O perfil dos telespectadores da TV Jornal e Globo NE, entre Nordestão e Estadual

Os horários nobres da TV Jornal (terça) e Globo Nordeste (quarta) para o futebol regional em 2018. Crédito: reprodução

20 anos da ausência de futebol local na TV à maior disputa por mercado

Na TV aberta, o último ano com concorrência sobre o futebol pernambucano, em relação à Globo, havia sido 1999. Na época, o locutor Luciano do Valle adquiriu os direitos de transmissão do Campeonato Pernambucano por R$ 600 mil, exibindo os jogos na TV Pernambuco, emissora estatal com histórico de ‘traço’ na audiência – até então, partidas locais passavam de forma esporádica. O sucesso foi estrondoso, chegando a marcar 50 pontos num Clássico das Multidões. Paralelamente a isso, a Copa do Nordeste corria sem exibição, com a Globo Nordeste limitando-se ao Paulista e ao Brasileirão. Como se sabe, a emissora comprou os direitos do Estadual no ano seguinte, pagando R$ 1,92 milhão por quatro edições. Fez o mesmo com o Nordestão, ficando à parte do regional apenas em 2003 e 2010, as edições marcadas pela briga jurídica entre a Liga do Nordeste e a CBF – com vitória da liga.

Pois bem. Passado tanto tempo, surge um cenário incomum, com os dois principais torneios no âmbito regional em sinais abertos distintos no Grande Recife – havendo a ressalva sobre as Série D e C, com alguns jogos do Santa na Nova NE e TV Pernambuco, respectivamente. O Pernambucano segue na Globo. Porém, a Lampions foi parar nas mãos do SBT, com transmissão nos nove estados da região, com o sinal local a cargo da TV Jornal.

Ou seja, líder e vice-líder de audiência na Região Metropolitana do Recife, agora estendida a 4 milhões de habitantes, após a entrada do 15º município, Goiana. Apesar da concorrência – com o Nordestão sendo esportivamente mais importante, frise-se -, os horários a princípio não batem. Na prática, o número de jogos locais poderá dobrar numa semana, chegando a quatro – tendo três como mínimo, sendo 2 na Globo e 1 na TV Jornal. De toda forma, fica a curiosidade sobre a intensidade da cobertura das duas empresas sobre as competições ‘rivais’, uma vez que, comercialmente, são concorrentes de fato na disputa pela atenção de consumidores alvirrubros, rubro-negros e tricolores. Um embate (ético) entre produto e informação.

Em 2017, as decisões dos torneios foram exibidas para o Recife, pois o Sport alcançou a final do Nordestão. Eis os dados dos 4 jogos na tevê aberta:

Pernambucano
833.147 telespectadores (34,3 pontos) – Sport 1 x 1 Salgueiro (07/05, ida)
976.458 telespectadores (40,2 pontos) – Salgueiro 0 x 1 Sport (28/06, volta)

Nordestão
1.107.600 telespectadores (38,2 pontos) – Sport 1 x 1 Bahia (17/05, ida )
1.184.400 telespectadores (41,4 pontos) – Bahia 1 x 0 Sport (24/05, volta)

Abaixo, os perfis dos telespectadores dos canais, considerando a RMR:

TV Jornal (Grande Recife) – 2º lugar no Ibope
Horários dos jogos: terça-feira (21h45) e sábado (16h)
Narrador: Aroldo Costa
Comentarista: Maciel Júnior
Principais clubes envolvidos: Santa, Náutico e Bahia (nº jogos não divulgado)

Chamada para o Nordestão: “O maior campeonato regional do mundo”

Atlas da TV Jornal sobre o Grande Recife. Crédito: TV Jornal/reprodução

Globo Nordeste (Grande Recife) – 1º lugar no Ibope
Horários dos jogos: quarta-feira (21h45) e domingo (16h)
Narrador: Rembrandt Júnior
Comentarista: Cabral Neto
Principais clubes envolvidos: Sport (7 jogos), Santa (4) e Náutico (2)

Chamada para o Pernambucano: “Até que enfim vão começar os Estaduais”

