Hospital da Mulher oferece serviço completo para vítimas de estupro

“Força, estamos do seu lado”. Essa é apenas uma das muitas mensagens espalhadas em todos os ambientes do Centro de Atenção à Mulher Vítima de Violência Sony Santos, localizado no Hospital da Mulher do Recife (HMR), no bairro do Curado. Inaugurado em 15 de julho deste ano, o local já atendeu mais de 40 mulheres vítimas de violência em todo o estado.

Uma parceria entre a Prefeitura do Recife e o governo estadual possibilita que as vítimas recebam todos os atendimentos num único local e já deixem a unidade de saúde com uma queixa registrada, se esse for o seu desejo. O centro funciona 24 horas por dia e conta, além de atendimento médico, com uma equipe multidisciplinar formada por psicólogo, assistente social e legista. Tudo é feito com total sigilo.

Equipe multidisciplinar está à disposição das vítimas. Foto: Peu Ricardo/Esp DP
Equipe multidisciplinar está à disposição das vítimas. Foto: Peu Ricardo/Esp DP

A diretora do HMR, Isabela Coutinho, ressaltou que não só as mulheres vítimas de violência sexual são atendidas no Centro Sony Santos. “As mulheres que sofrem agressões físicas e psicológicas também podem procurar os serviços que nós oferecemos. O atendimento é reservado e realizado num prédio anexo ao hospital. Além de oferecer toda assistência às vítimas, temos como objetivo estimular as mulheres a denunciarem os casos de agressões e abusos sexuais para que esses crimes possam ser punidos”, destacou a diretora da unidade de saúde. O centro conta com dois consultórios, salas para atendimento psicológico, serviço social, sala de atividades e duas suítes para pacientes que precisem pernoitar na unidade de saúde.

Quando a mulher vítima de violência chega ao hospital, o primeiro atendimento é realizado pelo setor de assistência social. Segundo a coordenadora do centro, Sandra Leite, somente depois desse contato a mulher passa aos demais serviços. Para evitar que a vítima relate o que aconteceu a vários profissionais, caberá ao assistente social repassar as informações colhidas para toda equipe. Somente a partir desse momento é feito o atendimento à vítima.

Com o objetivo de humanizar essa assistência, em todos os setores por onde passam no centro, as mulheres encontram frases de encorajamento e apoio nas paredes. “Coragen, divida sua dor com a gente” e “Só o amor pode superar a dor” são algumas das mensagens.

A assistente social Lílian Oliveira destacou que muitas mulheres ainda têm resistência em denunciar as agressões sofridas. “Grande parte delas chega ao centro muito assustada. Nós conversamos com elas, tentamos tranquilizá-las, fazemos uma entrevista socioeconômica e depois perguntamos se elas querem registrar uma queixa. Muitas ainda resistem porque os agressores são seus companheiros ou familiares”, contou Lílian.

O acompanhamento da equipe multidisciplinar do centro é feito por um período de seis meses. No entanto, esse tempo não é uma regra. De acordo com a coordenadora do serviço de psicologia do HMR e do centro, Eduarda Pontual, a família tem papel fundamental na recuperação da vítima. “A mulher que sofre estupro precisa reorganizar toda sua vida, inclusive a sexual. Para isso, deverá contar com a família e em alguns casos o acompanhamento pode demorar mais um pouco”, destacou Eduarda.

Menos mortes por acidentes de motos em Pernambuco

Pernambuco reduziu em 12,3% o número de mortes em decorrência de acidentes com motocicletas no ano passado. O resultado foi apresentado ontem pelo secretário de Saúde do estado, Iran Costa, durante reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), em Brasília. Segundo o secretário, 32.881 condutores de motos se envolveram em acidentes de trânsito no ano de 2015 em Pernambuco. Desse total, 719 foram a óbito. O número é 5,5% menor que no ano de 2014 quando foram registrados 34.794 acidentes com 719 mortes.

Redução dos acidentes foi de 12,3%. Foto: Ricardo Fernandes/DP
Redução dos acidentes foi de 12,3%. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Apesar da redução do número de acidentados, o estado ainda tem um custo elevado com esse tipo de atendimento. Durante a reunião, o Conass destacou que irá elaborar um documento criando uma série de recomendações para a segurança do trânsito, inclusive com intensificação das fiscalizações. Ainda segundo a Secretaria de Saúde do estado, no primeiro quadrimestre deste ano também já foi verificada uma redução no número de motociclistas atendidos nas grandes emergências.

