Presos suspeitos de sequestrar e estuprar duas paraibanas

Dois homens foram presos pela Polícia Civil da Paraíba suspeitos de sequestrarem e estuprarem duas mulheres no último dia 20, no bairro dos Bancários, em João Pessoa, na Paraíba. Uma das vítimas morreu após a violência. Os suspeitos foram apresentados pela polícia paraíbana na tarde desta terça-feira em entrevista coletiva, na cidade de João Pessoa.

Foto: Blog Anderson Pereira/Cortesia
Carro foi encontrado em Pedras de Fogo: Foto: Blog Anderson Pereira/Cortesia

As vítimas foram a dona de casa Glória Silva, 42 anos, que morreu no local, e sua amiga Caroline Teles, 31, que segue internada no Recife. Elas foram abordadas pelos bandidos na capital paraibana e encontradas por trabalhadores na Zona Rural de Goiana, na manhã do dia 21. Caroline teve perda de memória e não tem previsão de alta médica. O filho dela, de nove meses, foi encontrado em um matagal. A criança foi medicada e passa bem. O carro onde as vítimas foram levadas foi encontrado em um canavial no municípío de Pedras de Fogo, na Paraíba, dois dias após o crime.

Padrasto de Alice Seabra presta depoimento no DHPP nesta quinta

Do Diario de Pernambuco

Um corpo sem a mão esquerda, vestido com uma bermuda amarela e uma camiseta vermelha, e o rosto coberto por uma camisa branca. Depois de cinco dias desaparecida, Maria Alice de Arruda Seabra, 19 anos, foi encontrada sem vida em um canavial do Engenho Burro Velho, no km 28 da BR-101 Norte, em Itapissuma. O local foi indicado pelo padrasto da jovem, o operário de construção civil Gildo da Silva Xavier, 34, assassino confesso. Agora, resta descobrir porque ele cometeu o crime. Hoje, Gildo será novamente ouvido pela delegada Gleide Ângelo.

Corpo da jovem foi encontrado no Engenho Burro Velho. Fotos: Julio Jacobina/DP/D.A Press
Corpo da jovem foi encontrado no Engenho Burro Velho, em Itapissuma, no Grande Recife. Fotos: Julio Jacobina/DP/D.A Press

Informalmente, Gildo negou ter estuprado a vítima momentos antes do crime, assim como negou tê-la abusado durante a infância e adolescência. A polícia, entretanto, não descarta essa hipótese e trabalha ainda com a possibilidade da jovem ter sido dopada e ter chegado ao canavial inconsciente. Foram solicitados os exames sexológico e toxicológico no corpo, que será sepultado no Cemitério de Santo Amaro, provavelmente nesta sexta-feira.

Alice Seabra ainda não foi localizada pela polícia. Foto: Reprodução/Facebook
Alice Seabra havia tatuado o nome do pai no antebraço esquerdo, o que teria irritado o padrasto. Foto: Reprodução/Facebook

Maria Alice teria sido deixada no canavial por volta das 17h30 da sexta-feira, cerca de uma hora e meia depois de uma ligação na qual pediu socorro à mãe, Maria José de Arruda, 46. O cadáver estava a cerca de 20 metros de uma das estradas principais da plantação, com roupas do próprio Gildo. A mão esquerda, que pode ter sido cortada pelo suspeito, tinha uma tatuagem em hebraico, feita na véspera do crime, com o nome do pai  de Maria Alice, o que teria despertado fúria em Gildo.

O motivo e modo como ocorreu a morte seguem desconhecidos. O corpo foi localizado com ajuda do suspeito, que chegou a chorar enquanto esteve no canavial, que fica a 50km da casa da família, no bairro da Estância.

Policiais e peritos isolaram local onde Alice foi encontrada sem vida.
Policiais e peritos isolaram local onde Alice foi encontrada sem vida.

Para a polícia, o crime foi premeditado. Gildo alugou um carro e colocou película escura horas antes de pegar Maria Alice para uma suposta entrevista de emprego. Ele também mentiu sobre onde trabalhava. O padrasto já havia sido detido na noite da segunda-feira por ocultação de cadáver e pelo crime de sequestro. Agora, também responderá por homicídio. Ao voltar para a delegacia, Gleide Ângelo disse que estava chocada com o crime se referiu ao suspeito como “monstro”.