Atlas da TV Jornal sobre o Grande Recife. Crédito: TV Jornal/reprodução

A quarta versão do aplicativo oficial do Pernambucano, na evolução como bolão

O aplicativo oficial do Campeonato Pernambucano de 2017. Crédito: Google Play/reprodução

Entre 2013 e 2017, o Campeonato Pernambucano teve três aplicativos oficiais, desenvolvidos pela Look Mobile. Para a edição de 2018, a FPF firmou uma parceria com uma nova empresa de softwares, a Pronto Tecnologia, que opera no RJ, SP e PE. Desta vez, trata-se de uma plataforma de entretenimento – para smartphones e computadores – idealizada para operar com diversas competições, embora o Estadual tenha sido o primeiro da lista. Além de tabela e classificação atualizadas, detalhes dos times, estádios e cidades, o app (gratuito) foca num ‘bolão’, com os usuários tentando acertar os resultados do torneio selecionado, com direito a ranking e premiações. No caso do Estadual, o torcedor, após escolher o seu time, entre os 11 clubes participantes, passa a arriscar o placar rodada a rodada – ao todo, 63 partidas.

Eis a lógica da pontuação no aplicativo ‘Futebol Conectado’:

60 pontos – placar exato
15 pontos – resultado certo (vitória do mandante, do visitante ou empate)
10 pontos – acertar qual clube faz o primeiro gol do jogo (ou 0 x 0 também)
5 pontos – acertar o tempo do primeiro gol (1T, 2T ou 0 x 0 também) 

Bônus em caso de placares exatos na rodada: 3 (200 pts), 4 (500) e 5 (1.000)
Bônus em caso de resultados certos na rodada: 3 (50 pts), 4 (125) e 5 (180)

Em relação aos smartphones e tablets, o aplicativo, na versão 1.0, demanda 52 megas. Já a compatibilidade vai a partir de 4.1 no Android e 8.0 no iOS.

Links para baixar o aplicativo: iOS e Android.

Link para jogar no site: futebolconectado.com.br

Layouts do aplicativo, com capa e menu : 20132014, 2016 e 2018

O aplicativo oficial do Campeonato Pernambucano de 2017. Crédito: Google Play/reprodução

Pernambucano 2018 na Globo: “Até que enfim vão começar os Estaduais”

Rembrant Júnior e Cabral Neto no comercial da Globo para o Pernambucano 2018

Em 2018, a Globo chega a 19 anos seguidos transmitindo o Campeonato Pernambucano. Por sinal, esta temporada marca o encerramento do contrato de TV firmado em 2015 – R$ 3,73 milhões/ano. Na 1ª fase, a emissora tem onze jogos garantidos na grade, sendo um por rodada e já selecionados – entre os grandes, 7 do Sport, 4 do Santa e 2 Náutico. Claro, também estão previstos alguns jogos das quartas e da semifinal, além da decisão, em ida e volta. Marcando a largada, o canal lançou um comercial com o narrador e o comentarista da casa, Rembrandt Júnior e Cabral Neto. Assista à peça abaixo.

“A emoção vai voltar aos estádios e a paixão vai entrar em campo. É o Campeonato Pernambucano 2018 chegando na Globo. Aqui é emoção. A emoção de abrir a temporada do ano da Copa”

No futebol local, o foco diferenciado no Estadual também está atrelado ao fato de a Globo Nordeste não ter os direitos do Nordestão, exibido no canal de 2013 a 2017 – agora presente na TV Jornal, a concorrente afiliada ao SBT.

Jogos com exibição programada na Globo Nordeste
17/01 (21h30) – Flamengo x Sport (Áureo Bradley)
21/01 (16h00) – América x Santa Cruz (Ademir Cunha)
24/01 (21h30) – Náutico x Sport (Arena PE)
28/01 (16h00) – Vitória x Náutico (Arena PE*)
04/02 (16h00) – Central x Sport (Lacerdão)
07/02 (21h30) – Afogados x Santa Cruz (Vianão)
18/02 (16h00) – Sport x América (Ilha do Retiro)
21/02 (21h45) – Belo Jardim x Sport (Mendonção)
25/02 (16h00) – Santa Cruz x Pesqueira (Arruda)
04/03 (16h00) – Salgueiro x Sport (Cornélio de Barros)
07/03 (21h45) – Sport x Santa Cruz (Ilha do Retiro)
* A confirmar

Evandro Carvalho: “Nós temos estádios no interior em ótimas condições”

Evandro Carvalho, o presidente da FPF em 2018. Foto: FPF/site oficial

Ao site da FPF, o presidente da entidade, Evandro Carvalho, deu um depoimento sobre a expectativa para o Campeonato Pernambucano de 2018, programado entre 17 de janeiro e 8 de abril, com 63 partidas.

