu”)

As capas do Diario de Pernambuco e do caderno Superesportes com o título estadual do Santa Cruz em 2012

2011 (“De corpo e alma” e “Ser Santa é luxo”)

As capas do Diario de Pernambuco e do caderno Superesportes com o título estadual do Santa Cruz em 2011