Gildo saiu do DHPP pela manhã para ajudar a polícia a localizar o corpo da enteada
Gildo Xavier, que está preso, prestará depoimento hoje no DHPP

A delegada informou a mãe de Maria Alice sobre a tragédia em um telefonema às 15h30. “Não tenho como trazer sua filha de volta. Só posso prender o culpado”, disse. Logo após ouvir a delegada, Maria José começou a chorar e gritar. Era o fim trágico de um drama familiar.

Padrasto acusado de sequestrar Alice Seabra é preso pela polícia

O servente de pedreiro Gildo da Silva Xavier, 34 anos, está preso. Ele é suspeito de ter sequestrado a enteada Maria Alice de Arruda Seabra Amorim, 19, na última sexta-feira. Ele foi detido na noite desta terça-feira por uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e está seguindo para a sede da especializada, no bairro do Cordeiro, Zona Oeste.

Gildo manteve contato com a delegada Gleide Ângelo, que está à frente das investigações, durante toda essa terça-feira repassando informações de onde teria deixado a enteada Alice, num canavial no município de Goiana, e havia prometido se apresentar à polícia. Ainda não há informações se a jovem está viva ou se foi assassinada. A polícia voltou ao canavial, mas não encontrou nada. As buscas devem ser retomadas na manhã desta quarta-feira.

Gildo Xavier foi preso e levado para a sede do DHPP, no bairro do Cordeiro. Foto: Reprodução/Facebook
Gildo Xavier foi preso e levado para a sede do DHPP, no bairro do Cordeiro. Foto: Reprodução/Facebook

As buscas pela jovem Maria Alice foram suspensas por volta das 15h desta terça-feira. Desde a madrugada de ontem, os policiais concentravam as buscas num canavial após a entrada de Goiana, próximo à Usina São José. Alice está desaparecida desde a última sexta-feira quando saiu de casa, acompanhada de Gildo Xavier, para fazer uma suposta entrevista de emprego.

Na manhã dessa terça-feira, um tio da menina, Valdeir Arruda, chegou a afirmar que a família acredita que a jovem está morta. “Não tenho esperança de encontrar minha sobrinha viva. Vou lutar até o fim para ele ficar na cadeia”, desabafou.

Alice Seabra ainda não foi localizada pela polícia. Foto: Reprodução/Facebook
Alice Seabra ainda não foi localizada pela polícia. Foto: Reprodução/Facebook

Através de sua página no Facebook, Gildo Xavier pediu desculpas pelo que teria feito à enteada e disse que tudo foi motivado pelo ódio. Na publicação, ele disse:

Imagens podem revelar criminosos que estupraram mulheres

Câmeras de prédios comerciais e residências do bairro dos Bancários, em João Pessoa, poderão ajudar a polícia a identificar os dois homens que sequestraram, estupraram e atropelaram a dona de casa Glória Silva, 42 anos, e sua amiga Caroline Teles, 31. As vítimas foram abordadas pelos bandidos na capital paraibana, na noite do sábado, e encontradas por trabalhadores na zona rural de Goiana, na manhã do domingo. Glória não resistiu aos ferimentos. Caroline segue internada em um hospital no Recife. O filho dela, de nove meses, foi encontrado em um matagal. A criança foi medicada e passa bem.

Foto: Blog Anderson Pereira/Cortesia
Foto: Blog Anderson Pereira/Cortesia

Ontem à tarde, o carro onde as vítimas foram levadas foi encontrado em um canavial no municípío de Pedras de Fogo, na Paraíba. Também ontem, o corpo de Glória seguiu para Salvador, na Bahia, onde deve ser sepultado hoje.

Segundo o superintendente de Polícia Civil da Região Metropolitana de João Pessoa, Marcos Paulo Vilela, a perícia comprovou que o carro localizado foi o usado na ação criminosa. O Siena pertencente ao marido de Caroline, estava carbonizado. “Nossos investigadores já refizeram o provável trajeto e solicitaram as imagens de câmeras localizadas próximo ao local da abordagem, no bairro dos Bancários. Estamos com três delegados neste caso, que por enquanto está sendo tratado como latrocínio (assalto seguido de morte)”, ressaltou Vilela. Uma equipe da Polícia Civil de Pernambuco dá apoio.

