Tropa de choque alvirrubra para evitar o próprio choque

Colegiado do Náutico em 2013. Foto: Simone Vilar/Náutico

Uma direção do futebol profissional no país costuma ser formada por cerca de quatro nomes, sendo um vice-presidente de futebol e mais três dirigentes dividindo as tarefas na gestão do elenco. Não há um padrão definido, claro, com a composição podendo variar levemente para mais ou para menos.

A direção de futebol do Náutico, por exemplo, vinha sendo comandada por apenas duas pessoas. O que dizer, então, de um salto para 17 diretores nos Aflitos? O anúncio da formação de um colegiado, nesta segunda-feira, não foi exatamente uma novidade no futebol. Mas vale uma análise.

Em Pernambuco, o Santa Cruz foi administrado desta forma na década de 1970. Já no cenário nacional existem casos semelhantes em times tradicionais. Surpreendeu, contudo, a quantidade de dirigentes integrados nesta verdadeira tropa de choque do Alvirrubro, cujo orçamento será acima de R$ 45 milhões.

Colegiado no futebol do Náutico. Foto: Simone Vilar/Náutico

Naturalmente, as arestas ideológicas existem. Algumas delas foram aparadas e outras não, mas a união pelo clube torna-se o maior vetor para reunir as mais variadas correntes políticas do clube (veja aqui).

Nesta leva de nomes, os ex-presidentes André Campos, campeão do centenário, em 2001, e Ricardo Valois, mandatário no último título timbu, em 2004. Américo Pereira e Gustavo Krause, lideranças sempre presentes e respeitadas entram agora de forma mais direta nas decisões.

Um movimento desse porte, à parte de uma intervenção branca, só acontece com o devido apoio do presidente. No caso, Paulo Wanderley. O objetivo principal é a formação de outra tropa de choque, desta vez nos gramados, para a Série A. As ideias vão surgir, aos montes. Caberá ao colegiado conviver com as diferenças para fazer valer a quantidade de nomes neste velho/novo modelo.

Colegiado do Náutico em 2013. Foto: Simone Vilar/Náutico

Comando coral na seleção do Estadual 2013

Troféu Lance Final

O Santa Cruz dominou a 11ª edição do Troféu Lance Final, a premiação oficial dos melhores jogadores do Campeonato Pernambucano. Os corais, que conquistaram o tricampeonato neste ano, ganharam sete prêmio na seleção principal. A festa aconteceu na noite desta segunda, no teatro da UFPE.

Trata-se de uma marca considerável, impondo uma base à equipe ideal do torneio. O Tricolor já havia tido sete nomes numa mesma seleção do Estadual em 2005. O recorde é de oito jogadores, do Sport, em 2003 e 2007.

Voltando a 2013, a armada coral foi composta por Tiago Cardoso, Éverton Sena, William Alves, Tiago Costa, Anderson Pedra, Raul e Dênis Marques, numa votação com profissionais da imprensa esportiva de todo o estado.

Além da seleção, o Santa ainda recebeu mais dois prêmios especiais, com Marcelo Martelotte como melhor técnico e Dênis Marques como o craque. Assim, DM9 ganhou um prêmio que escorreu por entre os dedos há um ano.

Abaixo, a lista de vencedores desta temporada. Entre os onze principais, o blog acertou nove nomes (relembre aqui).

Goleiro: Tiago Cardoso (Santa Cruz)
Lateral-direito: Éverton Sena (Santa Cruz)
Zagueiros: William Alves (Santa Cruz) e Maurício (Sport)
Lateral-esquerdo: Tiago Costa (Santa Cruz)
Volantes: Anderson Pedra (Santa Cruz) e Rithely (Sport)
Meias: Lucas Lima (Sport) e Raul (Santa Cruz)
Atacantes: Rogério (Náutico) e Dênis Marques (Santa Cruz)

Técnico: Marcelo Martelotte (Santa Cruz)
Revelação: Jonathan Balotelli (Pesqueira)
Craque: Dênis Marques (Santa Cruz)

Confira como o número de premiações na seleção oficial considerando os onze selecionados desde 2003: Sport 51, Santa Cruz 35, Náutico 18, Central 5, Itacuruba 3, Ypiranga 2, Salgueiro 2, Porto 2, América 1, AGA 1 e Vitória 1.

Craque do campeonato (11 prêmios) – Santa Cruz 4, Sport 4 e Náutico 3.

