Dois condenados e um absolvido por morte do promotor Thiago Faria

Três anos e 15 dias após o crime, duas pessoas foram condenadas pelo homicídio do promotor Thiago Faria Soares e tentativa de homicídio contra a advogada Mysheva Martins e o tio dela Adautivo Martins. O julgamento começou na última segunda-feira e acabou às 4h30 desta sexta-feira, quando a juíza federal Amanda Torres leu a sentença, na sede da Justiça Federal, no Jiquiá. Além dos condenados, ainda será julgado separadamente o réu José Maria Domingos Cavalcante, em 12 de dezembro. Está foragido Antônio Cavalcante Filho. O terceiro réu que estava sendo julgado, Adeíldo Ferreira dos Santos, foi absolvido.

Julgamento durou quatro dias. José Maria teve a maior condenação. Foto: Anderson Freire/Esp.DP
Julgamento durou quatro dias. José Maria teve a maior condenação. Foto: Anderson Freire/Esp.DP

José Maria Pedro Rosendo Barbosa, apontado como mentor do crime, foi condenado a 50 anos e quatro meses de reclusão pelos crimes de homicídio contra o promotor e tentativa de homicídio contra Mysheva e Adautivo. José Marisvaldo Vitor da Silva foi condenado a 40 anos e oito meses de reclusão pelos mesmos crimes. Adeíldo recebeu o alvará de soltura expedido pela juíza. Os jurados não consideraram as provas contra ele consistentes para condená-lo.

A mãe de Thiago, Maria do Carmo Faria, e o filho dela, Daniel, acompanharam o longo julgamento desde o primeiro dia. Maria do Carmo tatuou uma frase nas costas em homenagem ao filho assassinado: “Que as nossas lembranças não sejam o que ficou por viver”. “Achei muito justo. Meu filho merecia justiça. Meu coração ainda está despedaçado porque não tenho meu filho em casa, mas é um ciclo terminado”, falou Maria do Carmo.

Com informações da repórter Marcionila Teixeira, do Diario de Pernambuco

Mãe de promotor assassinado espera que acusados sejam condenados

Do Diario de Pernambuco

Recomeçou por volta das 10h desta terça-feira o julgamento de três dos quatro acusados da morte do promotor de Justiça Thiago Faria Soares. Ontem, no primeiro dia do julgamento, a noiva da vítima, a advogada Mysheva Freire Ferrão Martins, 33 anos, voltou a apontar o réu José Maria Pedro Rosendo Barbosa como mandante do crime. Mysheva falou durante quase quatro horas ao júri popular na Justiça Federal. O júri que vai decidir o futuro dos réus é formado por sete jurados, sendo seis mulheres e um homem.

Mãe do promotor veio do Rio de Janeiro para acompanhar o julgamento. Fotos: Julio Jacobina/DP
Mãe do promotor veio do Rio de Janeiro para acompanhar o julgamento. Fotos: Julio Jacobina/DP

Segundo denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o assassinato foi motivado por disputa pela posse das terras da Fazenda Nova, em Águas Belas, fartas em água mineral, pasto para gado e madeira. Mysheva afirmou que, sem a influência de Thiago no processo de imissão de posse da propriedade, também pertencente à família dela, a situação estaria estacionada até hoje. Essa intervenção do promotor teria motivado a ira de Rosendo, um dos beneficiados pela comercialização dos bens da fazenda.

Mysheva Freire voltou a apontar José Maria como mandante do crime
Mysheva Freire voltou a apontar José Maria como mandante do crime

Em um trecho de sua fala, Mysheva relembrou, inclusive, uma conversa entre ela, o noivo e a companheira de Rosendo, na Fazenda Nova. Na ocasião, Thiago ameaçou desengavetar processos parados contra Rosendo. “Seu marido é bandido e as pessoas têm medo dele em Águas Belas. Mas não mexa com Mysheva. Minha caneta é pesada. Sou substituto em Águas Belas e em janeiro tiro férias lá. Se mexer com ela, desengaveto tudo quanto é processo de Zé Maria”, teria dito o promotor, nas palavras da noiva, durante o diálogo.

