Santa Cruz elimina o Vitória da Conquista e garante R$ 1,56 milhão antes da Sula

Copa do Brasil 2016, 2ª fase: Vitória da Conquista 0x2 Santa Cruz. Foto: Samuel Dias/Futura Press/Estadão conteúdo

O Santa Cruz deve disputar a Copa Sul-Americana de 2016. Ainda que a direção evite o discurso, para não esvaziar a participação na Copa do Brasil, a estreia em um torneio internacional é algo celebrado no Arruda, presente inclusive no plano de metas do presidente Alírio Moraes. A chance foi dada (conquistada).

Com duas vagas internacionais asseguradas via Nordestão, o time vai a campo para fazer caixa na copa nacional, indo até o limite. No interior baiano, o Tricolor, só com reservas, venceu o Vitória da Conquista por 2 x 0 e matou o confronto no primeiro jogo – fisgando ainda 60% da renda. Bruno Moraes marcou os gols na etapa complementar, completando cruzamentos da direita, um com Lucas Ramon (17) e outro com Wallyson (41). Foi o 7º triunfo em mata-matas na temporada, somando Rio Branco, Ceará, Bahia, Náutico, Campinense e Sport.

Com a classificação, os corais garantiram a terceira cota de participação do torneio nacional, no limite para poder ir à Sula no segundo semestre.

R$ 420 mil – 1ª fase, Rio Branco
R$ 480 mil – 2ª fase, Vitória da Conquista
R$ 660 mil – 3ª fase, CRB ou Vasco

No geral, um apurado de R$ 1,56 milhão, essencial para equilibrar as contas no Brasileirão, a próxima (e mais importante) missão, a partir de domingo. Voltando à Copa do Brasil, agora é a hora da escolha dos corais, caso queiram mesmo a Sula. Ou seja, só sendo eliminado, num cenário indesejável já vivido pelos rivais Náutico (2013) e Sport (2013-2016). Logo, o Santa será mais um a endossar a luta contra o péssimo critério adotado pela CBF, antidesportivo.

Tricolor, qual é a sua escolha: Copa do Brasil ou Copa Sul-Americana?

Copa do Brasil 2016, 2ª fase: Vitória da Conquista 0x2 Santa Cruz. Foto: Eliezer Oliveira/Futura Press/Estadão conteúdo

Documentário sobre o Íbis em Paris. Graças a José Mourinho, acredite

Mauro Shampoo em Paris, representando o Íbis. Foto: Ibismania/twitter

Em 28 de dezembro de 2015, o Íbis fez uma proposta histórica a José Mourinho. O técnico havia acabado de ser demitido do Chelsea e passava as férias em Porto de Galinhas quando houve a “sondagem”. No Pássaro Preto o português receberia uma cesta básica e poderia ter o contrato rescindido em caso de boas apresentações. A greia do Ibismania se espalhou rapidamente, saindo bastante da fronteira brasileira. Aula de marketing (mesmo às avessas).

A repercussão teve um novo capítulo cinco meses depois, com o convite do Canal+ (espécie de Sportv da França) para uma reportagem especial sobre o pior clube do mundo. Já na chegada ao Aeroporto Charles de Gaulle a plaquinha indicava a figura: Mr. Shampoo. Não havia melhor representante que o camisa 10 (“show, show, show”) para ir ao Museu do Louvre e à Torre Eiffel.

Além do tradicionalíssimo repertório do clube, com o jejum de 55 jogos sem vitória entre 1980 e 1984, indo parar no Guinness Book, Mauro comentou nas gravações, realizadas em maio, sobre a sondagem a Mourinho. O cabeleireiro explicou aos franceses o significado da expressão “bicho” no futebol brasileiro. Porém, disse que o prêmio ao técnico seria um cachorro mesmo…

Mauro Shampoo em Paris, representando o Íbis. Foto: Ibismania/twitter

Copa Verde com apenas 6% da cota do Nordestão, uma disparidade de mercado

O troféu da Copa Verde 2016. Foto:  Rafael Ribeiro/CBF

Com três edições, a Copa Verde mantém com ponto alto a classificação à Copa Sul-Americana. Foi assim com os campeões Brasília, Cuiabá e Paysandu, assegurando participações internacionais nos anos seguintes. Financeiramente, porém, o mata-mata segue com um investimento bem modesto. Idealizado pela CBF em 2014, a partir do sucesso do Nordestão, cuja transmissão é feita pelo mesmo canal, o torneio tem uma cota de apenas 6% em comparação à matriz.

Em 2016, somando as cotas das oitavas, quartas, semi e título, o Papão ganhou R$ 275 mil. Isso corresponde a 11% da premiação do Santa Cruz, o campeão nordestino na mesma temporada. O valor repassado ao bicolor paraense é um pouco mais da metade da cota da primeira fase do Nordestão. A disparidade (técnica?) entre os torneios de integração se mantém em todas as etapas. Mais. Enquanto a premiação absoluta do Nordestão subiu 33% em um ano, na Copa Verde o valor foi congelado, devido ao painel de patrocínios mais enxuto.

À parte de Paysandu e Remo, o torneio carece de forças populares. A entrada do Vila Nova, na terceira edição, ajudou. Por outro lado, o Goiás, o único “cotista” da tevê nas regiões, não quis participar, preferindo seguir em busca de um lugar na própria Copa do Nordeste (possibilidade já rechaçada) ou na Primeira Liga.

Veja as cotas, somando as fases, das campanhas finais nas Copas Verde e do Nordeste. Entre parênteses, o percentual da Verde sobre a etapa no Nordestão.

Copa Verde 2016 (18 times)
Campeão – R$ 275 mil (11%), Paysandu
Vice – R$ 145 mil (7%), Gama
Semifinalista – R$ 95 mil (6%), Remo e Aparecidense
Quartas de final – R$ 45 mil (5%), Rio Branco, Nacional, Cuiabá e Vila Nova
Primeira fase (oitavas) – R$ 15 mil (3%)
Total: R$ 910.000* (6%)
* Exceto para os eliminados na fase preliminar

Copa do Nordeste 2016 (20 clubes)
Campeão – R$ 2,385 milhões, Santa Cruz
Vice – R$ 1,885 milhão, Campinense
Semifinalista – R$ 1,385 milhão, Bahia e Sport
Quartas de final – R$ 935 mil, Ceará, Fortaleza, CRB e Salgueiro
Primeira fase (grupos) – R$ 505 mil*
Total: R$ 14.820.000
* Exceto para os clubes do Piauí e do Maranhão 

Troféu da Copa do Nordeste 2016, na decisão em Campina Grande. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz