Um Brasil à procura do equilíbrio no Teatro dos Sonhos

Olimpíadas 2012: Brasil 3x1 Bielorrússia. Foto: Fifa/divulgação

Criticada ou não, a Seleção que disputou a Copa do Mundo de 2010 tinha um sistema tático bem definido, armado em contragolpes, com uma estrutura pesada na marcação.

Era, sim, bem distante da característica do futebol brasileiro, mas era uma formação organizada. Algo de praxe para um time competitivo, seja qual for o estilo.

Dois anos depois, na Olimpíada de Londres, o Brasil chegou com um time mais inspirado, porém, sem aquela transpiração toda da África do Sul.

O equilíbrio disso faz falta. Como fez no Mundial, sem peças de talento para mudar um jogo. Como faz agora. O início empolgante diante do Egito acabou suplantado pela apatia. Contra a Belarus (ou Bielorrússia), nova vitória, neste domingo, por 3 x 1.

Mais uma vez, aquém do que se espera do time de Mano Menezes. Os gols de Pato (cabeça), Neymar (falta) e Oscar, chegando a seis tentos em dois jogos, não escondem até aqui uma equipe que não trabalha bem sem a bola, deixando o adversário à vontade.

No ataque, excesso de individualismo em Old Trafford, o Teatro dos Sonhos do Manchester United. Comportamento que não condiz com o processo coletivo.

Quando Neymar, acima dos demais, enxerga os companheiros em campo, facilita tudo. Nos descontos, um lance que pode ser essencial a partir de agora. O craque partiu para cima. Mais dribles? Mais uma queda? Enfim, tocou para Oscar. Assistência… E gol.

O talento existe, contando ainda com Lucas, Damião e Ganso. Falta estruturar o time para que o ouro olímpico seja uma meta possível, e não um novo pesadelo.

A vaga nas quartas de final já está garantida, Brasil. Para ir além, equilíbrio do 1 ao 11.

Olimpíadas 2012: Brasil 3x1 Bielorrússia. Foto: Fifa/divulgação

Brilho e susto na estreia da Seleção de Neymar

Olimpíada 2012: Brasil 3x2 Egito. Foto: Fifa/divulgação

Depois de um futebol primoroso no primeiro tempo, com três belos gols, o Brasil diminuiu bastante o ritmo diante do Egito, na estreia da Seleção nos Jogos de Londres.

Rafael, Leandro Damião e Neymar marcaram os gols em Cardiff, em Gales, numa atuação empolgante até ali, nesta quinta-feira. Início da busca pelo inédito ouro (veja aqui).

Foram três gols, mas as oportunidades para ampliar o triunfo apareceram o tempo todo, com a bola de pé em pé. O domínio foi pleno diante do atordoado adversário.

Já se imaginava a quebra de recorde na goleada do país na Olimpíada, que é o placar de 5 x 0, em três oportunidades, em 1960 (China), 1996 (Portugal) e 2008 (Nova Zelândia).

Mas a possível marca não chegou nem perto de ser estabelecida, pois na etapa complementar a fraca atuação defensiva acabou servindo como alerta.

Aos 6 minutos, num corte mal feito da zaga brasileira, Aboutrika pegou o rebote após a finalização na trave de Moteab. Aos 30, Salah recebeu na área, entre dois brasileiros, e bateu no cantinho de Neto, em sua primeira partida com a camisa verde e amarela.

Nos dois lances, desatenção da defesa da Canarinha. Antes mesmo da estreia o setor já era a principal preocupação de Mano Menezes. Mesmo com a presença de Thiago Silva, o beque mais caro do planeta, o técnico vai ter algum trabalho na Inglaterra.

O sufoco no final da partida, com o time africando apertando, apagou um pouco o brilho dos primeiros 45 minutos. No entanto, a vitória por 3 x 2 deve ser comemorada, pois outros favoritos tropeçaram. A Espanha, quem diria, foi derrotada pelo Japão…

A tendência é a evolução da Seleção Brasileira. É preciso somar técnica e atenção.

Olimpíada 2012: Brasil 3x2 Egito. Foto: Fifa/divulgação

Mais uma chance para a obsessão olímpica do Brasil

Brasil nas Olimpíadas. Vice em 1984 e 1988 e bronze em 1996 e 2008

No mosaico, imagens da Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos, perto do ouro…

Em 1984 e 1988, ficou com a prata. Sucumbiu na decisão diante de França e União Soviética. Em 1996 e 2008, o bronze. Nas semifinais, derrotas para Nigéria e Argentina.

