ILHAS E LAGOS DO SÃO FRANCISCO // TESOUROS REVELADOS

Região banhada pelo Velho Chico vem crescendo no turismo, graças às opções de passeios para desbravar as ilhas que se formam no seu percurso 

Petrolândia

Petrolândia pode até parecer cidade pacata, mas as águas do Velho Chico garantem muita atividade no Sertão de Pernambuco. A começar pela nova orla, com bares à beira do Rio São Francisco e que movimentam a vida noturna e a gastronomia da cidade, inclusive em dias de semana. Mas tem mais. O município criou uma interação com o rio, ancorada em um sentimento ímpar. Dá para aproveitar a manhã em um restaurante à beira do rio, na Ilha de Rarrá, como também deitar em redes dentro da água doce de praias enquanto pega um sol.

Dá para acampar em terra calma e visitar a história local. Um ponto alto da passagem por Petrolândia é por meio de passeios de barco/catamarã pelo Rio São Francisco. É assim que dá para visitar a antiga Petrolândia, como chamam os moradores da cidade. A localidade foi inundada com a vazão da barragem de Itaparica, construída no espaço. Passou mais de 30 anos imersa e, anos atrás, com estiagem e acúmulos de água reduzidos, parte dela emergiu. A Igreja do Sagrado Coração de Jesus, que apareceu em ruínas, mas ainda em estrutura para ser visitada, virou ponto turístico e é parada garantida nas rotas do São Francisco.

Para ver o interior da igreja, porém, pode-se optar por fazer um mergulho. A água é clara e tem seis metros de profundidade, o que garante um mergulho com segurança para quem pular do telhado da igreja. Ao chegar à Ilha de Rarrá, o cenário é de filme. Barracas na areia de praia de água doce, com redes dentro d’água e visual de encher os olhos. Quem quiser pode dormir na ilha porque há áreas para camping.

Falando em barco, é bom se acostumar com eles. Os acessos às ilhas são por catamarãs ou barcos de vários portes. Sábados, domingos e feriados há a oferta de traslados até as ilhas e os pontos de visitação (leia-se mergulho no rio). Custa entre R$ 20 e R$ 25 por pessoa. Começa às 8h e o último barco parte de volta entre 17h e 17h30. Em dias de semana, é preciso contratar o barco ou o catamarã. Nesse caso, a viagem custa entre R$ 300 e R$ 500 e leva até 15 pessoas (saída com parada em todos os pontos turísticos e na ilha de Rarrá e com duração a ser negociada).

Belém de São Francisco

Imagine uma cidade no meio do semiárido nordestino, no calor do Sertão pernambucano, mas que tem à disposição 88 ilhas banhadas pelo Velho Chico. Ela é Belém de São Francisco. Por enquanto, boa parte delas é inacessível porque as ilhas são propriedades privadas e dependem de autorização do proprietário para que tenha liberado o acesso. Porém, a grande margem do rio já garante a passagem pela cidade. Mesmo sem desembarcar nas ilhas, um passeio de barco ou catamarã já rende imagens para ficar na memória para o resto da vida.

O turismo chegou forte à cidade e o rio está aberto a quem quiser desbravá-lo. Como cidade pequena de interior, nada é muito formal. Não há ponto organizado ou associação de barqueiros, mas qualquer pessoa na cidade pode indicar o caminho das pedras para chegar a um dos que oferecem o serviço. Qualquer pessoa mesmo. Os preços também não são padrão e dependem do tempo do percurso.

Do barco, a paisagem das ilhas oferece fauna e flora diversas. O conjunto do passeio vale a viagem. Mas se quiser dar um ganho ao passeio, é permitido o acesso à Ilha do Estreito, onde está uma estação experimental do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). No local, é possível visitar as terras que o instituto, vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado, estuda plantações de culturas como feijão, tomate, cebola e cebolinha, além de áreas plantadas com manga (tem manga de sobra no pé). É feita a análise para melhoramento genético das culturas e como elas interagem com a fauna local.

Dando continuidade ao passeio, algumas ilhas permitem uma parada para banho e para refeição. A gastronomia local tem as características do Sertão, ou seja, os pratos são à base de carne de bode ou de carneiro. Para quem quiser uma dieta mais equilibrada, os peixes da própria região também vão para o prato. É o caso da tilápia.

A cidade quer avançar na atração de turistas e articula um projeto que busca integrar os donos das ilhas em três pontos de recepção de turistas, que daria acesso às propriedades e onde seriam explorados os demais produtos da cidade, como o artesanato, a agricultura (manga) e a gastronomia sertaneja.

Do porto da barra da cidade (antiga fazenda com ancoradouro de barcos e que conta com restaurante), dá para visitar um equipamento que tem sido um “arquivo” da história da cidade e promete voltar a ser realidade. Há o planejamento de ser reativada a roda d’água da Ilha Grande, a única possível de voltar a funcionar na rota do norte de Minas Gerais até Petrolina para a irrigação.

[ FICA A DICA
BELÉM DE SÃO FRANCISCO

 

  • Vale a pena conhecer
  1. Ilhas Fluviais
  2. Ilha Grande (Roda d’água)
  3. Porto da Barra
  4. Ilha do Estreito – IPA

 

  • Lazer
  1. Parque Aquático Som das
  2. Águas
  3. Passeio pelo Rio São
  4. Francisco

 

PETROLÂNDIA

 

  • Vale a pena conhecer
  1. Orla fluvial
  2. Ilha de Rarrá
  3. Praia do Toco
  4. Mirante do Serrote
  5. Igreja Sagrado Coração de Jesus (parcialmente submersa)

 

  • Lazer
  1. Passeio de catamarã/barco (Acesso pela BR-110, vizinho à Netuno)
  2. Passeio de Banana Boat
  3. Dunas
  4. Acampamento na ilha

 

  • O que fazer à noite
  1. Bares da orla

 

  • Culinária
  1. Restaurante Rei do Baião (comidas regionais) 87 99925-3692/99617-3037
  2. Restaurante da Ilha de Rarrá (Pode ligar antes e solicitar o prato: feijoada, peixe frito, moqueca, entre outros) 87 99125-6400

 

  • Principais pratos da cidade
  1. Caldinho de costela
  2. Baião de dois
  3. Buchada de tilápia

 

  • Compras 
  1. Casa do Artesanato em barro (87) 99611-8493
  2. Associação de Artesãos
  3. Arte da Nossa Gente (87) 99995-5852
  4. Mercado Público