A Seleção Olímpica no Recife, com revés para o Santa e título do Pré-Olímpico

Amistoso em 1972, no Arruda. Brasil (olímpico) 0 x 1 Santa Cruz. Foto: Arquivo/DP

O amistoso entre Brasil e Estados Unidos, na Ilha do Retiro, é a nona apresentação da história da Seleção Olímpica no Recife. Em 1972 e 1976, o time verde e amarelo, chamado na época de “seleção de novos” também se preparou na capital pernambucana, com seis jogos no Arruda, ainda numa época sem o anel superior, e dois na própria Ilha. O primeiro jogo do time olímpico aconteceu em 7 de junho de 1972. Já classificado aos Jogos de Munique, o Brasil enfrentou justamente o dono da casa, o Santa Cruz, com os 22.426 espectadores divididos na torcida do Mundão, inaugurado apenas três dias antes.

Assim como em 1934, quando venceu a seleção principal por 3 x 2, no antigo Campo da Avenida Malaquias, o Tricolor também ganhou do escrete olímpico, com um solitário gol do atacante Betinho, após tabela com Luciano Veloso. No Diario de Pernambuco, o caderno esportivo destacou: Gol histórico de Betinho na vitória tricolor. Uma curiosidade no amistoso foi o fato de o Brasil ter atuado com um jogador do próprio Santa, Zé Carlos, conhecido posteriormente como “Zé Carlos Olímpico”, devido à participação na Olimpíada. Ah, o time nacional ainda contava com Paulo Roberto Falcão, do Inter, então com 19 anos – aquela equipe ficaria em 13º lugar no torneio olímpico.

Quatro anos depois, o Recife recebeu o Pré-Olímpico de futebol. Na preparação, disputou amistosos contra Sport (vitória) e Santa (derrota). Já o qualificatório contou com seis países, com o Brasil – novamente com um jogador coral convocado, Santos – conquistando o título, e a vaga para Montreal, de forma invicta. Só não ganhou na estreia, contra o Uruguai, diante 12.926 torcedores. Na final, numa rodada tríplice, vitória sobre a Argentina com show de Cláudio Adão, com 9.209 pessoas presentes. No dia 2 de fevereiro, o jornal estampou o resultado na manchete: Brasil é campeão do Torneio Pré-Olímpico. Na Alemanha o time acabaria em 4º.

O novo capítulo faz parte da história para os Jogos do Rio, em 2016…

Amistoso
07/06/1972 – Brasil 0 x 1 Santa Cruz
16/01/1976 – Brasil 4 x 2 Sport*
18/01/1976 – Brasil 0 x 1 Santa Cruz*

Pré-Olímpico
21/01/1976 – Brasil 1 x 1 Uruguai
25/01/1976 – Brasil 4 x 0 Colômbia
27/01/1976 – Brasil 2 x 1 Chile
29/01/1976 – Brasil 3 x 0 Peru
01/02/1976 – Brasil 2 x 0 Argentina

* Os jogos-treinos disputados na Ilha do Retiro

Pré-Olímpico de 1976, no Arruda, Brasil 2 x 0 Argentina. Foto: Arquivo/DP

Podcast 45 (186º) – Santa firme no G4, Náutico no limite e declaração de Trajano

O Santa Cruz se isolou na 4ª colocação a três rodadas do fim da Série B. A situação do campeão pernambucano foi o primeiro assunto no 45 minutos, abordando a atuação do time coral e as contas necessárias para conquistar o acesso. Na sequência, o empate do Náutico e as consequências, obrigando, na prática, o time a vencer os três jogos restantes para seguir com chances. E se somar sete pontos, há chance? Pequena, mas esmiuçamos. Por fim, a polêmica em torno do Sport, chamado pelo experiente comentarista José Trajano de “time pequeno” durante o programa Linha de Passe, da ESPN Brasil. O contexto se referia ao goleiro Danilo Fernandes, que só poderia ser convocado atuando em um clube maior. Rendeu um bom debate no podcast.

Confira um infográfico com as principais atrações do programa aqui.

