Náutico desperdiça pênalti e perde do Ceará. Já acumula 284 minutos sem gol

Série B 2017, 3ª rodada: Náutico 0 x 2 Ceará. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Com a bola rolando já aos 30 minutos do segundo tempo, o jogo na Arena Pernambuco reunia os únicos times sem gols marcados nesta edição da Série B, já na terceira rodada. Náutico e Ceará. No caso alvirrubro, o cenário era ainda pior, devido à penalidade desperdiçada por Anselmo na primeira etapa. O centroavante bateu pra fora, na melhor chance do mandante. Isolou.

Àquela altura, o timbu já não contava mais com Erick, que se machucou pouco antes do intervalo, dando lugar a Gerônimo, destaque na Copa São Paulo. Outra mudança, essa por opção tática, havia sido a entrada de Maylson, que substituíra Jefferson. O técnico Waldemar Lemos só errou na escolha do Jefferson, ao tirar Nem e deixar Renan, o pior em campo. O outro Jefferson, o goleiro, seguia tendo trabalho para substituir Tiago Cardoso. Ao menos ia garantindo o empate, que numa fase tão ruim, técnica e financeira, poderia ser encarado depois como favorável. Entretanto, a desorganização da equipe, sem poder ofensivo e com muitos buracos na defesa, pesou para o resultado.

Voltemos à primeira linha do texto. Numa bola levantada pela esquerda, dois jogadores do Vozão livrinhos. O primeiro furou, com a bola sobrando para Roberto. O ponta-direita alvinegro bateu com força, num espaço mínimo entre a trave e o goleiro. Gol e aperreio para a maior parte dos 2.143 espectadores. Alguns nem viram o golaço de Felipe Menezes aos 41, de fora da área. Outra vez num espaço mínimo, entre o goleiro e o travessão. Revés como mandante, 0 x 2, único clube que ainda não balançou as redes (284 minutos!), zona de rebaixamento e perspectivas cada vez menores até novembro…

Série B 2017, 3ª rodada: Náutico 0 x 2 Ceará. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Uma composição alternativa no uniforme principal do Náutico. Azul não intencional

Apresentação de reforços do Náutico para a Série B 2017:  lateral-esquerdo Jeanderson (primeiro à esquerda), zagueiro Aislan e volante Amaral. Foto: Náutico/twitter (@nauticope)

Ao apresentar três reforços para a Série B de 2017, o lateral Jeanderson, o zagueiro Aislan e o volante Amaral, o Náutico divulgou uma foto produzida no CT Wilson Campos. Até aí, nada demais, não fosse a composição utilizada. Os atletas posaram com o uniforme principal e calção e meiões de treino, que têm a cor azul – tudo produzido pela Topper. Lembrou o Atlético de Madrid. Na visão do blog, o conjunto alternativo caberia até nos jogos do clube.

A barreira é o Estatuto do Clube Náutico Capibaribe. O segundo capítulo se refere às “cores, uniformes e distintivos”. Eis a íntegra do artigo 6º :

“O uniforme padrão do Náutico, considerado o primeiro, é constituído de camisa com sete a dez listras verticais vermelhas e sete a dez listras verticais brancas, ambas da mesma largura, calção branco e meias brancas, devendo ser preferencialmente usado em todas as competições oficiais ou amistosas quando detentor do mando de campo, em todas as suas modalidades esportivas.”

Embora o artigo 4º afirme o óbvio, que as cores do clube são vermelho e branco, a camisa ocasionalmente utiliza números azuis, como neste ano.

Apesar da composição não intencional, fica o debate aos alvirrubros…

Lançamento de uniforme do Atlético de Madrid na temporada 2015/2016. Foto: divulgação

O ranking histórico da Copa do Nordeste, com 53 clubes entre 1994 e 2017

Todas as campanhas no G4 na Copa do Nordeste (1994-2017). Arte: Cassio Zirpoli/DP

A Copa do Nordeste teve 14 edições oficiais de 1994 a 2017. Até hoje, 53 clubes dos nove estados da região já participaram do torneio. Indo além da lista de campeões, com sete times, sendo o Vitória o maior vencedor, tetra, o blog compilou todas as campanhas, literalmente. Da pioneira edição em Alagoas, quando o nome foi estabelecido, até a decisão na Fonte Nova em 2017, foram realizadas 979 partidas, com 2.702 gols marcados. No geral, uma média de 2,75. Em relação à pontuação absoluta, o Bahia assumiu a liderança isolada. Com a campanha do tri, o tricolor de aço desempatou a disputa com arquirrival, até então 239 x 239. Agora, tem cinco pontos de vantagem. Curiosamente, ambos disputaram o mesmo número de jogos (140).

