Finais do centésimo Pernambucano nos dias 16 e 23 de abril, quarta e quarta

Medalhas de campeão e vice do Campeonato Pernambucano de 2014. Crédito: FPF/divulgação

O calendário do futebol pernambucano vem tendo um ano difícil em 2014.

Pela concorrência da Copa do Nordeste, torneio de maior importância, e pelo número reduzido de datas, devido à Copa do Mundo no país.

Por isso e com um representante local, o Sport, chegando à decisão regional e já garantido no mata-mata local, a agenda do clube terá nada menos que 8 partidas em 19 dias, como mostra a reportagem no Superesportes (veja aqui).

Procurado pela reportagem, o presidente da FPF, Evandro Carvalho, afirmou que não poderia esticar o Estadual – cuja data oficial da final é 13 de abril – por causa de uma determinação da CBF, por mais que não exista documento algum (público) com tal norma. Uma data a mais desafogaria a situação.

Como as Séries A e B do Campeonato Brasileiro começam no fim de semana seguinte, por que não usar a quarta-feira entre o estadual e o nacional? Adiar o jogo do Leão da Copa do Brasil seria a solução, pois o torneio tem mais datas, mas o mandatário da federação se mostrava irredutível.

Nos bastidores, porém, o dirigente parece ter compreendido a situação e a decisão do centésimo Campeonato Pernambucano terá uma nova data.

O blog recebeu a informação de que a direção de futebol da entidade já realizou um encontro com os clubes para ajustar a tabela.

Atualização do post, após reunião da CBF, FPF, FCF e emissoras no Rio.

02/04 (quarta) – Sport x Ceará (final do Nordestão, ida)
06/04 (domingo) – Semifinal do Estadual (ida)
09/04 (quarta) – Ceará x Sport (final do Nordestão, volta)
09/04 (quarta) – Lagarto x Santa Cruz (Copa do Brasil, 1ª fase, ida)
09/04 (quarta) – Náutico x Sergipe (Copa do Brasil, 1ª fase, volta)
13/04 (domingo) – Semifinal do Estadual (volta)
16/04 (quarta) – Final do Pernambucano (ida)
19/04 (sábado) – Santa Cruz x ABC (Série B, 1ª rodada)
19/04 (sábado) – Bragantino x Náutico (Série B, 1ª rodada)
20/04 (domingo) – Santos x Sport (Série A, 1ª rodada)
23/04 (quarta) – Final do Pernambucano (volta)

Brasília x Sport, marcado para o dia 17 de abril, passou para o dia 30.

Em vez dos dias 11 (sexta) e 13 (domingo), como se projetava, com a partida de ida fora da grade de transmissão da Globo Nordeste, o título será disputado nos dias 16 e 23, em duas quartas-feiras, às 22h, nos horários da televisão.

As datas vão invadir o Brasileiro, mas ao menos os clubes terão datas livres entre os jogos. Já a emissora que detém os direitos poderá exibir as finais do Nordestão e do Pernambucano, em sua grade tradicional.

O alto grau de dependência do Todos com a Nota, com ou sem público

Pernambucano 2014, 8ª rodada: Náutico 3x5 Santa Cruz, Central 1x0 Salgueiro e Sport 1x0 Porto. Fotos: Rafael Brasileiro/DP/D.A Press (Arena), Júnior Porto/divulgação (Lacerdão) e Regis Trumpete/Youtube (Ilha)

Faltam apenas 14 jogos para o fim do centésimo Campeonato Pernambucano. Agora, somente a fase principal, com o hexagonal do título, segue em disputa. O outro hexagonal, o do rebaixamento, foi encerrado. Nas 30 partidas desta etapa, com estádios quase vazios, a troca do Todos com a Nota foi um sucesso. Na verdade, foi “perfeita”, pois todos os 120 mil bilhetes (sendo 4 mil por partida) foram trocados e contabilizados no borderô. Mesmo sem presença efetiva.

Não por acaso, o TCN representa 84% do público geral Estadual de 2014, segundo os dados do borderô, publicados no site da FPF. Se o levantamento considerar apenas o hexagonal principal, esse índice cai para 65%, mostrando um pouco mais independência.

A média atual é a menor das últimas sete edições. Porém, deve melhorar com o mata-mata. Abaixo, confira os dados atualizados da competição, separados pela fase principal e com o torneio completo.

