Após protesto, parentes de Beatriz Mota são recebidos pelo governador

Depois de realizar um protesto pelas ruas do Centro do Recife durante a manhã e início da tarde desta terça-feira, os pais da menina Beatriz Angélica Mota, 7 anos, assassinada a facadas dentro de uma escola em Petrolina foram recebidos pelo governador do estado Paulo Câmara por volta das 15h.

Um grupo de parentes e amigos da garota saiu do Sertão do estado com o objetivo de entregar um abaixo-assinado ao governador pedindo agilidade nas investigações do crime que aconteceu no dia 10 de dezembro do ano passado. Com camisas com a foto da menina e cartazes, eles queriam chamar a atenção das autoridades de segurança pública para a solução do caso. Até agora, nenhum suspeito foi preso.

Ana Mota e Sandro Romildo foram recebidos por Paulo Câmara. Foto: Nando Chiappetta/DP
Lúcia Mota e Sandro Romildo foram recebidos por Paulo Câmara. Foto: Nando Chiappetta/DP

Ainda pela manhã, depois de serem informados que são seriam recebidos por Paulo Câmara, que não estava no Palácio do Campo das Princesas, os manifestantes seguiram em passeata até a Avenida Guararapes, onde a via foi fechada em protesto. O grupo de mais de 40 pessoas das cidades de Petrolina e Juazeiro (BA), incluindo crianças, viajou de ônibus até o Recife para entregar um abaixo-assinado com mais de 20 mil assinaturas, obtidas em duas semanas.

Durante toda a manhã, muito abalados, os pais da criança aguardaram dentro do ônibus, enquanto os manifestantes gritavam palavras de ordem, cantavam músicas religiosas e pediam por justiça. A irmã de Beatriz também participou do protesto. Antes de voltar ao Palácio do Campo das Princesas, o grupo parou na Ponte Princesa Isabel, o que deixou o trânsito no localidade congestionado.

Policiais Civis fazem assembleia e podem parar por 24 horas

O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) realiza nesta terça-feira, às 18h, uma assembleia, na sede do sindicato, no bairro de Santo Amaro. Segundo o presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros, durante o encontro, a categoria poderá decidir por uma paralisação de 24 horas nos serviços prestados pelos policiais civis no estado. O Sinpol está informando a paralisação por meio de uma nota.

Policiais farão passeata nesta quinta-feira. Foto: Sinpol/Divulgação
Policiais já fizeram várias passeatas de protesto. Foto: Sinpol/Divulgação

Confira a nota na íntegra:

Diante do tratamento dispensado pelo Governo de Pernambuco aos Policias Civis e à segurança pública do estado, simplesmente ignorando as repetidas e oficiadas tentativas de diálogo sobre a valorização profissional e melhorias nas insalubres condições de trabalho da categoria, o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (SINPOL-PE) realizará, nesta terça-feira (19), às 18h, uma grande Assembleia, que poderá inclusive resultar na paralização dos Policias.

Não é novidade para a sociedade pernambucana que a segurança pública de Pernambuco passa por uma profunda crise, faltando comando e sobrando trapalhadas. Os Policiais Civis de Pernambuco têm o pior salário do Brasil e trabalham diariamente em condições desumanas, sendo obrigados a fazer cotas para material de escritório, água, copos e até mesmo a limpeza das Delegacias e Institutos da Polícia Civil. A situação é caótica.

Não ficaremos intimidados com o discurso de crise, trazido à tona estritamente quando se trata de benefícios para o trabalhador. O que vemos, em meio ao arroxo econômico do momento, é que os governantes não deixam de investir em caras propagandas midiáticas, eventos grandiosos e aumentos para determinadas e restritas categorias, que no Brasil vão impactar os cofres públicos com mais de R$ 50 bilhões.       

Delegada Gleide Ângelo investiga desaparecimento de Júlia Alencar

Por Thamires Oliveira
Especial para o Diario

A delegada Gleide Ângelo, titular da 9ª Delegacia de Homicídios de Olinda, foi designada ontem para assumir as investigações sobre o caso da menina Júlia Cavalcanti Alencar, de um ano e dez meses, que está desaparecida desde o dia 10 de julho. A mãe da garota, a servidora pública Cláudia Cavalcanti, 42, acusa o ex-companheiro, o engenheiro Janderson Rodrigo Salgado de Alencar, 29, de ter fugido com a filha. Segundo a polícia, ele sacou R$ 400 mil em um banco antes de levar a menina.