Em 2012, mais uma chance para a seleção nacional, a 12ª na história.

Oficialmente, o torneio olímpico de futebol foi implantado em 1908. Desde então, apenas em 1932 não houve a competição, que já contou com diversos regulamentos em relação à convocação, sob as rédeas da Fifa, numa tentativa de evitar a concorrência.

Essa disputa COI x Fifa acabou refletindo diretamente no desempenho do Brasil.

Ao contrário da Copa do Mundo, onde detém o recorde de participações, presente nos 19 Mundiais, na Olimpíada a Seleção só entrou em campo em metade das 22 edições.

Para completar, o país, pentacampeão mundial, passou um bom tempo sem dar muita bola à Olimpíada, com o desinteresse da antiga CBD, a precursora da CBF.

O time de 1952, em Helsinque, foi bem aquém da capacidade técnica da época. Não passou das quartas de final. Era o início do longo jejum, ainda vigente.

Depois veio a forte concorrência dos países socialistas. Quase desleal, na verdade. A turma da cortina de ferro se dava bem com a pelota devido ao caráter “amador” dado às suas seleções, numa brecha burocrática do regime comunista.

Não por acaso, o Brasil foi eliminado quatro vezes seguidas na primeira fase. A partir de 1984, o Comitê Olímpico Internacional passou a aceitar jogadores profissionais.

Naturalmente, os brasileiros melhoraram o rendimento. Ainda assim, havia a condição de que esses atletas não poderiam ter disputado uma Copa do Mundo.

A partir de 1992, essa norma caiu. Mudou para a configuração atual, com atletas profissionais de até 23 anos, com o reforço de três jogadores acima desta faixa etária.

Mesmo com craques como Romário, Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho, o Brasil conseguiu no máximo duas pratas e dois bronzes. Está abaixo dos 16 países campeões.

A Hungria segue com o recorde de três medalhas de ouro. Que Neymar, Oscar, Lucas e companhia coloquem o Brasil no rol de campeões olímpicos em 2012.

Retrospecto da Seleção nos Jogos Olímpicos
11 participações em 22 edições (50%)
48 jogos (nenhum título, 2 decisões e 5 semifinais)
28 vitórias (58,33%)
5 empates (10,42%)
15 derrotas  (31,25%)
95 gols marcados (média de 1,98)
57 gols sofridos (média de 1,18)

Retrospecto da Seleção na Copa do Mundo
19 participações em 19 edições (100%)
97 jogos (cinco títulos, 7 decisões e 10 semifinais)
67 vitórias (69,08%)
15 empates (15,46%)
15 derrotas (15,46%)
210 gols marcados (média de 2,16)
88 gols sofridos (média de 0,90)

Medalhas de ouro de 1984, 1988, 1996 e 2008

Exportando dancinhas para o videogame

Pro Evolution Soccer 2013 com Ganso e Neymar

Hit criado por Michel Teló, a música Ai, se eu te pego acabou sendo popularizada pelas dancinhas de Neymar em suas comemorações no futebol.

Pois a molecagem acabou sendo incorporada ao game Pro Evolution Soccer 2013.

Atuando pelo Santos na Vila Belmiro, que pela primeira vez terá uma versão exclusiva no jogo desenvolvido pela Konami, Ganso e Neymar estão no trailer abaixo.

No vídeo, as características de jogadores famosos, no chamado “Player ID”.

Pelo visto, a música do tchu, tchá, tchá tem chance de aparecer no PES 2014…

O mercado em euros da Seleção Brasileira Olímpica

Avaliação da Seleção Brasileira Olímpica. Crédito: Pluri

Os 18 jogadores brasileiros convocados por Mano Menezes para a Olimpíada de Londres estão avaliados em 323 milhões de euros. Ou R$ 818 milhões…

Na média, R$ 45,4 milhões por cada atleta, de acordo com o estudo da Pluri Consultoria.

A tabela acima considera os 22 jogadores chamados para a Seleção, incluindo os quatro nomes da lista de espera, cajo ocorra algum imprevisto de última hora.

Sem surpresa, a maior cotação foi para o craque Neymar, do Santos. Nada menos que R$ 139  milhões, valor próximo ao já oferecido pelos gigantes Real Madrid e Barcelona.

Do montante estipulado pela empresa, 56% do valor corresponde aos jogadores em atividade no exterior e 44% para atletas ainda em solo brasileiro.

No quadro abaixo, a divisão do mercado por setor. Quem não queria ser atacante?