1º) Santa Cruz (4 jogos como mandante)
Total: 63.308
Média: 15.827
Taxa de ocupação: 26,35%
Contra intermediários (3) – T: 34.596 / M: 11.532

2º) Sport (4 jogos como mandante)
Total: 54.083
Média: 13.520
Taxa de ocupação: 40,99%
Contra intermediários (3) – T: 36.030 / M: 12.010

3º) Náutico (5 jogo como mandante)
Total: 41.203
Média: 8.240
Taxa de ocupação: 17,83%
Contra intermediários (3) – T: 16.736 / M: 5.578

4º) Salgueiro (12 jogos como mandante)
Total: 94.695
Média: 7.891
Taxa de ocupação: 79,58%

5º) Central (12 jogos como mandante)
Total: 89.928
Média: 7.494
Taxa de ocupação: 38,47%

6º) Porto (11 jogos como mandante)
Total: 62.722
Média: 5.702
Taxa de ocupação: 29,27%

Capacidade oficial dos estádios: Arruda (60.044), Arena Pernambuco (46.214), Ilha do Retiro (32.983), Lacerdão (19.478) e Cornélio de Barros (9.916).

Geral – 126 jogos (1ª fase, hexagonal do título e hexagonal da permanência)
Público total: 682.188
Média: 5.414 pessoas
TCN: 578.918 (84,86% da torcida)
Média: 4.594 bilhetes
Arrecadação total: R$ 5.628.929
Média: R$ 44.674

Fase principal – 24 jogos (hexagonal do título e mata-mata)
Público total: 247.042
Média: 10.293 pessoas
TCN: 160.692 (65,04% da torcida)
Média: 6.695 bilhetes
Arrecadação total: R$ 3.099.562
Média: R$ 129.148

Confira todas as médias desde 1990 clicando aqui.

Veja também as médias de Náutico, Santa e Sport desde 2005 aqui.

O fenômeno Izaldo após o incrível gol contra

Repercussão gol contra de Izaldo na imprensa internacional

O increditável gol contra de Izaldo, no Clássico das Emoções, correu o mundo.

O lance, com a “insistência” do lateral do Náutico, acertando a trave num chute e depois pegando o rebote e mandando de cabeça para as próprias redes, rendeu matérias em sites esportivos no exterior. Alemanha, Inglaterra, Suíça…

Reproduções: 11 Freunde, Mirror, The Telegraph, 101 Great Goals e 20 Minuten.

“Ele teve uma segunda chance”, “Assista a um dos gols mais engraçados da história”, “Gol comédia”…

Em 24 horas foram nada menos que 150 mil visualizações no youtube.

Assista ao lance e comente. Foi o pior gol contra da história do futebol?

Gestos nada amistosos

Kieza (Náutico, 2013), Léo Gamalho (Santa Cruz, 2014) e Neto Baiano (Sport, 2014). Fotos: Bernardo Dantas (Kieza), Paulo Paiva (Neto), ambos do DP/D.A Press, e Jamil Gomes/Assessoria/Santa (Léo)

O punho cruzado, os dedos médios apontados e o “T”…

Esses são os gestos característicos que simbolizam as maiores torcidas uniformizadas de Sport, Náutico e Santa Cruz.

Vez por outra, algum jogador no futebol local acena para a organizada, quando o nome é gritado nas arquibancadas no meio da partida ou quando marca um gol. Tal simbolismo, na visão do blog, não é nada amistoso.

Em 2013, a direção alvirrubra interveio e conversou com o atacante Kieza, que sempre comemorava com o gesto da Fanáutico.

Em 2014, os artilheiros leoninos e corais repetiram os atos. No Rubro-negro, vestir a camisa da organizada passou a ser proibido pela diretoria. Apesar disso, Neto Baiano já realizou o gestos da Torcida Jovem duas vezes.

No Tricolor, Caça-Rato e Dênis Marques já haviam feito o “T” da Inferno Coral. Ato repetido por Léo Gamalho. Neste caso, o gesto até se confunde com o Tricolor. Apesar disso, trata-se de uma marca da principal facção coral.

Imagens: Kieza, Neto Baiano e Léo Gamalho.

Na sua opinião, qual deve ser a posição do seu clube sobre jogadores que fizerem gestos ligados às torcidas organizadas?

