Não é BRT o sistema implantado nos corredores do Grande Recife

 

Corredor BRT na Avenida Cruz Cabugá com velocidade de 4km/h Foto- Aline Soares Especial DP/D.A.Press
Corredor Norte/SUl com ônibus no tráfego misto na Avenida Cruz Cabugá a uma velocidade de 4km/h Foto- Aline Soares Especial DP/D.A.Press

O criador do sistema BRT, o urbanista Jaime Lerner, primeiro a implantar um modelo de transporte com corredores exclusivos e segregados para ônibus, estações em nível e pagamento antecipado, na década de 1970 em Curitiba, afirma que o sistema implantado no estado não condiz com as premissas de seu modelo.

Exportado para o mundo inteiro na sigla de Transporte Rápido por Ônibus (Bus Rapid Transit), foi também escolhido para dois corredores de transporte da RMR: Norte/Sul e Leste/Oeste. Previstos para serem entregues até a Copa, os dois corredores chegaram ao primeiro semestre de 2015 sem operar da forma prevista.

Sistema de BRT de Curitiba com faixa exclusiva e segregada em todo o seu percurso Foto: Hedelson Alves Especial DP/D.A.Press
Sistema de BRT de Curitiba com faixa exclusiva e segregada em todo o seu percurso Foto: Hedelson Alves Especial DP/D.A.Press

Sem faixa segregada ao longo do seu percurso, os ônibus do BRT ficam presos nos congestionamentos e até mesmo nos trechos onde a faixa é exclusiva ocorrem invasões por falta de segregação do espaço. Pelo menos duas estações de BRT (Tacaruna e Prefeitura) tiveram parte do teto danificado por caminhões na faixa destinada ao ônibus. “Não acompanhei as obras, mas isso não é BRT”, ressaltou Jaime Lerner em entrevista durante um seminário de mobilidade promovido, na última quarta-feira, pela Volvo, em Curitiba.

A Cruz Cabugá é um dos trechos mais complicados do Norte/Sul. O corredor tem nova promessa de ser entregue no fim de junho. Ainda faltam seis estações e o terminal de integração de Abreu e Lima. A operação chegou a Igarassu no sábado.

Já o Leste/Oeste não tem nem previsão de ficar pronto. Faltam os terminais da 2ª e 3ª perimetrais e das estações de Camaragibe e Conde da Boa Vista. Também não há faixa exclusiva em Camaragibe e alguns trechos da área central da cidade. “O sistema perdeu o R de rápido. Sem segregação não há confiabilidade. Ele precisa ser concluído”, apontou o professor da UFPE Leonardo Meira.

O gerente de operações do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, André Melibeu, reconhece as dificuldades operacionais. “Enquanto o corredor de ônibus não estiver segregado, ele não será um BRT puro. Não sei quando haverá a segregação. Mas o corredor tem que operar como trem sem nada na frente. Mas a obra ainda não está pronta”, afirmou. A Secretaria das Cidades informou que a segregação dos corredores será feita após a conclusão das estações e que o projeto da circulação com intervenções necessárias depende de aprovação da CTTU. As obras foram iniciadas em 2012.

Saiba mais

As premissas básicas do BRT

Corredor exclusivo e segregado
Estações com pagamento antecipado
– Monitoramento dos ônibus no corredor por um central de controle
– Regularidade das viagens

As nossas premissas

– Corredor com parte da faixa exclusiva na PE-15 (Norte/Sul)
– Corredor com faixa exclusiva na Caxangá (Leste/Oeste)
– Estações com pagamento antecipado
– Ausência de monitoramento dos corredores
– Sem previsão de regularidade das viagens

Operação atual dos corredores

Norte/Sul
De 5 a 10 minutos de intervalo
Velocidade média de 16km/h

Leste/Norte
De 6 a 10 minutos de intervalo
Velocidade média de 20km/h

Projetado para o Norte/Sul

– 180 mil é a demanda estimada
– 26 estações previstas
– 15 em operação
– 6 sem operação
– 5 pendentes

18 Replies to “Não é BRT o sistema implantado nos corredores do Grande Recife”

  1. Esse BRT foi para campanha para presidente do Eduardo.
    Só assim para entender.

  2. É uma pena! Um projeto tão bom como esse sendo mal executado. Agente paga tão caro e o governo faz uma propaganda desgraçada em cima da mobilidade urbana e faz uma coisa dessa.
    Prefeitura do Recife e governo de Pernambuco!
    Procurem o Jaime Lerner, criador do sistema BRT e corrijam seus ERROS pro favor!