Será interessante reavaliar esse quadro após o torneio de futebol dos Jogos de Londres, onde o país tentará pela enésima vez a inédita medalha de ouro.

Quem são os cinco jogadores com maior potencial de mercado desta Seleção? Comente.

Divisão dos valores por setor. Crédito: Pluri Consultoria

O pior Brasil da história, segundo a Fifa

Amistoso 2012: Brasil 3 x 4 Argentina. Foto: Fifa/divulgação

Uma colocação emblemática para o futebol brasileiro. E isso não é bom.

Estatisticamente, a Seleção vive o seu pior momento em duas décadas.

Criado em 1993, o ranking da Fifa é produzido através de um complexo sistema de pontuação que contabiliza todas os jogos das 208 nações filiadas.

A atualização é mensal.

Pois o mês de julho de 2012 não será esquecido tão cedo pela Canarinha…

Pela primeira vez na história o Brasil saiu do top ten.

Até hoje, a pior marca era um 8º lugar, em agosto de 1993. Curiosamente, aquela foi exatamente a primeira lista da história da Fifa.

Com as derrotas em amistosos diante de México e Argentina, além dos resultados da Eurocopa, com concorrentes diretos em campo, o Brasil caiu do 6º para o 11º lugar.

Ou seja, a geração de Neymar e Ganso tem mais dois anos para reverter esse quadro.

A Seleção Brasileira não lidera o ranking desde maio de 2010 (veja aqui).

Abaixo, o desempenho dos três primeiros colocados do ranking nos últimos dozes meses, junto às colocações brasileiras.

Ranking da Fifa nos últimos 12 meses

Pelé vs Maradona vs Messi vs Neymar

Comparativo entre Pel[e, Maradona, Messi e Neymar. Crédito: Pluri Consultoria/divulgação

Quatro craques do futebol.

Pelé, Maradona, Messi e Neymar. Os dois primeiros em época bem distintas.

Como compará-los? Certamente, não é uma tarefa fácil…

Um caminho seria escolher um período da carreira. No caso, os 20 anos de idade.

Em seguida, pode-se avaliar o desempenho estatístico de cada um e o respectivo mercado na época, realizando uma complicada correção monetária.

Tal mercado imaginário teria o Rei Pelé como atleta mais valorizado do futebol.

Com 20 anos, o jogador então no Santos e já campeão mundial com a Seleção Brasileira valeria 93 milhões de euros, ou R$ 236 milhões.

A empresa Pluri Consultoria realizou uma pesquisa com a valorização ano a ano dos dois craques brasileiros e dos dois craques argentinos dos 16 aos 20 anos (veja aqui).

Foi utilizado o software chamado SoccerMetric, com mais de 50 critérios de avaliação, como idade, habilidade, histórico de lesões, jogo de equipe, marketing etc.

Abaixo, a carreira do quarteto aos 20 anos de idade.

Tecnicamente, a discussão pode ser eterna. No mercado, talvez não. Como curiosidade, o valor de mercado de Pelé no auge de sua carreira.

Numa hipotética situação em que a economia atual fosse aplicada em 1967, os direitos econômicos do Rei, aos 27 anos, seriam de 175 milhões de euros. Ou R$ 451 milhões…

Comparativo entre Pel[e, Maradona, Messi e Neymar. Crédito: Pluri Consultoria/divulgação

O melhor do mundo e o aprendizado da Seleção

Amistoso 2012: Brasil 3 x 4 Argentina. Foto: AFP PHOTO/Mehdi Taamallah

Lionel Messi vivia sob desconfiança da torcida argentina há um bom tempo. Os hermanos alegavam que o seu desempenho na seleção era bem aquém daquele no Barcelona, onde suas arrancadas quase sempre resultavam em gols. E olhe que foram 78 tentos na recém-encerrada temporada europeia, um recorde histórico. Ganhando confiança com a camisa albiceleste a cada partida, Messi vai quebrando estigmas.

Neste sábado, em amistoso nos EUA, diante da Seleção, o craque teve uma atuação de gala. Marcou três belos gols e deu a vitória por 4 x 3 de seu país sobre o time Sub-23 do Brasil, em sua reta final de preparação para Olimpíada. O último argentino a balançar três vezes as redes da Seleção Brasileira havia sido Sanfilippo, no distante ano de 1959.