Janderson e Júlia ainda estão desaparecidos. Foto: Divulgação
Janderson e Júlia ainda estão desaparecidos. Foto: Divulgação

O caso estava sendo investigado pelo Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA). Nova responsável pela apuração, Gleide Ângelo já atuou em casos de desaparecimento de grande repercussão, como o da estudante Maria Alice Seabra, que foi morta pelo padrasto e teve o corpo deixado em um canavial de Itapissuma, e o da estudante Vaniela Oliveira, encontrada viva, em João Pessoa, após três dias de sumiço.

Nas redes sociais, a família de Júlia Alencar iniciou uma campanha com o slogan Vamos encontrar Júlia. Há nove dias sem nenhuma notícia da filha, Cláudia permanece na esperança de que ela seja devolvida pelo pai. Janderson deveria ter entregue a menina para a mãe às 18h do domingo, conforme determinado pela Justiça. “É enlouquecedor não saber nenhuma notícia. Não sei se ela está comendo, se está dormindo, se está bem. Eu clamo que se ele ama a filha, e está vendo ela sofrer, não a prive do convívio com a mãe e a família”, desabafa Cláudia.

Cláudia espera reencontrar a filha logo. Foto: Peu Ricardo/Esp.DP
Cláudia espera reencontrar a filha logo. Foto: Peu Ricardo/Esp.DP

Segundo Cláudia, a filha é doce e tímida. Durante os quatro meses que o casal morou junto, a relação entre pai e filha era “carinhosa e protetora”, e ninguém jamais poderia prever essa atitude por parte do pai. Em novembro de 2015, a Justiça determinou uma medida protetiva para Cláudia, depois de ela ter sido ameaçada de morte pelo ex-companheiro. A determinação, no entanto, não afetava a relação entre pai e filha. Durante os sete meses seguintes, o casal disputou a guarda da menina na Justiça, que a entregou para a mãe, definindo uma visita semanal do pai no sábado ou no domingo, das 9h às 18h.

Gleide Ângelol em coletiva no DHPP. Foto: Paulo Paiva/DP
Gleide Ângelo vai continuar as investigações. Foto: Paulo Paiva/DP

A primeira visita ocorreu de forma satisfatória para ambas as partes. Na segunda visita, dia 10 de julho, Janderson não voltou para entregar a filha em Olinda. Desde então, o celular dele se encontra desligado e todas as suas contas nas redes sociais foram deletadas. A família do engenheiro afirma também não ter notícias sobre a localização dele. “Vivo na esperança de encontrar minha filha. A família sonha em ver de novo ela correndo, brincando e arrastando sua boneca pela casa”, conta Cláudia.

A polícia acredita que o crime tenha sido premeditado devido ao saque de alto valor realizado por Janderson antes de sumir com a menina. Segundo a polícia e Cláudia, ele não exercia a profissão e vivia de renda de herança familiar. “Ele já morou em várias cidades do Brasil e do mundo e tem contatos em vários lugares. É provável que ele tenha saído do estado e até do país”, afirma a advogada de Cláudia, Suelene Sá Almeida. Após o registro do desaparecimento do ex-companheiro e da filha, ela conseguiu na Justiça um mandado de busca e apreensão itinerante. Informações podem ser repassadas pelos telefones (81) 99752-9191 e (81) 99977-2143.

Parentes e amigos de Beatriz Mota farão protesto no Palácio do Governo

Depois de mais de sete meses sem uma resposta definitiva sobre as investigações da morte da estudante Beatriz Mota, ocorrida em Petrolina, no Sertão do estado, os pais, parentes e amigos da garota prometem fazer um protesto no Recife nesta terça-feira. O movimento  “Somos Todos Beatriz”, que pede justiça para o caso da menina assassinada no Colégio Maria Auxiliadora, vai realizar uma manifestação no Palácio do Campo das Princesas, sede administrativa do poder executivo do estado. O protesto está previsto para iniciar às 8h.

Divulgação

Segundo organizadores, sairá uma caravana de Juazeiro/BA e Petrolina/PE com mais de 40 pessoas, que se juntarão a outros participantes do movimento na capital pernambucana para entregar um abaixo-assinado ao governador Paulo Câmara pedindo mais empenho e celeridade nas investigações. Os pais de Beatriz também participarão do ato no Recife. O documento que circulou pelas duas cidades exige providências do governo do estado, Ministério Público de Pernambuco e Polícia Civil.