O Hospital da Restauração (HR), maior emergência do Norte/Nordeste, recebeu 1.043 acidentados entre os meses de janeiro a abril deste ano. Já no mesmo período do ano passado, um total de 1.329 atendimentos foram realizados no HR, o que representa uma redução de 22%. A queda também foi verificada no Hospital Regional do Agreste, em Caruaru. Nos primeiros quatro meses deste ano foram computados 798 atendimentos contra 1.046 no mesmo período do ano passado. Uma queda de 22,6% nos casos de acidentes com motociclistas.

“Os dados mostram que as ações de fiscalização e educação no trânsito, como a regulamentação dos veículos ciclomotores, estão ajudando a salvar vidas. Só a Operação Lei Seca conseguiu aumentar em 10 mil as abordagens a veículos em 2015. Mas precisamos continuar intensificando essas atividades para aumentar ainda mais a segurança no trânsito. Essas medidas também possibilitarão diminuir a epidemia de acidentados nos hospitais de trauma do estado e a diminuir os gastos com essa situação”, afirmou o secretário Iran Costa.

Ainda de acordo com o secretário, os gastos com os acidentes de moto no estado apresentaram uma redução de 23%. Em 2015, os custos foram de R$ 917 milhões para o estado, que envolve a rede de saúde, previdência e outras áreas. Em 2014, foram utilizados R$ 1,19 bilhão no atendimento aos acidentados. “Com os R$ 917 milhões gastos com acidentados de moto no ano passado poderíamos cuidar dos pacientes com câncer em Pernambuco durante seis anos ou manter o Hospital da Restauração, maior emergência do Norte e Nordeste, funcionando durante quatro anos”, ressaltou.

Quem também participou do evento foi o coordenador executivo do Comitê Estadual de Prevenção aos Acidentes de Moto (Cepam), João Veiga. Para ele, o maior responsável pela redução no número de acidentes e mortes envolvendo motociclistas é o aumento da fiscalização. “As ações e campanhas educativas são importantes, mas o que realmente causa impacto na redução de acidentes e no número de mortes é o aumento da fiscalização de trânsito. Apesar dessa redução que o estado apresentou, os números ainda são muito altos”, destacou João Veiga.

Operação Lei Seca
A Operação Lei Seca, criada em 2011, atua diariamente com nove equipes na Região Metropolitana e interior do estado com o objetivo de reduzir acidentes e mortes no trânsito. Também segundo a Secretaria de Saúde, 363.474 motoristas foram parados em bloqueios no ano de 2014. No ano passado, esse número foi de 373.508 abordagens. Com esses números, foi constatada uma diminuição das infrações envolvendo o consumo de bebida alcoólica, nas constatações, crimes e recusas. Em 2014, foram 1.594 constatações, enquanto 2015 registrou 1.308. Os crimes foram reduzidos de 308 para 163 de um ano para outro, Já as recusas diminuíram de 4.775 para 4.382.

Serviço Ligue 132 recebeu 22 mil ligações sobre drogas em 2015

Do Ministério da Justiça

Balanço da Central de Atendimento sobre Drogas mostra que 22 mil pessoas procuraram o serviço Ligue 132 do Ministério da Justiça, em 2015. A Central funciona 24 horas por dia, inclusive nos finais de semana e feriados e as ligações são gratuitas.

Moradores dos estados de São Paulo (3.050 chamadas), Rio Grande do Sul (1.916), Rio de Janeiro (1.843) e Minas Gerais (1.284) foram os que mais realizaram ligações em busca de ajuda para interromper o uso de substâncias psicoativas. Contudo, por ser um serviço anônimo, 8.470 pessoas preferiram não informar local de residência.

Foto: Jaqueline Maia/DP/DA Press
Problemas com álcool e cocaína foram os mais procurados. Foto: Jaqueline Maia/DP/DA Press

Destacam-se também as ligações de cidades do interior. Das 22.562 ligações registradas no ano, 45% foram oriundas de municípios no interior dos estados.

