A reportagem especial (In)justiça -publicada pelo Diario em setembro de 2016 e que revelou o drama de pernambucanos presos sem culpa – foi tema de debate nesta terça-feira na Escola da Magistratura Federal. Autor da matéria, o repórter Wagner Oliveira, que também é editor deste blog, foi convidado para falar sobre a reportagem no Curso de Formação Inicial de Novos Juízes Federais da 5ª Região.
O tema do encontro foi erros judiciários. Também estiveram presentes uma das vítimas entrevistadas na reportagem e o advogado Afonso Bragança, que tem vasta experiência na defesa de casos onde inocentes foram presos injustamente. Os novos juízes ouviram o relato da comerciante Lúcia Silvania Bezerra, 38 anos, que ficou presa um ano, um mês e 17 dias acusada de um crime do qual não participou.
Com o objetivo de combater os assaltos e explosões em agências bancárias e caixas eletrônicos na Região Metropolitana do Recife, o Batalhão de Polícia de Radiopatrulha recebeu, ontem, um reforço de 15 viaturas e novos armamentos letais e não letais. A estrutura possibilitará o retorno das atividades das Rondas Ostensivas Coronel Roberto Pessoa (Rocrop). A ação do grupo se iniciou após a cerimônia de entrega das chaves, que aconteceu no Batalhão, localizado no bairro da Boa Vista, na região central do Recife.
Os veículos são locados e, de acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS), custam R$ 40 mil por mês. A Rocrop vai contar com a atuação de 80 policiais em 10 Áreas Integradas de Segurança, além do auxílio de 20 unidades móveis, que vão atender aos chamados do Ciods para o enfrentamento de quadrilhas de roubos a bancos, além de sequestros. “Aqui na capital vamos contar com uma tropa de elite de pronto-emprego. Então devolvemos ao efetivo o número de policiais necessário com viatura e armamento adequado para esse tipo de trabalho”, explica o secretário de Defesa Social, Angelo Gioia.
A Radiopatrulha tinha o lançamento de viaturas reduzido e a Rocrop já estava desativada havia seis anos. Com a volta das Rondas Ostensivas, a Polícia Militar passa a ter dois carros por Área Integrada de Segurança equipadas com novos armamentos e com quatro policiais cada, representando maior capacidade de resposta às ocorrências. Para enfrentar o crime organizado, os agentes realizaram o Curso de Patrulhamento Tático Urbano de Alto Risco, da Força Nacional, e contam com armas letais, como carabinas 556, metralhadoras e fuzis, além de um kit tático operacional, contendo granadas, escudo balístico e capacete.
“Teremos maior capacidade de resposta, contando com mais viaturas por área, podendo agir desde um assalto a banco até homicídios. Vamos poder atuar, inclusive, com intervenções em presídios. Estamos com uma capacidade de armamento melhor e mais qualificados”, explica o comandante da Radiopatrulha, tenente-coronel Walter Benjamin.
Somente em 2016, a SDS registrou 101 ações com uso de explosivos em arrombamentos a caixas e cofres, sendo 68 consumados, de acordo com a Polícia Civil. Já para o Sindicato dos Bancários, o número desse tipo de ocorrência foi de 346 somente no ano passado. Ao todo 56 municípios pernambucanos foram afetados e apesar de o interior também ser alvo das quadrilhas, a Rocrop só vai atuar na capital.
“O que se enfrenta com essa tropa são ações de grande impacto, com emprego de armamento pesado, como explosões. No interior, além da ampliação do Grupo de Apoio Tático Itinerante (Gati), teremos um Batalhão Especial de Polícia, que retoma com uma tropa bem selecionada e estruturada, e teremos uma unidade instalada em Serra Talhada com emprego mais efetivo”, disse Gioia.
A previsão é de que em até 60 dias essa unidade do batalhão seja reestruturada e já esteja atuando.
Números
80 policiais vão atuar em 10 Áreas Integradas
20 unidades móveis darão auxílio ao trabalho
R$ 40 mil será o custo mensal do aluguel das novas viaturas
101 ações com uso de explosivos para arrombamentos a caixas e cofres