“O caso Beatriz não vai cair no esquecimento. Quanto mais o tempo passa, mais aumenta o nosso sentimento de revolta com essa demora na elucidação do crime e mais aumenta também o nosso desejo de justiça. Vamos fazer um ato em frente ao Palácio das Princesas, na terça-feira, às 8 horas da manhã, e a nossa expectativa é de que o governador Paulo Câmara nos atenda e receba o abaixo-assinado”, afirmou uma das cordenadoras do movimento e madrinha de Beatriz, Michelle Chaves.

Leia mais sobre o caso em:

MPPE diz que nenhuma linha está descartada no caso Beatriz Mota

Após sacar R$ 400 mil, pai segue desaparecido com a filha

O desaparecimento de uma menina de um ano e nove meses e seu pai está cada vez mais envolto em mistério. Os dois estão sumidos desde a noite do domingo, depois que o engenheiro Janderson Rodrigo de Alencar, 29, não devolveu a filha à mãe dela, a servidora pública Cláudia Cavalcanti, 42 anos, no horário combinado.

Ontem, a polícia divulgou que o engenheiro sacou R$ 400 mil em um banco no início do mês. Bastante abalada, Cláudia disse ontem que mantém esperanças de que a pequena Júlia Cavalcanti Alencar seja encontrada logo.

Cláudia esteve ontem na DPCA. Foto: João Velozo/Esp/DP
Cláudia esteve ontem na DPCA. Foto: João Velozo/Esp/DP

O caso está sendo investigado pelo Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA). Ontem, Cláudia voltou à delegacia para conversar com o delegado Ademir Oliveira. De acordo com o delegado, é pouco provável que Janderson esteja em Pernambuco. “Ele sempre foi uma pessoa que viajou muito, inclusive para fora do país. Com essa alta quantia em dinheiro e falando dois idiomas, a mobilidade dele fica mais fácil”, disse Oliveira.

O delegado acrescentou que não há como afirmar que ele tenha conseguido deixar o Brasil. “Apesar de estar com documentos que comprovem que ele é pai da menina, ele não tem autorização da mãe para deixar o país por via aérea”, ressaltou Ademir Oliveira.
Ainda segundo o investigador, as fotos de Janderson e Júlia foram repassadas para a Polícia Federal e à Polícia Rodoviária Federal.

Após o registro do desaparecimento do ex-companheiro e da filha, Cláudia Cavalcanti conseguiu na Justiça um mandado de busca e apreensão itinerante. “Com esse documento expedido, qualquer pessoa que o encontrar pode pegar a menina e entregá-la no Conselho Tutelar. Estamos investigando o paradeiro de Janderson e entramos em contato com os familiares dele, mas a própria mãe disse que não tem contato com o filho desde o último sábado. Por enquanto, apenas a menina está sendo procurada. Não existe um mandado de prisão contra ele”, explicou Oliveira.

Abatida mas esperançosa, Cláudia Cavalcanti contou que nenhum familiar esperava que Janderson pudesse sumir com a filha. “Nós estávamos disputando a guarda de Júlia há muito tempo e ele chegou a querer ficar alguns dias com a menina e que eu a pegasse apenas para dormir em outros dias. Como ele não trabalhava, Júlia iria passar todos os dias com ele e apenas algumas noites comigo. Não aceitei essa condição. Foi quando ele me agrediu e me ameaçou de morte”, contou Cláudia.

Ela então denunciou o ex-companheiro e recebeu medida protetiva. A determinação, no entanto, não afetava a relação entre pai e filha. Por ela ainda estar em fase de amamentação, o pai só tinha o direito de ficar com a menina uma vez por semana, no sábado ou domingo, das 9h às 18h. No último fim de semana, o horário da entrega não foi cumprido.

“A minha vida e a de toda minha família está esmagada. Meus pais são doentes e vivem à base de remédios. Os dias de visita dele estavam todos organizados, não tinha necessidade dele fazer isso”, declarou Cláudia.

Júlia Cavalcanti Alencar é morena clara e tem os olhos azuis. Um cartaz com a imagem da menina e do pai foi confeccionado pela equipe de investigadores e divulgado nas redes sociais e em alguns pontos do Grande Recife. “Não estamos conseguindo falar com ele pelo telefone celular, nem encontramos nada dele na casa da mãe. Apenas um vestido da minha filha ficou lá. Tenho fé em Deus que Júlia será encontrada e essa agonia vai acabar”, completou a servidora pública.

