Polícia fará reconstituição do crime no estádio do Arruda nesta segunda-feira

A reconstituição do crime que vitimou o soldador naval Paulo Ricardo Gomes da Silva, 26 anos, que acontecerá na próxima segunda-feira, vai ajudar a polícia a comprovar tudo o que foi dito em depoimento pelos três presos até o momento.

Polícia quer comprovar depoimentos dos suspeitos. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press
Polícia quer comprovar depoimentos dos suspeitos. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

A reprodução simulada será feita por volta das 18h. Mesmo na prisão, Everton Filipe Santiago, 23, Luiz Cabral de Araújo Neto, 30, e Waldir Pessoa Firmo, 34, deverão comparecer ao estádio do Arruda, de onde lançaram os dois vasos sanitários que causaram uma morte e feriram mais três pessoas para refazer os passos do ato brutal que praticaram.

 

Os advogados de Everton, Luiz Cabral e de Waldir já receberam as notificações para que seus clientes compareçam à reprodução simulada. Os pedidos também já foram encaminhados à Justiça. Para encerrar as investigações, o DHPP aguarda ainda os laudos do IC e do Instituto de Identificação Tavares Buril.

Leia matéria completa sobre o assunto na edição do Superesportes do Diario de Pernambuco deste sábado.

 

A torcida agora é por justiça

Registro encontrado no Fotolog de Everton Filipe, conhecido como Ronaldinho, mostra a amizade dele com Waldir Pessoa, o último dos suspeitos preso (REPRODUÇÃO)
Registro encontrado no Fotolog de Everton Filipe, conhecido como Ronaldinho, mostra a amizade dele com Waldir Pessoa, o último dos suspeitos preso

Passava das 19h de ontem quando Waldir Pessoa Firmo Júnior, 34 anos, chegou ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Com o rosto coberto por um paletó, acompanhado da sua mãe, de um amigo e de um advogado. Pouco tempo depois, Luiz Cabral de Araújo Neto, 30, deixava o DHPP. Preso pela manhã, fora conduzido ao Cotel, onde está, desde a segunda-feira, Everton Filipe Santiago, 23. Estava terminada a busca da polícia pelas três pessoas diretamente envolvidas na morte do soldador Paulo Ricardo Gomes da Silva, 26 anos. Só a busca. Essa busca.

Preso na manhã de ontem no Rio Grande do Norte, Luiz Cabral de Araújo chegou ao DHPP com a cabeça levantada e o olhar frio. Saiu para o Cotel com o mesmo semblante (EDVALDO RODRIGUES/DP/D.A PRESS)
Preso na manhã de ontem no Rio Grande do Norte, Luiz Cabral de Araújo chegou ao DHPP com a cabeça levantada e o olhar frio. Saiu para o Cotel com o mesmo semblante

Há outras a realizar. Da verdade, por exemplo. Os detalhes do que realmente aconteceu na noite da sexta-feira 2 de maio de 2014, quando os três estupidamente atiraram dois vasos sanitários do anel superior do Arruda e mataram Paulo Ricardo. Alguns  vieram à tona ontem. Em seus depoimentos, Luiz e Waldir confessaram mais do que a simples participação. As mãos deles empurraram as bacias. A Everton, coube o papel de arrancar os vasos. Aos vídeos recebidos pela polícia, das câmeras instaladas do Arruda, restou a prova de que os três deixaram o estádio no mesmo momento, após cometer o crime. Estavam juntos. Pensaram e executaram juntos.

 (PAULO PAIVA/DP/D.A PRESS)

Leia cobertura completa no caderno Superesportes, no Diario de Pernambuco, desta sexta-feira

Trinta e três propriedades no estado foram confiscadas por plantar drogas

Trinta e três propriedades rurais localizadas no Sertão de Pernambuco foram expropriadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) desde o ano 2000 por terem sido encontradas plantações de maconha em suas áreas. Em todo o país, 38 assentamentos foram criados a partir desse tipo de confisco.