Nesta 186ª edição, estive ao lado de Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

A 35ª classificação da Segundona 2015

A classificação da Série B 2015 após 35 rodadas. Crédito: Superesportes

Foi a última “terça-feira cheia” da Série B em 2015. Uma noite repleta de emoção. No topo da tabela, o Botafogo ganhou mais uma e sacramentou a volta à primeira divisão. Vai agora pelo título, que escapou em 2003, quando também disputou a segundona (subiu como vice). Em relação aos pernambucanos, melhor para o Tricolor. O Santa Cruz venceu o Oeste e se consolidou na 4ª colocação, agora de forma isolada, com 58 pontos. O Timbu segue na briga, mas com mais pressão. O Náutico empatou com o Macaé, fora de casa, e caiu para a 6ª colocação, ainda pertinho do G4 – está a dois pontos.

Mais. Três concorrentes diretos se deram mal. O Bahia empatou em casa com o ABC (rebaixado) e o Paysandu ficou no 1 x 1 com o lanterna Mogi Mirim. Já o Bragantino foi arrasado pelo Ceará (3 x 0), que vai ensaiando uma permanência incrível. São cinco vitórias seguidas, todas sob o comando de Lisca.

No G4, um carioca (classificado), um mineiro, um baiano e um pernambucano.

A 36ª rodada dos representantes pernambucanos
14/11 (16h30) – Náutico x CRB (Arena Pernambuco)
14/11 (16h30) – Botafogo x Santa Cruz (Nilton Santos, Rio de Janeiro)

Santa Cruz cumpre o seu papel no Arruda, vence bem o Oeste e se mantém no G4

Série B 2015, 35ª rodada: Santa Cruz x Oeste. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A press

Uma vitória categórica do Santa Cruz, confirmando a arrancada na Série B para um objetivo há muito tempo esperado. Dez anos depois de seu último acesso à Série A, o Tricolor está a apenas três rodadas de repetir o feito. Contra o Oeste e apoiado por 26 mil torcedores, o time manteve a pegada vista na heroica virada contra o Bahia e venceu o Oeste, com todos os setores do time trabalhando muito bem, mantendo o clube no G4.

Os corais até levaram um susto no Arruda, no primeiro minuto, num contragolpe com três jogadores contra um defensor. A má execução dos paulistas findou a chance de pontuação. A partir disso, o campeão pernambucano voltou a mostrar conjunto em campo. Vetado pelo departamento médico, Grafite acabou não sendo um grande desfalque. Isso porque o time dirigido por Marcelo Martelotte vem ganhando confiança e se impondo em campo. Na bola parada, aos 20, Daniel Costa abriu o placar. Foi o seu quatro gol de falta na Série B.

Ainda no primeiro tempo, um gol de oportunismo, através de Danny Morais, que no sábado já havia deixado o seu na Fonte Nova. No segundo tempo, outro lance bem distinto, numa jogadaça do lateral-esquerdo Allan Vieira, que avançou do campo de defesa. Em velocidade, foram quase 70 metros até o cruzamento para Luisinho empurrar para as redes. O Oeste ainda diminuiu no fim, 3 x 1. Adiantou de nada, pois a vitória já estava consolidada, deixando o Santa isolado em 4º lugar, com 58 pontos. Perto do sonho.

Série B 2015, 35ª rodada: Santa Cruz x Oeste. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A press

Jogando mal, Náutico empata em Macaé e fica no limite na disputa pelo acesso

Série B 2015, 35ª rodada: Macaé  1x1 Náutico. Crédito: macaeesporte.com.br

Aos 48 minutos do segundo tempo, o Macaé cobrou um escanteio pela esquerda e Marino desviou mal. O volante mandou a bola para a própria barra, mas a trave evitou o pior, no susto final dos alvirrubros no Rio de Janeiro, no empate em 1 x 1. O Náutico teve que se contentar com um pontinho, mesmo pressionando ainda mais as últimas três partidas. Tudo por causa do inoperante segundo tempo, onde não conseguiu criar e viu uma blitz do desesperado adversário, com Júlio César irritado com a defesa.

