Jogo 87 de Diego Souza com o novo uniforme titular do Sport

Uniforme 1 do Sport para a temporada 2016

O jogo “87” de Diego Souza com a camisa do Sport será diante do Botafogo, na Ilha do Retiro, pela segunda rodada do Brasileiro, em 22 de maio. Lógico, caso atue normalmente contra o Flamengo, na estreia. Com o cabalístico número leonino em jogo, a novidade do dia será o novo uniforme titular, apresentado pelo meia. O design da camisa oficial retoma a tradição do clube, com o rubro-negro em listras horizontais. Ainda que a Adidas não tenha apresentado oficialmente, o modelo já vazou na web, com detalhes do padrão.

Outra mudança é a fonte dos números e nomes dos atletas, mais retilíneos, conforme visto na pré-venda da camisa. Por sinal, o valor aumentou: R$ 249.

Relembre os padrões “número 1” das temporadas 2014 e 2015 clicando aqui.

Uniforme 1 do Sport para a temporada 2016

A taça do Campeonato Pernambucano entre o projeto e a realidade dourada

O projeto do troféu do Pernambucano 2016 e a versão definitiva. Imagens: FPF/twitter e Marlon Costa/FPF

O troféu dourado do Campeonato Pernambucano de 2016 já está pronto. Exibido nos jogos finais e em eventos promocionais da federação, a peça de 60 centímetros ficou bem mais bonita que a primeira imagem de divulgação, de 20 de abril, com uma reprodução do projeto. Agora, a cor viva se impõe sobre o fosco da versão inicial. Outra diferença é a placa na base, à espera do dono.

Um cenário semelhante já havia acontecido na concepção da centésima edição da competição, em 2014, com a taça definitiva sendo melhorada em relação ao projeto, divulgado quatro meses antes (abaixo).

Em relação ao design, o presidente da FPF, Evandro Carvalho, diz que a partir de agora a entidade deve oferecer troféus apenas com esse estilo clássico, “atendendo ao desejo do torcedor.” A taça desta temporada será posta em jogo na Ilha do Retiro, em 8 de maio. O destino final? Uma sala de troféus, naturalmente. Resta saber em qual avenida, Beberibe ou Abdias de Carvalho.

Relembre as taças do campeonato estadual dos últimos dez anos aqui

O projeto do troféu do Pernambucano 2014 e a versão final. Crédito: FPF/twitter

Grafite, Tiago Cardoso, Magrão e Everton Felipe fardados pela paz no clássico

Grafite, Tiago Cardoso, Magrão e Everton Felipe em campanha contra a violência no clássico. Crédito: PMPE/youtube (reprodução)

Para a decisão do Campeonato Pernambucano de 2016 a polícia militar destacou mais de 1.000 homens para cada partida, número bem acima da média nos clássicos recifenses. Para reforçar a campanha pela segurança, tema importantíssimo acerca do confronto, a PM convidou quatro jogadores de Santa Cruz e Sport para a produção de um vídeo promocional. Grafite, Tiago Cardoso, Magrão e Everton Felipe gravaram depoimentos para as respectivas torcidas, devidamente fardados de oficiais. Assista.

Grafite: “Alô torcida coral, conto com a sua ajuda para fazer do futebol uma ferramenta de paz em Pernambuco. Juntos seremos todos campeões.” 

Tiago Cardoso: “Torcedor tricolor, você é fundamental para o nosso futebol. Torça sem violência.”

Magrão: “Torcida rubro-negra, faça do futebol a sua maior alegria. Vamos juntos torcer em paz por Pernambuco.” 

Everton Felipe: “Torcedor rubro-negro, precisamos de você para apoiar o nosso time e promover a paz nos estádios.”

A música tema do Brasileirão. Não é uma Champions da Filarmônica Real…

O lançamento da música tema do Brasileirão 2016. Crédito: Rafael Ribeiro/CBF

Se existe uma música que se confunde com um campeonato, sem dúvida alguma, é o hino da Champions League, presente na abertura de qualquer jogo do torneio europeu. A música, cantada em inglês, francês e alemão, é uma adaptação de Tony Britten com a Orquestra Filarmônica Real, da Inglaterra, em 1992, inspirada no hino de coração “Zadok, o Padre”, de George Handel. Pois é, inspirado nesse sucesso absoluto, a CBF resolveu adotar a ideia no Campeonato Brasileiro, que agora tem uma música oficial.