O público atendido era de usuários de drogas ou familiares que necessitavam de apoio para ajudar seus parentes. Para prestar um serviço de qualidade, a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas desenvolveu um método que personaliza os atendimentos dependendo de quem está ligando. “Por exemplo, caso seja um adolescente que consumiu drogas pela primeira vez é adotado um tipo de procedimento. Se for uma mãe desesperada em ajudar o filho, a abordagem é outra”, explica a coordenadora do serviço, Helena Barros.

A coordenação conta com mais de 60 consultores, capacitados na área da saúde, que estão disponíveis para responder dúvidas, orientar e informar à população brasileira sobre drogas.

Álcool e cocaína

No Ligue 132, os consultores recebem demanda de diversos tipos de substâncias psicoativas. Em 2015, as drogas mais questionadas foram álcool e cocaína, uma relação que vem se repetindo desde 2012, quando serviço passou a operar 24 horas por dia.

Em relação aos atendimentos envolvendo álcool e cocaína é importante destacar sobre os prejuízos de usar essas duas substâncias ao mesmo tempo, pois há um risco maior de overdose. “Aqueles que usam apenas o álcool, os nossos atendimentos visam mostrar que essa substância é tão prejudicial quanto outras drogas”, relata a supervisora do call center, Adriane Rohden.

As fissuras e as recaídas são os casos mais difíceis. “Nos momentos de fissura, o consultor faz um atendimento acolhedor orientando o usuário que esse é um período de grande vontade de usar, mas que após alguns minutos irá passar”, afirma a supervisora. Muitos usuários ligam para o serviço a fim de diminuir a vontade, como uma estratégia.

Outra situação delicada é a recaída, pois quem liga sente-se muito culpado e julgado pelas pessoas. No Ligue 132, orienta-se que a recaída faz parte do processo, como um aprendizado. Segundo Adriane Rohden, “o importante é valorizar o retorno de quem busca o serviço e rever como ele pode seguir daqui pra frente com o processo de parada”.

Acompanhamento continuado

A central avançou no atendimento realizando um acompanhamento sistemático, por se tratar de uma questão complexa. Por isso, a pessoa que deseja participar desse tipo de serviço recebe um número de protocolo permitindo a continuação do atendimento em outra data. De acordo com a coordenadora, mesmo sendo um serviço telefônico, o acompanhamento é tão eficaz quanto os atendimentos presenciais em outros lugares.

“Na medida em que as pessoas recebem um número de protocolo, o seguimento de novos chamados é facilitado e os atendimentos posteriores resgatam as informações anotadas”. Assim, acrescenta Helena Barros, se garante a personalização do serviço e se evita que as pessoas que ligam precisem repetir suas histórias, favorecendo a continuidade da interlocução. O Ligue 132 completou dez anos em junho de 2015, e nesse período somou mais de 150 mil atendimentos.

Ciods ganha mais espaço para atender chamados de emergências

Do Diario de Pernambuco

O crescimento da violência na Região Metropolitana do Recife levou a Secretaria de Defesa Social (SDS), a mudar o endereço do Centro Integrado de Defesa Social (Ciods). A unidade funcionava há 13 anos na SDS, na Rua São Geraldo, no bairro de Santo Amaro, em um espaço projetado para demandas daquela época. Ontem a central de despacho de viaturas mudou-se para o bairro de São José. O serviço que conta com 25 atendentes em quatro turnos funcionará no prédio da Agência Estadual de Tecnologia da Informação (ATI).

Foto: SDS/Divulgação
Central agora está funcionando no bairro de São José. Foto: SDS/Divulgação

Inaugurado em 2002, a central do Ciods já ultrapassa 8 mil ligações por dia. Em 2014, foram cerca de 1, 7 milhão de denúncias, enquanto, este ano, de janeiro a julho, as ocorrências já somam mais de 1,4 milhão. “A central de despacho é responsável pelo deslocamento de viaturas na rua, e com uma estrutura melhor aos servidores, o atendimento à população será agilizado”, declarou Alessandro Carvalho, secretário de Defesa Social.

