Recolhidas todas as armas utilizadas no Complexo Prisional no domingo

Todas as armas dos policiais militares e agentes penitenciários que estavam trabalhando no Complexo Prisional do Curado, no Sancho, no último domingo, devem ser recolhidas para serem periciadas, inclusive fuzis. O objetivo é descobrir qual foi a arma de onde partiu o tiro que matou Ricardo Alves da Silva, 33 anos, atingido no quintal de casa, no Totó, por volta das 6h30 do domingo, enquanto escovava os dentes para ir trabalhar. A vítima foi morta por bala perdida no momento em que ocorria uma confusão no complexo, onde dois detentos ficaram feridos.

Foto: Corpo de Ricardo foi velado e sepultado ontem. Foto: Rodrigo Silva/Esp.DP/D.A Press
Foto: Corpo de Ricardo foi velado e sepultado ontem. Foto: Rodrigo Silva/Esp.DP/D.A Press

A ordem de recolhimento partiu do secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, que está na Costa Rica, onde participou ontem de uma audiência pública sobre os problemas do complexo, promovida pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. “Daqui mesmo da Costa Rica determinei que todas as armas fossem recolhidas para ser periciadas e saber de onde partiu o tiro que matou o rapaz” declarou Eurico. O secretário acrescentou que agentes que trabalhavam dentro do presídio “precisaram agir para evitar que houvesse uma invasão de pavilhão, o que poderia resultar em uma chacina.”

Ricardo Alves foi atingido quando estava escovando os dentes. Fotos: Divulgação
Ricardo Alves foi atingido quando estava escovando os dentes. Fotos: Divulgação

O corpo de Ricardo foi sepultado ontem à tarde no Cemitério Parque das Flores. A morte está sendo investigada pela Polícia Civil e pela Secretaria Executiva de Ressocialização do Estado (Seres), vinculada à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. O gestor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), José Cláudio Nogueira, informou que ainda não foi identificado o calibre da bala que atingiu o autônomo. Ainda segundo a Polícia Civil, nenhum projétil foi encontrado no local do crime.

Ricardo apresentava três lesões na face, mas apenas a perícia deve confirmar quantos tiros acertaram o autônomo e se as perfurações foram provocadas pela saída ou entrada da bala. De acordo com familiares, o disparo fez com que a vítima caísse, danificando um tanque de lavar roupas. A previsão para conclusão do inquérito é de 30 dias.

A família da vítima cobra justiça. “Eu estava em casa quando tudo aconteceu. Agora só espero que o governo do estado tome uma posição sobre isso. Sempre que sai algum tiro no presídio as pessoas da comunidade sofrem. Várias casas têm marcas nas paredes”, afirmou o comerciante Maviael Alves, 43 anos, irmão da vítima.

Vizinho e amigo de Ricardo, José Francisco Santana, 63, contou que quase todas as semanas a comunidade vive momentos de terror com tiros no complexo. “Quem mora no Alto Bela Vista (comunidade onde Ricardo vivia) costuma acordar de madrugada com os tiros”, frisou.

Familiares de Ricardo afirmaram também que ele planejava se mudar. “Ele dizia que morar perto do presídio era muito perigoso”, contou Josenildo Barbosa de Souza, 47, sogro. O mecânico morreu cinco dias antes de completar 33 anos.

Polícia nega violação de cena

Familiares de Ricardo afirmaram, durante o velório, que policiais militares teriam entrado na casa dele procurando vestígios que pudesssem ajudar na investigação antes da chegada da perícia. “Em nenhum momento isso foi mencionado nas diligências preliminares. Muitas pessoas estiveram no local no momento, inclusive populares. Isso deve ser descoberto na investigação”, comentou o delegado José Cláudio Nogueira. A casa de Ricardo fica a aproximadamente 300 metros do presídio.

