Nova rebelião na Funase, mais uma morte e a dor dos familiares

Olhe para esta foto abaixo e tente sentir um pouco da agonia dessas mulheres. São mães, esposas, namoradas e irmãs de jovens infratores que cumprem medida socioeducativa no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) da Funase do Cabo de Santo Agostinho. Nessa sexta-feira, os internos, motivados por uma briga de disputa de comando, fizeram mais uma rebelião na unidade. O saldo: um morto, três feridos e muito desespero do lado de fora da unidade.

Parentes dos internos entraram em desespero. Foto: Helder Tavares/DP/D.A/Press

Essa foi a quinta morte ocorrida neste ano em centros de atendimento de adolescentes e jovens infratores. Coisa que não se tem visto, pelo menos nos últimos anos, nas penitenciárias e presídios do estado. O corpo do jovem que morreu deve ser sepultado ainda neste sábado. Ele sabia que estava marcado para morrer e chegou a dizer isso aos familiares e pediu para ser transferido da unidade. A morte foi mais rápida. Agora, resta aos parentes enterrar o seu corpo. Resta também esperar para saber quem vai responder pela morte do jovem que estava guardado pelo estado por ter praticado ato infracional correspondente ao crime de homicídio.

 

Leia matéria publicada no Diario de Pernambuco deste sábado:

No começo da tarde de ontem, Alexandre de Melo Camilo, 20 anos, telefonou para
os familiares. Pediu que fossem tirá-lo do Centro de Atendimento
Socioeducativo (Case) do Cabo de Santo Agostinho, pois estava marcado para
morrer. O prenúncio de Alexandre confirmou-se horas depois, por volta das
19h30, quando a polícia fez o balanço da rebelião ocorrida no centro. Foi a
segunda rebelião e o quarto assassinato na unidade do Cabo somente neste ano,
onde estão 338 jovens. Outra morte ocorreu, em setembro, no Case de Abreu e Lima.

Os feridos foram levados para um hospital. Foto: Helder Tavares/DP/D.A/Press

A confusão, iniciada por volta das 16h30, deixou ainda três jovens feridos.
Interno há seis meses pela acusação de homicídio, Alexandre morreu após sofrer
golpes de facão ou arma similar. Possivelmente peça artesanal. “A vítima
estava com um corte profundo no pescoço e um grande ferimento na face”,
detalhou o perito do Instituto de Criminalística Severino Arruda. É como se
quisessem degolá-lo. Havia outros sinais de ferimentos, que podem ter sido
feitos por uma ou mais pessoas.

Ambulâncias do Corpo de Bombeiros foram ao local. Foto: Helder Tavares/DP/D.A/Press

Alexandre morreu no Case, enquanto os três feridos seguiram para o Hospital
Dom Helder Camara, no Cabo de Santo Agostinho. Dois deles, Airton Genes
Amorim, 18, e Hamilton José de Oliveira, 19, tiveram ferimentos por arma de
fogo. “Levei um tiro de revólver 38 no joelho”, disse um dos rapazes quando
era socorrido pelo Corpo de Bombeiros. Ele não se identificou. O terceiro
interno a receber socorro médico fora do Case foi Jailson Ângelo da Silva, 18
anos.

Na agonia, algumas pessoas passaram mal. Foto: Helder Tavares/DP/D.A/Press

O motim começou no pavilhão 1, segundo a polícia, por conta de uma briga entre
grupos inimigos. “Foi uma guerra pelo comando do lugar”, disse a comandante da
Radiopatrulha, tenente-coronel Conceição Antero. Temendo ataques, os internos
do pavilhão 5 fizeram uma barricada com pedaços de madeira e colchões e
atearam fogo. A Radiopatrulha foi a primeira unidade da polícia a chegar no
centro. Em poucos minutos, o helicóptero da Secretaria de Defesa Social (SDS)
passou a sobrevoar a unidade, enquanto ouvia-se tiros dentro do Case. Ao todo,
cerca de 70 policiais atuaram para conter a rebelião. (Jailson da Paz)

Sofrimento das famílias na frente da unidade. Foto: Helder Tavares/DP/D.A/Press

 

SDS suspende férias de delegados, oficiais e servidores com cargos comissionados

Alguns servidores da Secretaria de Defesa Social (SDS) do estado ganharam o presente de Natal antecipado. No entanto, os policiais não gostaram nem um pouco que viram no Diário Oficial dessa sexta-feira. Alegando que é preciso prevenir e reduzir os índices de criminalidade em dezembro e que com as festas de final de ano o fluxo de pessoas nas ruas aumenta, além de apontar a necessidade de reduzir a quantidade de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) e Contra o Patrimônio (CVLPs), o secretário Wilson Damázio determinou a suspensão das férias de alguns servidores para o mês de dezembro.

