Uma em cada 100 mulheres recorreu à Justiça por violência doméstica em 2017

Um estudo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revelou que, ao final do ano passado, uma em cada cem mulheres brasileiras abriu uma ação judicial por violência doméstica. No levantamento elaborado pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias da instituição, constatou-se que 1.273.398 processos dessa natureza tramitavam na justiça dos estados. Desse total, 388.263 eram casos novos. Em relação a 2016, o número apresentado foi 16% maior.

Apenas 5% dos processos de agressão doméstica em tramitação tiveram algum tipo de andamento no ano passado. Em relação ao feminicídio, crime considerado hediondo desde 2015, foram 2.795 ações pedindo a condenação de um agressor enquadrado nessa modalidade em 2017, em uma proporção de oito casos novos por dia, ou uma taxa de 2,7 casos a cada 100 mil mulheres. Em 2016, haviam sido registrados 2.904 casos novos de feminicídio.

Essa é uma das vítimas desse tipo de violência. Foto: Peu Ricardo/Esp.DP

De acordo com o CNJ, o volume de processos julgados (440.109) foi ampliado em 19% na comparação com 2016. Um dos fatores que motivaram o aumento é o programa Justiça pela Paz em Casa, que consiste em uma força operacional de tribunais estaduais concentrada ao longo de três dias, em que são decididos os destinos de vítimas e autores de crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher. Mais de 800 mil casos (833.289) ainda aguardavam um desfecho no final de 2017.

Segundo o CNJ, desde que o Justiça pela Paz em Casa foi adotado, em março de 2015, até dezembro do ano passado, foram proferidas 111.832 sentenças e concedidos 57.402 pedidos de medida protetiva. Destes, 40,5% (23.271) foram deferidos durante as três semanas da última edição do programa, em novembro.

Atualmente, há 125 varas e juizados especiais em todos os estados e no Distrito Federal que cuidam exclusivamente de processos relativos a violência doméstica. No ano anterior, eram 111 varas. Em primeiro lugar na lista está o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT), com 16 varas, seguido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que possui 13. O CNJ que alguns tribunais, por não organizarem estatísticas sobre o assunto, não tiveram seus dados computados pelo estudo.

Da Agência Brasil

Protesto por segurança no Sítio Histórico após morte de Maria Alice

Um protesto por mais segurança no Sítio Histórico de Olinda será realizado na tarde deste sábado (17). Organizado pela Sociedade Olindense de Defesa da Cidade Alta (Sodeca), o ato pedirá o fim da violência que vitimou a arquiteta e artista plástica Maria Alice Soares dos Anjos, 74 anos, uma das fundadoras do bloco carnavalesco Eu Acho é Pouco. Conhecida pelos amigos e familiares como Baixinha, Maria Alice foi encontrada morta no quintal de casa na noite da terça-feira. A polícia segue investigando o crime e a hipótese de latrocínio é a mais forte até o momento. Nessa quinta-feira, a Polícia Civil confirmou que a vítima havia prestado queixa de furto em sua residência um dia antes de ter sido encontrada morta. Também nessa quinta, o corpo de Baixinha foi sepultado em Maceió, Alagoas, onde moram seus familiares.

Crime aconteceu dentro da casa da vítima, na Rua 13 de Maio. Foto: Julio Jacobina/DP

A concentração para o protesto que vai tomar as ruas da Cidade Alta está marcada para as 16h, nos Quatro Cantos. “Vamos clamar pelo fim dos assaltos, dos furtos e da violência que resultou na morte da nossa Baixinha, uma mulher forte, guerreira e muito querida e que foi assassinada brutalmente em sua própria casa. Pedimos que tragam flores dos seus jardins para o ato e que ponham uma faixa preta na fachada de suas casas para manifestar seu luto pela falta de segurança”, disse a nota divulgada pela Sodeca. Integrantes do bloco Eu Acho é Pouco também participarão do ato. O estandarte do bloco deverá desfilar junto ao grupo pelas ruas do Sítio Histórico.

A Delegacia de Homicídios de Olinda iniciou as investigações desde a manhã da quarta-feira. Vizinhos e pessoas que trabalharam na casa da vítima começaram a ser intimados para prestarem depoimento. As impressões digitais colhidas no vaso de plantas usado para assassinar Maria Alice podem levar a polícia aos assassinos. “As diligências estão em andamento tanto na delegacia quanto na rua. A delegada Andreia Griz, que está à frente do caso, irá falar quando a investigação for concluída. Por enquanto, não podemos informar o que está sendo realizado”, disse o delegado João Leonardo Cavalcanti, chefe da Delegacia de Homicídios de Olinda. Até agora a polícia sabe que foram levados da casa da vítima a bolsa com todos seus documentos e dois telefones celulares.

