Polícia Militar fará bloqueios para entrada de foliões em Olinda durante o carnaval

O carnaval de Olinda terá um reforço na segurança até então inédito. Diante dos últimos casos de violência registrados nas prévias, o comando da Companhia Independente de Apoio ao Turista (Ciatur) vai instalar 11 bloqueios nas principais vias de acesso ao sítio histórico, a exemplo do que já é feito no desfile do Galo da Madrugada. A ação, no entanto, somente começa a valer nos quatro dias de carnaval. Cenas de arrastões, uso e tráfico de drogas, além de brigas de gangues têm assustado a multidão que lota Olinda nas prévias. A violência terminou forçando a PM a adotar novas estratégias nos dias oficiais da festa.

Foliões serão revistados nas entradas da Cidade Alta. Foto: Edmar Melo/Esp. p/ DP

No último domingo, foram os adolescentes que mais deram trabalho à polícia. Enquanto 30 adultos foram detidos, 54 adolescentes terminaram encaminhados para o batalhão da Ciatur. Até que os bloqueios sejam postos em prática, as prévias terão reforço de mais 146 PMs, o que somará 380 PMs nas ruas no próximo domingo.

O comandante da Ciatur, major Ronaldo Tavares, garante que os bloqueios vão ajudar a reduzir a violência no sítio histórico. “Nesses pontos serão feitas revistas nos foliões com o objetivo de encontrar drogas, além de armas de fogo ou armas brancas”, destacou o oficial. Segundo ele, os pontos mais críticos onde serão instalados bloqueios são a Rua de São Bento e as praças do Carmo e São Pedro.

Em caso de presenciar alguma cena de violência, o folião deve procurar a patrulha mais próxima para informar o fato. “Estamos estimando em cerca de um minuto a chegada da PM ao local do conflito”, avisou o major Ronaldo Tavares. O folião pode ligar também para o 190 ou para o 3181.3703. “Temos 16 câmeras de monitoramento que também ajudam o trabalho da PM”. A estimativa é de que pelo menos 50 mil pessoas tenham circulado no último domingo nos focos de folia de Olinda. A PM lembra aos familiares que crianças e adolescentes sem acompanhamento de um responsável e em situação de risco, como uso de drogas, serão recolhidos para o batalhão da Ciatur ou para o conselho tutelar, de onde só podem sair com a família.

Do Diario de Pernambuco

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Arrastões e brigas voltam a acontecer nas prévias de Olinda

 

Um ano após a morte do taxista Seu Lucas, acusado do crime ainda não foi julgado

Nesta terça-feira faz um ano que o taxista Amaro Bernardo da Silva, 59 anos, mais conhecido como Seu Lucas foi assassinado. A morte do dono do único Fusca laranja que ainda circulava no Recife deixou indignada grande parte da população de Pernambuco. A indignação nasceu da forma cruel e covarde como a morte aconteceu. O assassino era neto de um amigo da vítima e cometeu o crime por causa de uma diferença de R$ 2 no valor da corrida do táxi que ele pegou junto com um irmão adolescente depois de passar o dia brincando em um bloco de carnaval bebendo e tomando comprimidos alucinógenos. Três dias após o crime, o jovem de 19 anos acusado de ter matado o motorista com 16 facadas foi preso e confessou o que fez.

Seu Lucas fazia ponto em frente ao Hospital da Restauração. Foto: Helder Tavares/DP/D.A.Press

Até hoje, no entanto, o rapaz ainda não foi julgado. Sua defesa ingressou com um pedido de realização de um exame de sanidade mental que está sendo elaborado pelo Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP), em Itamaracá, onde o jovem está interno. O acusado de ter matado Seu Lucas havia recebido autorização da Justiça cinco dias do crime para deixar o Centro de Triagem, em Abreu e Lima, onde estava preso após ter sido autuado em flagrante pelo crime lesão corporal leve contra o irmão de 16 anos. A Justiça e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) entenderam que o garoto não oferecia riscos à segurança da coletividade.

Equipe do delegado Francisco Diógenes do DHPP prendeu o suspeito. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A.Press

Seu Lucas já era uma figura conhecida nas ruas do Grande Recife devido ao seu fusca laranja fabricado em 1976. Ele fazia ponto em frente ao Hospital da Restauração (HR) desde 1979. Apaixonado pelo carro, Seu Lucas estava prestes a se aposentar porque não iria conseguir mais autorização da Prefeitura do Recife para fazer transporte de passageiros e não queria se desfazer do veículo. A praça já havia sido vendida a um amigo por R$ 65 mil, mas ele não queria comprar outro táxi devido ao amor que tinha pelo fusquinha.