Já a Polícia Militar informou que “uma equipe do Batalhão de Guarda (BPGd) esteve na casa da vítima por volta das 9h, quando já estavam presentes no lugar policiais civis e peritos do Instituto de Criminalística (IC) realizando os procedimentos.” A PM ressalta que “neste caso, não há registro de violação por parte dos PMs no local do incidente, onde permaneceram por cerca de 40 minutos, segundo relato da oficial que esteve na residência.”

Protesto
Depois de saírem do cemitério, moradores do Alto Bela Vista, parentes e amigos de Ricardo caminharam de casa dele ao complexo em protesto. “Ele era um cidadão. Estamos indignados”, enfatizou João Rodrigues da Silva, amigo da vítima. Os moradores atearam fogo em pneus e pedaços de madeira em frente a entrada principal da penitenciária. Houve momentos em que o fogo ficou alto e perto dos carros, danificando alguns veículos.

Problemas persistem no complexo

O Complexo Prisional do Curado continua superlotado e registrando casos de violência um ano depois da Corte Interamericana de Direitos Humanos ter ordenado que medidas de proteção fossem adotadas. Desde que a corte, com sede na Costa Rica, estabeleceu as medidas em 2014, houve três rebeliões. Dois detentos foram asfixiados em incêndios, dois eletrocutados, dois decapitados e cinco sofreram abuso sexual. No início da tarde de ontem, a TV Clube/Record glagrou presidiários andando com armas artesanais e até uma foice no pátio.

“Esse é o saldo macabro que temos no Complexo do Curado desde que essa corte ordenou medidas urgentes”, denunciou ontem Fernando Delgado, da Clínica Internacional de Direitos Humanos da Universidade de Harvard (EUA). O complexo tem sete mil internos em um espaço para menos de dois mil. Em maio de 2014, a corte pediu ao Brasil que adotasse medidas urgentes.

O secretário Pedro Eurico disse que a audiência pública que discutiu os problemas do complexo ocorreu “dentro do esperado”. “Falamos sobre todas as nossas ações e agora vamos esperar que a corte diga se as medidas devem ser mantidas ou ampliadas”, disse o secretário.

Ainda de acordo com Eurico, a lista de ações apresentadas inclui a colocação de alambrados sobre os muros das unidades prisionais para evitar que objetos sejam lançados do lado de fora e a intensificação das revistas.

Ministério da Justiça discute prevenção a roubo de armas em fóruns e tribunais

Do Ministério da Justiça

O Ministério da Justiça e os conselhos nacionais de Justiça (CNJ) e do Ministério Público (CNMP) se articulam para agilizar a destruição de armas de fogo guardadas em depósitos do Poder Judiciário em todo o Brasil. A medida busca evitar que revólveres, pistolas e outros tipos de material bélico apreendidos nas mãos de acusados de crimes possam ser roubadas e voltar a ser utilizadas em delitos.

Foto: Instituto Sou da Paz/Divulgação
Armas guardadas preocupam governo. Foto: Instituto Sou da Paz/Divulgação

A secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, e o secretário de Reforma do Judiciário, Marcelo Veiga, se reuniram com a corregedora nacional de Justiça do CNJ, Nancy Andrighi, e com o conselheiro do CNMP Esdras Dantas de Souza, que coordena o Grupo de Persecução Penal da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp). Os encontros abriram caminhos para ações conjuntas no país afora, que deverão integrar o Pacto Nacional para Redução de Homicídios.

“Recebemos sinalização positiva nas duas reuniões para uma intensificação e agilização do processo de encaminhamento de armas custodiadas ao Exército para destruição. Deverão ser remetidas armas cuja condição de prova num processo já tenha sido concluída, conforme prevê a Resolução 134/2011 do Conselho Nacional de Justiça e o Estatuto do Desarmamento”, explicou o secretário de Reforma do Judiciário do MJ, Marcelo Veiga.

Para a secretária Regina Miki, o Ministério da Justiça se colocou à disposição para unir agora esforços com outros órgãos estaduais e federais de segurança pública e com Ministério da Defesa. “Essa parceria institucional leva em consideração o grande número de armas em depósitos judiciais e o reconhecimento do CNJ de que mantê-las nessas unidades compromete a segurança dos prédios públicos utilizados pelo Poder Judiciário em milhares de municípios brasileiros, pois essas armas podem ser visadas por bandidos”, informa.