Invariavelmente à noite, a volta dos clássicos na arena segue caótica

Volta dos torcedores após o clássico Náutico 3x5 Santa Cruz, em 23/03/2014. Fotos: João de Andrade Neto/DP/D.A Press

A ida, sem o calor do resultado, é levemente mais tranquila.

Na volta, invariavelmente à noite, a situação se torna caótica.

Começa com o caminho mal iluminado – ou não iluminado – do estádio ao ponto de ônibus. Segue com a estação de metrô sem controle da polícia militar para a divisão de torcidas. E mais ônibus lotados na volta…

A dura rotina via transporte público na Arena Pernambuco já era conhecida. Com os clássicos, a situação ganhou o viés da violência.

No pioneiro duelo entre Náutico e Santa na arena, houve até chuva de pedras na estação do TIP – sim, pois a estação metroviária programada para o estádio, a Cosme e Damião, foi praticamente deixada de lado na organização dos jogos.

Os registros foram feitos pela equipe do Diario, no projeto #napeledatorcida.

Já foram disputados quatro clássicos na arena e a cota de testes em relação à mobilidade para jogos do tipo está esgotada. O conforto no estádio é notório, digno de elogios, mas o público precisa da comodidade no traslado.

A responsabilidade é do governo do estado, e é enorme. A cobrança continua…

Volta dos torcedores após o clássico Náutico 3x5 Santa Cruz, em 23/03/2014. Fotos: João de Andrade Neto/DP/D.A Press

Ranking dos pênaltis e dos cartões vermelhos (8)

Pernambucano 2014, 8ª rodada: Sport 1x0 Porto. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press

O único pênalti marcado na 8ª rodada do Estadual de 2014, no hexagonal do título, ocorreu numa falta gerada fora da área. Mardley, do Porto, empurrou Ailton, no lado esquerdo. O rubro-negro caiu dentro, mas a infração já havia ocorrido. Luiz Cláudio Sobral, do quadro da Ceaf, assinalou. Foi a primeira penalidade a favor do Sport. Já o Gavião é o que mais cometeu penalidades.

Abaixo, o vídeo do gol, registrado na arquibancada por Regis Trumpete.

Em relação aos cartões vermelhos, apenas um, em Caruaru, no Salgueiro.

Pênaltis a favor (5)
2 pênaltis – Santa Cruz
1 pênalti – Náutico, Salgueiro e Sport
Sem penalidade – Central e Porto

Pênaltis cometidos
3 pênaltis – Porto
1 pênalti – Náutico e Salgueiro
Sem penalidade – Santa Cruz, Sport e Central

Cartões vermelhos (5)
1º) Santa Cruz – 1 adversário expulso
2º) Central – 2 adversários expulsos, 2 cartões vermelhos
3º) Náutico – 1 adversário expulso, 1 cartão vermelho
4º) Sport e Porto – sem registro
6º) Salgueiro – 1 adversário expulso, 2 cartões vermelhos

Confira os rankings anteriores completos: 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013 

Mais pênaltis a favor: Náutico (2009, 2010 e 2011), Araripina (2011), Santa Cruz (2012), Porto (2013) e Sport (2013).

Mais pênaltis cometidos: Ypiranga (2009), Porto (2010), Petrolina (2011), América (2011), Araripina (2012) e Belo Jardim 2013.

Pernambucano em 2 linhas – 8ª/2014

Pernambucano 2014, 8ª rodada: Náutico 3x5 Santa Cruz, Sport 1x0 Porto e Central 1x0 Salgueiro. Fotos: Paulo Paiva (arena) e Edvaldo Rodrigues (Ilha), ambos do DP/D.A Press, e Júnior Porto (Lacerdão)

A 8ª rodada do Campeonato Pernambucano, com erro claro de juiz e clássico animado, embaralhou a classificação. A liderança, agora leonina, segue na mira de três clubes. Já o Carcará, que parecia certo no mata-mata, se complicou. A duas rodadas do fim, a composição da semifinal segue imprevisível…

Hoje, as semifinais seriam Sport x Salgueiro e Santa Cruz x Náutico.

Em 24 jogos nesta fase do #PE2014 saíram 70 gols, com média de 2,91. Em relação à artilharia, que oficialmente considera apenas os dados do hexagonal e o mata-mata, Léo Gamalho se isolou com 8 gols, dois deles neste domingo.