A seguir, as aspas do dirigente e em negrito as observações do blog.

“Tenho certeza de que esta será uma das edições mais emocionantes do campeonato. Primeiro porque nós conseguimos restabelecer e restaurar, devido a nova interpretação da legislação, a disponibilidade de datas.”
A tal interpretação da legislação foi a única saída para possibilitar jogos com intervalos abaixo de 66 horas, o recomendado pela CBF. Como consequência forçou o calendário. O blog já detalhou a agenda do Trio de Ferro, com apresentações em menos de 24 horas ou até duas partidas – de torneios diferentes – agendadas para o mesmo dia! 

“Então, poderemos fazer um campeonato com datas que permite que o Trio de Ferro visite o interior, que essas equipes joguem com as cidades do interior do estado. Segundo, nós temos uma dado importantíssimo e que orgulha o nosso Pernambucano, nós temos estádios no interior em ótimas condições.
Ao menos os times da capital voltam, de fato, a pegar a BR-232, mas o otimismo do dirigente acerca dos campos soa exagerado. O Vitória, por exemplo, não jogará no Carneirão, em péssimo estado – deve mandar seus jogos na Arena Pernambuco. O Belo Jardim corre contra o tempo para deixar o Mendonção em condições, o que não conseguiu em 2017. Nos demais palcos no interior (5), pequenas reformas e gramados irrigados entre outubro e janeiro.

E terceiro, nós temos um modelo de competição inusitado – nós teremos uma única partida nas quartas de final e nas semifinais. Então, um clube grande que não for bem pode perder a chance de ir para a final.”
Pela primeira vez na história o torneio local terá a fase quartas de final. Embora a fórmula com mais disputas eliminatórias possa ser uma alternativa para os Estaduais, por outro a edição de 2018 classificará 8 dos 11 participantes. É muita coisa, podendo comprometer a intensidade das equipes nas 11 rodadas do turno – a vantagem seria terminar no G4, restando, na prática, uma vaga.

Podcast – Especial Treinadores com Júnior Rocha, do Santa Cruz

Júnior Rocha, técnico do Santa Cruz em janeiro de 2018. Foto: Rafael Brasileiro/DP

Em 1h20 de gravação, em Aldeia, onde o Santa Cruz vem fazendo a preparação para a temporada de 2018, Júnior Rocha analisou o seu início de trabalho e as metas do tricolor, sendo o segundo nome anunciado ma gestão de Constantino Júnior, presidente no triênio 2018-2020. Abrindo o terceiro ano da série do podcast 45 minutos com os treinadores dos grandes clubes da capital, o gaúcho de 36 anos detalhou a transição (atacante/técnico), a montagem do elenco coral com recurso escasso e as suas propostas de jogo.

A entrevista com Júnior Rocha foi conduzida pelos jornalistas João de Andrade Neto, Lucas Fitipald e Rafael Brasileiro. Ouça!

Os orçamentos do G7 do Nordeste em 2018, com previsão de R$ 437 milhões

As projeções orçamentárias dos maiores clubes do Nordeste em 2018. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A cada ano, as direções executivas dos clubes de futebol precisam aprovar os orçamentos previstos junto aos respectivos conselhos deliberativos. Trata-se de uma estrutura histórica dos times tradicionais do país. No balanço, entram receitas e despesas, projetando cenários com superávit ou até mesmo déficit. Os cálculos para o faturamento contam cotas de televisão, renda dos jogos, patrocínios, mensalidade de sócios etc. São muitas variáveis, incluindo premiações em competições e negociação de jogadores. Mas, ainda assim, é preciso estabelecer um norte para a gestão seguinte. Portanto, considerando as estimativas dos sete maiores clubes da região, chega-se a R$ 437.813.882, com 75,4% concentrado no trio de cotistas da TV. Se os dados finais desta temporada serão maiores ou menores do que as previsões, saberemos apenas em abril de 2019, na divulgação dos sete balanços fiscais.

