Série A com venda de mando e gramado sintético em 2018. E sem árbitro de vídeo

O conselho arbitral do Brasileirão de 2018. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Além da divulgação da tabela da Série A de 2018, com rodadas entre 14 de abril e 2 de dezembro, os presidentes dos vinte clubes discutiram na sede da CBF, no Rio de Janeiro, sobre mudanças na formatação do campeonato – não relacionadas ao regulamento do campeonato. Propostas na mesa, dos clubes ou da própria confederação, com decisão por maioria simples. De cara, foram derrubadas duas decisões tomadas na edição passada, os vetos à grama sintética (que começaria a valer justamente neste ano), e à transferência de mando de campo para outros estados. E sobre a terceira proposta no arbitral, a decisão foi bem controversa, na contramão da tecnologia – inclusive dividindo os quatro representantes nordestinos, que em 2017, quando eram três, haviam votado em bloco. No conselho técnico oficial, o Sport foi novamente representado pelo seu presidente executivo, Arnaldo Barros.

Grama sintética (aprovada)
De forma unânime, o uso do gramado sintético foi mantido no Brasileirão. Em 2017, a pedido do Vasco, foi votada a proposta para proibir a partir de 2018, tendo a Arena da Baixada, do Atlético-PR, como alvo  – na ocasião, a proposta ganhou por 15 x 5, com os três nordestinos ficando ao lado do clube paranaense. Na visão do blog, a revogação da decisão de 2017 faz total sentido, uma vez que os campos artificiais têm autorização internacional. Segundo apuração do blog, junto ao presidente da FPF, Evandro Carvalho, a decisão é definitiva – não cabendo novas discussões em arbitrais futuros.

A favor (20): unanimidade

Venda de mando de campo (aprovada)
Em 2017, a CBF apresentou a ideia de liberar a venda/mudança de mando de campo para outros estados, exceção feita às últimas cinco rodadas. Na ocasião, porém, o Atlético-MG lançou outra proposta, com o veto no torneio inteiro, contrariando Fla e Flu – o Galo venceu o pleito, tendo o apoio dos nordestinos. Desta vez, ao reapresentar a ideia, a confederação conseguiu aprová-la, limitando em 5 mudanças por time – com a aprovação do visitante, diga-se. Portanto, poderá haver mudanças da 1ª até a 33ª rodada. Depois, somente para outros palcos dentro do próprio estado de origem do clube. Ao condicionar a mudança ao visitante, o critério torna-se mais justo, na visão do blog, sobretudo em caso de grandes distâncias – o Ceará, por exemplo, pode não aceitar jogar contra o Fluminense em Cuiabá ou Londrina.

A favor (20): unanimidade

Árbitro de vídeo (vetado)
Foi a terceira proposta discutida no conselho técnico. Após uma série de testes em 2017, iniciada na final do Pernambucano, e já com a possibilidade prevista no Regulamento Geral da CBF, a tecnologia foi à mesa. E os clubes vetaram – mesmo considerando que todas as 380 partidas são transmitidas com pelo menos sete câmeras simultâneas. Segundo os dirigentes, pesou a custo de R$ 50 mil por jogo, ou 950 mil por time em todo torneio – além de ‘dúvidas sobre a eficiência do sistema’. Foi o placar mais acirrado, 12 x 7, com uma abstenção. Para o blog, o veto é um grande um retrocesso, pois a cifra geral (R$ 19 mi) poderia ser paga dentro de uma competição bilionária, como é caso. Ou, ainda mais, por uma entidade sem fins lucrativos, como a CBF, que teve um superávit acumulado de R$ 546 milhões nos últimos dez anos.

A favor (7): Bahia, Botafogo, Chape, Flamengo, Grêmio, Inter e Palmeiras
Contra (12): América-MG, Atlético-MG, Atlético-PR, Ceará, Corinthians, Cruzeiro, Fluminense, Paraná, Santos, Sport, Vasco e Vitória
Abstenção (1): São Paulo

O conselho arbitral do Brasileirão de 2018. Crédito: CBF/youtube (reprodução)

One Reply to “Série A com venda de mando e gramado sintético em 2018. E sem árbitro de vídeo”

  1. Complemento do post

    Através do site oficial, o Sport se posicionou sobre a decisão tomada sobre o árbitro de vídeo (votou contra). Segue a íntegra:

    O Sport Club do Recife sempre se posicionou a favor de tecnologias que possam contribuir para a diminuição da incidência de erros na arbitragem. A posição do Leão na tarde desta segunda-feira (5), no Rio de Janeiro, é simplesmente contra a proposta da CBF de que os times custeiem a implantação e a operação do sistema do árbitro de vídeo nas partidas do Brasileirão 2018. A estimativa era a de que cada clube gastaria quase R$ 1 milhão ao longo do campeonato. Outras 11 equipes da Série A votaram como o Leão.

    “O Sport é a favor de tudo que possa tornar o futebol um esporte mais justo. O nosso voto foi contrário porque não concordamos que os clubes custeassem a operação do sistema do árbitro de vídeo. Teríamos um custo por partida dentro de casa na ordem de R$ 50 mil. É um valor muito alto se pensarmos que cada time atua como mandante 19 vezes no campeonato”, explicou o presidente Arnaldo Barros, que representou o Leão na reunião desta tarde, no Rio.

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