  3. Pronto, como o recifense é imbecil por natureza, vão começar a achincalhar Jaime Lerner e dizer que o BRT de Recife é o melhor do mundo.

    Mais uma mostra de quão incompetente são o governador e o prefeito dessa bosta de cidade. Um dos piores sistemas de transporte publico do país.

    • No geral muitos brasileiros são imbecis, e vc é um grande exemplo disso.

    • Cara, você esculhambou o recifense de uma forma geral de forma tão gratuita… Pra quê? Na moral, se você ler esse comentário, para e pensa um pouquinho… Esse tipo de atitude é o que torna uma merda a discussão de qualquer problema nesse país: quando não tá bom, bate-se o pé e ataca-se alguém por antecipação, talvez pra procurar um culpado, sabe deus por que.
      Pelo futuro desse mundo, que é o mundo onde seus filhos e netos vivem/viverão, melhorem nesse aspecto.

    • 1° O povo recifense não é imbecil, mas você parece ser;
      2° Eles sabem reconhecer os erros do BRT no Recife, pois convivem com isso;
      3° Ninguém achincalhou Jaime Lerner;
      4° Recife tem muitos problemas, mas não é uma bosta de cidade;
      5° Eu sinto pena de você.

  4. RSRSRSRSRSRSRSRSRSRS
    BRT – Besteria Rápida de Troucha

    O Ministério Público deveria ter técnico para avaliar este projetinho de meia tigela….Engana trocha.

    O único transporte de massa eficiente para decadas após implantado é o METRÔ o resto é enganação, conversa para criança dormir.

    Os projetos que os políticos aprovam são piadas de mal gosto para as pessoas que raciocina.

    • Se há erro, é sistêmico. Se o projeto é mal feito, falham em permitir ser executado para depois, se perceberem o mal feito, remediar. Quando é bem feito, a execução pode ser mal feita ou até divergir para reduzir custos da proposta inicial, mas isso só ocorre com falha na fiscalização enquanto execução.
      Outra, ainda tem o problema de conciliar o transporte público ou qualquer meio de condução com demais usuários da via e naquela de querer agradar todos, você pode é criar prejuízo a quem deveria ter realmente prioridade. Darei exemplos simples em São Paulo, capital, estarem criticando e até pediram suspensão de obras para construção de ciclovia porque estaria atrapalhando demais os outros veículos. Aqui, numa versão do projeto do Leste-Oeste, a ponte que interliga a R. Benfica a avenida que corta a Praça do Derby, teria duas faixas exclusivas para o BRT e as outras duas para o tráfego misto. A ponte hoje tem quatro faixas sendo três para o centro e uma para o subúrbio. Já pensou o tráfego misto, que é grande, com apenas uma faixa por sentido e não dá para usar rotas alternativas, pois a mais próxima, Av. do Sport Clube, também tem tráfego ruim em ambos os sentidos nos horários de pico?

  5. Este transporte é público e deveria atender a TODA a população por onde ele passa. E do modo como ele está operando está prestando um serviço EXCLUDENTE que não atende a TODA a população que reside no percurso por onde ele passa.

    Os ônibus BRTs Tem portas de ambos os lados. As portas do lado direito do ônibus (lado do motorista) são portas altas para atenderem às cabines especiais. E as portas do lado esquerdo do ônibus (lado do cobrador) são portas REBAIXADAS Exatamente para, em locais onde não tiver cabines especiais para estes ônibus, ele poder atender as pessoas que SÓ TEM A OPÇÃO de apanhar ônibus nestas paradas comuns.