Se por um lado a imprensa argentina publicou nos principais sites manchetes de pura empolgação como “Messi Superstar”, no topo jornal Olé, no Brasil ficou uma preocupação nítida com o sistema defensivo da equipe. A ausência do capitão Thiago Silva, ainda com dores no joelho, foi sentida pelo grupo. A zaga formada por Bruno Uvini e Juan falhou no posicionamento, marcando à distância, e esteve um pouco lenta. Algo venal para conter as investidas de Messi, bem municiado por Di María.

Já em relação ao ataque, apesar dos gols perdidos por Hulk, a garotada brasileira merece elogios, pois endureceu a partida contra o time principal do rival. E foi um jogo eletrizante. A Seleção até abriu o placar com Rômulo, revelado pelo Porto de Caruaru, mas Messi, aos 30 e aos 33, lançado em velocidade, virou o placar no primeiro tempo.

Oscar, após tabela com Damião, empatou aos 10 da etapa final. O camisa 10, substituto de Ganso, era um dos destaques. No embalo, Hulk, após várias chances, enfim marcou, aos 26. A grande reação brasileira foi brecada pela terceira virada no placar. Primeiro com Fernández, de cabeça, e depois em um chutaço de Messi aos 39.

O clássico das Américas encerrou a série de quatro amistosos do time Sub-23, com duas vitórias e duas derrotas. Ao técnico Mano Menezes, após mais um revés diante de uma seleção tradicional, mais pressão no cargo. A sua lista final com 18 nomes para os Jogos de Londres será divulgada em 6 de julho. Do meio-campo para trás, será preciso uma análise mais apurada. Afinal, esse foi o papel principal durante o amistoso…

Amistoso 2012: Brasil 3 x 4 Argentina. Foto: AFP PHOTO/Mehdi Taamallah

Placar eletrônico e superplacar eletrônico

Amistoso 2012, Estados Unidos 1 x 4 Brasil. Foto: Joaquim Costa/divulgação

Com muita pompa, o novo placar eletrônico da Ilha do Retiro, em alta definição, foi inaugurado na abertura da Série A.

De fato, é o mais moderno do Nordeste. No entanto, assim como outros modelos espalhados nos principais campos do país, o placar já está um pouquinho defesado em uma comparação com os equipamentos das novas arenas multiuso no exterior.

Em relação aos grandes estádios norte-americanos, então, a distância é muito maior.

Acima, o telão do FedEx Field, em Washington, onde a Seleção Brasileira comandada pelo craque Neymar goleou os Estados Unidos por 4 x 1, diante de 67 mil pessoas.

A imagem foi registrada no momento do hino nacional brasileiro…

Para não haver dúvida alguma, vale informar que as imagens ao lado da “bandeira” faziam parte do pacote publicitário estático.

Além das imagens do jogo, o placar mostra vídeos de partidas antigas e até entrevistas ao vivo. Só um pouquinho diferente da Ilha…

Caso tenha ficado impressionado com o tamanho do placar da cancha do Redskins, cuidado. Já existem equipamentos bem maiores.

Curiosamente, o maior modelo está no Cowboys Stadium, no Texas, palco do próximo amistoso do Brasil. Custou US$ 40 milhões, com dimensões 55m x 25m. Veja aqui.

Placar eletrônico da Ilha do retiro em 2012. Foto: Sport/divulgação

O primeiro batismo na Seleção Brasileira

Batismo dos novos na Seleção Brasileira em 2012. Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Virou tradição na Seleção Brasileira.

Na primeira convocação para a Canarinha é preciso passar pelo “batismo” junto aos jogadores mais experientes com a camisa verde a amarela.

Na concentração, em qualquer lugar do planeta, com todo o elenco reunido, o atleta passa por uma sabatina de perguntas e ainda é preciso cumprir alguma determinação, sempre com alguma tiração de onda, claro.

A mania foi potencializada pela quantidade de novatos chamados pelo técnico Mano Menezes. Desde que assumiu a Seleção Brasileira, há dois anos, o treinador já convocou mais de 80 jogadores!

Nesta última leva, cinco novos nomes: Bruno Uvini, Casemiro, Juan, Rômulo e Wellington Nem. Essa turma, claro, não foi perdoada. Confira o vídeo aqui.

As brincadeiras vêm sendo comandadas pelo atacante Neymar, que já recebeu a alcunha de “presidente”, outrora pertencente a Ronaldo Fenômeno.

Vale lembrar que esse é apenas o primeiro batismo na Seleção.

O segundo, muito mais importante, acontece no gramado… Definitivo.

Batismo dos novos na Seleção Brasileira em 2012. Foto: Rafael Ribeiro/CBF