Quem tem cargo de chefia, recebe gratificações ou é comissionado não poderá gozar das férias entre o período de 1º a 31 de dezembro próximo. A notícia caiu como uma bomba nos quartéis da Polícia Militar e nas delegacias da Polícia Civil. A portaria diz ainda que aqueles policiais que iniciaram as férias em novembro e iriam até dezembro também não poderão gozar os dias no último mês do ano.

 

Confira a portaria abaixo:

PORTARIA DO SECRETÁRIO DE DEFESA SOCIAL
Nº 3541, DE 14NOV2012
Dispõe sobre a suspensão do gozo de férias dos servidores em exercício na Secretaria de Defesa Social e em seus órgãos operativos,e dá outras providências.
O Secretário de Defesa Social, no uso de suas atribuições, CONSIDERANDO a necessidade de prevenir e reduzir a criminalidade no mês de dezembro do corrente ano, diante do aquecimento da economia, das festividades de final de ano e do aumento do fluxo de pessoas nas diversas regiões do Estado de Pernambuco; CONSIDERANDO a necessidade de redução dos indicadores de criminalidade, especialmente dos Crimes Violentos Letais Intencionais – CVLI e dos Crimes Violentos contra o Patrimônio – CVP; CONSIDERANDO que para alcançar esses objetivos há necessidade de que os servidores ocupantes de cargos comissionados, gestores, comandantes dos níveis operacional, tático e estratégico desta Secretaria e dos seus órgãos operativos (Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar e Institutos vinculados à Gerência Geral de Polícia Científica) acompanhem durante o mês de dezembro as ações estratégicas determinadas por esta Secretaria; CONSIDERANDO, especialmente, o disposto no art. 61, § 3º, da Lei Estadual nº 6.783, de 16 de outubro de 1974, no art. 103, § 3º, da Lei Estadual nº 6.123, de 20 de julho de 1968, e nos arts. 1º e 5º do Decreto Estadual nº 18.973, de 10 de janeiro de 1996; CONSIDERANDO, finalmente, que o gozo de férias é direito do servidor, cujo período de gozo também se submete ao interesse público, conforme dispõe a legislação que regulamenta a matéria; RESOLVE:
Art. 1º Fica suspenso, no período 1º a 31 de dezembro de 2012, o gozo de férias pelos servidores da Secretaria de Defesa Social e de seus órgãos operativos, ocupantes de Cargos Comissionados e de Função Gratificada de Supervisão – FGS, e pelos servidores que percebem Gratificação de Encargo de Comando – GEC, Gratificação de Encargo Policial Civil – GEPC e Gratificação de Atividade Tática – GAT, independentemente de lotação, em todo o Estado de Pernambuco.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às hipóteses em que a finalização do processo de aposentadoria do servidor estiver dependendo do gozo de férias ainda não gozadas.
Art. 2º O disposto no artigo anterior aplica-se, também, às férias iniciadas no mês de novembro e finalizadas em dezembro do corrente ano, relativamente aos dias de gozo no mês de dezembro.
Art. 3º O gozo de férias já programadas e suspensas por esta portaria será retomado a partir de 1º de janeiro de 2013, vedada a sua reprogramação para o mês de fevereiro do referido ano.
Art. 4º As situações excepcionais serão submetidas ao Secretário de Defesa Social, que decidirá sobre cada caso observando razões de conveniência, oportunidade e interesse público.
Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

WILSON SALLES DAMÁZIO
Secretário de Defesa Social

Delegado da Polícia Civil autuado por corrupção

Um delegado da Polícia Civil de Pernambuco foi autuado em flagrante, segundo a polícia, por cobrar dinheiro de uma pessoa para liberar um caminhão apreendido pela delegacia. O caso foi registrado na Delegacia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos, na Rua Gervásio Pires.