    Tem lugares que a distância entre duas cabines BRTs é mais de 4Km. Esta distância stá dentro da “normativa operacional”? Pois é esta a distância aproximada entre a cabine em frente ao Hospital Miguel Arraes (que, inclusive, ainda não está pronta) e a cabine depois do terminal integrado Pelópidas da Silveira (em Paulista). Aí eles diriam… “mas o TI Pelópidas da Silveira também atende o BRT”. A distância entre o TI Pelópidas da Silveira e a cabine BRT Miguel Arraes é de aproximadamente 3,70Km. Esta distância também está dentro desta “normativa operacional”?

    E isto é só em relação à cidade de Paulista, pois se formos falar da cidade de Abreu e Lima só existe uma única cabine (a de Miguel Arraes) na entrada da cidade.

    Eles criaram normas EXCLUDENTES quando deveriam ser o contrário. As pessoas que moram na área intermediárias que compreende estas estações BRTs, em Paulista, foram simplesmente DESCARTADAS pela Grande Recife de serem atendidas por este novo sistema BRT.
    A população deveria ter a OPÇÃO DE ESCOLHER em que tipo de ônibus desejam andar (já que na rua circulam os dois tipos).
    Para isto se faria necessário a construção de UMA cabine BRT para CADA parada comum de ônibus. Mas como isto ficaria inviável, por questões finaceiras, a solução seria OS ÔNIBUS BRTs NÃO PARAREM EM PARADAS COMUNS APENAS EM LOCAIS ONDE FOSSEM OFERECIDAS A OPÇÃO DE CABINES “APROPRIADAS” PARA ESTE TIPO DE ÔNIBUS. Em locais onde NÃO houvesse estas cabines os ônibus BRTs parariam normalmente nas paradas comuns.
    Neste caso estaríamos falando realmente de INCLUSÃO. E não de EXCLUSÃO, como são as atuais normas criadas pela Grande Recife Consórcio.

  6. são poucas as coisa que não são “fakes” em Recife, a violência por exemplos. queríamos nos que fosse fake, mas não é.

  7. Isso foi uma tremenda empulhação do governo de Pernambuco! Seria mais honesto se trocassem a sigla para BST (Bus Slow Transit). Dinheiro público jogado sabe-se lá onde. E a tão decantada “Cidade da Copa”? Ninguém sabe, ninguém viu.

  8. Recife, detentora do melhor pior BRT do mundo. Rumo à Copa!

    Eita, já passou.

  9. A confusão está criada. Ônibus à esquerda, BRT à direita e o resto que se dane.
    No Derby onde só há duas faixa os veículos particulares têm que invadir a faixa do BRT (direita) pois à esquerda estão 4 ou 5 ônibus parados.
    Quando chove é de dar dó. O passageiro tem que atravessar para ir para a ILHA BRT. Enquanto aguarda é “chuveirado” por ônibus e veículos ligeiros. Se ficar abrigado nunca passará.

  10. NADA NESTE PAÍS É LAVADO A SÉRIO. POLITICAGEM E CORRUPÇÃO CAUSA MÁ ADMINISTRAÇÃO. A POPULAÇÃO ACEITA ACOMODADA, O NOSSO PAÍS CONTINUA “DEITADO ETERNAMENTE EM BERÇO ESPLÊNDIDO (Joaquim Osório Duque Estrada). TUDO É FEITO NO “FAZ DE CONTA”…

  11. O melhor aeroporto do Brasil. Guarapus/Gilberto Freye. O melhor museu da América Latina. Instituto Ricardo Brennand. O Frevo. O Museu do Homem do Nordeste. Olinda. Etc. O Recife segue esse contraste. Coisas deliciosas. Outras não. Mas quando há a intervenção dos políticos a coisa desanda. Não há notícia que haja achacadores no Recife, aqueles indivíduos que extorquem as empreiteiras. Também não se ouviu falar que o PSB exigisse propina dos empreiteiros das obras em Pernambuco. Então, o que justifica tão baixa qualidade nas obras do Estado? O túnel da Caxangá. Os horrorosos viadutos da PE 15? A sujeira e o abandono da entrada do Recife ali pela PE 15? Só a ineficiencia e o descaso dos políticos pernambucanos. Como técnicos do Tribunal de Contas, espera-se que Geraldo Julio e Paulo Camara não decepcionem.