Médico pode ter sido assassinado por vingança

A Polícia Civil investiga a possibilidade do médico Artur Eugênio de Azevedo Pereira, 36 anos, ter sido morto por vingança. A principal linha de trabalho até o momento é de que o cirurgião torácico estava sendo ameaçado por familiares de um paciente que foi operado por ele na Paraíba. O procedimento teria sido malsucedido e o paciente acabou morrendo. Artur foi assassinado com quatro tiros, sendo um na cabeça e três na região das costas, na noite dessa segunda-feira, em Comportas, Jaboatão dos Guararapes.

Médico tinha 36 anos, era casado e deixou um filho pequeno. Foto: Arquivo Pessoal
Médico tinha 36 anos, era casado e deixou um filho pequeno. Foto: Arquivo Pessoal

Para a polícia, quase não restam mais dúvidas de que o crime foi uma execução. O carro do médico, um Golf de cor preta e placas OYS-1564, foi encontrado na manhã de ontem, completamente carbonizado, no bairro da Guabiraba, Zona Norte do Recife.
Peças fundamentais para a investigação, algumas imagens de câmeras de monitoramento já estão em poder da polícia. Elas podem ajudar a esclarecer a dinâmica do assassinato e, possivelmente, identificar os suspeitos.

Ontem, uma equipe da Polícia Civil refez o provável percurso feito pelo carro do médico Artur Eugênio e mapeaou todos os equipamentos de registro de filmagem ao longo do caminho. O caso está sendo conduzido pelo delegado Guilherme Caraciolo, do Núcleo de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) de Jaboatão dos Guararapes.

Leia matéria completa na edição do Diario de Pernambuco desta quarta-feira

Médico foi assassinado com quatro tiros

Policiais da Núcleo de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) de Jaboatão dos Guararapes e do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) começaram desde o início da manhã as investigações sobre a morte do médico Artur Eugênio de Azevedo Pereira, 36 anos. A suspeita principal é de latrocínio (assalto seguido de morte), mas outras possibilidades não foram descartadas.

Veículo da vítima foi encontrado na Guabirada. Fotos: Wagner Oliveira/DP/D.A Press
Veículo da vítima foi encontrado na Guabirada. Fotos: Wagner Oliveira/DP/D.A Press

O cirurgião torácico foi encontrado morto na noite dessa segunda (12), em Comporta, Jaboatão dos Guararapes, com quatro marcas de tiros. o veículo da vítima, um Gol de cor preta e placas OYS-1564 foi encontrado na manhã desta terça-feira, completamente cabronizado, por trás do CT do Náutico, no bairro da Guabiraba, no Recife.

As primeiras informações da polícia são de que o médico desapareceu depois de visitar um paciente no Hospital Português, na Ilha do Leite. Quando foi encontrado morto, ele estava sem documentos de identificação. No bolso da camisa estava apenas o cartão do estacionamento da unidade de saúde, de onde saiu à noite. As investigações do caso estão sendo comandadas pelo delegado Guilherme Caraciolo.

Por volta das 12h desta terça-feira, o corpo de Artur Eugênio deixou o Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, onde foi periciado. O velório acontece nesta tarde na capela do Hospital Português. Até o momento ainda não há informações sobre o horário e local do sepultamento.

Corpo de Artur foi levado para o Hospital Portguês, onde será velado
Corpo de Artur foi levado para o Hospital Portguês, onde será velado

Vários colegas de profissão do cirurgião estiveram no IML e lamentaram a morte. Artur foi descrito como um profissional dedicado e uma pessoa muito alegre. O médico morava no Recife apenas com a esposa e um filho de pouco mais de um ano. Os familiares são todos de Campina Grande, na Paraíba.

Não restam mais dúvidas sobre crime no estádio do Arruda

As duas horas da reconstituição da morte do soldador naval Paulo Ricardo Gomes da Silva, 26 anos, foram suficientes para a polícia definir o papel de cada um dos três suspeitos envolvidos no crime. Apesar de Waldir Pessoa Firmo Júnior, 34, não ter comparecido à reprodução simulada, os outros dois envolvidos Everton Filipe Santiago, 23, e Luiz Cabral de Araújo Neto, 30, repetiram tudo o que fizeram em 2 de maio. O laudo da perícia feita na noite de ontem tem o prazo de até dez dias para ser concluído.