Maria Alice era chamada de Baixinha pelos amigos e foi uma das fundadoras do bloco Eu Acho é Pouco. Foto: Divulgação

Apesar de ter informado na quarta-feira que não havia nenhum registro de queixa de furto realizado pela vítima, a polícia informou nessa quinta-feira que Maria Alice denunciou o furto de cervejas e carnes, que ocorreu no último domingo. Na ocasião, a vítima acrescentou que os furtos estariam sendo frequentes na localidade. O engenheiro Carlos Guido, 69, primo de Maria Alice, espera que os responsáveis pelo crime sejam identificados e presos. “Estamos confiantes no trabalho da polícia e esperamos que o crime seja esclarecido rapidamente. Também irei participar desse ato que acontecerá no sábado pedindo segurança no Sítio Histórico”, declarou Guido.

Pernambuco tem 700 mil processos parados na Justiça

Por Tânia Passos
Do Diario de Pernambuco

Um dos grandes gargalos da Justiça está na lentidão da resolução dos processos. Em Pernambuco, tramitam atualmente cerca de 2 milhões de processos. Desses, 35% estão parados e congestionando o sistema. O atual corregedor geral da Justiça de Pernambuco, o desembargador Fernando Cerqueira, assumiu o cargo no dia 5 de fevereiro deste ano para o biênio 2018 a 2020. Ele pretende atenuar esse quadro a partir de uma ferramenta simples: a informação. Desde dezembro do ano passado entrou em operação a plataforma do Sistema de Informação da Corregedoria (Sicor), que oferece em tempo real a situação de cada processo. A ideia é que os 540 juízes estaduais que atuam nas 150 comarcas tenham domínio sobre os processos da sua unidade judicial.

Corregedor-geral Fernando Cerqueira acompanha andamento dos processos. Foto: Nando Chiappetta/DP

Os juízes da capital e da Região Metropolitana vão receber amanhã uma capacitação sobre a plataforma do Sicor. Já os magistrados da Zona da Mata, Agreste e Sertão terão conhecimento do sistema  por meio dos corregedores auxiliares e por escrito.  “O Sicor dá ao juiz e à corregedoria as informações da movimentação de cada um dos processos. Às vezes, o juiz despacha e o processo fica parado na secretaria. Mas a responsabilidade é dele”, afirmou Fernando Cerqueira.

Os congestionamentos no acervo processual têm vários fatores, segundo o corregedor: excesso de trabalho do juiz, número de servidores insuficientes e a priorização dos processos mais recentes. “A outra questão é a falta de cuidado da gestão da unidade judiciária”, destacou Cerqueira.

O exemplo vem dele próprio, que cumpre a meta de zerar todos os processos mês a mês. “Desde o início da minha carreira que tenho essa preocupação de não permitir acúmulo de processos. Em algum momento isso ocorre, mas o juiz tem que ter em mente que as pessoas procuram a Justiça porque precisam e esperam uma resolução rápida”, ressaltou.

Não por acaso, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou a resolução  dos processos por ano e priorização legal, a exemplos dos idosos, deficientes físicos, réus presos, improbidade administrativa e de ações civis públicas movidas pelo Ministério Público de Pernambuco. “O CNJ criou uma resolução para que os processos não fiquem parados por mais cem dias. Eu particularmente defendo que um processo não deve ficar parado nem por trinta dias”, afirmou Fernando Cerqueira.

Após o treinamento os juízes terão 30 dias para o impulsionamento útil dos processos. “Eles precisam dar andamento para a resolução processual. E esse é um avanço muito grande em termos de fiscalização desde o juiz, do servidor e d própria lei processual. Também teremos condições de verificar a produtividade por especialização, seja na área cívil, penal ou fazenda pública”, detalhou o corregedor.

Entre os municípios onde há mais processos congestionados estão: Toritama, Custódia, Bom Conselho, São Caetano, Camucim de São Félix, Inajá, Cabrobó, Glória do Goitá, Itambé, Sirinhaém, Tamandaré, São José da Coroa Grande, Triunfo, Buique, Panelas, Carpina, Cachoeirinha e Itapissuma. “Em alguns casos houve substituição de juízes, que acarretou atrasos no andamento dos processos”, ressaltou Fernando Cerqueira. O Sicor também informa sobre a gestão de pessoal, patrimônio e almoxarifado.