Delegado estava na polícia há 26 anos. Foto: Lilian Pimentel/DP/D.A/Press

O delegado Carlos Gilberto Freire de Oliveira, que tem 61 anos e 26 de polícia, era do plantão da Várzea. Ele foi preso por volta das 12h desta sexta-feira após ter cobrado R$ 1,5 mil para entregar o veículo ao proprietário, de acordo com a polícia. O caminhão estava na delegacia porque uma pessoa que teria comprado o veículo não pagou as parcelas ao antigo proprietário, que prestou uma queixa na Delegacia da Várzea.

O delegado então conseguiu recuperar o veículo e fez a cobrança para devolver ao proprietário. Isso na quarta-feira. Na quinta-feira, o dono do caminhão fez a denúncia à Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS), que o orientou a marcar  um lugar para fazer a entrega do dinheiro.

Segundo a polícia, o delegado chegou a receber R$ 700 e foi preso  logo em seguida. Ele foi autuado pelo crime de concussão (ato de exigir para si ou para outrem, dinheiro ou vantagem em razão da função, direta ou indiretamente) e seguirá para o Centro de Triagem, em Abreu e Lima. Se for condenado, pode pegar uma pena de dois a oito anos de prisão.

Com informações da repórter Alice de Souza do Diario de Pernambuco

Em março, outro delegado foi preso acusado de corrupção. Leia mais sobre o assunto no link abaixo

Delegado Tiago Cardoso fala sobre os dias no Cotel

 

Segurança Pública aprova número 190 para todos os tipos de emergência

O que já era ruim, pode ficar ainda pior. Quem já precisou utilizar o serviço 190 de emergência policial sabe do que estou falando. No momento em que você mais está precisando da presença da polícia e recorre ao telefone para agilizar o problema, nem sempre, ou melhor, quase nunca, o usuário obtem sucesso. A começar pela prolixidade dos atendentes que submetem você a um verdadeiro interrogatório, isso quando as ligações são atendidas.

Não são poucas as reclamações que chegam à redação do jornal sobre a ineficiência do serviço. No início dessa semana, uma senhora moradora do bairro do 7º RO, em Olinda, enviou pedido de socorro ao blog por não mais aguentar o barulho na rua onde mora. Segundo a dona de casa, as pessoas que frequentam um bar localizado na rua ficam com os sons dos carros ligados em volume muito alto até tarde da noite. “Já ligamos várias vezes para o 190, mas a políca nunca vem”, reclamou a senhora.

Imagine agora o caos nos serviços de emergência por telefone quando for aprovada a proposta que unifica todos os chamados do Brasil apenas através do número 190. É rezar pra ser atendido e rezar mais ainda para que o serviço chegue até você. Veja abaixo matéria sobre o assunto:

 

Da Agência Câmara

A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado aprovou proposta que unifica os números de telefone para todos os casos de emergência (polícia, bombeiros e outros). O número 190 será usado para contatar qualquer um desses serviços em qualquer parte do País. A proposta altera a Lei Geral de Telecomunicações (9.472/97).

O texto aprovado é o substitutivo da deputada Keiko Ota (PSB-SP) ao Projeto de Lei 175/11, do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), e a duas outras propostas que tramitam em conjunto: PL 2810/11, do deputado Edinho Araújo (PMDB-SP), e PL 3756/12, da deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS).

“Sou favorável à criação de um número único apenas para os atendimentos considerados de emergência” disse a relatora. Assim, Keiko Ota estabelece em seu substitutivo que a definição do que seriam atendimentos emergenciais deverá ficar a cargo de regulamentação pela agência reguladora do setor de telecomunicações, a qual deverá ser editada em até 180 dias após a entrada em vigor da lei.

Após a regulamentação, a divulgação do telefone do serviço de emergência será obrigatória nas viaturas dos órgãos de segurança pública, nas ambulâncias, nas instituições de saúde e de ensino público e privado e em todos os estabelecimentos comerciais.

Pena e multa
O substitutivo retira a previsão, que consta do texto original, de pena de detenção de dois a quatro anos, acrescida da metade se houver dano a terceiro, além de multa, para quem utilizar o serviço de forma abusiva, com a intenção de prejudicar ou impedir sua operação – passar trote, por exemplo.

O texto aprovado também retira a exigência do projeto original de que as despesas do serviço serão pagas pelas operadoras de serviços de telefonia – fixa e móvel.