Até o fim do ano, também deve mudar de endereço o call center que funciona com 30 atendentes ainda na rua São Geraldo, na sede da SDS. “Um dos principais objetivos é reduzir o tempo de atendimento ao cidadão. O intervalo de 12 minutos, por exemplo, pode ser reduzido com a nova estrutura. Esse tempo pode ser sempre melhorado, principalmente, se conseguirmos diminuir o número de trotes que acontecem diariamente”, comentou o tenente-coronel Ricardo Fentes, gerente-geral da unidade.

O Ciods faz parte do Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), atuando na execução de grandes eventos, além de ter acesso ao monitoramento das prefeituras com 900 câmeras nos municípios do Recife, Olinda, Caruaru e Petrolina. Já a Central de Viedeomonitoramento dispõe de cerca de mil câmeras espalhadas nos mesmos municípios.

Serviço no Ciods

13
anos de funcionamento

25
atendentes nos
quatro turnos

8 mil
ligações por dia

1,7 milhões
de ligações em 2014

1,4 milhões
de ligações de janeiro a julho de 2015

Central de
monitamento de vídeo:

900
câmeras distribuídas em:
Recife, Olinda, Caruaru e Petrolina

Ligue 132: casos relacionados ao consumo de álcool são maioria

Do Ministério da Justiça

Dos atendimentos realizados em 2015 no Serviço Nacional de Informações e Orientações sobre Drogas, 43% foram relacionados ao uso do álcool, ou seja, 1.996 pedidos. No total, foram 4.641 ligações para o Ligue 132. O álcool é a segunda substância com maior número de atendimentos no serviço, atrás apenas da cocaína e seus derivados. São Paulo foi o estado que mais teve ligações desse tipo, com 296 atendimentos.

Foto: Jaqueline Maia/DP/DA Press
O álcool é a segunda substância com maior número de atendimentos no serviço. Foto: Jaqueline Maia/DP/DA Press

Inaugurado em 2005, o Ligue 132 é um serviço do programa Crack, é possível vencer do Governo Federal que tem como objetivo prevenir o uso de drogas no país.  O serviço funciona 24 horas por dia, incluindo feriados e finais de semana.

Adultos com mais de 35 anos contabilizaram 42% das pessoas que buscaram ajuda sobre álcool, sendo a maioria casada e do sexo masculino. Os jovens entre 18 e 25 anos foram responsáveis por 17% dos atendimentos sobre a substância. Muitas dessas ligações ocorrem quando as pessoas estão sob o efeito da substância quando estão se sentindo vulneráveis.

Nesses casos, são utilizadas estratégias para tranquilizar o indivíduo, enquanto são sugeridas opções para tratamento. Para a supervisora Hilda Moleda, nesse tipo de atendimento é necessário acolher o indivíduo. “É importante ouvir o usuário, suas angústias e dificuldades e a partir disso criar um vínculo para melhor auxiliá-lo disponibilizando o serviço para um atendimento personalizado sem julgá-lo.”

Hilda também destaca que o álcool é uma das substâncias mais difíceis de parar, tendo um alto índice de recaídas. Dados do Ligue 132 apontam que 20% das pessoas que ligam buscando acompanhamento de álcool recaem e acabam consumindo novamente a substância. “É necessário auxiliar o usuário a perceber que a recaída deve ser encarada como um processo de aprendizado. É indispensável verificar os motivos que o levaram a recair. Isso diminui a chance de novos episódios.”

As ligações de familiares também chamaram atenção, totalizando 25% de quem buscou informações sobre álcool. Os atendimentos para familiares são diferentes dos atendimentos dos usuários. Como o funcionamento da família é um dos fatores relevantes na recuperação do usuário, esse atendimento foca na saúde do familiar. “Quando uma esposa liga buscando ajuda para o seu marido, além de atender sua demanda nós também buscamos cuidar da sua saúde, que muitas vezes é negligenciada pela situação.”

Em 2014 foram atendidos 11.437 casos referentes ao consumo de álcool, de um total de 27.467.

Sobre o Ligue 132

O Ligue 132 é um serviço do programa “Crack, é possível vencer”, financiado pelo Governo Federal, que tem como objetivo prevenir o uso de drogas no país, atendendo a casos de álcool, tabaco, cocaína, maconha e entre outras substâncias. É uma parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre e AMTEPA. O serviço atende de forma sigilosa e anônima 24 horas por dia, incluindo feriados e finais de semana. Desde 2012 quando o serviço passou atender 24 horas, o Ligue 132 ajudou mais de 120 mil pessoas.