Saiba mais:

Situação do judiciário no estado:
2 milhões de processos estão em tramitação no estado
50% dos processos são de execuções fiscais
35% dos processos estão congestionados

Máquina judicial dispõe de:
150 comarcas
540 magistrados na ativa
488 juízes (1º entrância)
52 desembargadores (2 º entrância)
1ª entrância dispõe de três varas:
54 juízes na 1ª vara
235 juízes na 2ª vara
199 juízes na 3ª vara

Fonte: Corregedoria de Justiça de Pernambuco

Sistema do CNJ vai monitorar presos

Imagine um juiz em plena audiência descobrir que o réu em liberdade provisória não poderia ser beneficiado com o recurso por já possuir outro mandado de prisão expedido. Ou uma pessoa que já cumpriu pena ser presa novamente por causa de um mandado antigo e não arquivado. Para evitar situações absurdas como estas, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está implantando o Banco Nacional de Monitoramento das Prisões (BNMP 2.0). A plataforma digital reunirá em inscrição única, Cadastro Nacional de Presos, os dados sobre a população carcerária brasileira. Magistrados e servidores do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) realizaram treinamento no auditório do Fórum Rodolfo Aureliano, no Recife, nestas quinta e sexta-feira. A expectativa é de que na próxima segunda-feira o banco de dados já comece a ser alimentado. Pernambuco possui, atualmente, cerca de 30.780 presos.

Foto: Teresa Maia/DP/Arquivo

Desenvolvido pelo CNJ, o cadastro possibilitará a obtenção de informações carcerárias, em tempo real, e de pessoas procuradas pela Justiça, além de foragidos de todos os estados. O novo BNMP trará detalhes de cada pessoa que entra ou sai do sistema penitenciário. Até agora o modelo já foi implantado integralmente em Roraíma, mas os estados de São Paulo, Bahia, Santa Catarina, Goiás, Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piaui, Alagoas, Maranhão e Amapá deram início a inclusão dos dados.

Até então já foram cadastrados 41.744 presos, sendo 24 mil provisórios, ou seja, que aguardam a sentença. A maior parte deles cumpre pena pelo crime de tráfico de drogas. Esse quantitativo, no entanto, deverá aumentar gradativamente à medida que os Tribunais de todo o Brasil aderirem ao cadastro e passarem pelo treinamento do CNJ. “Já deveríamos ter colocado em prática a adoção desse cadastro. Muitos presos podem ter sido postos em liberdade por desconhecimento dos antecedentes. E outros podem estar presos, já com condições de ter a liberdade”, falou o juiz auxiliar da Presidência do CNJ, Marcelo Mesquita.

A  coordenadora do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas e juíza auxiliar da Presidência do Conselho, Maria de Fátima Alves, comentou que as disparidades nas informações são grandes. “Em dezembro de 2016, o Ifopem (Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias, do Ministério da Justiça) declarou que havia 700 mil presos no país. Em março do ano passado, esse número caiu para 620 mil. Estranhamos a diferença de quase 100 mil presos. Esse novo banco vai corrigir esse tipo de distorsão”, esclareceu.

Cerca de 190 juízes e 60 servidores de varas Criminal, Única, de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Tribunal do Júri, Execução Penal, Crimes contra a Criança e o Adolescente, Crimes contra a Administração Pública e a Ordem Tributária, Execução de Penas Alternativas, Execuções de Penas em Meio Aberto e Justiça Militar, de todo o Estado, além dos Juizados Criminais, participam da atividade. As aulas estão sendo oferecidas pela equipe do CNJ, mediante determinação da ministra Cármen Lúcia.

Além de facilitar a atuação dos juízes, o novo banco proporcionará o acompanhamento unificado das ordens de prisão expedidas pelo Judiciário, cumprimento das ações e soltura de todos os detentos em todo o país. Também garantirá o acesso das informações carcerárias à parentes dos presos e famílias das vítimas. Segundo o CNJ, o sistema deve estar implantado em todo Brasil até o final desse primeiro semestre.

Caso Betinho: MPPE pede Força-tarefa para investigar morte de professor

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) pediu a absolvição sumária do estudante Ademário Gomes da Silva Dantas, indiciado sob acusação de ter assassinado o professor José Bernardino da Silva Filho, 49 anos, conhecido como Betinho do Agnes. O pedido da promotora da 2ª Vara do Tribunal do Júri Dalva Cabral foi fundamentado no resultado da terceira perícia papiloscópica, que indicou não serem de Ademário as digitais encontradas na cômoda que estava na casa da vítima.