Em tempo: no Rio, os conselheiros do Flamengo aprovaram R$ 477 milhões.

Previsões do G7 em 2018 (atualizadas em 05/03, após aprovação do Vitória):

R$ 119.759.757 – Bahia (aprovado em 20/12/2017)
R$ 108.382.297 – Sport (aprovado em 09/01/2018)
R$ 102.000.000 – Vitória (aprovado em 01/03/2018)
R$ 55.000.000 – Ceará (aprovado em 27/12/2017)
R$ 24.000.000 – Fortaleza (aprovado em 06/12/2017)
R$ 14.671.828 – Náutico (aprovado em 15/01/2018)
R$ 14.000.000 – Santa Cruz (em discussão, com votação até 31/03/2018)

Abaixo, observações e dados sobre cada uma das previsões de orçamento. Curiosamente, os dois clubes com as maiores previsões orçamentárias também consideraram déficit no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro, sendo R$ 15,91 mi no Sport e R$ 14,94 mi no Bahia.

Bahia (119 milhões) – O tricolor soteropolitano deve se manter no patamar entre 110 e 120 milhões de reais pelo terceiro ano seguido. Na previsão de 2018, surpreende o repasse pelos direitos de transmissão na tevê, com R$ 69,1 milhões – incluindo todas as plataformas, com o pay-per-view cada vez mais importante. Com bilheteria, o clube projeta cerca de R$ 16 milhões, valor ainda modesto se comparado a clubes do mesmo porte em outras regiões. Com cinco torneios no ano, o Baêa considerou campanhas bem modestas para a proposta, com quartas de final do Nordestão (basta passar da fase de grupos), oitavas da Copa do Brasil (já estreia nesta fase, diga-se), 16º lugar na Série A (a última posição acima do Z4) e a primeira fase da Sul-Americana (onde enfrenta o Blooming, da Bolívia). O clube também considerou para a receita a venda de jogadores, R$ 7 milhões. Porém, o dado já foi alcançado nas transações de Jean (9 mi), Juninho Capixaba (6 mi) e Rômulo (1 mi).

Sport (108 milhões) – Inicialmente, a proposta do executivo leonino foi rechaçada pelo conselho deliberativo. Previa um déficit de R$ 15 milhões. Numa segunda reunião, o orçamento previa o mesmo saldo negativo, assim como a antecipação de parte da cota de 2019, mas foi aprovado pelos conselheiros. A diferença está na venda de jogadores (Diego Souza e Régis, já confirmados), equalizando a situação caso o time não obtenha resultados significativos nos campeonatos nacionais, as duas únicas fontes de receita via competitividade. E as metas foram bem elevadas durante a apresentação – ainda que as campanhas não sejam determinantes para o dado bruto. O Sport projeta as quartas na Copa do Brasil – ou seja, disputaria seis fases, acumulando R$ 10,8 milhões – e a 6ª colocação na Série A (2,7 mi). Neste século, o clube só alcançou duas vezes as quartas da copa nacional e uma vez o patamar da classificação almejada no Brasileirão. Meta fora da curva.

Vitória (102 milhões*) – No fim de 2017, a direção do leão da barra, encerrando a gestão, apresentou uma previsão de R$ 94 milhões paro ano seguinte, vetada pelo conselho. Embora o clube já tenha arrecadado mais (R$ 111 milhões em 2016), o valor foi considerado fora da realidade na ocasião, a partir dos contratos existentes. Um novo plano orçamentário ficou agendado para março, já com o novo presidente. De forma emergencial, o conselho aprovou um orçamento de R$ 16 milhões para janeiro e fevereiro. Com vendas milionárias (David e Tréllez), o resultado foi enfim aprovado, saltando para R$ 102 mi, como informou o jornal Correio*.