Delegados aguardam agora os laudos que estão sendo concluídos pelo IC e pelo Instituto de Identificação Tavares Buril (Ricardo Fernandes/DP/D.A Press)

Ao contrário do que havia sido dito inicialmente, os suspeitos retornaram ao estádio pelo portão 10, que dá acesso direto ao anel superior, e não pelo 9 – entrada do anel inferior. Eles saíram com a partida em andamento e voltaram antes do seu término. Ainda na reconstituição, foi esclarecido o local exato de onde os vasos sanitários foram jogados. Depois de arrancarem as privadas do banheiro feminino, os suspeitos caminharam mais de 100 metros pelo corredor do anel superior de onde jogaram os objetos.

 

Um policial civil fez o papel de Waldir durante a reprodução simulada. Luiz Cabral e Waldir jogaram os vasos no mesmo momento. Segundo fontes do Diario, Luiz balançou a privada ao lado do corpo antes de arremessá-la. Waldir levantou o objeto até o peito e o jogou. Depois disso, deixaram o campo em dois minutos pelo portão 11. Cada um seguiu um destino diferente.

Leia matéria completa sobre o caso no Superesportes

Violência nos estádios de futebol debatida em Paulista

A ocorrência de casos de violência nos estádios de futebol em Pernambuco vai ser tema de um debate que acontece nesta terça-feira, às 9h, na Câmara de Vereadores do Paulista. Devem participar do encontro além de autoridades, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho, e o comentarista esportivo Aderval Barros.

Aberto ao público, o debate discutirá as causas de consequências da violência nos estádios de futebol, além de soluções para este problema que vem assustando os verdadeiros amantes do esporte. Apesar de constante, a preocupação com os casos de agressão foi amplificada pelo recente crime cometido na saída do jogo entre Santa Cruz e Paraná, no Arruda, na Zona Norte do Recife, no último dia 2.

Rejeitado aumento de pena para sequestro relâmpago

A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado rejeitou o Projeto de Lei 3892/12, do deputado Geraldo Thadeu (PSD-MG), que aumenta a pena para o crime de sequestro sem agravantes (quando não há lesão corporal nem morte).

Pelo texto, quem cometer esse crime fica sujeito à pena de reclusão de 7 a 14 anos e multa. A proposta altera o Código Penal, que atualmente prevê pena de 6 a 12 anos e multa.

Relator na comissão, o deputado Alessandro Molon (PT-RJ) apresentou parecer contrário ao projeto principal e ao apensado, o PL 5132/13. Segundo ele, a pena atual para o crime de sequestro respeita o princípio de proporcionalidade, sendo desnecessária sua alteração.

“Não se pode concordar com a tese de que o mero aumento de pena induza a uma diminuição da violência, como propugnado nas razões dos projetos de lei”, disse Molon.

Ele citou como exemplo a Lei dos Crimes Hediondos, promulgada em 1990. Segundo ele, a edição da nova lei não contribuiu para a redução desse tipo de delito, pelo contrário: desde então, houve um crescimento de sua ocorrência.

Da Agência Câmara

Polícia fará reconstituição do crime no estádio do Arruda nesta segunda-feira

A reconstituição do crime que vitimou o soldador naval Paulo Ricardo Gomes da Silva, 26 anos, que acontecerá na próxima segunda-feira, vai ajudar a polícia a comprovar tudo o que foi dito em depoimento pelos três presos até o momento.

Polícia quer comprovar depoimentos dos suspeitos. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press
Polícia quer comprovar depoimentos dos suspeitos. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

A reprodução simulada será feita por volta das 18h. Mesmo na prisão, Everton Filipe Santiago, 23, Luiz Cabral de Araújo Neto, 30, e Waldir Pessoa Firmo, 34, deverão comparecer ao estádio do Arruda, de onde lançaram os dois vasos sanitários que causaram uma morte e feriram mais três pessoas para refazer os passos do ato brutal que praticaram.

 

Os advogados de Everton, Luiz Cabral e de Waldir já receberam as notificações para que seus clientes compareçam à reprodução simulada. Os pedidos também já foram encaminhados à Justiça. Para encerrar as investigações, o DHPP aguarda ainda os laudos do IC e do Instituto de Identificação Tavares Buril.