Quem tiver informações que possam ajudar a localizar a criança pode entrar em contato com a Divisão de Desaparecidos através do número (81) 3184-3578 ou ainda pelo Disque-Denúncia (81) 3421-9595.

Adiado júri de homem acusado de mandar matar esposa em 2008

Por Thamires Oliveira
Especial para o Diario

Oito anos depois do assassinato da comerciante Alzira Batista da Silva, 65 anos, a família terá que esperar mais uma semana para a realização do julgamento de Antônio Henrique Gomes da Silva, 79, marido da vítima e acusado de ser o mandante do crime. O júri popular que estava marcado para esta terça-feira, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha Joana Bezerra, foi remarcado para a próxima terça-feira (19), devido à mudança de advogados da defesa do réu.

Crime aconteceu neste bar, no bairro do Cordeiro. Foto: Teresa Maia/DP
Crime aconteceu neste bar, no bairro do Cordeiro. Foto: Teresa Maia/DP

Em substituição ao advogado Evandro Custódio, a defesa constituiu Alecsandro Queiroz Silva, enteado do acusado. A de troca de advogados, prevista por lei, foi utilizada pela defesa para adiar o julgamento do réu. “Foi uma tática de defesa. Quanto mais postergar melhor, não há pressa. A lei garante esse direito e estamos usando disso. Na próxima semana terá o júri e vamos provar a total inocência dele”, afirma o advogado Alecsandro Queiroz.

Alzira foi executada em 2008, com sete tiros, enquanto trabalhava no Bar Maxixe, no bairro do Cordeiro, do qual era proprietária. O Ministério Público, representado pela promotora Dalva Cabral, afirma que o marido da vítima foi o mandante do crime. Para a promotora, não restam dúvidas sobre a culpa do acusado. “As entrelinhas de cada depoimento levam o Ministério Público à absoluta certeza de ter sido ele o mentor intelectual do crime. Só ele teria interesse e só ele ganharia com a morte da vítima”, afirma Dalva Cabral.

Segundo a promotora, as maiores evidências do caso referem-se aos relatos de agressão familiar, a preocupação do acusado com os bens da esposa após a morte, e a nova companheira do acusado, além da relação fragmentada com os filhos, que acusam  o pai.

Filhos do casal esperam que o pai seja condenado. Foto: Julio Jacobina/DP
Filhos do casal esperam que o pai seja condenado. Foto: Julio Jacobina/DP

Os quatro filhos do casal, que estiveram presentes no local, confirmam a acusação do Ministério Público sobre as agressões constantes dentro de casa. “Surgiram evidências que nos posicionaram a ter a certeza de que foi o nosso pai quem mandou. Ele sempre foi um homem que agrediu muito ela, e ameaçou. Nós não imaginávmos que iria chegar a esse ponto. Queremos virar essa página, e que a justiça seja feita”, lamenta Antônio Henrique Filho. “Isso foi pura maldade e ganância. Ele sempre bateu na nossa mãe, desde que nós éramos crianças. Até apontar arma para ela e nós entrarmos como escudo ainda pequenos, já aconteceu”, relata Gumercindo Batista.

A tese da defesa nega a autoria do crime e afirma que o caso envolve uma briga de herança entre os filhos. “Não há indícios e nem provas de que ele tenha sido o mandante do crime. Os filhos sempre foram dependentes das finanças dos pais e estão brigando por herança. É bom para eles que ocorra esse julgamento, para tentar condenar o pai, e ter um reflexo no processo de inventário”, afirma o advogado Alecsandro Queiroz. A defesa nega ainda que o réu tenha um comportamento agressivo dentro de casa.

Marina Iracema Conceição, 67, estava no bar no momento do assassinato. Marina trabalhava na casa do casal havia 30 anos, e assistia à TV junto com Alzira no momento em que o pistoleiro entrou e sentou-se numa mesa. Quando percebeu a presença do homem, Marina afirma que pensou que se tratava de um cliente e foi para o balcão, esperando o pedido.

O acusado, Antônio Henrique, que também estava presente na hora da execução, parou atrás dela e disse que acreditava se tratar de um assalto. Pouco depois, Marina escutou os tiros e correu. Do local onde estava, a doméstica não enxergava mais o  pistoleiro. “Eu tenho certeza que ele mandou matá-la. Ele sempre falou em matar, ameaçava muito ela. Ela não tinha inimigos na rua, o inimigo dela era o marido. Ele falava em enfiar uma peixeira nas costas dela até sair na frente. Um homem que fala isso pra sua mulher tem que ter muito ódio”, afirma.