Em seguida vem o Sport, cuja ausência em 2010 pesa bastante no histórico geral, pois naquele ano houve um turno com 14 rodadas – em disputa marcada pela imposição da Liga do Nordeste frente à CBF, numa batalha judicial. Apesar do vice em 2017, o leão somou menos pontos que o Vitória, semifinalista (20 x 22). Portanto, a diferença aumento em relação aos dois primeiros. Já o Santa Cruz, 3º colocado em 2017, subiu duas posições no ranking de pontos, ultrapassando Ceará e América de Natal. Entrou no G4. Enquanto isso, o Náutico amargou a terceira eliminação seguida na fase de grupos. Ainda assim, conseguiu voltar ao top ten histórico.

Outra curiosidade está lá no fim da tabela. O Uniclinic, um dos dois estreantes em 2017, registrou a pior campanha da história. Seis jogos, seis derrotas, nenhum gol marcado e -24 de saldo. É, com toda justiça, o 53º e último lugar.

Observações do blog sobre a composição dos dois quadros expostos (ranking de pontos, abaixo; ranking de colocações no G4, acima):

1) Vitória, 3 pontos. Empate, 1 ponto. Resultados da fase preliminar à final.

2) A ordem dos times no ranking de pontos foi estabelecida da seguinte forma: pontos, vitórias, saldo de gols, gols marcados. O índice de aproveitamento aparece como adendo ao rendimento de cada clube

3) A ordem no ranking de colocações foi estabelecida da seguinte forma: títulos, vice-campeonatos e semifinais (em 1998, com a fase semifinal em dois quadrangulares, foi considerada a pontuação total). O número de vezes no G4 (última coluna) aparece como adendo ao desempenho de cada clube.

4) O Torneio José América de Almeida Filho, realizado em 1976, é considerado pelo Vitória como um título nordestino. O blog entende como título de porte regional, mas não referente à mesma competição. Por sinal, em 2016 a Liga do Nordeste, através de Alex Portela (também ex-presidente do Vitória), teria enviado um ofício à CBF pedindo a oficialização do torneio, o que incluiria até a primeira edição, de 1975, que teve o CRB como vencedor. Como segue sem uma resposta oficial (e pública), o blog manteve a disputa à parte. 

5) Os asteriscos em Botafogo e Sampaio se referem às punições do STJD, perdendo 4 (2014) e 6 (2015) pontos, respectivamente. A pena se mantém.

Ranking de pontos da Copa do Nordeste (1994-2017). Crédito: Cassio Zirpoli/DP

A evolução da movimentação financeira da Copa do Nordeste, de 2013 a 2017

Bilheteria, Cotas de TV e marketing do Nordestão, de 2013 a 2017. Arte: Cassio Zirpoli/Infogram

Pela primeira vez a movimentação financeira do Nordestão passou da casa de R$ 30 milhões. Somando as rendas dos jogos, as cotas de participação e o investimento realizado em marketing, a edição vencida pelo Bahia registrou R$ 31.889.146. Em relação ao ano anterior, o torneio de 2017 subiu 23%. Esse dado é baseado, sobretudo, na premiação da competição, a maior da história, com R$ 18,5 milhões distribuídos aos vinte participantes.

Entretanto, nem tudo foi positivo. Embora tenha tido semifinais poderosas em termos de mercado, com Bahia x Vitória e Sport x Santa, a renda bruta das partidas não alcançou a marca de 2015, com R$ 2,76 milhões a menos. Já numa comparação com o ano anterior, os 74 jogos proporcionaram uma arrecadação de R$ 8,3 milhões (+26,9%), com quase seis mil torcedores a cada apresentação (+1,8%). Os recordes de renda e público ocorreram na finalíssima na Fonte Nova, com R$ 1,6 milhão e 41 mil espectadores.

