Defesa mais vazada (79), maior número de derrotas seguidas (12), estádio às moscas…
As informações acerca do Náutico estavam bem repetitivas nos últimos tempos. Resultado de uma regularidade cruel.
E o que parecia impossível aos poucos foi se transformando em um drama. O rebaixamento já era fato, e a pior campanha de um time pernambucano na era dos pontos corridos na elite também.
Um pontinho a mais e o Timbu evitaria o vexame supremo na temporada, com a pior campanha da história. Mas o rendimento, claro, já era vergonhoso. O tempo foi passando e a apática equipe, desqualificada tecnicamente, não reagiu.
Derrotas como visitante e insucessos em São Lourenço da Mata, sem freio. Até este sábado, na despedida de Náutico e Corinthians no Brasileirão.
Enquanto o Alvirrubro voltará à segunda divisão no ano da Copa, o atual campeão mundial, no meio da tabela, terá vida nova, sem o técnico Tite.
E nesse clima de até logo na esvaziada Arena Pernambuco, o Náutico deu o último gás e ao menos conseguiu evitar mais uma estatística ruim – que seria, na verdade, seria a pior das estatísticas.
O pontinho veio. Um não, três.
Os sobreviventes da derrocada timbu nesta Série A venceram por 1 x 0, num gol de Derley, escorando cruzamento de Morales. E ainda teve direito a quinze minutos com um menos em campo, após a infantil expulsão do goleiro Berna, um dos piores jogadores do Náutico na competição.
Portanto, o representante pernambucano terminou com 20 pontos, com a segunda pior campanha da história. A pior segue com o América de Natal, de 2007, com 17 pontos.
Mas que ninguém pense que isso é suficiente para evitar o trágico ano em Rosa e Silva…
O Santa Cruz celebrou a merecida conquista da terceira divisão nacional diante do seu povão, no estádio do Arruda. A festa foi emblemática para o futebol pernambucano, pois foi a 10ª vez em que um campeonato nacional foi decidido em um palco local.
Curiosamente, todos as competições oficiais organizadas pela CBF já foram decididas no estado, com as séries A, B, C e D e a Copa do Brasil.
Em mais de três décadas de história foram quatro decisões desse porte no Arruda, três na Ilha do Retiro, duas nos Aflitos e uma no interior, no Gigante do Agreste, em Garanhuns. Na ocasião, o mando era do Sport.
Nessa estatística são seis finais clássicas, três quadrangulares e uma volta olímpica na era dos pontos corridos. Ao todo, quatro troféus terminaram com os clubes recifenses. Eis a lista completa.
1981 – Arruda – Olaria, Série C (Santa Amaro 1 x 0 Olaria, 01/05)
1987 – Ilha do Retiro – Sport, Série A (Sport 1 x 0 Guarani, 07/02/88)
1990 – Ilha do Retiro – Sport, Série B (Sport 0 x 0 Atlético-PR, 16/12)
1999 – Aflitos – Fluminense, Série C (Náutico 1 x 2 Fluminense, 23/12)
2003 – Gigante do Agreste – Palmeiras, Série B (Sport 1 x 2 Palmeiras, 22/11)
2005 – Aflitos – Grêmio, Série B – (Náutico 0 x 1 Grêmio, 26/11)
2007 – Arruda – Coritiba, Série B – Santa Cruz 2 x 3 Coritiba, 24/11)
2008 – Ilha do Retiro – Sport, Copa do Brasil (Sport 2 x 0 Corinthians, 11/06)
2011 – Arruda – Tupi, Série D (Santa Cruz 0 x 2 Tupi, 20/11)
2013 – Arruda – Santa Cruz, Série C (Santa Cruz 2 x 1 Sampaio Corrêa, 01/12)
Após dois anos, o Náutico está de volta à Série B.
O clube de Rosa e Silva participará da segunda divisão pela 15ª vez, entre as competições com acesso e descenso, fórmula instituída a partir de 1988.
Além da futura edição de 2014, o Alvirrubro esteve em 1988, 1995, 1996, 1997, 1998, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2010 e 2011. Antes, quando todos os campeonatos estaduais eram classificatórios, também jogou a chamada Taça de Prata em 1971 e 1981.
O Náutico tentará o quarto acesso à elite nacional de sua história. O primeiro veio logo no ano de criação do sistema de meritocracia do Brasileirão, em 1988. Terminou como vice, perdendo a final para a Inter de Limeira.