Ceatox registra número elevado de trotes. O que é crime

Por Marcionila Teixeira, do Diario de Pernambuco

Imagine um espaço que trata de vidas humanas, onde a agilidade é vital para evitar mortes e sequelas. Não se espante ao descobrir que há quem se divirta ligando para esses serviços para passar trotes. Tal situação tem acontecido com frequência no Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco (Ceatox), da Secretaria Estadual de Saúde.

Trotes são mais frequentes no mês de janeiro. Foto: Allan Torres/DP/D.A Press

Este ano, até o dia 21 de janeiro, foram registrados 294 trotes, o equivalente a 14 por dia. Segundo a médica Lucineide Porto, coordenadora do Ceatox, janeiro é o mês com maior registro desse tipo de ligação, provavelmente por conta das férias escolares, já que as crianças são as que mais ligam para o serviço.

O centro presta assistência, via telefone (0800 722 6001), à população sobre como proceder em casos de intoxicações por animais peçonhentos, por medicamentos, veneno ou mesmo por produtos de limpeza. Muitas pessoas atendidas também são familiares de pessoas que tentaram suicídio ingerindo esses produtos, por exemplo, e precisam de orientação emergencial.

No ano passado, o Ceatox registrou 2,9 mil trotes (oito por dia, em média), o que significa 21,7% de todos os atendimentos, que totalizaram 13,5 mil. O comportamento é considerado crime contra o patrimônio público e pode resultar em detenção ou multa, diz o Código Penal Brasileiro.

“Quando não são crianças ligando, são adultos imitando as vozes delas. Informamos que temos identificador de chamadas e da importância do serviço, mas muitas vezes uma pessoa para o dia inteiro ligando de um número. Além de deixar a linha ocupada para atendimento de casos reais, emocionalmente é cansativo ver o mesmo número chamando várias vezes”, alertou a médica Lucineide Porto.

Os profissionais do centro informam sobre unidades de saúde que podem ajudar no atendimento emergencial e também discutem os casos com as equipes dessas unidades. O serviço telefônico, gratuito, funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, e a ligação pode ser feita de telefone fixo ou celular.

Mais de 40% das ligações feitas para o Samu são trotes

Durante o anúncio do aumento no número de bases do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), nessa terça-feira, o médico Leonardo Gomes, coordenador do serviço, afirmou que um dos grandes problemas enfrentados pelo Samu em toda a Região Metropolitana do Recife é o alto índice de trotes realizados para a central.

Chamadas falsas atrapalham atendimento às vítimas. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press
Chamadas falsas atrapalham atendimento às vítimas. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press

“Atualmente, cerca de 42% das ligações que recebemos são de informações falsas de acidentes. Agora mesmo no período das férias, registramos um total de 70% de trotes, a maioria feitos por crianças. Isso é um problema grave porque acaba mobilizando toda uma estrutura para atender a uma ocorrência que não existe”, lamentou o coordenador do Samu.

O trote é considerado crime e a pessoa que for flagrada fazendo esse tipo de ligação pode ser penalizada com multa ou até mesmo prisão de seis meses a um ano. De acordo com a Secretaria de Saúde do Recife, atualmente, o serviço conta com um total de 700 profissionais, 22 ambulâncias, seis motolâncias e dois helicpóteros, sendo um da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e outro da Secretaria de Defesa Social (SDS). O atendimento ao Samu pode ser solicitado através do número 192.

Todos na luta contra o crack

Foi lançando nessa quarta-feira o Plano Municipal de Atenção Integrada ao Crack e outras Drogas, que reúne 14 secretarias e toda a sociedade civil em um grande esforço conjunto, cuja meta é promover a qualificação e a ampliação do atendimento da rede de assistência social. O plano faz parte do Pacto Pela Vida do Recife e prevê 63 ações. Entre elas, está a implantação de dois núcleos do Programa Atitude Municipal, com previsão de atendimento de 2,7 mil pessoas por mês e acolhimento a 130 usuários.

Serão feitas ainda ampliações dos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e Centros de Referência Especializada da Assistência Social (CREAS). Também serão erguidos mais dois Centros POP, que cuidam de pessoas em situação de risco e vulneráveis – atualmente dois já estão em funcionamento.