Os desentendimentos envolvendo o casal e Rosendo começaram após Mysheva adquirir em leilão 32 hectares da Fazenda Nova, onde estava incluída a casa onde vivia o réu com a família. Rosendo passou a morar no imóvel após ser chamado pelo cunhado e também inventariante no processo de divisão dos 1,8 mil hectares da terra, Carlos Ubirajara. Para fazer a compra, Mysheva diz ter feito um empréstimo em um banco. Um dos lucros de Rosendo vinha das fontes de água. Por dia, ele vendia cerca de oito carros-pipa por R$ 200 cada. As ameaças eram feitas ao promotor, disse ela, através de funcionários de Rosendo.

O assassinato aconteceu em 14 de outubro de 2013, último dia de trabalho do promotor em Itaíba, no KM 19 da PE-300, em Águas Belas. Ele foi removido compulsoriamente para Jupi após alegar ser suspeito para julgar 14 processos de improbidade administrativa no município envolvendo parentes da noiva. No dia do crime, além do casal, estava no carro o tio dela, Adautivo Elias Martins. Ambos estão como vítimas de tentativa de homicídio no processo. Quatro pessoas estão presas pelo crime – Rosendo, José Maria Domingos Cavalcante, Adeíldo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva – e uma está foragida, Antônio Cavalcante Filho.

Depoios de uma suposta manobra jurídica da defesa dop réu José Maria Domingos Cavalcante, o julgamento dele foi adiado para o próximo dia 12 de dezembro. A juíza Amanda Torres foi obrigada a mudar a data porque o advogado de Cavalcante, Emerson Leônidas, faltou ontem. Por conta disso, deverá pagar multa de 30 salários mínimos, estipulada pela magistrada. Ela ainda pediu medidas cabíveis à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em relação ao profissional.

Expectativa
Pela primeira vez, a mãe de Thiago, Maria do Carmo Soares, que mora no Rio de Janeiro, falou sobre o caso. “Espero que a justiça seja feita, porque a justiça divina não falha. Todas as mães do Brasil com certeza estão junto comigo nesse momento. Porque perder um filho da forma como eu perdi acaba com a vida da gente”, disse, emocionada. Além do depoimento de Mysheva, também falou ontem o delegado da Polícia Federal responsável pelo inquérito, Alexandre Alves. Ele apresentou as outras linhas de investigação do caso. Uma delas investigou o ex-namorado de Mysheva e a outra a participação do promotor no julgamento de um parente da noiva, de sobrenome Martins. Ele respondeu perguntas da juíza, dos procuradores do MPF e da defesa.

 

Julgamento de acusados de matar promotor Thiago Faria começará na segunda-feira

Os quatro acusados de matar o promotor de Itaíba Thiago Faria Soares, 36 anos, e tentar matar a noiva dele, Mysheva Freire Ferrão Martins, e o tio dela, Adautivo Elias Martins, serão julgados nesta segunda-feira, dia 24. A data foi definida pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região. Os réus José Maria Pedro Rosendo Barbosa, José Maria Domingos Cavalcante, Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva irão a júri popular. A previsão da Justiça Federal é de que o julgamento dure pelo menos quatro dias.

Thiago estava com a noiva e o tio dela no momento do crime
Thiago estava com a noiva e o tio dela no momento do crime

Em setembro passado, a Justiça Federal de Pernambuco fez o sorteio dos jurados que irão participar do júri popular. Foram sorteados 25 jurados e também os 25 suplentes. Somente no dia do júri popular serão escolhidos os sete jurados que irão acompanhar todo o julgamento e serão os responsáveis pelo destino dos réus.

O crime aconteceu em outubro de 2013, no Km 19 da PE-300, em Águas Belas, no Agreste do estado. O promotor Thiago faria Soares estava acompanhado da noiva e do tio dela quando dirigia sentido ao município de Itaíba. Segundo reprodução simulada realizada no dia 23 de dezembro de 2013, os três foram perseguidos por um carro.

Polícia fez reconstituição do crime. Foto: Paulo Paiva/DP
Polícia fez reconstituição do crime. Foto: Paulo Paiva/DP

O homem que estava no banco de trás desse veículo atirou com uma espingarda 12, acertando o promotor. Mysheva saiu do carro do noivo e se protegeu no barranco. O tio dela também saiu do veículo e andou pelo acostamento. Os atiradores voltaram e o homem que estava atrás atirou outras três vezes, antes de deixar o local do crime. Mysheva e o tio escaparam ilesos.

Um grupo de promotores do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) foi formado para acompanhar as investigações da Polícia Civil. Depois de um embate entre a Polícia e Associação do MPPE, que chegou a  pedir a federalização do caso, as investigações que ficaram paradas por quatros meses voltaram às mãos dos delegados da Polícia Civil. No entanto, depois o caso passou a ser investigado pela Polícia Federal, onde foi concluído.