A canção, composta por Marquinhos Osócio, mistura percussão, violinos e saxofones. Se a música vai se popularizar, só o tempo dirá. Apresentada no lançamento oficial da Série A de 2016, em São Paulo, com direito a Ricardo Rocha representando o Santa e Carlinhos Bala o Sport, a música tema irá marcar o protocolo de todas as 380 partidas da competição, como ocorre na Liga dos Campeões. Abaixo, assista ao clipe oficial da música.

O que você achou da música tema do Brasileirão?

Chegou a hora
Esse é o nosso momento
De mostrar toda nossa ousadia
No campeonato mais disputado do mundo
Com garra, paixão e alegria
Força e raça, com a bola no pé
São os frutos dessa nossa arte
Despertando em cada coração
O sonho vivo de é campeão
Vamos jogar, vamos lutar
Vamos em frente
A festa vai começar

2x
E é pra ferver
E é pra ganhar
É bola na rede
Eu sei que dá
Levanta essa taça
Agita a torcida
Por todo o Brasil

Os 14 maiores públicos da história do Clássico das Multidões, acima de 50 mil

Pernambucano 1999, 1º turno: Santa Cruz 1x1 Sport. Crédito: Ricardo Borba/DP/D.A Press

Leonardo e Mancuso, protagonistas do maior público da história do clássico.

O confronto entre Sport e Santa Cruz passou a ser conhecido como Clássico das Multidões em 1943, se popularizando rapidamente no Recife, num reflexo dos públicos apinhados na Ilha do Retiro, o maior palco da cidade até então. Com a inauguração do Arruda, três décadas depois, os borderôs do confronto subiram de patamar, ultrapassando os 50 mil espectadores.

Entre as 547 partidas disputadas em um século de história, catorze superaram a expressiva marca, todas válidas pelo Campeonato Pernambucano – o recorde na Série A é de 47.924, na Copa João Havelange. Exceção feita ao único jogo na Ilha na lista, na época da campanha “Vale Lazer”, os demais foram disputados no estádio coral. Não por acaso, doze ocorreram após a construção do anel superior, em 1982. E olhe que apenas dois jogos decidiram títulos, em 1990 e 2011, ambos conquistados pelo Tricolor, mesmo com vitórias leoninas.

Em relação ao recorde de público do Clássico das Multidões, segundo relatórios oficiais, o número poderia ter sido bem maior. No histórico embate entre Mancuso e Leonardo, no primeiro clássico do argentino, foram 71.197 pagantes, com o povo pagando R$ 6 na arquibancada inferior e R$ 3 na geral. O público total chegou a 78 mil. Entretanto, houve invasão, ingresso iô-iô e superlotação, com fontes garantindo mais de 90 mil torcedores no Mundão em 1999.

Os maiores públicos, com dados de Carlos Celso Cordeiro e arquivo do Diario:

78.391 – Santa Cruz 1 x 1 Sport, 21/02/1999
75.135 – Santa Cruz 1 x 2 Sport, 03/05/1998
74.280 – Santa Cruz 2 x 0 Sport, 18/07/1993
70.000 – Santa Cruz 0 x 2 Sport, 20/02/1994*

67.421 – Santa Cruz 0 x 1 Sport, 20/05/1990
62.243 – Santa Cruz 0 x 1 Sport, 15/05/2011
61.440 – Santa Cruz 0 x 0 Sport, 11/07/1993
58.860 – Santa Cruz 0 x 1 Sport, 27/05/1990
54.742 – Santa Cruz 1 x 0 Sport, 16/05/1999
54.510 – Santa Cruz 1 x 1 Sport, 19/05/1999
51.192 – Santa Cruz 0 x 0 Sport, 03/12/1983
50.664 – Santa Cruz 2 x 2 Sport, 06/05/1979

50.126 – Santa Cruz 3 x 2 Sport, 14/05/2000
50.106 – Sport 4 x 1 Santa Cruz, 29/03/1998**

* O ingresso promocional foi um recorte do Jornal do Commercio
** O único jogo na Ilha do Retiro

Pernambucano 1999, 1º turno: Santa Cruz 1x1 Sport. Crédito: Ricardo Borba/DP/D.A Press

Centenário, o Clássico das Multidões se espalha no Recife além dos 90 minutos

Pernambucano 1999, 1º turno: Santa Cruz 1x1 Sport. Crédito: Globo Nordeste/reprodução

O Clássico das Multidões em sua essência é uma celebração do povo, muito antes de dividir a arquibancada para mais um jogo. Em 2016, no seu centenário, com 547 capítulos, é difícil imaginar que todos os torcedores chegavam juntos, que a resenha era compartilhada por horas à base de cerveja no antigo restaurante Colosso ou na calçada da Abdias de Carvalho, comendo um “patinho”, típico prato futebolístico que sumiu como tantos outros caprichos que construíram a imagem do embate entre Sport e Santa. Vivemos numa época em que cada torcida chega por um corredor separado pela polícia militar, com divisórias de até 30 metros entre as massas dentro do estádio, com o horário de saída marcado para cada uma. O vencedor sai primeiro, o derrotado espera quinze minutos. Tudo para evitar o encontro, justamente o que fomentou durante tanto tempo uma das maiores rivalidades do Nordeste, respeitada no país.