O prefeito do Recife, Geraldo Julio, destacou que o plano só funcionará se governo e sociedade atuarem de forma conjunta. “Essa é uma ação integrada para fora da gestão municipal, em parceria com diversas instituições públicas e privadas, e para dentro do nosso governo, com a atuação de várias secretarias envolvidas diretamente”, afirmou. Ao término do lançamento, o gestor entregou duas vans que auxiliarão no trabalho dos agentes de abordagem social.

Usuários de crack estão por todas as cidades do Brasil. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press
Usuários de crack estão por todas as cidades do Brasil. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press

Dentro das ações do Plano, também estão previstas parcerias com a rede complementar não governamental para acolhimento, tratamento e reinserção social de 120 usuários de crack, álcool e outras drogas; bem como a ampliação do número de Casas de Acolhida. Funcionam atualmente dez unidades no Recife. Até 2016, o Município passará a contar com 23, o que significa um aumento de 289 para 490 acolhimentos.

Com informações da Prefeitura do Recife

O povo não quer só segurança. O povo precisa e quer uma saúde melhor

A postagem deste domingo não tem como foco a questão da segurança pública. O assunto é saúde. Entre os dias 29 de julho e 2 de agosto, junto com a fotógrafa Blenda Souto Maior e o motorista Francisco, viajei por vários municípios do Sertão, Agreste, Mata Norte, Mata Sul e Grande Recife para mostrar a situação da saúde pública em Pernambuco. O resultado está sendo publicado deste domingo até a próxima quarta-feira na versão impressa do Diario de Pernambuco, na série Feridas abertas. O material revela o drama dos pacientes que sofrem sem atendimento e traz também as reclamações do médicos sobre as suas condições de trabalho. Além disso, está sendo abordada também a polêmica importação de médicos.

Confira o vídeo:

Um trabalho voluntário para tirar as crianças das drogas

Graziela Souza tem 9 anos. Seu pai é alcoólatra. Apesar da pouca idade, a menina quer ficar longe de qualquer vício. E se depender do trabalho realizado pela Associação Oásis da Liberdade (AOL) seu desejo será realizado. Atendida pelo projeto desde os 4 anos, a menina conta que sua vida deu uma reviravolta para melhor após começar a frequentar a associação. “Desde que entrei aqui, passo tudo que aprendo sobre drogas meu pai. Isso tem o ajudado a beber menos” afirma.

Crianças aprendem várias coisas. Foto: Diogo Monteiro/Esp/DP/D.A.Press
Crianças assitem às aulas atentas. Foto: Diogo Monteiro/Esp/DP/D.A.Press

Graziela recorda que ao chegar à sede do espaço, no bairro de Santo Amaro, não sabia ler nem escrever. “Aprendi com as tias. E agora tenho também aulas de balé e flauta doce. Adoro aprender a tocar flauta”, afirma a menina, que é uma das 217 crianças atendidas pela entidade cujo objetivo é resgatá-las do caminho das drogas e/ou impedir o acesso delas ao mundo do tráfico. Um trabalho realizado desde 1994 por voluntários.

Além do reforço escolar, a associação oferece aulas de música, flauta e coral, dança, teatro, judô, futebol, cidadania e ética. O atendimentos aos pequenos também inclui psicólogos e nutricionistas. As crianças que chegam pela manhã recebem o almoço. Já as que chegam à tarde lancham e jantam. Para que permaneçam sendo assistidos, os pequenos precisam estar matriculados e frequentando a escola.

Fora a sede em Santo Amaro, a associação mantém a Chácara Oásis e Vida, em Igarassu. Lá, os voluntários desenvolvem um trabalho de recuperação de dependentes químicos. Durante um internamento de seis meses, o paciente recebe um acompanhamento de psicólogos, terapeutas ocupacionais, nutricionistas entre outros. A associação atende crianças, na faixa etária de 7 a 13 anos, sendo 18 delas com necessidades especiais.

“No início apenas adolescentes eram atendidos. Mas percebemos a dificuldade e a necessidade de começar mais cedo essa batalha, a faixa etária foi mudada e, há 6 anos, começamos a trabalhar também com crianças”, explica Adriana Ramos, diretora da AOL.

Do Diario de Pernambuco