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Mais de 8 mil armas de processos judiciais armazenadas no estado

Caso Betinho: Justiça nega pedido de habeas corpus a estudante suspeito

Para tentar evitar a possível prisão do estudante de 19 anos do Colégio Agnes, apontado pela polícia como um dos responsáveis pela morte do professor José Bernardino da Silva Filho, 49 anos, seus advogados deram entrada num pedido de habeas corpus preventivo na Justiça. O pleito foi negado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Além do jovem de 19 anos, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) afirma que um adolescente de 17 anos também teve participação na morte do pedagogo. O inquérito que está sendo investigado pelo delegado Alfredo Jorge deverá ser encaminhado à Justiça até o final deste mês.

Delegado esteve no DHPP nesta quinta-feira. Foto: Reprodução/TV Clube
Advogado Marcos Antônio aguarda conclusão do inquérito. Foto: Reprodução/TV Clube

O pedido de habeas corpus foi feito pelos advogados Marcos Antônio da Silva e Thiago Carvalho Bezerra, contratados pelo pai do jovem, que é diretor do Colégio Agnes, onde a a vítima trabalhava havia dez anos. O adolescente de 17 anos também é aluno da unidade de ensino que fica no bairro das Graças. Segundo a polícia, as impressões digitais dos dois estudantes foram encontradas em objetos usados para matar Betinho, como a vítima era conhecida, e em um móvel no apartamento do professor. O habeas corpus foi negado pelo juiz Alfredo Hermes Barbosa de Aguiar Neto, da 12ª Vara Criminal da Capital, que alegou que o estudante “não foi indiciado ainda pelo crime pelo qual alega estar sendo injustamente acusado.”

Crime está sendo investigado pelo delegado Alfredo Jorge do DHPP. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press
Crime ac0nteceu no Edifício Módulo, na Boa Vista. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

Segundo o advogado Marcos Antônio da Silva, o pedido de habeas corpus preventivo foi feito porque o delegado Alfredo Jorge havia afirmado no mês passado que estaria encerrando o inquérito e o enviando à Justiça. “Diante das declarações do delegado, meu cliente solicitou que fizéssemos o pedido. No entanto, o inquérito não foi concluído e o juiz disse que não poderia opinar sobre um caso que ele ainda não tinha analisado. Por enquanto, continuamos aguardando que o delegado termine a investigação”, afirmou o advogado do estudante. O defensor disse ainda que o jovem está frequentando a escola e que “dentro das condições de razoabilidade está levando uma vida regular.”

Delegado Alfredo Jorge confirmou informações do Diario nesta quarta-feira. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press
Delegado Alfredo Jorge disse que estudantes são os suspeitos do crime. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press

Em entrevista no dia 21 de agosto, o delegado Alfredo Jorge afirmou que os alunos do Colégio Agnes seriam responsabilizados criminalmente pela morte do pedagogo José Bernardino. Ele afirmou que o estudante de 19 anos será indiciado pelo crime de homicídio e que o adolescente de 17 anos vai responder pelo ato infracional correspondente ao crime de homicídio pela morte de Betinho. Nas duas vezes em que prestaram depoimento, os suspeitos negaram envolvimento no crime. A participação deles foi antecipada com exclusividade pelo blog e pelo Diario de Pernambuco.

Professor trabalhava no Agnes e na rede municipal de ensino. Foto: Arquivo Pessoal
Professor trabalhava no Agnes e na rede municipal de ensino. Foto: Arquivo Pessoal

Para a polícia, não restam dúvidas de que os dois alunos do Agnes são os responsáveis pelo crime. “Além das impressões digitais dos envolvidos encontradas na cena do crime, tenho outra prova que só irei revelar no final do inquérito”, disse o delegado na entrevista do mês passado.