Sport 1 x 0 Porto – O Rubro-negro jogou sem transpiração, poupando energia. Diante de uma equipe frágil, acabou vencendo num pênalti inexistente.

Náutico 3 x 5 Santa Cruz – Oito gols em um clássico. Essa descrição bastaria, mas é preciso dizer que as duas defesas também abusaram dos erros.

Central 1 x 0 Salgueiro – Era de fato o jogo decisivo da rodada, valendo a última vaga da semifinal. Danilo Pires fez o gol da sobrevida alvinegra na briga.

Destaque: Léo Gamalho. Mostrou faro de gol na arena, primeiro pelo bom posicionamento e depois pela mira, num gol por cobertura. É o artilheiro.

Carcaça: Izaldo. A vaga do árbitro Luiz Cláudio Sobral parecia certa, mas o gol contra do lateral alvirrubro, numa lambança dupla, foi insuperável.

Próxima rodada:
26/03 (20h00) – Salgueiro x Náutico
26/03 (20h00) – Porto x Central
26/03 (22h00) – Santa Cruz x Sport

Classificação do hexagonal do título do Pernambucano 2014 após a 8ª rodada. Crédito: Superesportes

Cinco gols tricolores, três alvirrubros e a recuperação de Vica

Pernambucano 2014, 8ª rodada: Náutico x Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

O Clássico das Emoções de número 501 foi o primeiro na Arena Pernambuco. Justificou como nunca o velho apelido, com virada no placar, quatro gols no primeiro tempo, quatro no segundo, lance incrível e um resultado surpreendente.

Em grande estilo, o Santa enfim venceu um clássico na temporada, para alívio de Vica. O triunfo por 5 x 3 mantém o Tricolor firme na briga pelo tetra, com uma goleada a cada domingo. Ao todo, soma 21 gols em oito partidas.

No primeiro duelo, no Arruda, era o Alvirrubro em crise. Agora, era o Santa, com o técnico bem pressionado. Se daquela vez o empate sem gols não adiantou, neste domingo o comandante coral enfim voltou a sorrir.

Passou um aperreio, é verdade. Aos três minutos, Hugo se aproveitou de uma boa jogada de Marcus Vinícius e marcou, com o goleiro coral atrasado. Sem jogar bem – como vinha sendo corriqueiro nos clássicos -, o Tricolor empatou.

Pernambucano 2014, 8ª rodada: Náutico x Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

De primeira, o zagueiro Renan Fonseca mandou para as redes, chamando o povão para o jogo. A partir daí, com a zaga alvirrubra em uma tarde de horrores – sentindo bastante a falta do contundido Luiz Alberto -, o Santa deitou e rolou.

A virada veio num vacilo inacreditável do lateral-esquerdo timbu. Numa bola na área, Izaldo tentou afastar e acertou a própria trave. Não satisfeito, tentou tirar de novo no rebote, de cabeça. Gol contra… Tosco.

O lance desmantelou de vez a defesa armada por Lisca. Com facilidade, trocando passes, o Santa fez outro, com Léo Gamalho chegando a sete gols no Estadual. Aos 41, concluiu o cruzamento rasteiro e certeiro de Caça-Rato.

Na etapa final, com o Timbu afobado, o Tricolor jogou com inteligência, se aproveitando dos espaços. Gamalho se isolou na artilharia finalizando por cobertura, na saída precipitada de Alessandro, e Carlos Alberto driblou a atordoada defesa. No fim, Elicarlos e William Alves diminuíram, mas já era.

Placar histórico a favor dos corais, o primeiro na arena.

Pernambucano 2014, 8ª rodada: Náutico x Santa Cruz. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Antes de Adidas e Umbro, Sport e Náutico vão de Braziline e Garra na transição

Uniformes provisórios de Sport e Náutico em 2014. Fotos : Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Tradicionalmente, o novo padrão de um clube de futebol é substituído instantaneamente pela nova fabricante, também com status de patrocinadora.

Em 2014, Sport e Náutico viveram situações incomuns. Ambos trilharam um processo distinto até o lançamento da nova camisa oficial, com uma transição.

O contrato leonino de cinco com a Lotto acabou e não foi renovado.

Nos Aflitos, a direção fez um distrato com a Penalty, fornecedora desde 2011.