Para que os melhores números, em termos de assistência, não fiquem restritos ao mata-mata, a Liga do Nordeste, após votação com os membros, decidiu pela redução da fase de grupos, de 20 para 16 clubes, com uma fase preliminar no estilo “Pré-Libertadores”. Ou seja, oito jogos em mata-matas e mais 62 na fase principal, com quatro grupos, quartas semi e final. O objetivo é elevar de cara a média de público para 8/9 mil torcedores. Para o próximo ano, a cota de participação deve subir 24%, chegando a R$ 23 milhões

Eis os dados de público da Lampions League nesta retomada…

Média de público do Nordestão, de 2013 a 2017. Arte: Cassio Zirpoli/Infogram

2017 (74 jogos)
Público pagante: 442.454
Média: 5.979

2016 (74 jogos)
Público pagante: 434.604
Média: 5.873

2015 (74 jogos, sendo 1 de portões fechados)
Público pagante: 570.777
Média: 7.818

2014 (62 jogos, sendo 1 de portões fechados)
Público pagante: 463.749
Média: 7.602

2013 (62 jogos, sendo 1 de portões fechados)
Público pagante: 517.709
Média: 8.487 

Ao analisar a soma de todas as receitas da Copa do Nordeste (direitos de transmissão na televisão, renda e marketing), fica consolidado o status de principal torneio da região, bem à frente dos estaduais. Porém, o número corresponde, hoje, a 63% da meta estimada pelo presidente da Liga do Nordeste, Alexi Portela, para o auge do torneio. Em entrevista ao blog na retomada do torneio, ele imaginou o auge justamente na próxima edição, em 2018. Na projeção, R$ 50 milhões e média de 20 mil pessoas. É possível?

A movimentação financeira do Nordestão de 2013 a 2017. Arte: Cassio Zirpoli/Infogram

Com cheque na final e bônus da Caixa, Bahia fatura R$ 6 milhões no Nordestão

Nordestão 2017, final: Bahia 1 x 0 Sport. Foto: Bahia/twitter (@ECBahia)

Ao vencer o leão pernambucano, o Bahia conquistou o Nordestão 2017 e uma série de benesses. No pódio, além da cobiçada orelhuda dourada, o tricolor de aço também recebeu um enorme cheque, simbolizando a premiação oficial da decisão: R$ 1,25 milhão. Com o valor, o Bahia terminou com a cota máxima de participação, R$ 2,85 milhões – a maior cifra já paga ao campeão, inserida na premiação absoluta do torneio, de R$ 18,52 milhões (divisão abaixo). No embalo, o clube ganhou mais R$ 300 mil pelo inédito bônus oferecido pela Caixa Econômica Federal aos seus patrocinados – obviamente, em caso de título o Sport teria tido o mesmo repasse por parte do banco. Somando tudo isso à bilheteria nas seis partidas realizadas na Fonte Nova, o Baêa registrou um faturamento de R$ 6 milhões, o maior entre os vinte times desta edição. 

Outro afago, este esportivo, é a pré-classificação às oitavas de final da Copa do Brasil de 2018. A cota desta fase do torneio nacional foi de R$ 1,05 milhão nesta temporada, valor que deve ser ampliado pela CBF na próxima edição.

Balanço de receita do Bahia, o campeão de 2017
Público: 101.699 pessoas em 6 jogos (média: 16.949)
Renda bruta: R$ 2.882.573
Cota: R$ 2,85 milhões
Bônus da Caixa: R$ 300 mil
Total: R$ 6.032.573

Analisando o Trio de Ferro, naturalmente o Sport foi o clube que mais faturou, chegando a 3,9 milhões de reais. O aumento da cota neste ano inclusive foi decisivo para que o leão alcançasse um dado maior que o Santa no título nordestino de 2016 (R$ 3,5 milhões). Já o Náutico teve apenas R$ 132 mil de renda, ou menos de 1/4 da cota (e só recebeu uma, pela primeira fase).

Balanço de receita dos pernambucanos na Lampions 2017
Sport (vice)

Público: 87.358 pessoas em 6 jogos (média: 14.559)
Renda bruta: R$ 1.756.205
Cota: R$ 2,15 milhões
Total: R$ 3.906.205

Santa Cruz (3º lugar)
Público: 74.633 pessoas em 5 jogos (média: 14.926)
Renda bruta: R$ 700.550
Cota: R$ 1,6 milhão
Total: R$ 2.300.550

Náutico (9º lugar)
Público: 11.266 pessoas em 3 jogos (média: 3.755)
Renda bruta: R$ 132.355
Cota: R$ 600 mil
Total: R$ 732.335

Confira os borderôs dos três clubes locais, jogo a jogo, clicando aqui.