De acordo com o Superior Tribunal de Justiça (STJ), a decisão de deslocar a competência do caso para a Justiça Federal foi da Terceira Seção do Tribunal, e se deu no dia 13 de agosto de 2014. O relator do processo (IDC 5) foi o ministro Rogerio Schietti Cruz, que votou favorável ao “imediato deslocamento do inquérito policial para atribuição da Polícia Federal, sob o acompanhamento e o controle do Ministério Público Federal, e sob a jurisdição, no que depender de sua intervenção, da Justiça Federal da Seção Judiciária de Pernambuco”. O voto do ministro Schietti foi seguido por unanimidade pelos demais ministros da Terceira Seção.

Justiça escolheu os jurados para júri do caso do promotor de Itaíba

A Justiça Federal de Pernambuco fez o sorteio nesta segunda-feira dos jurados que irão participar do júri popular dos quatro acusados de matar o promotor de Itaíba Thiago Faria Soares, 36 anos, e tentar matar a noiva dele, Mysheva Freire Ferrão Martins, e o tio dela, Adautivo Elias Martins. O julgamento será no dia 24 de outubro.

Polícia continua buscando suspeitos. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press
Polícia montou megaoperação no interior para encontrar suspeitos na época do crime. Foto: Paulo Paiva/DP

Foram sorteados 25 jurados e também os 25 suplentes. Somente no dia do júri popular serão escolhidos os sete jurados que irão acompanhar todo o julgamento e serão os responsáveis pelo destino dos réus José Maria Pedro Rosendo Barbosa, José Maria Domingos Cavalcante, Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva. O crime aconteceu em outubro de 2013, no Km 19 da PE-300, em Águas Belas, no Agreste do estado.

Segundo a polícia, o promotor, a noiva e o tio dela foram perseguidos por um carro. O homem que estava no banco de trás desse veículo atirou com uma espingarda 12, acertando o promotor. Mysheva saiu do carro do noivo e se protegeu no barranco. O tio dela também saiu do veículo e andou pelo acostamento. Os atiradores voltaram e o homem que estava atrás atirou outras três vezes, antes de deixar o local do crime. Mysheva e o tio escaparam ilesos.

Acusados de matar promotor de Itaíba serão julgados no dia 24 de outubro

Polícia fez reconstituição do crime. Foto: Paulo Paiva/DP
Polícia fez reconstituição do crime. Foto: Paulo Paiva/DP

Os quatro acusados de matar o promotor de Itaíba Thiago Faria Soares, 36 anos, e tentar matar a noiva dele, Mysheva Freire Ferrão Martins, e o tio dela, Adautivo Elias Martins, serão julgados no próximo dia 24 de outubro. A data foi definida ontem pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região. Os réus José Maria Pedro Rosendo Barbosa, José Maria Domingos Cavalcante, Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva irão a júri popular. O crime aconteceu em outubro de 2013, no Km 19 da PE-300, em Águas Belas, no Sertão do estado.

Thiago estava com a noiva e o tio dela no momento do crime
Thiago estava com a noiva e o tio dela no momento do crime

O promotor Thiago faria Soares estava acompanhado da noiva e do tio dela quando dirigia pela PE-300, no município de Itaíba. Segundo simulação realizada no dia 23 de dezembro de 2013, os três foram perseguidos por um carro. O homem que estava no banco de trás desse veículo atirou com uma espingarda 12, acertando o promotor. Mysheva saiu do carro do noivo e se protegeu no barranco. O tio dela também saiu do veículo e andou pelo acostamento. Os atiradores voltaram e o homem que estava atrás atirou outras três vezes, antes de deixar o local do crime. Mysheva e o tio escaparam ilesos.

Um grupo de promotores do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) foi formado para acompanhar as investigações da Polícia Civil. Depois de um embate entre a Polícia e Associação do MPPE, que chegou a  pedir a federalização do caso, as investigações que ficaram paradas por quatros meses voltaram às mãos dos delegados da Polícia Civil. No entanto, depois o caso passou a ser investigado pela Polícia Federal, onde foi concluído.