Segundo a Juíza Maria Segunda, o adiamento do julgamento para a próxima semana foi decidido conforme a lei, para garantir à defesa o prazo de estudar o processo, sem ser prejudicada pela distituição do advogado. Caso a defesa não compareça na próxima semana, a defesa será relizada pela defensoria pública. “Esperávamos que hoje nós conseguissémos tirar esse peso das costas. Vão ser mais sete dias de espera que não vão ser fáceis, estamos com a emoção à flor da pele, mas a expectativa é positiva, acredito que ele deve ser condenado”, afirma o empresário Jorge Tadeu Gomes, filho da vítima e do acusado.

Quatro mortos após arrombamento de banco no interior do estado

Mais uma ação criminosa contra agências bancárias no interior do estado foi registrada pela polícia. Dessa vez a cidade alvo dos bandidos foi Buenos Aires, na Zona da Mata Norte. Um grupo de seis homens invadiu e tentou roubar dinheiro do Banco do Brasil. Na fuga, após uma troca de tiros com policiais militares, quatro suspeitos foram mortos e dois presos e autuados em flagrante. Segundo dados da Secretaria de Defesa Social (SDS), de janeiro a maio deste ano, 44 investidas contra bancos, caixas eletrônicos e carro-forte foram registradas no estado.

Veja matéria da TV Club/Record sobre o assalto ao Banco do Brasil da cidade de Bueno Aires.

Aprovada indenização do poder público a mulher vítima de violência

Da Agência Câmara

A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou proposta que obriga o poder público a indenizar vítimas de violência sexual ou doméstica, quando houver omissão ou negligência do Estado comprovada. A indenização administrativa por danos morais será de até 60 salários mínimos. A vítima poderá também entrar na justiça para exigir reparação por danos morais, sem limite de valor.

Foto: Paulo Paiva/Esp DP/D.A Press
Indenização da vítima pode chegar a 60 salários mínimos. Foto: Paulo Paiva/Esp DP/D.A Press

Segundo a relatora na comissão, deputada Flávia Morais (PDT-GO), o limite de indenização na esfera administrativa busca estimular um acordo, sobretudo se a Administração Publica entender que o valor definido judicialmente poderia ser maior. “Para a vítima, a vantagem de resolver tudo na esfera administrativa é a celeridade no recebimento do valor”, disse.

Aposentadoria por invalidez
Pelo texto, a vítima poderá requerer aposentadoria por invalidez de, pelo menos, um salário mínimo, caso sofra agressão que a deixe com sequelas e a impeçam de trabalhar. A aposentadoria será concedida independentemente de carência ou de a vítima ser segurada do Regime Geral de Previdência Social (RGPS). “Hoje viemos fazer justiça com essas mulheres”, afirmou Flávia Morais. A partir de sugestão da deputada Erika Kokay (PT-DF), ela mudou o parecer original, que previa a aposentadoria com valor fixo de um salário mínimo.

O benefício só será concedido depois da sentença final, ou em segunda instância, que comprove o crime de violência sexual ou doméstica, explicitada a omissão ou negligência do poder público.

A aposentadoria por invalidez deverá ser solicitada na Previdência Social, com a decisão judicial usada como documento. O texto inclui a concessão da aposentadoria na Lei de Benefícios da Previdência Social (8.213/91).

Sexo feminino
Flávia Morais acolheu sugestão do deputado Luiz Carlos Busato (PTB-RS) para retirar do texto a expressão “sexo feminino”, para a proposta poder englobar também homens vítimas de violência doméstica. A sugestão, porém, não foi aceita. “A violência doméstica não é só contra o sexo feminino. Temos de pensar nos crimes, por exemplo, nas relações homoafetivas”, afirmou Busato.

Dependentes
Em caso de morte da vítima, a aposentadoria por invalidez será destinada aos filhos ou irmãos menores de 21 anos, ou inválidos, com deficiência intelectual, mental ou física grave de qualquer idade. Segundo a proposta, o menor tutelado, sob guarda e o enteado são equiparados a filhos, comprovada a dependência econômica.

O texto aprovado é um substitutivo de Flávia Morais ao Projeto de Lei 7441/10, da deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), que garantia indenização de R$ 50 mil, acrescida de pensão mensal de R$ 510 – corrigidos anualmente, aos filhos menores de 18 anos ou incapazes das vítimas fatais de violência sexual e doméstica.