Também nesta segunda-feira, a promotora pediu à Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) a criação de uma Força-tarefa para investigar o assassinato ocorrido em maio de 2015, no Edifício Módulo, na Avenida Conde da Boa Vista. Outro pedido feito pela promotora após a realização de mais uma audiência sobre o caso foi que o governo do estado passe a utilizar o mesmo programa usado pela Polícia Federal para reconhecimento papiloscópico.

Jorge Wellington disse que família irá processar o estado. Foto: Peu Ricardo/DP

O advogado de Ademário Dantas, Jorge Wellington, acredita que a decisão do juiz Jorge Luiz dos Santos Henriques deve sair entre 10 e 15 dias. “Ademário foi ouvido hoje, negou qualquer participação no crime e está tranquilo. Vamos aguardar a decisão judicial para depois disso exigir uma reparação por parte do estado. Essa acusação infundada destroçou não só a vida de Ademário como a de toda a família”, declarou Jorge Wellington. O resultado do primeiro laudo papiloscópico produzido pelo Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB) apontou que 18 pontos de convergência de Ademário estavam no móvel da vítima. A pedido da defesa, outro laudo feito pela Polícia Federal apontou que não havia digitais de Ademário.

A promotora Dalva Cabral explicou o motivo do seu pedido. “Temos três perícias oficiais, uma do IITB, uma da Polícia Federal e uma do Instituto de Criminalística (IC), essa última requerida por nós, onde duas apontam o mesmo resultado. Porém, antes do último resultado, o IITB retificou em parte seu laudo para dizer que a informação a respeito do acusado Ademário seria inconclusiva, que os vestígios papiloscópicos não eram suficientes para apontar autoria dele. Daí, a lei nos obriga a, em casos como esses, em que não se prova autoria nem participação, requerer a aboslvição sumária e foi o que fizemos. As perícias dizem que aquela marca na cômoda, não é nem no objeto do crime, não é do acusado”, explicou a promotora.

Ademário foi indiciado pela Polícia Civil de Pernambuco como um dos autores da morte de Betinho. Além dele, um estudante de 17 anos também foi responsabilizado pelo crime. A defesa do estudante que era adolescente à época da morte de Betinho também espera a liberação de uma terceira perícia para pedir que ele seja inocentado. O corpo de Betinho foi encontrado despido da cintura para baixo, na noite do dia 16 de maio de 2015, com as pernas amarradas por um fio de ventilador e com um fio de ferro elétrico enrolado ao pescoço.

Segundo a polícia, o ferro elétrico foi utilizado para dar pancadas na cabeça da vítima. Também de acordo com a polícia, as digitais do adolescente estavam no ferro e no ventilador de Betinho. Uma das irmãs de Betinho, Sandra Ferreira, espera que o culpado seja encontrado. “Já são quase três anos de espera. Betinho não merecia morrer daquela forma. Vamos seguir até o fim para que o culpado ou os culpados sejam condenados e presos”, desabafou Sandra. A Polícia Civil de Pernambuco informa que não foi notificada sobre a criação da Força-tarefa para investigar o caso Betinho. Porém, “a PCPE está à disposição do Ministério Público e da Justiça para o que for necessário com o objetivo de  esclarecer o caso”.

Veículos velhos abandonados na antiga Delegacia de Roubos e Furtos

Desde abril de 2012, a Delegacia de Repressão aos Roubos e Furtos de Veículos da Polícia Civil de Pernambuco deixou de funcionar na Avenida Liberdade, no bairro de Tejipió. No entanto, em frente e ao lado do antigo prédio, dezenas de carros velhos estão abandonados há anos. Moradores da localidade reclamam da sujeira no local e temem que as carcaças possam acumular o mosquito transmissor da dengue e outras doenças. A delegacia agora funciona na sede do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), no bairro de Afogados, na Zona Oeste do Recife.

Carros estão amontoados uns sobre os outros. Fotos: Wagner Oliveira/DP

A cena da montanha de carros chama atenção de quem passa pela Avenida Liberdade. Em alguns pontos, os veículos estão uns sobre os outros, o que gera um risco de queda. Também é grande a quantidade de mato crescido entre os veículos. Quem mora e trabalha nas proximidades diz que tem medo de passar pela frente da antiga delegacia. “Fica muito esquesito esse lugar, principalmente à noite. Além disso, as pessoas podem roubar as peças dos carros e alguns animais podem ficar escondidos nessa área. Até mesmo o mosquito da dengue”, declarou uma dona de casa que preferiu não ter o nome publicado.