Confira todos os vencedores do Troféu Lance Final clicando aqui.

Dilma Rousseff politicamente dividida entre Santa Cruz, Náutico e Sport

A presidente Dilma Rousseff com as bandeiras de Santa Cruz e Sport e a camisa do Náutico no primeiro evento-teste da Arena Pernambuco, em 20 de maio de 2013. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Convidada de honra, a presidente Dilma Roussef deu o primeiro toque na bola na Arena Pernambuco, neste 20 de maio de 2013.

Cumprindo a agenda política no estado, com direito a uma passagem por Suape pela manhã, a presidente do Brasil ensaiou à tarde com o governo Eduardo Campos e com o ministro do esporte Aldo Rebelo o simbólico gol no estádio.

Após a festa, sem discurso da maior autoridade do país, um torcedor tricolor arremessou uma bandeira da Cobra Coral no gramado. A petista não titubeou e pegou a bandeira, levando boa parte do público ao delírio.

Obviamente, o restante do público só seria saciado com um ato semelhante. Ou dois, para ser mais exato, considerando a tradição local.

Sem surpresa alguma, ela igualou as ações, ao exibir uma camisa do Timbu, único clube com contrato assinado para atuar no estádio. Por último, recebeu das mãos da primeira dama do estado, Renata Campos, uma bandeira do Leão.

E assim, escaldada, Dilma saiu aplaudida por todos…

Dilma com os emblemas: Santa Cruz, Náutico e Sport.

Arena Pernambuco, dos pernambucanos

Torcedores pernambucanos na abertura da Arena Pernambuco em 20 de maio de 2013. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Movimentação intensa no primeiro ato da Arena Pernambuco.

O evento teste com operários em campo obviamente não chamaria a atenção pelo futebol praticado. O que valia era conhecer o estádio de perto, com toda a modernidade que se faz presente pela primeira vez no futebol do estado.

Torcedores dos três grandes clubes do estado, Náutico, Santa Cruz e Sport, foram curtir a nova arena, com um público estimado em 7,5 mil pessoas.

Confira alguns registros do blog (atualizado às 19h40).

Fila – A maior surpresa do dia, mesmo com o público baixo para o porte da arena, foi o tamanho da fila, a perder de vista. Muitos torcedores passaram mais de 40 minutos sob sol forte esperando o acesso na ala sul. Com a abertura de mais entradas em jogos normais, a ideia é reduzir esta espera.

Abertura da Arena Pernambuco em 20 de maio de 2013. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Revista rigorosa – Exigência em jogos da Fifa, e sobretudo pela presença da presidente Dilma Rousseff, a entrada precisou ser estruturada com uma revista a base de dector de metais, o que retardou ainda mais a longa fila. Nos jogos do Náutico, duran a operação regular do estádio, a medida não deverá ser adotada.

Abertura da Arena Pernambuco em 20 de maio de 2013. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Lanchonete – Os bares e lanchonetes abertos na arena neste primeiro dia, com funcionários uniformizados, registraram grandes filas (veja aqui).

Há um desconto para a demanda, pois 14 mil fichas grátis foram distribuídas pelo consórcio neste evento teste. Não faltaram nas prateleiras pipoca, salgado, cerveja sem álcool e refrigerante. Quando a lanchonete for aberta para jogos profissionais, os preços serão R$ 8, R$ 7, R$ 5 e R$ 4, respectivamente.

Abertura da Arena Pernambuco em 20 de maio de 2013. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Banheiros – Ao todo, o empreendimento conta com 72 unidades de banheiros. Limpos, iluminados, com cara de “shopping”. Com a limitação de público, apenas uma parte foi aberta, com funcionamento pleno. Um diferença gigante em relação aos banheiros do estádios locais, nos Aflitos, Arruda e Ilha.

Banheiro da Arena Pernambuco em 20 de maio de 2013. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Jogo – Em um verdadeiro tapete verde, mais de trinta operários se revezaram nos dois tempos de vinte minutos. A pelada terminou com vitória do time vermelho por 1  x 0, gol de Zé Carlos de Santana, num chute de primeira. Tento que atraiu os holofotes para inúmeras entrevistas no fim. O encarregado de serviços gerais de 31 anos entrou na obra há um ano e seis meses. “Um gol para todos”, disse o artilheiro, torcedor do Sport.

Jogo festivo de operários em 20 de maio de 2013. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press