Não faltou raça, mas parecia claro que o time sentiu a ausência de João Ananias, que rompeu os ligamentos do joelho esquerdo. Além disso, o técnico Gilmar Dal Pozzo também não viveu a sua melhor noite nas mexidas. A própria escolha de Marino foi equivocada, com o volante – há muito sem jogar bem – cansando de dar espaço ao time alviazulino. No ataque, Douglas foi acionando no segundo tempo no lugar de Daniel Morais. A mudança não surtiu efeito. Na primeira etapa, Daniel se movimentou bem, mandou uma na trave, aos 8, e ainda teve um gol (bem) anulado aos 46, que seria o da virada (Ronaldo Alves empatara de cabeça). Já Douglas teve dificuldades até para dominar a bola.

No Moacyrzão, com apenas 1.915 espectadores nesta noite, os pernambucanos saíram do campo procurando saber junto à imprensa os resultados das demais partidas da rodada. O Timbu, agora com 56 pontos e com dois jogos na Arena Pernambuco na sequência, segue na disputa. No limite.

Série B 2015, 35ª rodada: Macaé  1x1 Náutico. Crédito: macaeesporte.com.br

O álbum oficial pelos 110 anos do Sport, com faturamento de até R$ 5 milhões

Livro ilustrado do Sport em homenagem aos 110 anos. Crédito: Sport/site oficial

Celebrando os 110 anos de história, o Sport lança um álbum de figurinhas com fatos relevantes no clube, como as conquistas no futebol, principais times, troféus, Ilha do Retiro e também as modalidades olímpicas. Com 114 páginas, o “Livro Ilustrado Oficial – 110 anos – Sport Club do Recife” tem 412 cromos, numa produção do departamento de marketing junto à ADF Editoria. Na foto de divulgação, a capa, com o Troféu Leão do Norte, conquistado em Belém em 1919, e a foto do time de 1975, campeão estadual após doze anos de jejum.

A venda da revista (R$ 20) e dos pacotes com cinco figurinhas (R$ 2) ocorrerá nas Embaixadas da Ilha nos shoppings, nas bancas do Recife e até em um site oficial: sport110anos.com.br. A tiragem foi ousada, com 30 mil cópias. Calculando a venda máxima das revistas com todos os álbuns completos, desconsiderando as óbvias figurinhas repetidas, o faturamento poderia ser superior a R$ 5,5 milhões. Se houver engajamento, nada mal.

Além do material pesquisado por Marcelo Oliveira, Silvio Tavares e Dirceu Marroquim, o livro traz uma história ilustrada para o público infantil. O projeto é semelhante ao álbum do Santa Cruz, de 2014, no centenário coral. Na ocasião, o álbum comemorativo teve 460 figurinhas e foi um sucesso de vendas. 

Aproveitando o tema, relembre os álbuns do Campeonato Pernambucano aqui.

A preparação da Seleção Olímpica no Recife

Treino da Seleção BrasileiroaTreino da Seleção Olímpica no CT do Sport, em 09/11/2015. Crédito: CBF/youtube no CT do Sport

A CBF disponibilizou um vídeo com bastidores da preparação da Seleção Olímpica do Brasil centro de treinamento do Sport, em Paratibe, visando o amistoso contra os Estados Unidos, na Ilha do Retiro.

O trabalho comandado pelo técnico Rogério Micale (Dunga, o comandante da principal, também deverá ser o treinador nos Jogos Olímpicos de 2016) começou na academia do CT, seguindo no campo principal, já à noite.

A movimentação noturna só aconteceu porque foi alugado um gerador de energia para as quatro torres de iluminação, construídas no local visando a Copa do Mundo de 2014, obra também realizada no CT do Náutico.

A diminuição da capacidade de público do Arruda e da Ilha do Retiro a cada laudo

A diminuição na capacidade de público do Arruda e da Ilha do Retiro. Arte: Fred Figueiroa/DP/D.A Press

No auge da capacidade de público, descontando as superlotações, obviamente, o Arruda e a Ilha do Retiro já tiveram 160 mil lugares à disposição. Haja diferença para o cenário atual, de 2015, após a recomendação do Ministério Público de Pernambuco. Por questão de segurança, como a capacidade de evacuação de torcedores, o órgão solicitou (e foi atendido) a redução dos dois estádios, que hoje têm 78.017 lugares somados, menos da metade do máximo já liberado. São 50 mil na casa coral e 27 mil no reduto rubro-negro. A partir disso, o blog recuperou as capacidades oficiais ao longo dos anos. As aferições foram feitas várias vezes, a pedido dos clubes, da FPF e até da CBF, com dados distintos a cada laudo de engenharia. Da época com todos em pé aos assentos marcados.