O Rubro-negro acertou com a Adidas, num acordo que começará a vigorar de fato em maio. Até lá, optou por um uniforme improvisado, adquirido junto à paulista Braziline. A marca não aparece na camisa – como foi anteriormente com a Malharia Terres (1977/1980) e MR Artigos Esportivos (1988).

Já o Alvirrubro, virtualmente acertado por duas temporadas com a Umbro, também com o novo padrão programado para maio, optou por um contrato provisório com a Garra, empresa pernambucana de menor porte, mas com vários clubes do interior em seu portfólio. A marca está estampada.

Além disso, ainda há uma outra curiosidades sobre rubro-negros e alvirrubros. Ambos seguem sem patrocinador master. Camisas lisas.

Abaixo, a lista de fornecedores de material dos três grandes clubes do estado.

Náutico
1981/1982 – Rainha
1983/1984 – Topper
1985/1987 – Dell’erba
1987/1991 – Finta
1991 – Campeã
1991/1995 – Kyalami
1996 – Finta
1997/2000 – Penalty
2001/2005 – Finta
2006/2008 – Wilson (EUA)
2009 – Champs
2009/2010 – Lupo
2011/2014 – Penalty
2014 – Garra
2014/2015 – Umbro (Inglaterra)

Santa Cruz
1981/1990 – Adidas (Alemanha)
1991/1994 – CCS
1994/1995 – Amddma
1995/1997 – Rhumell
1997/1998 – Diadora (Itália)
1998/2007 – Finta
2008 – Champs
2009/2014 – Penalty

Sport
1981/1982 – Adidas (Alemanha)
1983/1987 –  Le Coq Sportif (França)
1988 – Everest
1988/1990 – Topper
1991/1994 – Finta
1995/1998 – Rhumell
1999/2007 – Topper
2008/2013 – Lotto (Itália)
2014/2017 – Adidas (Alemanha)

Confira algumas camisas históricas dos clubes locais aqui.

Quando uma entrevista derruba um árbitro sob pressão

Comunicado da FPF sobre a arbitragem no Estadual de 2014. Crédito: Site Oficial da FPF

A notícia do dia era a volta de Cláudio Mercante aos clássicos pernambucanos. Após três anos afastado, contabilizando 31 clássicos no hiato, o árbitro voltava a ser confirmado para um partida de grande porte no estado.

A pauta jornalística era ouvir o juiz, saber sobre o seu momento na carreira, com a regeneração no quadro de árbitros da Federação Pernambucana de Futebol.

Ao repórter João de Andrade Neto, do Diario de Pernambuco, Mercante concedeu uma entrevista e se mostrou tranquilo com o retorno. Na conversa, no entanto, revelou detalhes surpreendentes sobre o seu afastamento em 2011.

Cláudio Mercante“Errei e reconheço isso. Mas na época trabalhávamos com muita pressão e não poderíamos expulsar ninguém no começo do jogo. E infelizmente aconteceu aquele lance (Thiago Mathias derrubando Bruno Mineiro na meia-lua, nos primeiros segundos da primeira final do Estadual). Deveria ter aplicado a regra e expulsado o jogador do Santa Cruz. Mas existia essa determinação da diretoria de não expulsar nenhum jogador no início das partidas. Se fosse o contrário, se fosse com um zagueiro do Sport, também não expulsaria. Essa partida me marcou porque não pude aplicar a regra do jogo. Mesmo assim levei o restante da partida bem emocionalmente. Do contrário poderia fazer mais besteira durante o jogo”.

Era óbvio que as palavras resultariam em inúmeras opiniões e consequências. Presidentes do Santa, Sport, da FPF, comissão de arbitragem, ex-diretores etc. A indignação tinha mão dupla. Pela veracidade ou não das declarações.

Na sexta, a FPF divulgou um comunicado da Comissão Estadual de Arbitragem (Ceaf-PE) recomendando que os árbitros não sejam mais entrevistados.

Foi um indício de que a escala estava por um triz. A pressão sobre a atuação de Mercante seria imensa, sem direito erro. Neste sábado, a 24 horas da partida, o afastamento oficial. Segundo a entidade, o pedido foi do juiz (veja aqui).

É possível afirmar que Cláudio Mercante passa a ser um nome riscado nos clássicos? Na verdade, já era. Ainda mais agora, após as revelações sobre os supostos bastidores do futebol local. Tudo a partir de um trabalho jornalístico…

Atualização: Gilberto Castro Júnior foi o nome sorteado em caráter de urgência.