O corpo de Betinho foi encontrado despido da cintura para baixo, na noite do dia 16 de maio, com as pernas amarradas por um fio de ventilador e com um fio de ferro elétrico enrolado ao pescoço. Segundo a polícia, o ferro elétrico foi utilizado para dar pancadas na cabeça da vítima. As digitais do adolescente estavam no ferro e no ventilador. Já as digitais do jovem de 19 anos estavam em uma cômoda do apartamento que fica no Edifício Módulo, na Avenida Conde da Boa Vista. Além do Agnes, Betinho também trabalhava na Escola Municipal Moacir de Albuquerque, no bairro de Nova Descoberta, de onde havia pedido transferência uma semana antes de ser assassinado.

Casas de praia invadidas por bandidos no Litoral Sul

As casas de praia desocupadas ou sem reforço na segurança são o principal atrativo para criminosos que têm agido no Litoral Sul. Na noite do último domingo, a invasão de um imóvel de veraneio em Tamandaré terminou com troca de tiros entre os ocupantes da casa – onde estavam duas policiais militares – e dois ladrões. Não houve feridos. No mesmo fim de semana, dois imóveis fechados foram invadidos em Serrambi, no Condomínio Enseadinha. De um deles, os ladrões levaram duas garrafas de uísque e o aparelho de som.

Casa de condomínio foi arrombada no fim de semana. Foto: WhatsApp/Divulgação
Casa de condomínio foi arrombada no fim de semana. Foto: WhatsApp/Divulgação

As invasões têm se tornado um pesadelo. Uma mulher que foi vítima, em Tamandaré, disse que dois homens entraram na casa dela porque o muro é baixo e o portão de madeira pode ser facilmente aberto.

“Eles nos abordaram com armas pelos janelões da sala, que têm grades com um metro de altura. Nesse momento, uma das policiais que estava conosco conseguiu ir ao quarto e pegou a arma”, contou. Ontem a família prestou queixa da tentativa de roubo à Delegacia de Tamandaré. Descobriram que a moto usada pelos suspeitos tinha sido roubada em Barreiros. “Vamos investir na segurança da casa”, comentou a vítima.

A Polícia Civil não confirmou o número de arrombamentos e assaltos registrados nos últimos meses, mas pelo menos oito deles vieram à tona em Serrambi, em Ipojuca; Enseada dos Corais, no Cabo; e Tamandaré. Um dos mais violentos aconteceu no feriadão de 7 de setembro, quando quatro homens armados invadiram uma casa em Serrambi enquanto os ocupantes conversavam no terraço. Uma das vítimas foi feita refém e um dos assaltantes ameaçou matar uma criança.

A Polícia Militar informou que soldados recém-formados estão reforçando o efetivo. Segundo a PM, uma operação realizada no dia 12 teve a prisão de uma quadrilha de sete homens e uma mulher. A polícia não informou o número de inquéritos instaurados, mas adiantou que na sexta-feira cinco homens foram presos por manterem uma família refém em Enseada dos Corais.

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Assaltos assustam Porto de Galinhas

Situação do Complexo do Curado será discutida na Corte Interamericana

As mazelas no Complexo Prisional do Curado, antigo Presídio Aníbal Bruno, serão tema de audiência pública convocada pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, na próxima segunda-feira, na Costa Rica. Pela primeira vez, o estado de Pernambuco é convocado a explicar a continuidade das violações de direitos humanos registradas na unidade, entre elas, decapitações, estupros coletivos, espancamentos, presença de chaveiros, como são chamados os presos que desempenham de forma violenta funções de agentes dentro das prisões, e ataques com facões. Este ano já foram registradas três rebeliões e 16 mortes, incluindo a de um policial militar atingido com um tiro e a de um preso esquartejado.