O artigo 243 da Constituição Federal prevê que, nas terras onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas, as propriedades devem ser expropriadas e destinadas ao cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos. As outras cinco propriedades tomadas pelo governo, segundo o Incra, ficam no Piauí (duas), na Bahia (uma), em Tocantins (uma) e no Mato Grosso (uma).

Cultivo da erva na região teve a maior ação de combate na Operação Mandacaru (TERESA MAIA/DP/D.A PRESS)

Numa tentativa de evitar o confisco de suas terras, produtores de maconha do interior passaram a cultivar a droga em áreas da União, sobretudo nas ilhas do Rio São Francisco.

“Depois que a repressão aumentou, os produtores do polígono da maconha estão utilizando novas estratégias para tentar driblar a fiscalização. Quando encontramos plantações nas terras do governo, destruímos a droga, mas não há como fazer a expropriação”, explicou o delegado Carlo Marcus Correia, do Departamento de Repressão a Entorpecente da PF.

De acordo com o Incra, a primeira expropriação de terra em Pernambuco aconteceu em junho de 2000, em Petrolina, e a última, em novembro do ano passado, em Orocó. Nas terras expropriadas no Sertão do estado foram assentadas 269 famílias. De acordo com a assessoria de imprensa do Incra, 114 delas recebem o benefício bolsa-família e ainda estão inscritas no Programa Primeira Água da Funasa, que oferece água às famílias assentadas.

Além disso, todas recebem assistência técnica. O Incra e a Polícia Federal não informaram a quantidade de hectares expropriados nem o número de propriedades onde foram localizadas plantações no estado.

Combate ao tráfico de drogas debatido na Rádio Globo AM 720

Mudanças de estratégias e logística, novas técnicas de cultivo, camuflagem e até uso de aceleradores de crescimento. Os produtores de maconha do Sertão pernambucano vêm se desdobrando para tentar manter o rótulo de maiores fornecedores da droga para vários estados do país e sobretudo para o Grande Recife.

Do helicóptero, policiais identificaram plantações
Do helicóptero, policiais identificaram plantações. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Desde o final da década de 1990, com a realização da Operação Mandacaru na região do conhecido polígono da maconha, os olhos da Polícia Federal (PF) estão voltados para aquela área. No final do mês de abril, cerca de 70 policiais federais invadiram os municípios de Orocó, Cabrobó, Santa Maria da Boa Vista, Parnamirim e Belém de São Francisco em mais uma caçada ao entorpecente.

O Diario acompanhou o trabalho de erradicação de pés de maconha nas ilhas do Rio São Francisco. Foi uma experiência nova para mim que já escrevi tanto sobre operações de combate ao tráfico de drogas, mas não sabia como o trabalho era realizado. Em campo, descobri que os agentes federais contam com a ajuda de colaboradores contratados para o corte e queimada das plantações da droga e que toda a contagem e medição do que é encontrado é feita por equipamentos modernos em uma base montada no meio do mato.

Delegado Carlo Marcus comandou a operação no Sertão. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press
Carlo Marcus comandou a operação no Sertão. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Segundo a Polícia Federal, o aumento da repressão fez com que os produtores passassem a plantar em outras cidades e migrassem para outros estados. Em 17 anos de fiscalização, a PF destruiu mais de 27 milhões de pés de maconha e apreendeu mais de 19 mil kg da droga pronta para consumo em 57 operações. Tudo o que constatamos na viagem ao Sertão foi contado nas páginas do jornal na série de reportagens A migração do tráfico, que termina nesta quinta-feira.

Para debater o assunto e repercutir o trabalho da Operação Angico I, realizada entre os dias 22 de abril e 1º de maio, o delegado responsável pelo Departamento de Repressão a Entorpecentes da PF Pernambuco, Carlo Marcus Correia, estará no programa Globo Recife em pauta, na Rádio Globo 720 AM, hoje, a partir das 11h.