Em 2006, na primeira edição por pontos corridos, ampliando o número de vagas de duas para quatro, a ofensiva geração de Kuki e Felipe acabou em 3º lugar, sacramentando a classificação no 2 x 0 sobre o Ituano. Em 2011, na vez de Kieza, o Náutico foi novamente vice-campeão, e sem perder um jogo sequer como mandante. Na última rodada, 2 x 2 com a Ponte Preta e festa nos Aflitos.
Saiba mais sobre as classificações alvirrubras à Série A: 1988, 2006 e 2011.
Com dois acessos no modelo atual do Brasileiro, com 20 clubes e 38 rodadas, o Timbu retorna à B com a experiência necessária para ficar pouco tempo…
Acabou a agonia da torcida. O Náutico está, sim, rebaixado à segunda divisão.
Um ano imaginado como um dos mais gloriosos da história de Rosa e Silva termina de forma vexatória.
O orçamento recorde de R$ 45 milhões, a Série A exclusiva, a estreia na arena, a participação na Sul-Americana. Tudo isso foi suplantado com frustração em cima de frustração, estadual, nacional e internacional.
Para encerrar a ínfima chance matemática de reversão na elite, o Alvirrubro, presente na zona de rebaixamento em todas as rodadas, enfrentou o seu lado oposto, um clube que vive a sua temporada mais espetacular.
Campeão da Taça Libertadores da América de forma brilhante, o Atlético Mineiro vem “brincando” no Campeonato Brasileiro.
E mesmo assim o Galo de Cuca se mantém entre os primeiros colocados.
Vai se preparando, mesmo sem Ronaldinho, em recuperação, para o Mundial de Clubes. Vai aprimorando as jogadas, sempre rápidas, com bola de pé em pé.
Com tamanho entrosamento e contra um adversário frágil e fragilizado, o alvinegro de Belo Horizonte impôs a 23ª derrota aos pernambucanos, 5 x 0.
No primeiro tempo, atacando de forma rápida, sem deixar o visitante pegar na bola, Fernandinho e Jô marcaram os gols.
No segundo gol, uma falha grotesca do zagueiro William Alves. Contratado após o bom estadual disputado pelo Santa Cruz, o jogador foi um fiasco nos Aflitos.
Um entre tantos outros erros da direção na formação da equipe, alguns de forma esperada e outros de maneira surpreendente, como Martinez e Derley, pilares em 2012 e dispensáveis em 2013.
Na volta do intervalo, cenário mantido, com muita facilidade em campo e gols de Guilherme, Tardelli e Alecsandro.
A goleada no Horto na noite deste sábado, a 11ª sofrida pelo Timbu, fará com que o clube olhe de uma vez por todas para 2014. Urgentemente.
Entretanto, restam mais seis jogos…
Manter o mínimo de dignidade, pela torcida, é preciso. Sabe-se lá como o time atual do Náutico conseguirá. Até aqui conseguiu apenas 17 pontos…
Um detalhado estudo apontou o nível de transparência dos clubes brasileiros.
Não é uma tarefa fácil, sobretudo pela falta de clareza dos documentos apresentados pelas direções. Muitas vezes, os balanços não trazem números destrinchados. Outras tantas, os dados são conflitantes.
Pela segundo ano seguido, a Pluri Consultoria mediu o grau de transparência das equipes. Ao todo, 34 clubes entraram no levantamento com os balancetes de janeiro a dezembro de 2012, incluindo os três grandes de Pernambuco.
As colocações dos times locais não foram nada animadoras.
O trio ficou abaixo do top 20: Sport 22º, Santa Cruz 25º e Náutico 28º. Enquanto o Rubro-negro aparece com a nomenclatura “básico”, os papéis dos rivais tricololores e alvirrubros foram apontados como “insuficientes”.
Confira o estudo completo, com 37 páginas, clicando aqui.
Uma pesquisa no facebook, no ar durante todo o mês de outubro, mediu as maiores torcidas nordestinas. Promovida pelo o canal detentor dos direitos de transmissão da Copa do Nordeste, o Esporte Interativo, a pesquisa foi encerrada com aproximadamente 100 mil votos. Bastava “curtir” o clube preferido.
Ao todo, 101 clubes dos nove estados da região foram incluídos no ranking virtual, incluindo 12 times pernambucanos.
As quatro primeiras colocações foram ocupadas, sem surpresa, pelos quatro times que costumam liderar as pesquisas de torcida à parte das redes sociais na web. A diferença desta vez foi na ordem da lista.
