Com a grana curta do INSS, muito aposentado volta ao mercado profissional para melhorar a renda da família. Foi-se o tempo que aposentadoria significava “pernas para o ar”. Essas pessoas, contudo, estão totalmente desprotegidas se ocorrer, por exemplo, um acidente ou adoecimento.  Pelas regras atuais, aposentado que volta a trabalhar só tem direito à reabilitação profissional e ao salário-família. O projeto de lei n.º 72/2011 do senador Rodrigo Rollemberg (PSB/DF) pretende aumentar o rol de  benefícios garantidos para o aposentado trabalhador, com a inclusão do auxílio-doença e do auxílio-acidente.

A discussão da mudança da lei tem como objetivo garantir direitos mínimos, pois não é incomum que um trabalhador possa se acidentar ou adoecer na execução do seu serviço. É uma tentativa de voltar no tempo, já que na redação original da Lei n.º 8.213/91 previa a concessão dos benefícios do extinto pecúlio e do auxílio-acidente. Esse foi extinto em 1997 por mais uma lei previdenciária que restringiu os direitos dos aposentados.

O projeto tenta acabar com a discriminação que a lei estabelece entre um trabalhador comum e um trabalhador aposentado, tendo em vista que ambos contribuem para a Previdência Social, mas somente a primeira classe estaria acobertada contra os infortúnios do adoecimento e do acidente em serviço.

Atualmente, o segurado aposentado que retorna ao trabalho só tem o Poder Judiciário para tentar preservar o direito à igualdade previsto na Constituição Federal e o reconhecimento do valor de seu trabalho. Mesmo assim, não é raro encontrar decisões do Judiciário reiterando que os aposentados só devem gozar do salário-família e da reabilitação profissional.

Por enquanto, o projeto encontra-se em análise na Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal. Até a próxima.

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