Aníbal Moura pode ser expulso da Polícia Civil de Pernambuco

Foi publicada no Diário Oficial do estado a deliberação do processo administrativo que pede a expulsão da Polícia Civil de Pernambuco do ex-delegado e ex-chefe da Polícia Civil Aníbal Moura. Além de poder ser expulso da corporação, Moura pode ter a aposentadoria cassada e perder a carteira de identificação policial além da arma que tem direito de usar.

Aníbal Moura foi chefe da Polícia Civil. Foto: Gil Vicente/DP.D.A.Press
Aníbal Moura foi chefe da Polícia Civil. Foto: Gil Vicente/DP.D.A.Press

Depois de uma investigação feita pela Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS), foi entendido que o policial foi considerado culpado das acusações de que ele valeu-se do cargo de delegado para tirar proveito pessoal e se envolver em escândalo que comprometeu a função. Segundo o corregedor Sidney Lemos, o procedimento administrativo disciplinar especial contra Aníbal foi concluído há um mês. O destino de Aníbal Moura agora será decidido pelo governador do estado, João Lyra.

As investigações comprovaram ainda que Moura comandava a empresa Korpus Segurança Privada, intimidava ex-funcionários e induzia empregados de uma nova empresa, a Segnor Segurança Privada, a contrair empréstimos particulares em instituições financeiras.

Aníbal Moura chegou a se envolver em polêmicas com o então promotor de Ipojuca Miguel Sales sobre as investigações do Caso Serrambi, que investigou as mortes das adolescentes Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão, ocorridas em maio de 2003. Na época, Sales chegou a devolver o inquérito quatro vezes alegando falta de provas contra os acusados.

Delegados da Polícia Civil deixam o Programa de Jornada Extra

Um protesto dos delegados da Polícia Civil do Grande Recife deixou, na semana passada, duas delegacias de Jaboatão dos Guararapes sem atendimento ao público durante o fim de semana. Vários delegados estão entregando os plantões do Programa de Jornada Extra de Segurança (PJES). Os policiais afirmam que não têm condições ideais de trabalho e que o valor pago pela jornada extra é muito baixo.

Os policiais pernambucanos dizem que recebem o terceiro salário mais baixo do país. A decisão de entregar os plantões, segundo os delegados, foi comunicada à chefia da Polícia Civil duas semanas antes do início do mês de maio. Eles informaram que deixariam o PJES a partir do dia 1º desse mês, tendo em vista o descontentamento com o governo do estado.

Unidades que funcionam com plantões podem ser prejudicas. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Unidades que funcionam com plantões podem ser prejudicas. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

“O governo anterior disse que, ao final do seu mandato, deixaria a classe dos delegados com um dos salários melhores do país. Mas não foi isso que aconteceu, pelo contrário, hoje os delegados de Pernambuco têm o segundo pior salário; em contrapartida, têm uma das maiores cobranças e trabalham para manter os números do Pacto pela Vida”, contou um delegado, que preferiu não ter o nome publicado.

Em desabafo ao blog, os delegados se queixaram de que sempre foram cobrados pelo governo para cumprir as metas do programa de segurança, sobretudo na redução de assassinatos, mas que não receberam o devido reconhecimento. Atualmente, Pernambuco é o único estado do Nordeste onde o número de homicídios está diminuindo.
Cobranças de redução de crimes são feitas nas reuniões do Pacto pela Vida. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press
Cobranças de redução de crimes são feitas nas reuniões do Pacto pela Vida. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press
“Estamos cansados. Muitos estão doentes, afastados com depressão, estresse etc. Entramos para a polícia para trabalharmos e servimos à população, mas antes de tudo fazemos parte dessa população, temos família e direitos a termos qualidade de vida”, disse um delegado ao blog.

O chefe da Polícia Civil de Pernambuco, delegado Osvaldo Morais, afirmou que foi baixada uma portaria autorizando as diretorias de polícia a escalar policiais para trabalharem no esquema 12h por 36h ou 24h por 72h. A medida vai ser posta em prática nas unidades onde haja entrega dos PJES. Como o serviço de delegacia é essencial à população e não pode ser omitido, os policiais não poderam se recusar a trabalhar. Só que agora, no lugar de hora extra em dinheiro, receberão folgas.