Rebelião durou três dias e deixou três mortos. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press
Uma das rebeliões durou três dias e deixou três mortos. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

O complexo está sob observação internacional da corte desde agosto de 2011. A corte ordenou o estado brasileiro a proteger a vida e a integridade dos presos, funcionários e visitantes do presídio em maio de 2014, quando examinou denúncias de abusos apresentadas por uma coalizão de organizações de direitos humano. Os peticionários, como são chamados os responsáveis pelo acompanhamento da situação, integram o Serviço Ecumênico de Militância nas Prisões (Sempri), Pastoral Carcerária Estadual e Nacional, Justiça Global e Clínica Internacional da Universidade de Harvard.

Na audiência, os peticionários vão apresentar novas provas dos abusos. Hoje o complexo tem 7 mil homens em um espaço designado para menos de 1.900 presos. Além disso, apenas oito defensores públicos atuam em todos os presídios do estado. No próximo dia 2, serão nomeados mais 16 profissionais, número insuficiente, segundo a categoria.

O secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, deve representar o estado na audiência pública. “Tivemos apenas uma rebelião no início do ano e depois mantivemos o controle da unidade, inclusive impedindo fugas”, disse Eurico se referindo à rebelião de janeiro deste ano quando morreram um sargento da PM e dois internos. Em fevereiro, a coalizão divulgou os autos do caso internacional na internet como forma de chamar atenção para a situação do complexo As informações podem ser acessadas no http://arquivoanibal.weebly.com.

Livros contra a violência

O Alto Santa Terezinha, na Zona Norte, será a primeira comunidade do Recife a receber uma biblioteca-parque, formato criado em cidades como Bogotá e Medellín, na Colômbia, que contribuiu no combate à criminalidade. A implantação, que acontecerá até o fim desse ano, foi um dos assuntos discutidos ontem no I Seminário Bibliotecas Vivas e Comunidades: Criando Espaços de Cidadania Ativa, realizado no Centro de Formação Paulo Freire, no bairro da Madalena.

Foto: Ana Claudia Dolores/DP/D.A Press
Bogotá investe no modelo desde 2006.  Foto: Ana Claudia Dolores/DP/D.A Press

A biblioteca funcionará no Centro Comunitário da Paz Governador Eduardo Campos (Compaz). A obra terá 13 mil metros quadrados e está orçada em R$ 1 milhão em recursos do Tesouro Municipal.

No primeiro semestre de 2016, o serviço passará a ser oferecido no Compaz Cordeiro, com investimento de R$ 5 milhões em uma área de 17 mil m2. “As bibliotecas dos Compaz terão videoteca, informática e outras atividades e as reformadas darão acessibilidade às pessoas”, ressaltou Murilo Cavalcanti, secretário de Segurança Pública do Recife.

Na Colômbia, a primeira biblioteca-parque foi inaugurada em 2006. “Através do modelo, as pessoas podem ler, dançar e participar de várias atividades”, comentou Eliana Maldonado, diretora da biblioteca San Javier, em Medellín. A unidade tem um público leitor de cerca de mil pessoas. O seminário também apresentou o modelo das Bibliotecas do Parque de Manguinhos, no Rio de Janeiro, e Villa-Lobos, em São Paulo.

Reformas
No Recife, as obras de recuperação e reforma das Bibliotecas Populares de Casa Amarela e Afogados tiveram início em março deste ano.

Polícia procura três irmãos suspeitos de incendiar ônibus no Detran

Três irmãos são suspeitos de queimar dois ônibus na Estrada do Barbalho, Iputinga, e causar pânico entre passageiros das linhas Monsenhor Fabrício e Barbalho/Detran, que tiveram suas atividades suspensas pelo sindicato após as ocorrências. Na manhã desta quarta-feira, a Polícia Civil fará uma coletiva de imprensa para informar mais detalhes das diligências que seguem em andamento.
Coletivos foram incendiados na segunda e terça-feiras. Fotos: Julio Jacobina/DP/D.A Press
Coletivos foram incendiados na segunda e terça-feiras. Fotos: Julio Jacobina/DP/D.A Press

Leonardo Santos da Silva, 28; Ronaldo Adriano dos Santos da Silva, 27, e Leandro Lucas da Silva, 25; são irmãos de Romário Lucas da Silva, 21, preso na segundafeira, juntamente com sua companheira de 17 anos, portando 48 pedras de crack na comunidade do Detran. O incêndio criminoso em dois coletivos – um às 20h da segunda-feira e outro às 10h30 de ontem – teria sido uma represália.

