Moradores de Setúbal unidos para combater insegurança na localidade

Moradores da localidade de Setúbal, na Zona Sul do Recife, estão apostando na comunicação direta com a Polícia Militar para tentar reduzir a insegurança na área. Um grupo no aplicativo WhatsApp foi criado no início deste ano para que as informações sobre crimes ou atitudes suspeitas fossem compartilhadas em tempo real. A ferramenta tem agradado a quem vive no local e é vista com bons olhos pelos responsáveis por patrulhar a área.

Celso Calheiros fez mudanças em seu prédio para entrar no projeto. Foto: Marlon Diego/Esp. DP
Celso Calheiros fez mudanças em seu prédio para entrar no projeto. Fotos: Marlon Diego/Esp. DP

Vinte condomínios já estão inseridos no projeto. Alguns deles identificados com adesivos que informam “Área vigiada pela comunidade.” Após a troca de informações, residentes de Setúbal dizem que houve mudanças na rotina da comunidade. Uma reunião foi realizada ontem à noite entre comerciantes, moradores da área e o secretário de Segurança Urbana do Recife, Murilo Cavalcanti, com a finalidade de discutir outras medidas de segurança.

A advogada Paula Rubia Torres é uma das administradoras do grupo Setúbal Seguro. Ela conta que o meio de comunicação já possibilitou a captura de algumas imagens de situações de crimes que foram encaminhadas para a Polícia Militar. “O Setúbal Seguro nasceu a partir do Coletivo Setúbal (grupo que reúne moradores para realizar ações e debater temas) e tem dado bons resultados. Todos os prédios que estão no nosso grupo têm um celular com WhatsApp na portaria, através do qual os porteiros podem compartilhar o que estão vendo nas ruas dos edifícios em que trabalham. Depois disso, os administradores do grupo ressapam as informações para a polícia”, explicou Paula.

Rosana Melo diz que o projeto tem ajudado a mudar rotina da localidade
Rosana Melo diz que o projeto tem ajudado a mudar rotina da localidade

Moradora da Rua Izabel Magalhães, a corretora de imóveis Rosana Melo diz que o grupo tem ajudado muito na comunicação entre os residentes da localidade. “A violência está em todo lugar, e em Setúbal não é diferente. No entanto, com a criação desse grupo, nós passamos a vigiar a nossa região. O objetivo é tornar a moradia em Setúbal uma coisa gostosa. Queremos que o local seja atrativo e desejado também pela questão de segurança”, ponderou Rosana. Síndico do Edifício Montserrat, o jornalista Celso Calheiros promoveu mudanças no prédio para participar do projeto. “Estamos com um telefone com WhatsApp e vamos trocar as câmeras de monitoramento do prédio por equipamentos que possam captar boas imagens no período noturno”, contou.

O subcomandante do 19º Batalhão da Polícia Militar, major Paulo Matos, responsável pelo policiamento na Zona Sul do Recife, ressalta que a troca de informações com os moradores tem sido proveitosa. “Já existem alguns grupos como o Setúbal Seguro desde o início do ano passado. Após uma reunião com moradores da localidade, sugerimos a criação desse canal para que as informações chegassem de maneira mais rápida. Um dos grupos, por exemplo, foi dividido pelos próprios administradores em cinco quadrantes. Dessa forma, as informações são filtradas por eles e depois repassadas para nós. Isso nos ajuda bastante na identificação de suspeitos da prática de roubos em Setúbal”, destacou major Paulo.

Ainda segundo o oficial, o crime mais comum na localidade é o de assalto. “Em todo o ano de 2016, apenas um homicídio foi registrado em Setúbal e aconteceu durante uma reação a um assalto. Os roubos mais comuns naquela área são os de celulares, o que chamamos de catação”, explicou major Paulo. O 19º BPM também aplicou o projeto do comunicação via WhatsApp em Brasília Teimosa, na Rua Dhália, em Boa Viagem, e na rede hoteleira da Zona Sul.

Metrô implantará Vagão Rosa e aplicativo para denúncias

Um vagão exclusivo para as mulheres, um aplicativo de celular no qual os passageiros poderão fazer denúncias e o reforço de 120 policiais militares da reserva são as principais apostas do metrô do Recife para tentar reduzir a violência nesse tipo de modal. As medidas, propostas pelo consultor de segurança do metrô, coronel Luiz Meira, foram apresentadas ao superintendente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) do Recife, Leonardo Villar. Os testes para a implantação do Vagão Rosa, como será chamado o espaço, devem ser iniciados na próxima semana em alguns trens da Linha Centro. Segundo coronel Meira, 38% dos 400 mil usuários/dia do metrô são do sexo feminino. O Vagão Rosa já existe em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte.