Pernambuco registra 161 casos de abuso sexual contra crianças em quatro meses

Um número que envergonha e revolta. Em Pernambuco, já foram registrados 161 casos de abuso e seis de exploração sexual nos quatro primeiros meses deste ano. Em 2013, o Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA) apurou 596 casos e quatro denúncias de exploração sexual. Entidades que atuam na área temem que esses números aumentem com a chegada de turistas para a Copa do Mundo, e lançaram, ontem, a campanha “Todos num só time. Por uma Copa sem abuso e exploração sexual”.

Entidades temem que exploração aumente na Copa do Mundo. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press
Entidades temem que exploração aumente na Copa do Mundo. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press

Eventos e propagandas educativas serão realizados pela Rede de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes de Pernambuco a partir do dia 18, o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infanto-Juvenil. As denúncias podem ser efetivadas pelo Disque 100. Segundo a ONG Reaviva, de Olinda, a idade média das meninas exploradas é 10 anos. Estima-se que uma criança é estuprada no Brasil a cada minuto.

Leia mais sobre o assunto na edição do Diario desta quarta-feira

Maconha produzida no Sertão de Pernambuco está contaminada

A maconha produzida no polígono está contaminada. Investigadores da Polícia Federal afirmam que em quase 100% da droga apreendida no Sertão Pernambuco nos últimos meses foram encontrados agrotóxicos. Peritos da PF e médicos afirmam que a presença dessas substâncias representa um risco extra à saúde humana.

Outra descoberta é de que produtores do entorpecente, para burlar a fiscalização, estão levando técnicas utilizadas na agricultura para seus plantios. A bola da vez são os aceleradores de crescimento. Com a aplicação, os pés da droga atingem tamanho ideal para extração em três meses, quando o tempo de crescimento natural seria de até cinco meses.

Equipes da PF realizaram operação no Sertão recentemente. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press
Equipes da PF realizaram operação no Sertão recentemente. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Segundo o delegado Carlo Marcus Correia, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF em Pernambuco, tem sido frequente encontrar recipientes de agrotóxicos nas plantações descobertas na região do semiárido.

Leia a matéria completa sobre o assunto no segundo dia da série A migração do tráfico, publicada na edição impressa do Diario desta quarta-feira.

Saiba mais sobre o polígono da maconha em:

Confira vídeo da Operação Angico I da PF no Sertão

Polígono da maconha em Pernambuco tem novos lados

Pernambuco ganha mais uma vara federal para causa penais

Será inaugurada nesta terça-feira pela Justiça Federal de Pernambuco a 36ª Vara Federal, que será especializada no processamento e julgamento das causas penais. A vara vai funcionar no 4ª andar do edifício-sede da JFPE, situado na Avenida Recife, número 6250, no bairro do Jiquiá e terá como juíza titular Carolina de Souza Malta.

Agora, a Justiça Federal passa a ter três varas penais (4ª, 13ª e 36ª), mas apenas a última poderá julgar execuções penais e crimes dolosos contra a vida. A implantação da 36ª Vara cumpre a Lei nº 12.011/2009, que fala sobre a criação de 230 Varas Federais no âmbito da 5ª Região. (Abrangendo os estados de Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe).

A competência territorial da nova vara abrange os municípios de Abreu e Lima, Araçoiaba, Bom Jardim, Buenos Aires, Camaragibe, Carpina, Chã de Alegria, Chã Grande, Feira Nova, Fernando de Noronha, Glória de Goitá, Igarassu, Itamaracá, Itapissuma, Jaboatão dos Guararapes, João Alfredo, Lagoa do Carro, Lagoa de Itaenga, Limoeiro, Machados, Moreno, Nazaré da Mata, Olinda, Orobó, Paudalho, Paulista, Pombos, Recife, Salgadinho, São Lourenço da Mata, Tracunhaém e Vitória de Santo Antão.

Com informações da assessoria da Justiça Federal