Alice Seabra teve a mão cortada e foi estuprada em canavial

O inquérito que investigou a morte da jovem Maria Alice Seabra, 19 anos, será entregue à Justiça nesta segunda-feira. A polícia pediu a prisão preventiva do ajudante de pedreiro Gildo Xavier, 34, pelos crimes de sequestro, estupro, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. No entanto, ao final da investigação, a polícia descobriu que Gildo mentiu ao dizer que não havia cortado a mão esquerda de Alice. A vítima havia feito uma tatuagem com o nome do pai (morto há seis anos), um dia antes do crime, no antebraço esquerdo, o que deixou Gildo irritado.

Gildo saiu do DHPP pela manhã para ajudar a polícia a localizar o corpo da enteada
Em seu depoimento no DHPP, Gildo Xavier], 34, negou ter cortado a mão da jovem. Foto: Julio Jacobina/DP/D.A Press

Laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) confirmou que a garota teve a mão decepada. O membro, no entanto, não foi encontrado. A perícia feita no corpo da jovem também mostrou que ela estava sem dois dentes em decorrência das agressões que sofreu do padrasto. Em seu depoimento à delegada Gleide Ângelo, que investigou o caso, Gildo havia dito que estuprou e matou Alice dentro do carro que havia alugado em Gravatá e que não teria cortado a mão da enteada, mas essa versão foi derrubada pelos investigadores. O estupro e a morte aconteceram no canavial em Itapissuma, onde o corpo foi encontrado. As roupas da vítima e do suspeito foram localizadas no canavial.

A jovem Alice Seabra foi uma das vítimas do mês de junho. Foto: Julio Jacobina/DP.D.A Press
Corpo de Alice Seabra foi encontrado num canavial em Itapissuma

Gildo segue preso no Centro de Observação Criminológica e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima. Caso seja condenado à pena máxima pelos quatro crimes, pode pegar até 48 anos de prisão. Alice foi sequestrada pelo padrasto no dia 19 de junho após ter sido levada por ele para uma suposta entrevista de emprego. Ele disse à polícia ter cometido o crime no mesmo dia e que fugiu para o Ceará. Quatro dias depois o suspeito volltou, se entregou à polícia e mostrou onde havia deixado o corpo da enteada. Gildo disse que passou a ter interesse sexual em Alice desde quando ela havia feito 16 anos.

Alice Seabra ainda não foi localizada pela polícia. Foto: Reprodução/Facebook
Alice Seabra sonhava em trabalhar e sair de casa por causa dos ciúmes de Gildo. Foto: Reprodução/Facebook

O suspeito morava com a mãe da vítima há 15 anos, com quem tem uma filha de 11 anos. Os parentes e amigos de Gildo e da família de Maria Alice ficaram surpresos e revoltados com o crime. Todas as pessoas ligadas à família afirmaram que Gildo sempre teve muito ciúme de Alice. A jovem não podia sair sozinha e nem mesmo atender ligações no celular ou conversar com outras pessoas nas redes sociais por conta das reclamações do padrasto. “Todo mundo achava que era cuidado de pai, mas ficamos chocados quando descobrimos tudo”, disse uma vizinha.

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