Cotas de participação da Lampions 2017
R$ 2,85 milhões (campeão) – Bahia
R$ 2,15 milhões (vice) – Sport
R$ 1,60 milhão (semifinalista) – Santa Cruz e Vitória
R$ 1,05 milhão (quartas de final) – Campinense, Itabaiana e Sergipe
R$ 780 mil (quartas de final) – River*
R$ 600 mil (fase de grupos) – Náutico, Uniclinic, Fortaleza, Juazeirense, CRB, ABC, CSA, América-RN e Botafogo
R$ 330 mil (fase de grupos) – Altos*, Moto Club* e Sampaio Corrêa* 

* Os clubes do Piauí e do Maranhão, integrados ao torneio em 2015, receberam uma cota menor na primeira fase

Conselho do Náutico antecipa eleição em julho, mas presidente só assume em 2018

Reunião do Conselho Deliberativo do Náutico. Foto: Conselho Deliberativo do Náutico/twitter (@CD_Nautico)

Bienal, a eleição para a presidência executiva do Náutico tradicionalmente ocorre no mês de dezembro. Em reunião extraordinária nos Aflitos, com apenas uma pauta na mesa, o conselho deliberativo do clube decidiu antecipar o pleito visando a gestão 2018/2019 para o dia 16 de julho.

Eis as justificativas do CD para a decisão:
“A continuidade do atual modelo de gestão, com descontrole de gastos, falta de planejamento e o sistemático desrespeito e descumprimento do estatuto e da legislação, poderá comprometer ainda mais o futuro do clube.”

Essa decisão é mais um capítulo na confusa política alvirrubra, com executivo e conselho em confrontos recorrentes. Um dia antes, o atual presidente, Ivan Brondi, havia deixado claro que só concordaria com a antecipação em caso de chapa de consenso. Alegou que um adiantamento, embora previsto no artigo 62 do estatuto, só poderia ocorrer em “casos excepcionais e devidamente justificados” e/ou “visando preservar os interesses do clube”.

“Não vislumbro, na citada antecipação, qualquer interesse do Náutico a ser preservado, nem qualquer caso excepcional e devidamente justificado a motivar a mudança do calendário eleitoral, sendo certo que a grande dificuldade do Náutico é de natureza financeira, que não foi criada pela atual gestão, como é sabido por todos os torcedores do clube”.

Já na visão do conselho, as duas possibilidades estatutárias cabem.

Por outro lado, o novo presidente não assume de forma imediata. Brondi mantém o seu mandato até o fim do ano. Entretanto, o futuro mandatário terá seis meses para iniciar o trabalho de transição através da “manutenção, renovação e prospecção de atletas e parceiros comerciais”.

A eleição terá na comissão eleitoral os seguintes nomes: Alexandre Carneiro, Ivan Rocha, Bruno Becker, Carlos Roma e Roberto Andrade.

Classificação da Série A 2017 – 2ª rodada

A classificação da 2ª rodada da Série A de 2017. Crédito: Superesportes

Pela segunda rodada seguida o leão aparece na zona de rebaixamento do Brasileirão. Na Ilha, o Sport empatou com o Cruzeiro, insuficiente para ganhar mais colocações devido ao saldo da estreia (-4). Subiu apenas um degrau, ficando em 18º. Na próxima rodada, outra vez em casa, o time pernambucano terá justamente o líder, o Grêmio, único que ainda não sofreu gols. O time gaúcho não terá o goleiro Grohe, expulso na vitória na Arena da Baixada.

O outro time ainda 100% é o Fluminense, que também venceu fora de casa. Bate outro Atlético, no caso o de Belo Horizonte, um dos favoritos. Por sinal, se na abertura os mandantes dominaram (7 vitórias e 3 empates), desta vez os times visitantes deram mais trabalho (4 vitórias, 1 empate e 5 derrotas)

Resultados da 2ª rodada
Santos 1 x 0 Coritiba
Atlético-GO 0 x 3 Flamengo
Chapecoense 1 x 0 Palmeiras
Vasco 2 x 1 Bahia
Atlético-PR 0 x 2 Grêmio
Vitória 0 x 1 Corinthians
Atlético-MG 1 x 2 Fluminense
Botafogo 2 x 0 Ponte Preta
Sport 1 x 1 Cruzeiro
São Paulo 2 x 0 Avaí