Flávia Morais citou casos de agressão e mesmo morte de mulheres por ex-companheiros que, poderiam ter sido evitados com a ação do poder público. Um deles, o de Mara Rúbia Guimarães, que foi espancada, amarrada, torturada e teve os olhos perfurados por uma faca e foi deixada sangrando para morrer, após histórico de perseguição, violência doméstica, com vários pedidos de medidas protetivas negados e após ter buscado amparo por sete vezes em delegacias locais.

Tortura
Para Erika Kokay, a violência doméstica é um processo semelhante à tortura. “Ela vai arrancando a mulher dela mesma e vai se transformando no espelho do desejo do outro e, quando decide resgatar sua humanidade, é vítima das violências mais cruéis.” Segundo ela, o projeto é fundamental para o Estado ser responsabilizado quando não atuar na proteção da mulher.

A deputada Geovania de Sá (PSDB-SC) defendeu o trabalho de políticas públicas de proteção de forma integrada para reduzir os indicadores de violência contra a mulher no País. Para o deputado Benjamin Maranhão (SD-PB), existe um preconceito muito forte contra a mulher e é necessário fazer ações afirmativas verdadeiras para que isso seja coibido.

Cultura machista
O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) apontou a insuficiência e a negligência do Estado e da sociedade para enfrentar a cultura do machismo. “Esses fatos mais chocantes revelam algo que vai se naturalizando”, disse.

Esse ponto também foi ressaltado pelos deputados Orlando Silva (PCdoB-SP) e Vicentinho (PT-SP). “A violência doméstica e sexual essencialmente se dá com protagonismo de familiares, o que agrava e muito essa realidade”, disse Silva. Para Vicentinho, a política machista atinge a juventude, por isso as piadas contra as mulheres não podem caber porque inculcam visão equivocada.

Ônibus sem cobrador: será que os assaltos irão diminuir?

Muito tem se falado sobre a retirada da figura dos cobradores de ônibus de algumas linhas que circulam no Grande Recife. Os testes começaram na manhã desta segunda-feira e pegaram muitos passageiros de surpresa. Com o novo modelo, quem for pegar ônibus só poderá pagar a passagem com o cartão do Vem. A ideia do Grande Recife Consórcio de Transportes é reduzir o número de assaltos a coletivos.

Alguns coletivos irão circular sem cobradores. Foto: Nando Chiappetta/DP
Alguns coletivos irão circular sem cobradores. Foto: Nando Chiappetta/DP

A justificativa da ação é a de que sem dinheiro em caixa, os assaltantes estariam menos tentados a entrar nos ônibus para praticar assaltos. Porém, em quase todos os casos de investidas criminosas ao transporte público o maior alvo são os passageiros. Carteiras, relógios e telefones celulares são os bens mais procurados pelos ladrões. Gostaria de estar enganado, mas acredito que essa medida não será suficiente para reduzir as estatísticas criminosas assustadoras. E você, o que pensa sobre esse assunto?

Leia mais sobre o assunto em:

Medo é companheiro das viagens de ônibus no Grande Recife

Mais uma troca na Corregedoria da Secretaria de Defesa Social

A onda de remoções na Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) não para. Depois da saída quatro experientes delegados, como noticiado por este blog no dia 14 de junho deste ano, agora foi a vez do delegado especial Paulo Jeann Barros e Silva ser removido daquela unidade. Quem vai assumir o lugar de Jeann é o delegado Jader Alves Brasiliense, que deixará a 7ª Delegacia de Homicídios.

Foto: Simone Ventura/Esp DP
Paulo Jeann estava na Corregedoria há oito anos. Foto: Simone Ventura/Esp DP

Experiente delegado de homicídios e da criança e adolescente, e há mais de oito anos como corregedor auxiliar, o delegado Paulo Jeann foi responsável por várias investigações no estado, como por exemplo o episódio da Ponte Joaquim Cardoso, ocorrido no carnaval de 2006, onde dois adolescentes morreram após um grupo de garotos terem sido espancados por policiais militares e depois obrigados a entrarem no Rio Capibaribe.

Além disso, Paulo Jeann também foi o responsável pela última conclusão do Caso Serrambi, que investigou as mortes das adolescentes Tarsila Gusmão e Maria Eduarda Dourado. Depois disso, o inquérito foi encaminhado ao Poder Judiciário. O delegado Paulo Jeann não foi localizado para comentar sobre a remoção.