Tramitação
A proposta – já aprovada pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informatica – ainda será analisada, em caráter conclusivo, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

 

Adolescente reincidente poderá ficar internado até os 26 anos de idade

Da Agência Câmara

A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado aprovou no último dia 7 proposta que eleva de 21 para 26 anos a idade limite para a soltura do adolescente infrator, reincidente em qualquer tipo de crime, condenado a medida socioeducativa de internamento, nos termos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei 8.069/90).

O texto aprovado é um substitutivo do deputado Enio Bacci (PDT-RS) ao Projeto de Lei 345/11, do deputado Hugo Leal (PSC-RJ). A proposta original previa apenas a elevação da idade, sem que houvesse necessidade do adolescente ser reincidente.

O texto de Enio Bacci foi o parecer vencedor, escolhido pela comissão após a derrota do relatório original, da deputada Dalva Figueiredo (PT-AP), pela rejeição do projeto.

Para Bacci, o projeto atende a uma necessidade jurídica e a um desejo da sociedade. Ele critica a redação atual do ECA, por prever a liberação compulsória, independentemente da gravidade do crime praticado, quando o jovem completa 21 anos de idade.

Legislação
Atualmente, o adolescente que pratica um delito antes da maioridade penal (18 anos) é processado e julgado pelas regras do estatuto. A sentença pode ser proferida depois de ele completar os 18 anos, mas a condenação máxima é de três anos de internamento, sendo a liberação compulsória aos 21 anos de idade, ainda que reste tempo de pena a cumprir.

Tramitação
O projeto será agora analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania; antes de seguir para a apreciação do Plenário.

Acusados de matar turista alemã Jennifer Kloker voltam ao banco dos réus

 

Jennifer Kloker foi morta em fevereiro de 2010. Foto: RomagnaNoi/Divulgacao

Em maio de 2011, estive de frente aos cinco acusados de participar da morte da turista alemã Jennifer Kloker. Depois de vários meses acompanhando as investigações sobre o caso era chegada a hora dos culpados apontados pela polícia pagarem pelo que fizeram. No entanto, uma manobra da defesa da mentora do crime conseguiu adiar por mais um ano um novo julgamento. Nessa terça-feira, o Tribunal de Justiça de Pernambuco anunciou que os réus Delma Freire de Medeiros, Pablo Richardson Tonelli, Ferdinando Tonelli, Alexsandro Neves dos Santos e Dinarte Dantas de Medeiros serão julgados entre os dias 10 e 13 de dezembro próximo. Eles irão a júri popular no Fórum de São Lourenço, comarca onde ocorreu o crime, em fevereiro de 2010.

Delma Freire foi apontada como mandante do crime. Foto: Teresa Maia/DP/D.A/Press

O crime, motivado por conta do seguro de vida da vítima, teve repercussão internacional e chocou os pernambucanos quando foi comprovado que a sogra, o sogro e o próprio marido da alemã estavam por trás do assassinato. O Diario de Pernambuco apostou todas as suas fichas na cobertura deste crime a colaborou muito com o trabalho da polícia descobrindo fatos novos. Com exceção de Dinarte, que é irmão de Delma e que colaborou com as investigações, todos os outros acusados estão presos.

Alexsandro e Pablo tiveram participação no assassinato. Foto: Teresa Maia/DP/D.A/Press

Veja matéria publicada no portald do Diariodepernambuco.com.br nesta terça-feira:

O júri popular envolvendo os cinco acusados pelo homicídio da alemã Jennifer Marion Nadja Kloker será realizado entre os dias 10 e 13 de dezembro. Delma Freire de Medeiros, Pablo Richardson Tonelli, Ferdinando Tonelli, Alexsandro Neves dos Santos e Dinarte Dantas de Medeiros serão julgados a partir das 8h, no Fórum de São Lourenço da Mata. A sessão será presidida pela juíza da 1ª Vara Cível da comarca, acumulando a Vara Criminal, Marinês Marques Viana.
Ferdinando Tonelli era sogro da vítima. Foto: Teresa Maia/DP/D.A/Press
As testemunhas de acusação convocadas pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) são os delegados responsáveis pelo inquérito, Alfredo Jorge e Gleide Ângelo, do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). A defesa dos acusados não arrolou testemunhas.
Acusação
A alemã Jennifer kloker foi assassinada por volta das 22h15 do dia 16 de fevereiro de 2010, na altura do km 97 da BR-408, no município de São Lourenço da Mata. Os acusados serão julgados por formação de quadrilha e homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima). Circunstâncias agravantes serão levadas em consideração, devido ao grau de parentesco e convivência entre a alemã e três dos acusados (Delma, Ferdinando e Pablo). Delma Freire também será julgada por fraude processual, sob a acusação de tentar modificar os rumos da investigação ao indicar um falso autor do assassinato.
Adiamentos
O tribunal do júri sobre o assassinato da alemã já foi adiado duas vezes. A primeira foi no dia 24 de maio de 2011, devido ao deferimento do exame de sanidade mental da acusada Delma Freire. A perícia não foi realizada no tempo previsto e o julgamento não pôde ser realizado no dia 27 de julho, quando foi novamente adiado, sem data prevista.
O laudo pericial referente ao exame de Delma Freire foi homologado no dia 01 de novembro de 2012. A ré foi considerada imputável (quando o indivíduo, sem limitações de entendimento e/ou mental, possui a capacidade de entender o fato como ílicito e agir de acordo com este entendimento, podendo receber acusação por meio de queixa, crime ou denúncia do órgão público pela prática de um delito).
Julgamento
Vinte e cinco pessoas compõem o corpo de jurados. Primeiro, serão ouvidas as testemunhas arroladas pela acusação. Como não há testemunhas de defesa, será realizado o interrogatório dos réus. Ao final dos depoimentos, o júri entra na fase do debate, quando acusação e defesa apresentam suas conclusões.

 

 

Novas perícias no caso do empresário Sérgio Falcão

Do Diario de Pernambuco

Por Glynner Brandão

Falta pouco para o quebra-cabeça que cerca a morte do empresário da construção civil Sérgio Falcão, 52 anos, ser, enfim, montado. O Instituto de Criminalística (IC) de Pernambuco enviou para São Paulo fragmentos do dorso da mão e do braço da vítima para investigar a presença de pólvora. O exame será feito pelo IC paulista e não tem data para ser concluído. Já a camisa usada pelo policial militar Jailson Melo, 53, flagrado pelas câmeras do prédio da vítima guardando uma arma, e a parte debaixo das unhas de Sérgio Falcão, vão passar por exames de DNA, em Pernambuco. Ambos podem ajudar a concluir se houve homicídio ou suicídio, luta corporal ou não. O empresário foi encontrado morto no seu apartamento, em Boa Viagem, em agosto. Segundo fontes da polícia, a morte foi um crime de homicídio.

Empresário tinha 52 anos. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A/Press

O exame que poderá constatar a presença de pólvora será realizado por um equipamento chamado de Microscópico Eletrônico de Varredura (MEV). O mapeamento tem alcance molecular e consegue descobrir a presença de pólvora cruzando quantidades de chumbo, bário e antimônio, liberados com o disparo. O aparelho gera imagens de alta resolução. “Os exames estão sendo processados ainda. Os peritos estão empenhados em resolver o fato. Mas tudo tem o seu tempo determinado. Estamos fazendo o melhor para entregar esse caso o mais rápido possível”, conta o gestor do IC, Luiz Carlos Soares.

Morte foi no prédio da vítima, em Boa Viagem. Foto: Nando Chiappetta/DP/D.A/Press

Segundo o Instituto de Criminalística, o exame da arma usada no crime, bem como as conclusões da reprodução simulada – feita uma semana após o ocorrido – foram encaminhados à polícia. O mesmo aconteceu com o mapeamento das últimas ligações feitas por Sérgio Falcão pelo telefone celular. A delegada titular do caso, Vilaneida Aguiar, comentou os exames. “Eles são importantes, mas isso não quer dizer que ao recebê-los eu irei concluir o inquérito imediatamente. Existem questões da investigação ainda. Não posso comentar mais nada, apesar da ansiedade”, informa.

Corpo chegou a ser exumado. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A/Press

O promotor de Justiça André Rabelo, e o advogado da família da vítima, Ernesto Cavalcanti, estiveram na sede do IC, no bairro de Campo Grande, para cobrar agilidade na entrega dos laudos. “Estou aguardando as perícias e todas as provas que forem coletadas. Antes disso, não farei nenhum juízo de valor”, explica o promotor André Rabelo. O advogado pediu a substituição do atual perito do caso, Sérgio Almeida. “O nosso entendimento é de que houve algumas precipitações dele. Entendemos que a sua presença não é viável”, explica Cavalcanti.