Eu fico com a velha lembrança da chegada na retilínea Avenida Beberibe, entre incontáveis bandeiras tricolores e rubro-negras, tremulando no solzão, parando e sendo parado para conversar sobre a expectativa da partida. Sobre viver por uma tarde uma das maiores experiências que o futebol pode proporcionar, sem exagero (supondo que seja possível não exagerar ao falar de futebol).

– Zé do Carmo vai mesmo para o jogo?
– Hoje é o dia de Leonardo, amigo…
– Se ele fizer dancinha, já sabe, né?
– Menino, cuida da tua zaga não…
– Aqui é só um jogo. A festa é na Ilha, você sabe.
– Isso se Zé não for expulso de novo. Endoida toda vez.

Pernambucano 1999, final: Sport 2x1 Santa Cruzr. Crédito: Globo Nordeste/reprodução

A conversa seria interminável. Mas acaba na catraca, com cada um se dirigindo para um portão. Lá dentro, o estádio dividido ao meio, tendo como separação o antigo colete verde-limão da PM. A tiração de onda era ali mesmo. De vez em quando, até um sisudo policial caía na risada. Se havia confusão, era algo muito menor, perdido na memória. Voltando um pouco mais no tempo, mas já não o meu tempo, a conversa teria como personagens Marlon, Betão, Sérgio China e Éder. E assim sucessivamente, até a era do registro em preto e branco, quando o vermelho presente em cada camisa, em diferentes tons e listras, só era visto in loco. Dito e feito. O nome “Clássico das Multidões” não é à toa.

Qualquer pessoa que goste de futebol e vista a camisa coral ou a rubro-negra tem uma grande história para contar. São 23 finais, com a 24ª já entrando no novo século. É, disparado, o maior número do campeonato estadual, num equilíbrio que se mantém nas arquibancadas, sendo 12 títulos do Sport e 11 do Santa Cruz. Atravessaram as respectivas histórias se enfrentando em decisões, praticamente, passando à margem somente nos anos 1930, na transição do amadorismo para o profissionalismo. A partir dali, fincaram raízes na Ilha do Retiro (1937) e Arruda (1943), com a cidade se agigantando em volta, a mesma e legítima lógica pernambucana do Oceano Atlântico, criado a partir da foz dos rios Capibaribe e Beberibe.

Pernambucano 1999, final do 2º turno: Santa Cruz 1x0 Sport. Crédito: TV Tribuna/reprodução

A romaria para o Adelmar da Costa Carvalho ou para o José do Rego Maciel tornou-se mais complicada justamente pelo crescimento do Grande Recife, desenfreado e desigual. De 1,5 milhão de habitantes em 1970 para quase 4 milhões. Entre edifícios espelhados e orlas bem cuidadas a morros desprovidos de muros de arrimo e guetos sem saneamento. Tricolores e rubro-negros estão espalhados em todas as camadas. Não é o fato de rotular o clássico como popular. Ele, simplesmente, é. Sem distinção, sem jamais baixar a cabeça independentemente da situação. Em um domingo, diz a história, a SeleSanta de Luciano Veloso e Givanildo Oliveira poderia sucumbir diante de um Esporte, como os jornais grafavam erroneamente no passado, em longo jejum. Ou o robusto Sport dos anos 1990, abocanhando oito títulos, poderia ser superado por um Tricolor escalado apenas pela raça e empurrado pelo povão.

A capital continuará crescendo, mesmo com bairros já espremidos, mas entre tantos detalhes de sua rica identidade, Sport x Santa Cruz sempre se fará presente. Mexe com a cidade. Pode até ser, também, questão de segurança pública, num olhar mais atual. Mas, acima de tudo, porque mexe com a paixão da imensa maioria dos pernambucanos, durante mais de 90 minutos.

Pernambucano 1996, final: Sport 1x1 Santa Cruzr. Crédito: Globo Nordeste/reprodução