Parentes reclamam da demora na liberação de corpos no IML

O alto índice de violência em Pernambuco tem causado ainda outra dor em parentes e amigos de pessoas assassinadas ou mortas em acidentes. A espera pela liberação dos corpos por parte do Instituto de Medicina Legal (IML) deixa as famílias revoltadas. Na tarde desta segunda-feira, o blog registrou uma grande quantidade de pessoas à espera de notícias sobre a liberação dos corpos para sepultamento. “Estou esperando desde a noite do domingo e até agora não deram nenhuma previsão para a liberação. Isso é um absurdo”, declarou uma dona de casa que esperava o corpo do irmão.

Dezenas de pessoas estavam na portaria do IML na tarde desta segunda-feira. Foto: Wagner Oliveira/DP
Dezenas de pessoas estavam na portaria do IML na tarde desta segunda-feira. Foto: Wagner Oliveira/DP

Fontes do blog informaram que no início da manhã desta segunda-feira, 31 corpos estavam aguardando perícias para serem liberados. “Todas as segundas-feiras fica uma multidão aqui na frente. As pessoas sofrem duas vezes quando ficam esperando os corpos para enterrar”, disse um comerciante que trabalha perto do IML. Procurada, a Secretaria de Defesa Social (SDS) enviou nota afirmando que a direção do IML informou que não havia atraso na liberação de corpos.

A nota dizia ainda que por volta das 17h30 havia “apenas” quatro corpos sendo periciados para serem liberados ainda nesta segunda-feira. No entanto, o blog ouviu um funcionário do IML informar a algumas pessoas que os corpos dos seus familiares só seriam liberados nesta terça-feira.

Famílias sofrem para liberar corpos dos parentes no IML

Desde cedo, parentes de pessoas que foram vtimas de mortes violentas no Grande Recife sofrem na recepção do Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, para liberar os corpos para sepultamento. Algumas pessoas chegaram ao órgão às 7h e apenas depois das 11h conseguiram a documentação para providenciar o enterro.

Familiares das vítimas sofrem à espera dos corpos. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A/Press

Um mototaxista que preferiu não ter o nome publicado estava com mais três familiares para tentar liberar o corpo do sobrinho que foi assassinado na noite desse domingo. “Estamos aqui desde 7h30 e até agora está faltando a médica assinar o atestado. Isso é um absurdo. Todo mundo aqui já está sofrendo muito e chega no IML ainda tem que passar por uma situação dessas”, reclamou.

Segundo funcionários das funerárias das proximidades do IML, quase todas as segundas-feiras está havendo a demora na liberação dos corpos. “Isso tem sido uma coisa frequente. E agora os agentes funerários estão proibidos de entrar no IML. As famílias têm que resolver tudo sozinhas. Colocaram um policial na portaria do instituto apenas para barrar nossa entrada”, revelou um agente funerário.