Leia matéria completa sobre o assunto na edição do Superesportes do Diario de Pernambuco deste sábado.

 

A torcida agora é por justiça

Registro encontrado no Fotolog de Everton Filipe, conhecido como Ronaldinho, mostra a amizade dele com Waldir Pessoa, o último dos suspeitos preso (REPRODUÇÃO)
Registro encontrado no Fotolog de Everton Filipe, conhecido como Ronaldinho, mostra a amizade dele com Waldir Pessoa, o último dos suspeitos preso

Passava das 19h de ontem quando Waldir Pessoa Firmo Júnior, 34 anos, chegou ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Com o rosto coberto por um paletó, acompanhado da sua mãe, de um amigo e de um advogado. Pouco tempo depois, Luiz Cabral de Araújo Neto, 30, deixava o DHPP. Preso pela manhã, fora conduzido ao Cotel, onde está, desde a segunda-feira, Everton Filipe Santiago, 23. Estava terminada a busca da polícia pelas três pessoas diretamente envolvidas na morte do soldador Paulo Ricardo Gomes da Silva, 26 anos. Só a busca. Essa busca.

Preso na manhã de ontem no Rio Grande do Norte, Luiz Cabral de Araújo chegou ao DHPP com a cabeça levantada e o olhar frio. Saiu para o Cotel com o mesmo semblante (EDVALDO RODRIGUES/DP/D.A PRESS)
Preso na manhã de ontem no Rio Grande do Norte, Luiz Cabral de Araújo chegou ao DHPP com a cabeça levantada e o olhar frio. Saiu para o Cotel com o mesmo semblante

Há outras a realizar. Da verdade, por exemplo. Os detalhes do que realmente aconteceu na noite da sexta-feira 2 de maio de 2014, quando os três estupidamente atiraram dois vasos sanitários do anel superior do Arruda e mataram Paulo Ricardo. Alguns  vieram à tona ontem. Em seus depoimentos, Luiz e Waldir confessaram mais do que a simples participação. As mãos deles empurraram as bacias. A Everton, coube o papel de arrancar os vasos. Aos vídeos recebidos pela polícia, das câmeras instaladas do Arruda, restou a prova de que os três deixaram o estádio no mesmo momento, após cometer o crime. Estavam juntos. Pensaram e executaram juntos.

 (PAULO PAIVA/DP/D.A PRESS)

Leia cobertura completa no caderno Superesportes, no Diario de Pernambuco, desta sexta-feira

Trinta e três propriedades no estado foram confiscadas por plantar drogas

Trinta e três propriedades rurais localizadas no Sertão de Pernambuco foram expropriadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) desde o ano 2000 por terem sido encontradas plantações de maconha em suas áreas. Em todo o país, 38 assentamentos foram criados a partir desse tipo de confisco.

O artigo 243 da Constituição Federal prevê que, nas terras onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas, as propriedades devem ser expropriadas e destinadas ao cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos. As outras cinco propriedades tomadas pelo governo, segundo o Incra, ficam no Piauí (duas), na Bahia (uma), em Tocantins (uma) e no Mato Grosso (uma).

Cultivo da erva na região teve a maior ação de combate na Operação Mandacaru (TERESA MAIA/DP/D.A PRESS)

Numa tentativa de evitar o confisco de suas terras, produtores de maconha do interior passaram a cultivar a droga em áreas da União, sobretudo nas ilhas do Rio São Francisco.

“Depois que a repressão aumentou, os produtores do polígono da maconha estão utilizando novas estratégias para tentar driblar a fiscalização. Quando encontramos plantações nas terras do governo, destruímos a droga, mas não há como fazer a expropriação”, explicou o delegado Carlo Marcus Correia, do Departamento de Repressão a Entorpecente da PF.

De acordo com o Incra, a primeira expropriação de terra em Pernambuco aconteceu em junho de 2000, em Petrolina, e a última, em novembro do ano passado, em Orocó. Nas terras expropriadas no Sertão do estado foram assentadas 269 famílias. De acordo com a assessoria de imprensa do Incra, 114 delas recebem o benefício bolsa-família e ainda estão inscritas no Programa Primeira Água da Funasa, que oferece água às famílias assentadas.