Policiamento foi reforçado na comunidade após os atos de vandalismo
Policiamento foi reforçado na comunidade após os atos de vandalismo

Os três têm passagem pela polícia por tráfico e contra Leonardo pesa um mandado de prisão por homicídio. Ontem, até o fechamento desta edição, a polícia procurava os suspeitos, que conseguiram fugir. Um carro foi apreendido.

Os dois ônibus eram da CRT. O coletivo queimado na segunda estava lotado e o que foi atacado ontem tinha 20 passageiros. Ninguém se feriu. Após a segunda ocorrência, o Sindicato dos Rodoviários anunciou a suspensão temporária da circulação de coletivos das duas linhas por falta de segurança. O serviço parou de ser oferecido ontem e a interrupção prosseguirá hoje, segundo a ent i d a d e . O Grande Recife Consórcio de Transportes, porém, i n formou que as viagens serão retomadas hoje. A Polícia Militar reforçou a vigilância e afirmou que vai garantir a segurança de motoristas, cobradores e passageiros.

Além de duas viaturas da Patrulha do Bairro, três motos e uma equipe do Gati, o 13º BPM adiantou que contará com mais dez viaturas. “O ato desta terça-feira foi praticado por homens armados que mandaram as pessoas descerem e tocaram fogo no veículo”, disse o o subcomandante do 13º Batalhão, major Daniel Dias. Antes disso, os bandidos teriam ido à Escola Casarão do Barbalho e ordenado que os estudantes fossem liberados.

Os dois coletivos foram destruídos.“ Tentei voltar para casa ontem por volta das 12h e passei muito tempo esperando o Monsenhor Fabrício. Não sabia que eles tinham parado de circular”, reclamou uma funcionária pública de 33 anos.

O delegado Ricardo Cysneiros, da Seccional do Espinheiro, investiga os crimes.OUrbana- PE, sindicato que representa as empresas, divulgou nota afirmando que “temendo por sua segurança, os rodoviários decidiram usar do direito de recusa ao trabalho.” Também segundo o Urbana-PE, a CRT solicitou apoio policial para restabelecer os serviços. “Os operadores não irão trabalhar nessas linhas hoje”, garantiu Genildo Pereira, do Sindicato dos Rodoviários.

Linhas de ônibus que circulam no Detran suspensas após incêndios

Diante dos episódios recentes de dois coletivos incendiados na comunidade do Detran, no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife, o Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco decidiu que os ônibus que fazem a linha Monsenhor Fabrício e Barbalho/Detran não irão circular nestas terça e quarta-feiras. Os dois coletivos queimados na Estrada do Barbalho são da empresa CRT, que opera na localidade. O primeiro incêndio aconteceu na noite dessa segunda-feira. O segundo caso foi registrado nesta terça por volta das 10h30.

Bombeiros apagaram as chamas nos coletivos; Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação
Bombeiros apagaram as chamas nos coletivos. Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação

De acordo com o assessor de imprensa do sindicato, Genildo Pereira, os motoristas e cobradores estão temerosos em voltar a trabalhar nessas linhas. “Queremos que sejam tomadas as providências necessárias e que a Polícia Civil investigue esses casos. Os profissionais estão assustados em trabalhar nessas linhas. Nos dois casos de ônibus queimados, as pessoas entraram armadas nos coletivos, mandaram todos descerem e cometeram os crimes”, comentou Pereira.

Segundo o sub-comandante do 13º Batalhão da Polícia Militar, major Daniel Dias, o efetivo de policiamento na localidade será reforçado a partir da tarde desta terça-feira. “O que sabemos é que dois homens armados entraram no coletivo, mandaram todas as pessoas descerem e tocaram fogo no veículo”, declarou o oficial. Antes disso, segundo informações da polícia, a dupla teria ido à Escola Casarão do Barbalho e ordenado que os estudantes fosse liberados.