De acordo com o Superior Tribunal de Justiça (STJ), a decisão de deslocar a competência do caso para a Justiça Federal foi da Terceira Seção do Tribunal, e se deu no dia 13 de agosto de 2014. O relator do processo (IDC 5) foi o ministro Rogerio Schietti Cruz, que votou favorável ao “imediato deslocamento do inquérito policial para atribuição da Polícia Federal, sob o acompanhamento e o controle do Ministério Público Federal, e sob a jurisdição, no que depender de sua intervenção, da Justiça Federal da Seção Judiciária de Pernambuco”. O voto do ministro Schietti foi seguido por unanimidade pelos demais ministros da Terceira Seção.

Número de detidos em Palmares é quase 10 vezes maior que capacidade

O total de 32 mil presos das unidades prisionais de Pernambuco vivem como se estivessem em latas de sardinhas. As 21 unidades que têm capacidade para deter 21 mil presos estão superlotadas. Apenas no Complexo Prisional do Curado, de onde fugiram 40 presos nesse sábado, sete mil homens vivem em espaço que comportaria apenas 1.340 presos. Já no Presídio Rorenildo da Rocha Leão, em Palmares, num espaço onde caberiam apenas 74 pessoas estão detidas 726. A informação foi revelada pelo promotor de Execuções Penais do estado Marcellus Ugiette.

Fotos: Human Right Watch/Divulgação
Presídios estão lotados. Fotos: Human Right Watch/Divulgação/Arquivo

Segundo o promotor, os problemas encontrados no sistema penitenciário do estado serão discutidos nesta terça-feira durante a reunião da Câmara de Articulação. “Além das duas fugas que aconteceram nos últimos dias, vamos falar sobre a superlotação do Presídio de Palmares. A quantidade de presos que estão lá é dez vezes maior que a capacidade da unidade”, afirmou Ugiette.

A situação do Presídio de Palmares já havia sido informada à Secretaria de Ressocialização desde dezembro de 2013, quando a superlotação também foi noticiada pelo blog. No entanto, até agora, parece que nada foi feito. Nesse sábado, uma briga entre dois detentos acabou deixando um deles ferido, o que gerou um tumulto na unidade. O preso ferido foi atendido na unidade de saúde do próprio presídio.

Assassinos de promotor vão a júri popular e noiva da vítima está sem proteção policial

Thiago Faria foi morto a caminho do trabalho. Foto: Reprodução/Facebook
Thiago Faria foi morto a caminho do trabalho. Foto: Reprodução/Facebook

Os quatro acusados de matar o promotor de Itaíba Thiago Faria Soares e tentar matar a noiva dele, Mysheva Freire Ferrão Martins, e o tio dela, Adautivo Elias Martins, vão a júri popular. Nessa terça-feira, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região negou os recursos impetrados pela defesa de José Maria Pedro Rosendo Barbosa, José Maria Domingos Cavalcante, Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva e confirmou o julgamento no Tribunal do Júri. A data, no entanto, ainda não foi definida. O crime aconteceu em outubro de 2013, no Km 19 da PE-300, em Águas Belas, no Sertão do estado.

Mysheva disse que está com escolta policial desde a morte de Thiago Faria. Paulo Paiva/DP/D.A Press
Mysheva estava com escolta policial desde a morte de Thiago Faria. Paulo Paiva/DP/D.A Press

Segundo a defesa de Mysheva Martins, a advogada está sem a proteção policial que estava recebendo desde a morte do noivo por orientação do então procurador geral de Justiça, Aguinaldo Fenelon. De acordo com o advogado José Augusto Branco, o fato já foi comunicado ao governador Paulo Câmara, ao procurador geral de Justiça, ao ministro da Justiça e à Procuradoria da República. Nesta quarta-feira, o fato será notificado à Ordem dos Advogados de Pernambuco, pelo fato de Mysheva ser advogada e ainda à Justiça Federal. “Esperamos que as autoridades adotem as medidas cabíveis para que a segurança seja retomada. Minha cliente corre risco de vida”, ponderou Branco.

Acusado de mandar matar promotor pode ir para presídio federal

O fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, apontado pela polícia como o mandante da execução do promotor de Itaíba Thiago Faria, poderá ser transferido para um presídio federal. Preso no Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, desde o dia 29 de outubro do ano passado, José Maria teve o pedido de transferência feito pela noiva do promotor.