Abordagnes criminosas acontecem nas estações e dentro dos vagões
Muitas abordagnes criminosas acontecem nas estações e dentro dos vagões. Foto: Peu Ricardo/Esp/DP

“Muitas passageiras já fizeram reclamações de que nos horários de pico, quando os vagões estão lotados, elas sofrem assédio por parte de alguns homens. Há relatos de mulheres que foram apalpadas. Recentemente houve também uma usuária assassinada durante um assalto dentro de um vagão”, relembra Meira. A morte à qual o consultor se refere aconteceu no dia 1º de dezembro de 2016, nas imediações da Estação Imbiribeira, na Linha Sul. Em abril do ano passado uma mulher foi agredida num assalto entre as estações Joana Bezerra e Recife.

O coronel Luiz Meira destacou ainda que o Vagão Rosa poderá ser usado por mulheres de todas as idades, mas que elas não serão obrigadas a entrar apenas nesses vagões. “A partir dos testes que iremos fazer, vamos saber se o serviço será bem aceito pelos usuários e onde poderemos melhorar. Os vagões destinados às mulheres serão todos adesivados”, alertou o superintendente da CBTU, Leonardo Villar.

Em relação ao aplicativo de celular que será disponibilizado para passageiros e vigilantes do metrô, Villar explica que em breve a empresa responsável fará a adaptação do app para que ele possa ser implantado no metrô. “O usuário vai poder mandar fotos, vídeos e áudios de pessoas em atitude suspeitas ou de criminosos diretamente para a nossa central. Com isso, os vigilantes ou até mesmo a Polícia Militar, serão acionados rapidamente para resolver a situação”, detalhou.

Segundo o coronel Luiz Meira, a CBTU vai solicitar ao governo do estado que a Guarda Patrimonial passe a ajudar na segurança das estações e trens do metrô do Recife. Atualmente, a segurança é feita por uma empresa de vigilância terceirizada. “Será socilitado ao governador a presença de 120 policiais militares que estão na reserva, mas que continuam trabalhando, para atuarem no policiamento do metrô”, adiantou o coronel.

CNJ disponibiliza aplicativo de consulta a mandados de prisão

Em uma semana de funcionamento, cerca de 50 mil pessoas baixaram o módulo do aplicativo lançado pelo Ministério da Justiça que permite a qualquer cidadão verificar pelo smartphone se uma determinada pessoa está sendo procurada pela Justiça e pela polícia. O aplicativo utiliza-se da base de dados do Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), mantido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Mais de 50 mil pessoas baixaram aplicativo de consulta a mandados de prisão

A ferramenta para celulares foi desenvolvida pelo Ministério da Justiça e lançada na última semana, em Brasília/DF. Com o aplicativo, é possível saber se há mandados de prisão expedidos e aguardando cumprimento a partir de apenas uma informação sobre o suspeito. Entre as informações que podem ser utilizadas na busca estão o nome do suspeito, nome da mãe, data de nascimento, número da carteira de identidade, CPF, título de eleitor, passaporte, certidão de nascimento ou casamento, carteira profissional, PIS PASEP, entre outros.

“O aplicativo é importante para dar maior visibilidade ao Banco Nacional de Mandados de Prisão, do CNJ, que já está disponível no site, mas que, agora, terá acesso facilitado”, afirma o secretário-geral adjunto do CNJ, Marivaldo Dantas. O BNMP registra atualmente mais de 360 mil mandados de prisão no país aguardando cumprimento.

Segundo o gerente de projetos da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça, Rogério Bernardes Carneiro, a intenção é que o aplicativo seja utilizado não apenas pelos agentes da polícia em consultas fora das delegacias, mas também por empresas, recrutadores e em diversas outras situações, como numa negociação envolvendo um desconhecido, por exemplo.

Por enquanto, o aplicativo está disponível apenas para usuários do sistema Android, mas, segundo o Ministério da Justiça, deverá ser habilitado para celulares da marca Apple nos próximos dias. Para utilizar a ferramenta é preciso baixar gratuitamente o aplicativo Sinesp Cidadão, do Ministério da Justiça, que já possui também um módulo para a consulta de placas de veículos. Desde a criação do Sinesp Cidadão, em dezembro de 2013, cerca de 1,2 milhão de aplicativos já foram baixados.

Banco – Criado por meio da Resolução CNJ n. 137, o BNMP foi instituído para dar agilidade à troca de informações sobre pessoas procuradas pela Justiça e pode ser acessado dia e noite. Para acrescentar novo mandado ou retirar do ar aquele que tenha sido revogado, o prazo máximo é de 24 horas. Esse também é o prazo para que um juiz tome conhecimento de que a pessoa citada em seu mandado foi encontrada.

Estão incluídos no BNMP apenas os mandados de prisão de natureza criminal. Mandados de prisão civil, ou seja, aqueles decorrentes do não pagamento de pensão alimentícia, por exemplo, não estão incluídos no banco de dados.

O BNMP também não mantém informações de antecedentes criminais, o que significa que se a pessoa foi presa e já cumpriu pena, o nome não aparecerá no banco de dados e, consequentemente, na consulta feita pelo aplicativo. Além do acesso feito por meio do aplicativo, é possível consultar o banco de dados através do endereço http://www.cnj.jus.br/bnmp/. O acesso é público.

Do porta do CNJ