Nesse tempo todo, entre outros motivos, como exigências dos Bombeiros e Polícia Militar, a mudança também está relacionada ao cálculo de cada assento, que até a década de 1990 era 30 centímetros por espectador. Hoje, 50 cm.

E olhe que Arruda e Ilha receberam, não faz muito tempo, públicos superiores às novas capacidades: 60.040 em 2013 e 28.766 em 2014, respectivamente.

Ilha do Retiro (após as obras para a Copa do Mundo de 1950)
1950 – 20.000 lugares
1960 – 36.000 (+16.000) *ampliação da cadeira central e da arquibancada
1984 – 45.000 (+9.000) *construção das gerais e a ampliação da cadeira central
1998 – 50.000 (+5.000) *construção da ‘curva especial’ (obra de 1997)
2001 – 45.000 (-5.000)
2005 – 32.500 (-12.500)
2006 – 30.520 (-1.980)
2007 – 34.500 (+3.980) *construção da ‘curva da ampliação’
2012 – 34.200 (-300)
2013 – 32.983 (-1.217)
2015 – 27.435 (-5.548)

Recorde: 56.875 (Sport 2 x 0 Porto, em 07/06/1998)

Arruda (após a conclusão do anel inferior, para a Copa da Independência)
1972 – 64.000 lugares
1982 – 110.000 (+53.000) *construção do anel superior
1993 – 85.000 (-25.000)
2001 – 75.000 (-10.000)
2005 – 65.000 (-10.000)
2012 – 60.044 (-4.956)
2015 – 50.582 (-9.462)

Recorde: 96.990 (Brasil 6 x 0 Bolívia, em 29/08/1993)

Lampejo de Granja Comary no CT do Sport

A sala de imprensa montada pela CBF para a Seleção Olímpica no CT do Sport, em Paratibe. Foto: Caio Wallerstein/DP D.A Press

A Seleção Olímpica, que jogará na Ilha do Retiro contra os EUA, escolheu o centro de treinamento do Sport, em Paratibe, para a preparação de dois dias até o amistoso. No local, além dos painéis no campo com as marcas da CBF e de seus patrocinadores, a direção da entidade montou uma sala de imprensa emulando de longe a infraestrutura da Granja Comary, em seus dias mais movimentados com a seleção principal.

Em vez de 300 lugares, como no grande salão em Teresópolis, 15 cadeiras no mesmo estilo, de forma compacta e organizada.

A sala de imprensa montada pela CBF para a Seleção Olímpica no CT do Sport, em Paratibe. Foto: Caio Wallerstein/DP D.A Press

O ambiente chamou a atenção justamente porque o espaço para entrevistas coletivas (jornais, rádios e tevês) ainda é uma grande lacuna no CT rubro-negro, bem equipado em quase todos os outros setores. A estrutura temporária será desmontada pela confederação logo após a partida, mas já deixou a ideia sobre o que é possível fazer até a construção de um espaço definitivo (e necessário).

Na própria Ilha do Retiro, um esquema especial para a zona mista foi criado, semelhante ao trabalho feito no Arruda em 2012, noa goleada sobre a China.

A sala de imprensa montada pela CBF para a Seleção Olímpica no CT do Sport, em Paratibe. Foto: Caio Wallerstein/DP D.A Press

O frevo do Santa Cruz tomou conta da Fonte Nova

A torcida do Santa Cruz compareceu em peso na Fonte Nova, ocupando um setor no anel superior do moderno estádio baiano. E a heroica vitória sobre o Bahia, de virada, colocando o time no G4 da Série B, mereceu mesmo uma festa daquelas. Basta conferir o vídeo gravado pelo torcedor Manoel Ferreira, com o frevo rasgando no povão, logo após a marcha-exaltação de Capiba.

“Voltei, Recife”… com os três pontos.