A abordagem aconteceu por volta das 20h do sábado. As vítimas estavam no carro quando dois homens chegaram de moto e um deles entrou no veículo. “Apesar de muito debilitada e emocionada, Caroline contou que os criminosos eram violentos. Vamos precisar ouvi-la para saber mais detalhes”, completou Vilela. Caroline sofreu fraturas na clavícula e costela.

A polícia que brinca de “esconder” pessoas

Enquanto cidadãos e organizações de defesa dos direitos humanos cobram das autoridades do Rio de Janeiro o esclarecimento sobre o que ocorreu com o pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido há 23 dias, a dona de casa goiana Maria das Graças Soares luta quase que sozinha, há oito anos, para saber o paradeiro de seu filho Murilo Soares. O garoto é umas das 39 pessoas que, segundo organizações sociais de defesa dos direitos humanos, desapareceram após serem abordadas por policiais militares na Região Metropolitana de Goiânia nos últimos anos.

“Eu também queria saber onde está o meu filho. Eu queria que os governantes, as autoridades, também me ajudassem”, disse Maria das Graças à Agência Brasil. “São 39 famílias de desaparecidos após abordagem policial que até hoje não tiveram respostas”, comentou a dona de casa, referindo-se aos números parcialmente revelados no ano passado, em um relatório da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Goiás.

Morador da Rocinha, Amarildo desapareceu no dia 14 de julho deste ano, após ser levado por policiais militares para a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade, no bairro de São Conrado, na Zona Sul do Rio. O caso gerou protestos de moradores da Rocinha aos quais, depois, se somaram os de segmentos da sociedade fluminense. Após chegar às redes sociais, a pergunta “Onde está Amarildo?” atraiu a atenção da imprensa brasileira e internacional. Já o caso de Murilo e das outras 38 supostas vítimas da abordagem policial goiana atraem cada vez menos a atenção da opinião pública.

Murilo tinha 12 anos quando, em 22 de abril de 2005, policiais do grupo Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) pararam o carro dirigido pelo servente Paulo Sérgio Pereira Rodrigues, de 21 anos. A pedido do próprio pai (que, na época, já estava separado de Graça), Murilo voltava para casa de carona com Paulo. Várias pessoas presenciaram o momento em que os policiais revistavam o motorista enquanto o garoto permanecia de pé, ao lado do veículo. Foi a última vez que Murilo e Paulo foram vistos. O carro foi encontrado no dia seguinte, carbonizado e sem a aparelhagem de som e as rodas. Os corpos dos dois ocupantes, no entanto, jamais foram localizados. Paulo tinha antecedentes criminais.

Oito policiais acusados de latrocínio (roubo seguido de morte) e ocultação de cadáver foram absolvidos pela Justiça de Goiás por falta de provas materiais. O Ministério Público recorreu da sentença e o resultado do julgamento foi anulado pela Justiça Estadual, que decidiu levar os policiais ao Tribunal de Júri por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáveres. Por falta de indícios, a nova decisão também foi anulada e o novo julgamento não aconteceu.

Esses dois casos me fizeram lembrar uma matéria escrita por mim no carnaval de 2006 e publicada com exclusividade pelo Diario de Pernambuco onde um grupo de 14 adolescentes do bairro de Afogados que seguia para brincar carnaval no Recife Antigo foi parado por viaturas da Polícia Militar. Depois de terem sido obrigados a entrar nas viaturas e sofrerem várias agressões, parte do grupo foi obrigada pelos PMs a pular no Rio Capibaribe, nas imediações do Fórum Joana Bezerra. Dois deles, Diogo Rosendo e Zinael José de Souza, acabaram morrendo afogados tentando atravessar o rio.

Os corpos dos adolescentes que estavam como desaparecidos foram encontrados dias depois boiando no rio nas proximidades do bairro da Torre. Os PMs acusados do crime foram exonerados da corporação e condenados pelas duas mortes. As famílias lutam agora para receber uma indenização.

Com Agência Brasil

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Audiência do Caso Ponte Joaquim Cardoso adiada mais uma vez

Município de Goiana terá Vara Criminal

A cidade de Goiana, a 62 km do Recife, ganhará nesta terça-feira (2) uma Vara Criminal. O presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargador Jovaldo Nunes, estará presente à solenidade de inauguração, que acontece às 16h. A unidade será instalada no 1º andar do Fórum Des. Nunes Machado, localizado na Rua do Jiló, nº 66, no Centro do município.