José Maria está detido no Centro de Triagem, em Abreu e Lima. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press
José Maria está detido no Centro de Triagem, em Abreu e Lima. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press

A advogada Mysheva Martins, que se habilitou como assistente de acusação, alegou por meio dos seus advogados que o fazendeiro estaria utilizando telefone celular dentro da unidade prisional. A juíza federal Amanda Torres de Lucena pediu que o Ministério Público Federal (MPF) analise a possibilidade da formular requerimento no mesmo sentido, já que a assistente não é legitimada para requerer esse tipo de procedimento.

Thiago Faria foi morto a caminho do trabalho. Foto: Reprodução/Facebook
Thiago Faria foi morto a caminho do trabalho. Foto: Reprodução/Facebook

Além de pedir a avaliação do MPF, a juíza solicitou à direção do Cotel que averigue e adote as providências cabíveis sobre o que foi relatado pela assistente de acusação do MPF. Segundo um dos advogados de Mysheva Martins sua cliente fez o pedido de transfência de José Maria para um presídio federal de segurança máxima porque teme pela sua vida.

“Tomamos conhecimento nos próprios autos de que José Maria Rosendo estava usando celular dentro do Cotel, bem como estava sendo beneficiado com algumas regalias. Por isso, minha cliente resolveu fazer o pedido de transferência do réu”, explicou o advogado José Augusto Branco.

De acordo com a assessoria do MPF, até o final da tarde de ontem, os autos encaminhados pela 36ª Vara da Justiça Federal não haviam chegado ao órgão para serem analisados. A assessoria de imprensa da Secretaria Executiva de Ressocialição (Seres) disse ontem que vai aguardar ser notificada pela Justiça Federal para poder se manifestar sobre as denúncias feitas pela advogada Mysheva Martins.

Além de José Maria Pedro Rosendo Barbosa, a Polícia Federal indiciou pelo crime os suspeitos José Marisvaldo Vitor da Silva, José Maria Domingos Cavalcanti, José Ivanilson Dias Gomes e Adeildo Ferreira dos Santos. Todos estão presos no Centro de Triagem, onde aguardam julgamento.

O caso
O promotor Thiago Faria Soares, 36 anos, estava acompanhado da noiva e do tio dela, quando dirigia pela PE-300, no município de Itaíba, no Agreste do estado. Ele foi baleado e morto no dia 14 de outubro de 2013. Segundo a reconstituição realizada pela Polícia Civil, os três foram perseguidos por um carro. O homem que estava no banco de trás desse veículo atirou com uma espingarda 12, acertando o promotor. Mysheva saiu do carro do noivo e se protegeu no barranco.

O tio dela também saiu do veículo e andou pelo acostamento. Os atiradores voltaram e o homem que estava atrás atirou outras três vezes, antes de deixar o local do crime. Mysheva e o tio escaparam ilesos.

Mysheva diz que sua vida virou pesadelo após morte do noivo

A advogada Mysheva Martins, 36 anos, afirmou ontem no primeiro dia da audiência de instrução e julgamento da morte do promotor Thiago Faria Soares que não tem qualquer ligação com o crime e reafirmou não ter dúvidas de que José Maria Pedro Rosendo Barbosa foi o mandante da execução.

Mysheva disse que está com escolta policial desde a morte de Thiago Faria. Paulo Paiva/DP/D.A Press
Mysheva disse que está com escolta policial desde a morte de Thiago Faria. Paulo Paiva/DP/D.A Press

O interrogatório de Mysheva durou cerca de três horas. Além dela, foram ouvidos o tio Adautivo Martins e cinco testemunhas de acusação. Hoje, o dia será iniciado com depoimentos de testemunhas do município de Itaíba, no Agreste, e de Alagoas. Assim como ontem, as ouvidas serão colhidos por videoconferência.

“A gente não tinha problemas com ninguém na cidade a não ser com José Maria. Eu jamais mataria meu noivo. Eu tinha uma vida de princesa com ele. Depois da morte de Thiago, minha vida virou um pesadelo financeiramente e também no lado pessoal”, declarou a advogada. As ouvidas estão sendo realizadas no prédio da Justiça Federal e presididas pela juíza Amanda Torres Lucena Diniz Araújo, da 4ª Vara Federal.

Os quatro réus participam presencialmente da audiência. Eles foram escoltados pela Polícia Federal, mas não foram ouvidos. Mysheva se recusou a falar na presença de José Maria. Por esse motivo, ele ficou aguardando em uma sala, custodiado.