Balanço da 2ª rodada
5V dos mandantes (10 GP), 1E e 4V dos visitantes (10 GP)

Agenda da 3ª rodada
27/05 (16h00) – Vasco x Fluminense (São Januário)
27/05 (19h00) – São Paulo x Palmeiras (Morumbi)
27/05 (21h00) – Vitória x Coritiba (Fonte Nova)
28/05 (11h00) – Atlético-MG x Ponte Preta (Independência)
28/05 (16h00) – Santos x Cruzeiro (Vila Belmiro)
28/05 (16h00) – Atlético-GO x Corinthians (Serra Dourada)
28/05 (16h00) – Atlético-PR x Flamengo (Arena da Baixada)
28/05 (18h00) – Sport x Grêmio (Ilha do Retiro)
28/05 (19h00) – Botafogo x Bahia (Nilton Santos)
29/05 (20h00) – Chapecoense x Avaí (Arena Condá)

Histórico de Sport x Grêmio no Recife, pela elite:
8 vitórias leoninas, 6 empates e 3 vitórias gaúchas

O patrimônio dos clubes pernambucanos através dos balanços financeiros de 2016

Aflitos, Ilha do Retiro e Arruda. Crédito: Google Maps/reprodução

O patrimônio do Trio de Ferro consiste em 209 mil metros quadrados de área no Recife. Dado referente às sedes sociais, à parte dos centros de treinamento no subúrbio. Mensurar o valor dos terrenos e das (enormes) estruturas não é tão simples, devido aos números apresentados por Náutico, Santa e Sport em seus balanços. Considerando os demonstrativos financeiros de 2016, divulgados em abril, a soma patrimonial seria de R$ 331.233.365 – hoje, inferior ao passivo acumulado, de 343 milhões de reais. No mercado, seria uma pechincha. Para explicar, vamos às ressalvas. Tanto o alvirrubro quanto o tricolor congelaram (dentro da lei) os valores, ignorando a especulação imobiliária, sobretudo nos Aflitos. Idem com o Sport, que, por outro lado, calculou a depreciação dos bens construídos, com queda de 19,6% num ano, ou R$ 32,4 milhões a menos. Como consequência, o patrimônio leonino tornou-se menor que o alvirrubro (133 mi x 134 mi). 

Um ponto interessante sobre a depreciação é o caráter meramente contábil, não relacionado, necessariamente, ao valor real de mercado. Como exemplo, o Arruda. A comissão patrimonial do Santa encomendou uma avaliação independente do estádio, sem contar os terrenos do CT Waldomiro Silva, em Beberibe, e CT Ninho das Cobras, na Guabiraba (ambos sem estrutura). Nesta análise, o Mundão valeria R$ 274 milhões, num aumento de 330% em relação ao balanço oficial, com a cifra pregada há anos. Pela falta de atualização, o patrimônio coral ficou abaixo do Central. Localizado num bairro nobre de Caruaru, Maurício de Nassau, o estádio alvinegro é sondado por construtoras de forma recorrente. Valeria R$ 88 milhões.

A lista abaixo apresenta os clubes locais acima de R$ 1 milhão, considerando imóveis, como sede, estádio, ginásios, parque aquático, centros de treinamento, terrenos etc. Vale destacar que Náutico e Sport não consideram os CTs nos ajustes patrimoniais, ainda atrelados como bens paralelos. E olhe que alguns clubes informam até maquinário, equipamentos eletrônicos e veículos. O Sport, por exemplo, soma R$ 5 milhões neste quesito, desconsiderado aqui. Em tempo: nada está à venda.

Patrimônio social
1º) Náutico, R$ 134.489.197 (Aflitos e clube)
2º) Sport, R$ 133.005.168 (Ilha do Retiro e clube)
3º) Central, R$ 96.400.000 (Lacerdão e terreno)
4º) Santa Cruz, R$ 63.739.000 (Arruda e clube)
5º) Sete de Setembro, R$ 18.000.000 (Gigante do Agreste e terreno)
6º) América, R$ 1.700.319 (imóvel)*
7º) Porto, R$ 1.610.293 (CT e imóveis)
* Dados de 2015, os últimos presentes no site da FPF

Observações:
1) A lista milionária poderia ser maior caso Centro Limoeirense e Ypiranga detalhassem seus respectivos estádios, o José Vareda e Limeirão.