Ceará (55 milhões) – O contrato do vozão com a Rede Globo, visando a Série A, é de R$ 28 milhões, o que corresponde a 50,9% de todo o orçamento anual. Por sinal, o valor é recorde considerando os ‘não cotistas’ da região – com 55 mi, dado apurado pelo jornal O Povo, o clube superaria os 48 milhões faturados pelo Náutico em 2013. Com isso, prevê uma folha de R$ 2,2 milhões no Brasileirão, também recorde no clube.

Fortaleza (24 milhões) – O tricolor alencarino também projeta uma receita recorde, embora seja menos da metade do maior rival, mas sem premiações, pois não tem qualquer benesse do tipo no Estadual e na Série B – seus únicos torneios no ano. Com os 19 jogos como mandante no Brasileiro, projeta a sua maior bilheteria na década, além de receitas mensais extras, segundo o Diário do Nordeste, como o sócio-torcedor (R$ 350 mil), Caixa (R$ 200 mil – ainda não confirmada) e Timemania (R$ 200 mil – apenas para tributos fiscais).

Náutico (14 milhões) – Em dezembro, o alvirrubro aprovou parcialmente o orçamento de 2018, agendando para 15 de janeiro a deliberação completa, com receitas e despesas. Pela apresentação original, a receita ficaria entre 15,0 mi e 16,2 mi, mas o dado aprovado pelo conselho fiscal acabou sendo menor, 14,6 mi. Com a confirmação da agenda do clube (Estadual, Nordestão, Copa do Brasil e Série C), a folha do futebol foi estipulada em R$ 200 mil, a menor do G7 – tendo a possibilidade de um leve aumento na terceirona.

Santa Cruz (14 milhões) – Dois anos após o maior faturamento de sua história (R$ 36 milhões, sendo o 4º da região em 2016), o tricolor projeta o menor orçamento de 2018 entre os principais clubes nordestinos. Contudo, é o único clube cujo valor ainda não foi discutido no conselho. A direção executiva tem o prazo mais longo até a aprovação do CD (fim de março), até mesmo pelo início do novo triênio (2018-2020). Em elaboração, a planilha é baseada nos mesmos números de 2017, tendo como grande variável a campanha na Copa do Brasil, uma vez que no último ano o Santa estreou já nas oitavas (o que corresponde à 5ª fase). A folha deve ficar entre 200 mil e 250 mil reais, a menor do Arruda em cinco anos.

Confira os dados dos balanços fiscais do G7 de 2014 a 2017 clicando aqui.

O balanço dos clássicos na Arena PE de 2013 a 2017, com média de 10 mil pessoas

Náutico 1 x 1 Santa (29/01), Náutico 2 x 1 Sport (05/03) e Náutico 1 x 0 Santa (12/03); Náutico 1 x 1 Sport (23/04), Náutico 1 x 2 Santa (06/05) e Náutico 0 x 0 Santa (15/07). Fotos: Ricardo Fernandes e Paulo Paiva, ambos do DP

Desde abertura oficial da Arena Pernambuco, em junho de 2013, já foram realizados 22 clássicos pernambucanos no local, considerando o período até 2017. Os duelos ocorreram em quatro competições distintas: Pernambucano, Nordestão, Série B e Copa Sul-Americana, com públicos entre 2,5 mil (ou 5,6% de ocupação da capacidade) e 30 mil (65,5%). Precisamente, o borderô registrou a entrada de 235.200 torcedores. Em cinco temporadas de clássicos, portanto, a média é de 10.690 – 23,3% de ocupação. Em relação à bilheteria bruta, os dados são levemente melhores (por causa do preço aplicado no estádio), com R$ 5.145.815, registrando um índice de R$ 233.900.

Para 2018, apenas um clássico está garantido, com mando do Náutico. Jogo válido pelo Estadual, contra o rubro-negro (24/01). Caso avance ao mata-mata local, o timbu deverá continuar na arena. A partir de abril, porém, deve voltar aos Aflitos, com a reforma em andamento. Assim, ocorreriam lá o Clássico das Emoções pela Série C e os possíveis jogos pelo Nordestão e Copa do Brasil. Ou seja, o governo do estado passa a negociar a agenda pontual do empreendimento com o Sport, o Santa e, também, o Náutico.

A seguir, um resumo de cada clássico no local entre 2013 e 2017.