Thiago Faria foi morto a caminho do trabalho. Foto: Reprodução/Facebook
Thiago Faria foi morto a caminho do trabalho. Foto: Reprodução/Facebook

À tarde, foram interrogados Adautivo, que estava no carro com o casal no dia do crime, o primo da mãe de Mysheva Numeriano Ferreira Martins, a tia de consideração de Mysheva Joana D’arc de Menezes e as testemunhas Cícero Lira da Silva, José Alonso Julião da Silva e José Erivaldo de Lima. Todos os depoimentos foram tomados através de videomonitoramento da cidade de Garanhuns, no Agreste.

O tio de Mysheva, que tem problemas mentais, contou apenas que estava no banco de trás do veículo pegando uma carona para Itaíba. Ele disse ter ouvido um barulho. Contou que ficou assustado, abriu a porta e saiu correndo.

Numeriano Martins disse ter procurado Zé Maria antes do crime para tentar conversar sobre as questões envolvendo a Fazenda Nova. Ele disse também ter procurado pessoas ligadas a ele para tentar resolver o problema amigavelmente, incluindo Carlos Ubirajara, cunhado do acusado.

Em depoimento, Mysheva falou sobre essas conversas. “A gente tentou de tudo para não entrar em confusão com José Maria, mas ele não queria sair da fazenda de jeito nenhum. Thiago chegou a dizer a ele que esqueceria todos os crimes ambientais cometidos por ele, caso nos deixasse em paz”, afirmou Mysheva, que chorou algumas vezes enquanto respondia às perguntas.

Polícia Federal prende mais um suspeito da morte do promotor Thiago Faria

Foi preso nessa quarta-feira mais um suspeito de envolvimento na morte do promotor de de Justiça de Itaíba Thiago Faria Soares, assassinado em 14 de outubro do ano passado. Segundo a Polícia Federal, o suspeito José Maria Domingos Cavalcanti foi preso em casa e levado para a sede da PF, no Cais do Apolo, onde prestou depoimento e no final da noite foi encaminhado para o Centro de Triagem, em Abreu e Lima.

Thiago Faria foi morto a caminho do trabalho. Foto: Reprodução/Facebook
Thiago Faria foi morto a caminho do trabalho. Ele estava com a noiva Mysheva Martins e o tio dela no momento do crime. Foto: Reprodução/Facebook

Nesta quinta-feira, o superintendente regional da PF Marcello Diniz Cordeiro falará com a imprensa sobre as circunstâncias da prisão de mais esse suspeito, que está com a prisão temporária decretada por 30 dias. Agora já existem três pessoas presas por suspeita de envolvimento na morte do membro do Ministério Público de Pernambuco. O caso teve repercussão nacional.

Thiago Faria foi executado dentro do próprio carro. Foto: Anônimo
Thiago Faria foi executado dentro do próprio carro. Foto: Anônimo

O fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, suspeito de ter mandado matar o promotor Thiago Faria se apresentou à Polícia Federal no dia 28 de outubro. O suspeito afirmou que estava se apresentando para contribuir com as investigações. “Só me apresentei agora (depois de mais de um ano foragido) porque nunca fui intimado”, disse. Ele ainda revelou onde se escondeu no último ano. “Dormi em cemitérios e no meio do mato”, contou.

Após José Maria ter se apresentado, a PF prendeu José Marisvaldo Vitor da Silva, conhecido por “Passarinho”. Ele foi detido na cidade de Senhor do Bonfim, na Bahia, por policiais federais com apoio da Polícia Civil daquele estado, em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Juíza de Direito da 2ª Vara Criminal de Garanhuns, Agreste de Pernambuco.

De acordo com a PF, ele teria participado do homicídio e teria fortes vínculos com o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa. Ainda segundo a Polícia Federal, José Marisvaldo teria fugido do município de Águas Belas no dia do crime e, desde então, não teria mais sido visto na cidade.

Crime- O promotor Thiago faria Soares estava acompanhado da noiva e do tio dela, quando dirigia pela PE-300, no município de Itaíba. Segundo simulação realizada no dia 23 de dezembro, os três foram perseguidos por um carro. O homem que estava no banco de trás desse veículo atirou com uma espingarda 12, acertando o promotor. Mysheva saiu do carro do noivo e se protegeu no barranco. O tio dela também saiu do veículo e andou pelo acostamento. Os atiradores voltaram e o homem que estava atrás atirou outras três vezes, antes de deixar o local do crime. Mysheva e o tio escaparam ilesos.