A Vara vai ocupar um espaço que abriga secretaria, sala destinada ao gabinete do juiz e às audiências, e um arquivo. O juiz Severiano de Lemos vai responder pela unidade, acumulando a titularidade da 1ª Vara Cível da Comarca. A Vara vai receber processos criminais, antes julgados nas 1ª e 2ª varas da Comarca. A unidade contará com o trabalho de nove servidores, sendo seis analistas judiciários, um técnico, e dois oficiais de justiça.

“A instalação vai desafogar o contingente de processos da cidade. Além disso, teremos um trabalho especializado voltado para a área criminal, o que resultará no aperfeiçoamento da nossa [WINDOWS-1252?]atuação”, afirma o magistrado. Com a instalação da unidade criminal, as 1ª e 2ª varas da comarca serão transformadas em 1ª e 2ª varas cíveis.

Da assessoria de imprensa do TJPE

 

 

Cadeia pública de Goiana é reformada e ampliada

Depois de ser reformada e ampliada, a Cadeia Pública de Goiana foi reinaugurada nesta sexta-feira. A unidade que abrigava 48 reeducandos em oito celas passou agora a ter 13 celas e capacidade para 80 presos. Tudo no local foi trocado. A unidade ganhou novo telhado, instalações elétricas e hidráulicas, piso e gradil novos. A cadeia também passou a ser informatizada. As obras tiveram custos de R$ 590 mil.

Laura Gomes e Romero Ribeiro estiveram na unidade. Foto: Paulo Maciel/Divulgação
Laura Gomes e Romero Ribeiro estiveram na unidade. Foto: Paulo Maciel/Divulgação

A secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos falou sobre a reabertura da unidade. “A cadeia que entregamos, não seria possível se não tivéssemos trabalhando juntos, governo do estado e municipal, para tornar realidade essa obra que vai ressocializar os privados de liberdade”, ressaltou.

O secretário executivo de Ressocialização, coronel Romero Ribeiro, adiantou que o objetivo da secretaria é criar mais 7.200 vagas com as reformas das cadeias de Bonito, Catende e Ferreiros, além da construção da cadeia de Santa Cruz do Capibaribe e do Presídio de Tacaimbó.

Três Delegacias da Mulher serão inauguradas no estado

 

Ao contrário do que havia anunciado no começo do mês de agosto, o governo do estado não vai inaugurar duas Delegacias da Mulher no estado até o final deste ano. Serão três unidades. Além dos municípios que já seriam contemplados, que eram Goiana e Vitória de Santo Antão, a cidade do Cabo de Santo Agostinho também tera uma delegacia especializada em crimes contra as mulheres. De acordo com fontes do blog, um dos prédios, que seria o de Goiana, já está pronto e as delegadas que irão assumir o comando da DP já estão nomeadas. As três unidades funcionarão como unidades distritais e serão vinculadas ao Departamento de Polícia da Mulher (DPMul).

 

Delegacias atenderão mulheres em situação de risco. (Nando Chiappetta. DP/D.A Press)

Mulheres terão onde denunciar crimes. Foto: Nando Chiappetta/DP/D.A.Press

Pernambuco tem um Plano Estadual para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher que prevê, desde 2007, a implantação de mais 14 delegacias especializadas, além das quatro que já funcionavam na época da construção do plano. De lá para cá, apenas três tinham sido disponibilizadas. Agora, mais três sairão do papel. Previstos da mesma forma no plano estadual de 2007, o número de juizados especiais de atendimento à mulher a serem implantados pelo Judiciário também ficou a desejar, na avaliação da secretária da Mulher, Cristina Buarque.

“Quando a mulher denuncia na delegacia, é feito um Boletim de Ocorrência. Se o delegado percebe que a vítima necessita de medidas urgentes por estar em risco de vida, o delegado procura a Justiça para a aplicação das medidas protetivas. Quando não há um juizado especializado para esses casos, a vítima fica sem prioridade”, analisa a secretária estadual. O plano previa a implantação de sete juizados na Região Metropolitana do Recife, mas apenas dois foram criados desde então. Segundo a secretária, o Judiciário garantiu que até o final deste ano implantará os demais.