Os moradores da comunidade do Detran, segundo a polícia, estão protestando contra a prisão de um casal que foi detido com crack na última segunda-feira e reclamam das abordagens realizadas por policiais militares aos moradores da localidade. “As pessoas reclamam que a polícia estaria agindo de forma truculenta contra os moradores, mas não existem denúncias sobre isso nem no batalhão, nem na Corregedoria da SDS. O que sabemos é que essa área é conhecido pelo tráfico de drogas”, ponderou o major Daniel Dias.

Reforço

Além das duas viaturas da Patrulha do Bairro, das três motos e da equipe do Gati que faz o policiamento ostensivo no bairro da Iputinga, o 13º BPM adiantou que passará a contar com mais dez viaturas para reforçar a segurança. “Teremos uma média de mais 20 policiais militares na segurança da área. Vamos manter esse esquema até que o clima volte à normalidade. Fizemos algumas rondas, mas ainda não conseguimos identificar os responsáveis por esses incêndios, embora eles sejam conhecidos de todos os moradores do local”, declarou o oficial.

Presa dupla suspeita de assaltos nas zonas Norte e Sul do Recife

A Polícia Civil apresentou na manhã desta terça-feira a prisão de dois homens suspeitos de praticarem assaltos nos bairros de Casa Forte, Parnamirim, Boa Viagem e Pina usando simulacros (imitações) de pistolas. Renato Tibúrcio de Oliveira, 28 anos, e Arllon Freire de Melo, 23, foram presos na quinta-feira da semana passada após roubarem dois mil euros de duas mulheres que estavam em um carro e tinham acabado de sair de uma casa de câmbio.

Suspeitos foram levados para o Cotel. Fotos: Wagner Oliveira/DP/D.A Press
Suspeitos foram levados para o Cotel. Fotos: Wagner Oliveira/DP/D.A Press

Segundo o delegado de Casa Amarela, Paulo Berenguer, contra os suspeitos podem pesar ainda outras acusações de assaltos na mesma modalidade. Isso porque apenas na Delegacia de Casa Amarela existem 10 queixas prestadas de assaltos ocorridos na Zona Norte. Ainda segundo a polícia, as armas utilizadas pelos suspeitos para intimidar as vítimas eram compradas pela internet. “A venda desse tipo de arma é controlada pelo Exército Brasileiro e essas pessoas não têm autorização para fazer essa compra”, ressaltou Berenguer.

Simulacros foram comprados pela internet, segundo a polícia
Simulacros foram comprados pela internet, segundo a polícia

Com a dupla, a polícia conseguiu recuperar uma quantia em dinheiro, vários telefones celulares e alguns óculos de sol femininos, o que indica que as vítimas, em sua maioria, eram mulheres. “Eles sempre agiam em uma moto de cor vermelha, que foi apreendida junto com eles no momento do flagrante. Os dois foram autuados em flagrante e encaminhados ao Cotel. Esperamos que novas vítimas procurem a delegacia para fazer o reconhecimento das fotos e registrar outras queixas para abrir novas investigações, ressaltou o delegado.

Caso foi apresentado pela Polícia Civil na manhã desta terça-feira
Caso foi apresentado pela Polícia Civil na manhã desta terça-feira

Ainda segundo a polícia, uma das armas foi comprada de uma empresa do Paraná. “Essa arma comprada do Paraná foi fabricada pela Taurus. A outra ainda estamos investigando a origem. Elas podem ser comprada por desportistas, colecionadores ou pelas forças de segurança para treinamento de policiais. Elas são pistolas de 6mm e suas munições podem ferir as vítimas atingidas. Os dois suspeitos receberam as armas pelos Correios. Agora vamos repassar as informações para o Exército, para que seja investigada a compra e venda das armas”, explicou Paulo Berenguer.