Santa Cruz x Náutico
Com oito gols, o primeiro duelo, vencido pelos corais, é o recorde de tentos na arena, considerando os clássicos. Apesar da média menor em comparação a Náutico x Sport, O Clássico das Emoções tem uma média menor em comparação a Náutico x Sport, mas é o duelo com mais jogos acima de 10 mil espectadores (6). Por outro lado, três partidas não chegaram sequer a 5 mil, incluindo a menor assistência num clássico. Apenas 2.592 pessoas presenciaram a decisão de 3º lugar do Estadual 2017.

11 jogos (10 mandos alvirrubros e 1 tricolor)
4 vitórias do Santa Cruz (36%)
4 empates (36%)
3 vitórias do Náutico (27%)

110.303 torcedores, média de 10.027
R$ 2.310.910 de renda absoluta, média de R$ 210.082

Os clássicos das Emoções na Arena Pernambuco entre 2013 e 2017. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Náutico x Sport
O primeiro clássico da história da Arena foi logo um inédito confronto internacional, pela Copa Sul-Americana de 2013. Apesar da derrota, os leoninos avançaram nos pênaltis. Embora tenha sido mandante só uma vez, o rubro-negro venceu a maioria dos jogos. Sobre os públicos, cinco foram abaixo de 10 mil, com a média se mantendo acima disso graças à final do campeonato estadual 2014, com 30 mil, ainda recorde em clássicos.

9 jogos (8 mandos alvirrubros e 1 rubro-negro)
3 vitórias do Náutico (33%)
2 empates (22%)
4 vitórias do Sport (44%)

112.810 torcedores, média de 12.534
R$ 2.660.980 de renda absoluta, média de R$ 295.664

s clássicos dos Clássicos na Arena Pernambuco entre 2013 e 2017. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Sport x Santa Cruz
O inédito Clássico das Multidões pela Sula, no centenário do confronto, em 2016, acabou ocorrendo integralmente na Arena depois que os dois rivais se acertaram com o governo do estado. Ou seriam os dois jogos ou nenhum. Se salvou apenas a festa tricolor, avançando às oitavas, pois a presença das torcidas foi frustrante nos dois jogos, com os menores públicos do clássico nesta década. Desde então, mais cinco clássicos, nenhum em São Lourenço.

2 jogos (1 mando 1 rubro-negro e 1 tricolor)
0 vitória do Sport (0%)
1 empate (50%)
1 vitória do Santa Cruz (50%)

12.087 torcedores, média de 6.043
R$ 173.925 de renda bruta, média de R$ 86.962

Os clássicos das Multidões na Arena Pernambuco entre 2013 e 2017. Quadro: Cassio Zirpoli/D

Flamengo de Arcoverde goleia o Íbis e ganha a inédita Taça Evandro Carvalho

Taça Evandro Carvalho 2018: Flamengo de Arcoverde x Íbis. Foto: FPF/twitter (@fpfpe)

Mais uma taça erguida na pré-temporada sertaneja. Após a Taça Aderval Viana, conquistada pelo Salgueiro, em Afogados da Ingazeira, foi a vez de Arcoverde contar uma disputa do tipo. Na reabertura do estádio Áureo Bradley, com nova pintura, novas saídas para os vestiários e gramado ampliado para o padrão 105m x 68m, o Flamengo atropelou o Íbis.

O duelo rubro-negro na tarde de domingo terminou em 6 x 0 a favor do mandante, que estreia no Campeonato Pernambucano dentro de dez dias, no mesmo local e contra outro rubro-negro, justamente o atual campeão Sport.

Com a vitória, o Flamengo de Arcoverde levou a Taça Evandro Carvalho. Isso mesmo, o troféu simbólico faz homenagem ao presidente da FPF. Ao menos não foi uma auto-homenagem, pois foi o próprio clube que ofereceu o troféu, celebrando os seus 59 anos de fundação. Como na noite de sábado, o dirigente esteve presente no amistoso, a 256 km do Recife

Quanto ao pássaro preto, que no segundo semestre irá disputar novamente a segundona do futebol local, fica a má atuação, como nos seus velhos tempos de ‘pior time do mundo’, com direito à pênalti cobrado na lua.