Com 15% dos votos, o Santa Cruz venceu a disputa, deixando para trás os outros times de massa da região, Bahia (12%), Vitória (11%) e Sport (11%).
Entre as equipes nordestinas mais tradicionais (3 de PE, 2 da BA e 2 do CE), o Náutico foi o único a não aparecer no top ten.
A unificação do Campeonato Brasileiro da Série A aos torneios precursores, a Taça Brasil e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, redesenhou a lista de campeões nacionais de futebol. Em vez do início em 1971, a história começou a valer de fato e de direito a partir de 1959.
Em Pernambuco, o Náutico teve como bônus nessa decisão da CBF a oficialização do vice-campeonato brasileiro em 1967, quando perdeu a Taça Brasil para o Palmeiras, numa final no Maracanã. Contudo, o Timbu também teve o ônus da mudança. Incorporou à sua estatística no Brasileirão a última colocação no Robertão de 1968.
Com a lanterna em 2013, a última no cenário local, o Alvirrubro chegou a três lanternas em sua história na elite. Igualou o “feito” do rival do Sport, recordista nacional. Como o Santa Cruz também já acabou o Brasileirão na rabeira em duas oportunidades, o futebol pernambucano soma inacreditáveis oito lanternas. É o estado que acabou mais vezes na última colocação. Dessas oito campanhas constrangedoras, três não resultaram em rebaixamento: 1968, 1999 e 2000.
Taça Brasil – 10 edições
1959 – Alagoas (CSA, 16º)
1960 – Paraíba (Estrela do Mar, 17º)
1961 – Sergipe (Santa Cruz, 17º)
1962 – Rio Grande do Norte (ABC, 18º)
1963 – Rio Grande do Norte (ABC, 20º)
1964 – Rio Grande do Norte (Alecrim, 22º)
1965 – Distrito Federal (Guanabara, 22º)
1966 – Amazonas (Rio Negro, 22º)
1967 – Santa Catarina (Perdigão, 21º)
1968 – Paraíba (Campinense, 21º)
Torneio Roberto Gomes Pedrosa – 4 edições
1967 – Paraná (Ferroviário, 15º)
1968 – Pernambuco (Náutico, 17º)
1969 – Rio de Janeiro (Vasco, 17º)
1970 – Rio de Janeiro (Vasco, 17º)
Série A – 46 edições
1971 – Ceará (Ceará, 20º)
1972 – Sergipe (Sergipe, 26º)
1973 – Sergipe (Sergipe, 40º)
1974 – Alagoas (CSA, 40º)
1975 – Paraíba (Campinense, 42º)
1976 – Espírito Santo (Desportiva, 54º)
1977 – Mato Grosso (Dom Bosco, 62º)
1978 – Amazonas (Nacional, 74º)
1979 – Distrito Federal (Guará, 94º)
1980 – Maranhão (Maranhão, 44º)
1981 – Espírito Santo (Desportiva, 44º)
1982 – Piauí (River, 44º)
1983 – Paraíba (Treze, 44º)
1984 – Distrito Federal (Brasília, 41º)
1985 – Sergipe (Sergipe, 44º)
1986 – Mato Grosso (Operário, 48º)
1987 – Alagoas (CSA, 31º)
1988 – Rio de Janeiro (América-RJ, 24º)
1989 – Paraná (Coritiba, 22º)
1990 – São Paulo (Inter de Limeira, 20º)
1991 – Bahia (Vitória, 20º)
1992 – Pará (Paysandu, 20º)
1993 – Minas Gerais (Atlético-MG, 32º)
1994 – Pernambuco (Náutico, 24º)
1995 – São Paulo (União São João, 24º)
1996 – São Paulo (Bragantino, 24º)
1997 – São Paulo (União São João, 26º)
1998 – Rio Grande do Norte (América-RN, 24º)
1999 – Pernambuco (Sport, 22º)
2000 – Pernambuco (Santa Cruz, 29º)
2001 – Pernambuco (Sport, 28º)
2002 – Rio de Janeiro (Botafogo, 26º)
2003 – Bahia (Bahia, 24º)
2004 – Rio Grande do Sul (Grêmio, 24º)
2005 – Distrito Federal (Brasiliense, 22º)
2006 – Pernambuco (Santa Cruz, 20º)
2007 – Rio Grande do Norte (América-RN, 20º)
2008 – Minas Gerais (Ipatinga, 20º)
2009 – Pernambuco (Sport, 20º)
2010 – São Paulo (Grêmio Prudente, 20º)
2011 – Santa Catarina (Avaí, 20º)
2012 – Santa Catarina (Figueirense, 20º)
2013 – Pernambuco (Náutico, 20º)
