Garotas foram aliciadas pelo Facebook

Com falsas promessas de que iriam participar de uma campanha contra o câncer de mama, adolescentes estariam sendo aliciadas, pelo Facebook, para enviar fotografias mostrando os seios. Criminosos, usando pelo menos dois perfis falsos, teriam mandado mensagens em nome da agência Mercado de Produções, pertencente à empresária Silvia Furtado, que só descobriu o caso depois de vítimas a procurarem para saber mais detalhes da suposta campanha. A empresária foi à Polícia Federal em Pernambuco para denunciar o crime, que deve ser investigado como pornografia infantil.

Jovens modelos foram enganadas Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press
Jovens modelos foram enganadas Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press

“Eles usavam o meu nome e o nome da minha empresa para atrair as adolescentes. Uma das vítimas, que hoje é uma modelo de 20 anos, relatou que, há cinco anos, foi aliciada pela mesma pessoa no Orkut. Ano passado, a encontraram no Facebook e começaram a fazer chantagens. Eles têm muitas informações sobre ela”, contou a empresária. Na próxima segunda-feira, Sílvia levará à sede da PF um CD com fotos das vítimas seminuas – retiradas dos falsos perfis. “Há pelo menos cinco meninas diferentes nessas fotos. Outra modelo tem outro CD com mais de 15”, relatou.

Em conversas no bate-papo do Facebook, entre vítimas e aliciadores, uma das adolescentes disse: “Não tenho como enviar agora. Posso enviar uma foto de corpo, mas vestida”. O perfil falso, identificando-se como Alice Daviane, não concorda e impõe: “Tem que ser da cintura pra cima, com os seios despidos”. Em outro diálogo reproduzido, uma das meninas mostra interesse no convite, mas diz que vai conversar com a mãe primeiro. No mesmo instante, volta atrás: “Já mando as fotos” – demonstrando falta de conhecimento sobre possíveis golpes a que as pessoas estão sujeitas na internet. Os perfis falsos foram retirados da rede social.

Inquérito
O assessor de comunicação da Polícia Federal, Giovani Santoro, afirmou que o inquérito será instaurado assim que as primeiras provas forem entregues pela empresária. “Precisamos avaliar o material e os perfis falsos no Facebook. Se havia crianças e adolescentes seminuas, isso se caracteriza como crime de pornografia infantil e é de nossa competência a investigação”, explicou.

Do Diario de Pernambuco, por Raphael Guerra