Taça Evandro Carvalho 2018: Flamengo de Arcoverde x Íbis. Foto: FPF/twitter (@fpfpe)

Estreando a iluminação em Afogados, o Salgueiro ganha a Taça Aderval Viana

Taça Aderval Viana 2018: Afogados (2) 1 x 1 (4) Salgueiro. Foto: FPF/instagram (@fpfpe)

O primeiro troféu da temporada pernambucana foi erguido no sertão, embora ainda no contexto de ‘pré-temporada’, no duelo sertanejo entre Afogados e Salgueiro. O amistoso foi simbólico, marcando o primeiro jogo profissional noturno da história de Afogados da Ingazeira, a 386 quilômetros do Recife.

Como a Coruja – apelido do time da casa – havia disputado apenas a segunda divisão e a primeira fase do Estadual, sem os grandes clubes da capital, até então não havia a exigência de refletores por parte da FPF. Porém, com o novo regulamento, agora com turno único envolvendo todos os participantes, a prefeitura precisou adequar o Estádio Municipal Valdemar Viana, o Vianão.

Taça Aderval Viana 2018: Afogados (2) 1 x 1 (4) Salgueiro. Foto: Afogados/instagram (@afogadosfcoficial)

A obra ocorreu após o aporte de R$ 590 mil junto ao Ministério do Esporte. O novo sistema tem seis torres e 108 lâmpadas de LED. Com o investimento também foi possível reformar os dois vestiários e os bancos de reservas.

Num campo cheio, 1 x 1, com Roger abrindo o placar para o Afogados, no 1T, e Maurício empatando para o Salgueiro, no 2T. Como estava em disputa a amistosa Taça Aderval Viana, em homenagem a um desportista local, os times encararam os pênaltis – experiência interessante a ambos, pois o Estadual de 2018 conta com três fases eliminatórias e penalidades em caso de igualdade. E o atual vice-campeão pernambucano venceu por 4 x 2. Começou copeiro…

Taça Aderval Viana 2018: Afogados (2) 1 x 1 (4) Salgueiro. Foto: FPF/instagram (@fpfpe)

Tour da FPF leva a taça do Pernambucano de 2018 aos sete municípios do interior

O troféu de campeão do Campeonato Pernambucano de 2018. Foto: FPF/site oficial

Há alguns anos a Liga do Nordeste promove o “tour da taça”, levando a orelhuda às cidades envolvidas na competição regional. Para isso, conta com o simbolismo do troféu dourado do Nordestão, com modelo fixo. Não é o que ocorre em Pernambuco, mas, por outros caminhos, a FPF também resolveu adotar o “tour da taça” na versão local. Alguns pontos colaboram para a ideia no Campeonato Pernambucano de 2018. O primeiro é a definição prévia do troféu, pois há bastante tempo as peças eram apresentadas já na reta final das competições. Desta vez, o design da taça foi revelada durante o conselho arbitral, em 3 de outubro. Passados dois meses, com a finalização da obra, o troféu será levado às sete cidades do interior nesta edição.

Segundo a entidade, o projeto é realizar exposições públicas do troféu de campeão estadual, título jamais conquistado pelo interior  – até hoje, quatro vices. A própria federação reconhece o distanciamento causado pela edição de 2017, com vários campos vetados fora do Grande Recife.

“O objetivo do tour da taça do Pernambucano 2018 é aproximar os torcedores dos clubes e da competição Estadual, que este ano sofreu modificações no regulamento e terá jogos do trio de ferro no interior do Estado”

Rota do Estadual 2018 no interior
50 km – Vitória de Santo Antão
130 km – Caruaru
187 km – Belo Jardim
215 km – Pesqueira
256 km – Flamengo
386 km – Afogados da Ingazeira
518 km – Salgueiro

Curiosamente, as primeiras exibições ocorrem paralelamente a outras taças. No primeiro fim de semana do ano, dois amistosos com taças em disputa. No dia 6, Afogados x Salgueiro, inaugurando os refletores do estádio Vianão. Ao vencedor, a Taça Aderval Viana. No dia 7, Flamengo x Íbis no Áureo Bradley, celebrando os 59 anos do rubro-negro sertanejo. Ao vencedor, a Taça Evandro Carvalho. Quem sabe a taça principal também não fica por lá…