2014 – Santa Catarina (Criciúma, 20º)
2015 – Santa Catarina (Joinville, 20º)
2016 – Minas Gerais (América-MG, 20º)
Brasileiro unificado – 60 edições (1959/2016)
Estados
8 – Pernambuco
5 – Rio Grande do Norte, São Paulo e Santa Catarina
4 – Paraíba, Sergipe, Rio de Janeiro e Distrito Federal
3 – Alagoas e Minas Gerais
2 – Amazonas, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso e Bahia
1 – Ceará, Maranhão, Piauí, Pará e Rio Grande do Sul
Clubes
3 – Sergipe, CSA, Sport e Náutico
2 – ABC, Vasco, Campinense, Desportiva, União São João, Santa Cruz e América-RN
1 – Estrela do Mar, Santa Cruz-SE, Perdigão, Rio Negro, Nacional, Guanabara, Alecrim, Ceará, Guará, Maranhão, Ferroviário, Coritiba, River, Treze, Brasília, América-RJ, Dom Bosco, Operário, Inter de Limeira, Bragantino, Vitória, Paysandu, Atlético-MG, Botafogo, Bahia, Grêmio, Brasiliense, Ipatinga, Grêmio Prudente, Avaí, Figueirense, Criciúma, Joinville e América-MG
Brasileiro Série A – 46 edições (1971/2016)
Estados
7 – Pernambuco
5 – São Paulo
4 – Santa Ctarina
3 – Sergipe, Distrito Federal e Minas Gerais
2 – Alagoas, Paraíba, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso, Rio Grande do Norte e Bahia
1 – Ceará, Amazonas, Maranhão, Paraná, Piauí, Pará e Rio Grande do Sul
Clubes
3 – Sergipe e Sport
2 – CSA, Desportiva, União São João, Santa Cruz, América-RN e Náutico
1 – Campinense, Nacional, Ceará, Guará, Maranhão, Coritiba, River, Treze, Brasília, América-RJ, Dom Bosco, Operário, Inter de Limeira, Bragantino, Vitória, Paysandu, Atlético-MG, Botafogo, Bahia, Grêmio, Brasiliense, Ipatinga, Grêmio Prudente, Avaí, Figueirense, Criciúma, Joinville e América-MG
Do líder Cruzeiro para o segundo colocado, 12 pontos. Do lanterna Náutico para o penúltimo lugar, 15 pontos. A disputa pelo título brasileiro e pela nada honrosa lanterna da Série A está praticamente consumada após esta 3ª rodada, com mais uma vitória celeste e mais uma derrota timbu.
Na Libertadores, a presença do time mineiro já é virtual, assim como o Alvirrubro na zona de rebaixamento. Nos outros 18 clubes, a disputa ainda segue aberta, mas cada vez mais afunilada, agora faltando apenas sete rodadas.
A 32ª rodada do representante pernambucano 02/11 – Atlético-MG x Náutico (20h)
Jogos no estado pela elite: nenhuma vitória timbu, 1 empate e 12 derrotas.
O rebaixamento matemático foi adiado. Com os resultados deste domingo, o descenso do Náutico à segunda divisão ficou para a próxima rodada.
A esta altura, pouco importa, pois a queda já foi aceita pelo clube, até mesmo pela onipresença na zona de rebaixamento.
Em uma Arena Pernambuco melancolicamente vazia, já à noite, o Timbu voltou a ser derrotado na Série A como uma presa fácil.
O Goiás, com uma formação mista, visando a semifinal da Copa do Brasil, jogou em ritmo de treino e fez 2 x 0.
Do lado de cá, o time alvirrubro também estava modificado, dando espaço a alguns garotos da base, numa atitude padrão no futebol brasileiro.
No entanto, de forma irritante, devido à repetição, a equipe sofreu um gol ainda no primeiro minuto de bola rolando.
Falta de atenção, de novo? Basta. Talvez seja um pouco de falta de vontade mesmo, pois enquanto o adversário começa a partida completamente ligado, os alvirrubros vêm sendo atuando de forma passiva desde os primeiros instantes.
A próxima apresentação alvirrubra será no sábado, fora de casa, diante de ninguém menos que o campeão da Libertadores, o Atlético Mineiro.