2) O casarão na Estrada do Arraial é alvo de disputa pelo América, que perdeu o imóvel em 2012 num leilão para abater uma dívida. O clube tenta anular o processo. De toda forma, em 2015, passou a ser classificado como Imóvel Especial de Preservação (IEP) e não pode mais ser demolido.

Área dos clubes no Recife
1º) Ilha do Retiro, 110 mil m²
2º) Arruda, 58 mil m²
3º) Aflitos, 41 mil m²

Área dos principais centros de treinamento
1º) Wilson Campos (Náutico), 49 hectares
2º) Ninho do Gavião (Porto), 20 hectares
3º) Ninho das Cobras (Santa), 10,5 hectares (em construção)

4º) José de Andrade Médicis (Sport), 8,4 hectares

Podcast – Análise da vitória do Santa, do empate do Sport e da derrota do Náutico

O segundo fim de semana pelo Campeonato Brasileiro de 2017 foi distinto em relação aos grandes clubes pernambucanos. No sábado, pela Série B, o tricolor alcançou a vice-liderança, enquanto o alvirrubro caiu para a vice-lanterna. No domingo, pela Série A, o rubro-negro deu sequência à má fase, agora com 1 vitória em 10 jogos, contabilizando as cinco competições simultâneas. O 45 minutos analisou as três partidas em gravações exclusivas, tanto na questão técnica quanto tática. Participei dos três debates. Ouça!

20/05 – Figueirense 3 x 0 Náutico (26 min)

20/05 – Santa Cruz 2 x 1 Guarani (34 min)

21/05 – Sport 1 x 1 Cruzeiro (31 min)

Classificação da Série B 2017 – 2ª rodada

A classificação da 2ª rodada da Série B de 2017. Crédito: Superesportes

Após duas rodadas na Série B, apenas dois times se mantêm 100%: Figueirense e Santa Cruz. Curiosamente, dois clubes que disputaram a elite na temporada passada, num lastro esperado para esta edição da segundona. Já o Inter, favorito absoluto ao título, cedeu o empate no Beira-Rio, somando quatro pontos. O outro rebaixado, o América, largou com dois empates.

Os pernambucanos entraram em campo no sábado, com resultados opostos. No Recife, o Santa venceu o Guarani, com um gol de Ricardo Bueno aos 38 minutos do segundo tempo. É o vice-líder (de 5º para 2º). Em Florianópolis, o Náutico foi goleado pelo Figueirense, sem qualquer poder de reação na partida. É o vice-lanterna (de 11º para 19º). Apesar da rodada finalizada, a classificação do Brasileiro aponta um jogo a mais, antecipado da 4ª rodada. No caso, Paraná 2 x 0 Goiás, já disputado devido ao compromisso do clube de Curitiba pelas oitavas da Copa do Brasil, contra o Atlético Mineiro.

Resultados da 2ª rodada
Brasil 1 x 1 Londrina
Ceará 0 x 0 Boa Esporte
Paraná 0 x 0 Paysandu
Vila Nova 0 x 0 Juventude
América-MG 1 x 1 Goiás
Oeste 1 x 0 Criciúma
Luverdense 1 x 1 CRB
Santa Cruz 2 x 1 Guarani
Figueirense 3 x 0 Náutico
Internacional 1 x 1 ABC (27.605 pessoas, o maior público)

Balanço da 2ª rodada
3V dos mandantes e 7E; 10 GP dos mandantes e 5 GP dos visitantes

Agenda da 3ª rodada
23/05 (19h15) – CRB x Santa Cruz (Rei Pelé)
23/05 (21h30) – Guarani x Figueirense (Brinco de Ouro)
26/05 (19h15) – Criciúma x América-MG (Heriberto Hülse)
26/05 (20h30) – Boa Esporte x Oeste (Dilzon Melo)
26/05 (21h30) – Goiás x Brasil (Serra Dourada)
27/05 (16h30) – Londrina x Luverdense (Café)
27/05 (16h30) – Paysandu x Internacional (Mangueirão)
27/05 (16h30) – Náutico x Ceará (Arena Pernambuco)
27/05 (16h30) – ABC x Vila Nova (Frasqueirão)
27/05 (19h00) – Juventude x Paraná (Alfredo Jaconi)