Moradores das proximidades reclamam do abandono do local

O blog entrou em contato com a assessoria de comunicação da Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) que enviou uma resposta sobre a situação. Confira a nota:

Os veículos que estão na antiga Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos são apreensões realizadas pelas polícias civil e militar de Pernambuco, em situação de crimes ou contravenção penal. Esses bens só podem ser devolvidos ou destruídos com a autorização expressa da Justiça, já que fazem parte de um processo legal. A Polícia Civil estuda junto com o Ministério Público e o Tribunal de Justiça formas de reduzir o número de veículos guardados em delegacias e depósitos em todo o Estado, como a realização de leilões. Importante ressaltar ainda que a PCPE realiza periodicamente a limpeza do local e a prevenção a animais causadores de doenças.    

Detentos têm aulas de música no PJALLB

Diante do cenário de caos existente nas unidades prisionais de todo país, e em Pernambuco não é diferente, uma oportunidade de ressocialização pode ajudar a quem quer aprender uma profissão enquanto cumpre sua pena. Um estúdio de música montado no Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (PJALLB), no Complexo do Curado, está oferecendo aulas a 63 detentos da unidade. A iniciativa é da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres).

Detentos têm que ter bom comportamento para fazer aulas. Foto: Márcia Galindo/Seres/Divulgação.

Os presos têm à disposição instrumentos como bateria, violão, contrabaixo, teclado e microfones. Dois reeducandos, com autorização da direção do presídio, ministram as aulas que ocorrem pela manhã e à tarde, de segunda a sexta-feira. O envolvimento no grupo é voluntário, mas para ser inserido no projeto o apenado deve ter bom comportamento, seguindo as regras da unidade prisional.

O detento Gilberto Guaraná, 37 anos, dá aulas de violão aos colegas e não esconde a paixão que tem pela música. “A música é uma arte que liberta a alma e faz com que a gente se ressocialize, enxergue o mundo de uma forma diferente,” conta. Já o detento Solon Henrique, 42, diz que o estúdio é seu lugar preferido no presídio. “É um lugar que a gente fala de cultura e que nos faz interagir de forma pacífica, falando a linguagem da música, ocupando a mente, abrindo os horizontes e nos dando perspectivas de vida”, frisa o músico que cumpre pena há nove anos.

Para o supervisor de Laborterapia e Apoio Pedagógico, Euclides Ferreira, que monitora as aulas e ensaios musicais “o projeto vai além dos muros do presídio porque oferece novas perspectivas de vida aos reeducandos” destaca. “Vemos futuro nos detentos, um acréscimo cultural, espiritual e profissional”, finaliza Ferreira, que também é agente penitenciário.

Com informações da assessoria de imprensa da Seres

Nunca se matou tanto em Pernambuco. Em 2017, foram 5.427 homicídios

Nos 12 meses do ano passado, Pernambuco chegou ao vergonhoso número de 5.427 homicídios ou Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), como são chamados pela Secretaria de Defesa Social (SDS). Os números liberados pelo órgão estadual na tarde dessa segunda-feira traduzem a sensação de insegurança dos pernambucanos nas ruas do estado. Por dia, uma média de 14,8 assassinatos foram registrados no estado em 2017. Esse é o recorde histórico desde a implementação deste tipo de balanço pela SDS, no ano de 2004. Comparando ao ano anterior, 2016, foram 948 óbitos a mais.

Foto: Wagner Oliveira/DP

No mês de dezembro de 2017, foram registrados 394 homicídios em Pernambuco. No mesmo de novembro do ano passado foram 406 CVLIs. Do total de mortes ocorridas no mês passado, 59 aconteceram no Recife, 123 na Região Metropolitana e 212 no interior do estado. Ainda de acordo com os dados divulgados pela SDS, o ano de 2017 foi o mais violento desde 2004. Enquanto isso, restam as promessas do governo do estado de reaparelhamento das forças policiais e aumento dos efetivos das polícias Civil e Militar, o que não tem surtido o efeito esperado. Confira abaixo os número de assassinatos:

2004 = 4.194
2005 = 4.528
2006 = 4.634
2007 = 4.591
2008 = 4.528
2009 = 4.018
2010 = 3.509
2011 = 3.507
2012 = 3.321
2013 = 3.100
2014 = 3.434
2015 = 3.889
2016 = 4.479
2017 = 5.427

Funcionários do governo norte-americano alertados sobre risco de crimes no Recife

Funcionários do governo norte-americano foram alertados pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos a não caminharem na Praia do Pina, na Zona Sul do Recife, após o anoitecer. O alerta compreende a faixa de areia da Rua Dona Benvida de Farias até final da beira-mar, já no bairro de Brasília Teimosa. Publicado no site da instituição, o aviso classifica o Brasil no nível dois de cuidados, em uma escala de quatro níveis. O comunicado alerta também que os estrangeiros não utilizem serviços de ônibus na capital pernambucana. Ambas políticas entraram em vigor desde o mês de novembro do ano passado. O Consulado Geral dos Estados Unidos no Recife lembra, em seu site, que incidentes de segurança podem acontecer a qualquer momento e que todos estejam sempre atentos. Também no site há um texto de alerta aos norte-americados que estiverem no Recife.

Uma das recomendações é evitar a Praia do Pina à noite. Foto: Roberto Ramos/DP

“Diante da criminalidade a ônibus públicos no Recife e Região Metropolitana, o Consulado Geral no Recife está restringindo americanos que trabalham para a Missão dos EUA no Brazil e suas famílias a utilização de ônibus públicos no Recife e na área metropolitana. Além disso, o Consulado está restringindo americanos que trabalham para a Missão dos EUA no Brasil e seus familiares de caminharem pela Praia do Pina,  localizada na parte norte de Boa Viagem, ao anoitecer. Esta restrição abrange a faixa de areia da praia do Pina desde a Rua Dona Benvinda de Farias até o bairro de Brasília Teimosa. A proximidade do Pina à dunas de areia, vegetação espessa e a outras áreas não iluminadas representam maior ameaça do que outras áreas ao longo da Praia de Boa Viagem”, diz a nota.

Em resposta ao alerta dos Estados Unidos, a Secretaria de Defesa Social (SDS) enviou uma nota. Confira abaixo:

“Em relação as recomendações do Departamento de Estado Americano para os turistas americanos que visitam o Brasil, a Secretaria de Defesa Social esclarece que a área do Pina especificada recebe toda a atenção dos policiais. Nesse trecho, o 19º Batalhão de Polícia Militar realiza o policiamento a pé e motorizado, com guarnições fixas e volantes, além de contar com o apoio do Batalhão de Choque, da Radiopatrulha e outras especializadas. A área não é uma região característica de crimes violentos. A redução da criminalidade traduz-se nos números: em janeiro de 2018, o bairro do Pina registrou 9 crimes contra o patrimônio, contra 25 no mesmo período de 2017 – uma queda de 64%. Já sobre a recomendação a respeito dos ônibus, há um contraste com o cenário de redução significativa de casos de roubos em transporte coletivo. Pelo 4º mês seguido, caíram os números desse tipo de ocorrência, devido a ações de abordagens da PM nos principais corredores de ônibus e investigações da Polícia Civil. Os patamares dos últimos meses – 53 investidas em novembro – chegam a 74% de queda em relação a janeiro de 2017, por exemplo, quando houve 199 casos.

Familiares de Beatriz Mota fazem ato em Petrolina para homenagear garota

Familiares e amigos da estudante Beatriz Mota, assassinada em dezembro de 2015 com mais de 40 facadas, em Petrolina, no Sertão do estado, farão um ato nesta quarta-feira (10) para homenagear a pequena. Beatriz foi encontrada morta dentro do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, onde ela estudava e seu pai era professor. A Polícia Civil de Pernambuco ainda não conseguiu esclarecer o caso. Até agora, nenhum suspeito pelo crime foi preso.

Beatriz Mota tinha sete anos quando foi morta. Foto: Facebook/Reprodução

“Persistimos nessa luta por justiça, porque acreditamos primeiramente em Deus. Nossa Beatriz não teve chance de se defender. Mentes diabólicas planejaram com antecedência todos os detalhes para tirar a vida de uma inocente. Quem são essas pessoas envolvidas nesse mistério? Quais os reais motivos? O que eles não contavam era com o grande  amor que temos por Beatriz. Amor que nos une e fortalece diariamente. Estaremos hoje deixando flores para nossa princesa Beatriz, às 19h30 ao lado do Colégio”, disse Sandro Romilton, pai da garota.