 

Presídio de Canhotinho recebe alambrado e câmeras de segurança

Alambrado vai controlar entrada e saída na unidade prisional. Foto: Seres/Divulgação

Será inaugurado nesta quarta-feira, o alambrado do Centro de Ressocialização do Agreste (CRA), em Canhotinho, no Agreste de Pernambuco. O CRA é um presídio agrícola que abriga cerca de 900 reeducandos do regime semiaberto. Na ação, o governo do estado investiu R$ 600 mil. Com 800 metros de extensão, o alambrado reforçará o controle das entradas e saídas dos presos.

Detentos irão receber ainda uma biblioteca. Foto: Seres/Divulgação

Junto com o alambrado, foram construídas duas permanências (postos de vigilância) em lugares estratégicos da unidade prisional. Além disso, o local passa a contar com oito câmeras de monitoramento eletrônico, que permitem  a visão geral da unidade prisional durante 24 horas por dia. Ainda na quarta-feira, a Secretaria de Ressocialização entregará aos reeducandos do Centro de Ressocialização do Agreste duas salas de aula e uma biblioteca do anexo da Escola Amélia Gueiros, instalada dentro do CRA, piscicultura – espaço de criação de peixes ornamentais e a fábrica de sandálias.

 

Polícia e Judiciário discutem integração durante café da manhã

As autoridades de segurança pública do estado estiveram reunidas num café da manhã nessa segunda-feira num encontro com representantes do Poder Judiciário do estado. O encontro, que serviu para integrar ainda mais as forças do sistema de justiça criminal, aconteceu no gabinete do chefe de polícia, Osvaldo Morais.

Estiveram presentes o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, os desembargadores Fausto Freitas, Fausto Campos e Itabira Brito, alguns representantes do Ministério Público e os comandantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, Luís Aureliano e Carlos Eduardo Casa Nova.

Após o bate-papo, autoridades mataram a fome matinal. Foto: Divulgação

Também estiveram presentes no café o secretário executivo de Defesa Social, Alessandro Carvalho, o gestor da Polícia Científica, Francisco Sarmento, além de juízes, promotores e vários oficiais e delegados de polícia que fazem parte do alto escalão dos órgãos operativos da secretaria.

O chefe de polícia, Osvaldo Morais, chamou a atenção para a importância do agradecimento aos contribuem para o êxito do Pacto Pela Vida. “Esse momento é singular para que possamos nos congraçar com alegria e companheirismo”, disse.

Secretário Wilson Damázio falou sobre parceria. Foto: Divulgação

Já o desembargador Fausto Campos ressaltou que o Poder Judiciário está engajado com as polícias e Ministério Público no combate à criminalidade. A palavra integração foi o tom do discurso do secretário de Defesa Social, Wilson Damázio.

Para ele, é destaque o trabalho pioneiro realizado em Pernambuco com os órgãos de segurança pública e justiça. “Ver os poderes públicos integrados é um motivo de orgulho. O nosso trabalho é exemplo para outros estados”, salientou Damázio, que encerrou sua fala prometendo outros encontros como aquele.

 

Famílias sofrem para liberar corpos dos parentes no IML

Desde cedo, parentes de pessoas que foram vtimas de mortes violentas no Grande Recife sofrem na recepção do Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, para liberar os corpos para sepultamento. Algumas pessoas chegaram ao órgão às 7h e apenas depois das 11h conseguiram a documentação para providenciar o enterro.

Familiares das vítimas sofrem à espera dos corpos. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A/Press

Um mototaxista que preferiu não ter o nome publicado estava com mais três familiares para tentar liberar o corpo do sobrinho que foi assassinado na noite desse domingo. “Estamos aqui desde 7h30 e até agora está faltando a médica assinar o atestado. Isso é um absurdo. Todo mundo aqui já está sofrendo muito e chega no IML ainda tem que passar por uma situação dessas”, reclamou.

Segundo funcionários das funerárias das proximidades do IML, quase todas as segundas-feiras está havendo a demora na liberação dos corpos. “Isso tem sido uma coisa frequente. E agora os agentes funerários estão proibidos de entrar no IML. As famílias têm que resolver tudo sozinhas. Colocaram um policial na portaria do instituto apenas para barrar nossa entrada”, revelou um agente funerário.