Além disso, todas recebem assistência técnica. O Incra e a Polícia Federal não informaram a quantidade de hectares expropriados nem o número de propriedades onde foram localizadas plantações no estado.

Combate ao tráfico de drogas debatido na Rádio Globo AM 720

Mudanças de estratégias e logística, novas técnicas de cultivo, camuflagem e até uso de aceleradores de crescimento. Os produtores de maconha do Sertão pernambucano vêm se desdobrando para tentar manter o rótulo de maiores fornecedores da droga para vários estados do país e sobretudo para o Grande Recife.

Do helicóptero, policiais identificaram plantações
Do helicóptero, policiais identificaram plantações. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Desde o final da década de 1990, com a realização da Operação Mandacaru na região do conhecido polígono da maconha, os olhos da Polícia Federal (PF) estão voltados para aquela área. No final do mês de abril, cerca de 70 policiais federais invadiram os municípios de Orocó, Cabrobó, Santa Maria da Boa Vista, Parnamirim e Belém de São Francisco em mais uma caçada ao entorpecente.

O Diario acompanhou o trabalho de erradicação de pés de maconha nas ilhas do Rio São Francisco. Foi uma experiência nova para mim que já escrevi tanto sobre operações de combate ao tráfico de drogas, mas não sabia como o trabalho era realizado. Em campo, descobri que os agentes federais contam com a ajuda de colaboradores contratados para o corte e queimada das plantações da droga e que toda a contagem e medição do que é encontrado é feita por equipamentos modernos em uma base montada no meio do mato.

Delegado Carlo Marcus comandou a operação no Sertão. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press
Carlo Marcus comandou a operação no Sertão. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Segundo a Polícia Federal, o aumento da repressão fez com que os produtores passassem a plantar em outras cidades e migrassem para outros estados. Em 17 anos de fiscalização, a PF destruiu mais de 27 milhões de pés de maconha e apreendeu mais de 19 mil kg da droga pronta para consumo em 57 operações. Tudo o que constatamos na viagem ao Sertão foi contado nas páginas do jornal na série de reportagens A migração do tráfico, que termina nesta quinta-feira.

Para debater o assunto e repercutir o trabalho da Operação Angico I, realizada entre os dias 22 de abril e 1º de maio, o delegado responsável pelo Departamento de Repressão a Entorpecentes da PF Pernambuco, Carlo Marcus Correia, estará no programa Globo Recife em pauta, na Rádio Globo 720 AM, hoje, a partir das 11h.

Aníbal Moura pode ser expulso da Polícia Civil de Pernambuco

Foi publicada no Diário Oficial do estado a deliberação do processo administrativo que pede a expulsão da Polícia Civil de Pernambuco do ex-delegado e ex-chefe da Polícia Civil Aníbal Moura. Além de poder ser expulso da corporação, Moura pode ter a aposentadoria cassada e perder a carteira de identificação policial além da arma que tem direito de usar.

Aníbal Moura foi chefe da Polícia Civil. Foto: Gil Vicente/DP.D.A.Press
Aníbal Moura foi chefe da Polícia Civil. Foto: Gil Vicente/DP.D.A.Press

Depois de uma investigação feita pela Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS), foi entendido que o policial foi considerado culpado das acusações de que ele valeu-se do cargo de delegado para tirar proveito pessoal e se envolver em escândalo que comprometeu a função. Segundo o corregedor Sidney Lemos, o procedimento administrativo disciplinar especial contra Aníbal foi concluído há um mês. O destino de Aníbal Moura agora será decidido pelo governador do estado, João Lyra.

As investigações comprovaram ainda que Moura comandava a empresa Korpus Segurança Privada, intimidava ex-funcionários e induzia empregados de uma nova empresa, a Segnor Segurança Privada, a contrair empréstimos particulares em instituições financeiras.

Aníbal Moura chegou a se envolver em polêmicas com o então promotor de Ipojuca Miguel Sales sobre as investigações do Caso Serrambi, que investigou as mortes das adolescentes Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão, ocorridas em maio de 2003. Na época, Sales chegou a devolver o inquérito quatro vezes alegando falta de provas contra os acusados.