Seguro de moto é mais caro. Porque será?

 

Mário Cabral já chegou a ficar seis meses sem pagar o seguro


Um dos termômetros para medir o tamanho dos acidentes no trânsito pode ser verificado no pagamento do seguro obrigatório (DPVAT). As motos respondem no estado por  60,8% do pagamento dos sinistros.

Não por acaso, é um dos seguros mais caros. De 2004 a 2011, o valor do seguro de moto passou de R$ 82,77 para R$ 279,27. O problema é a inadimplência. E para reverter isso, uma opção será o parcelamento. Acompanhe na reportagem de Rosa Falcão, da Editoria de Economia.

Diario de Pernambuco
Por Rosa Falcão

O seguro obrigatório (DPVAT) das motocicletas poderá ser parcelado em três vezes para diminuir a inadimplência. Pelas regras atuais, os proprietários de motos com até 150 cilindradas pagam de uma única vez as taxas de licenciamento.

O DPVAT de motos custa R$ 279,27 e o de veículos é menos da metade e sai por R$ 101,16. A proposta de decreto legislativo federal já está na gaveta do ministro da Fazenda, Guido Mantega. A

o mesmo tempo, o governo pernambucano estuda o perdão da dívida do IPVA das motos para estimular a regularização da frota. O calote provoca uma perda de R$ 102 milhões/ano de DPVAT e de R$ 28 milhões/ano do IPVA no estado.

A frota de motos de até 150 cc que paga imposto no estado é de 663.420. Destes, 313.021 estão quites e 350.399 circulam irregulares e sem pagar o licenciamento. Os proprietários de motocicletas de 50 cilindradas (cinquentinha) são isentos dos tributos.

Simulação da Secretaria Estadual de Fazenda mostra que o peso maior na regularização da moto fica com o DPVAT (64%). Em segundo lugar vem o IPVA (18%), a taxa de licenciamento (14%) e a taxa de bombeiros (4%). O custo total sai hoje por R$ 438,44.

Uma pancada de uma só vez no bolso do motociclista. Mario Cabral, 29 anos, é representante comercial e usa a moto para trabalhar. “O licenciamento é muito alto para os buracos que têm nas ruas. A gente tem que se virar nos 30 para pagar.” Mario conta que já ficou inadimplente seis meses e depois passou a moto adiante.

O motorista Alexandre Gonçalves da Silva, 34 anos, comprou a moto há uma semana. Ele reclama que pagou mais de R$ 400 para emplacar o veículo no Detran. “Só o seguro obrigatório é um absurdo. A gente se aperta muito para pagar de uma só vez.” Alexandre acha que as pessoas deixam de pagar o licenciamento no Detran porque as taxas são muito caras. Ele cita o exemplo de um motoboy que ganha por mês R$ 600 e paga R$ 400 de emplacamento.

A Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão federal responsável pelo seguro obrigatório de veículos (DPVAT), evitou comentar a proposta do parcelamento. Em 2010, foram arrecadados no país R$ 5,7 bilhões do DPVAT da frota de veículos e motos, e pagos R$ 2,2 bilhões de indenizações por morte, invalidez permanente e reembolso de despesas hospitalares. Os dados são da Seguradora Líder dos consórcios do Seguro DPVAT, que também não comentou a mudança nas regras do seguro.

Comissão de Mobilidade da Alepe faz audiência pública

Deputado Sílvio Costa Filho, fez visita ao blog com os deputados Ricardo Costa (PTC) e Zé Maurício (PP)

A Comissão de Mobilidade da Assembléia Legislativa realiza hoje uma audiência pública, no auditório do 6º andar, do Anexo I ao Palácio Joaquim Nabuco, no Edifício Nilo Coelho, para debater os novos desafios da mobilidade urbana no Grande Recife. A sessão começa às 9h com previsão de encerrar às 13h.

O presidente da comissão, o deputado Sílvio Costa Filho (PTB), que fez visita a este blog, disse na ocasião que o objetivo da comissão é ouvir os diversos segmentos da sociedade e até o fim do ano elaborar uma carta aberta com as propostas de melhoria de trafegabilidade não apenas para os carros, mas também para os pedestres. Uma das bandeiras levantadas é quanto a responsabilidade da conservação das calçadas.

Para o deputado estadual, Sílvio Costa Filho é preciso haver mudanças na legislação. “O Recife fez uma lei de calçadas, que muitos municípios da Região Metropolitana copiaram e na prática não funciona. A gente quer propor mudanças na lei e chamar os municípios para que reassumam a responsabilidade de preservação dos passeios”, declarou. A comissão também defende a melhoria da iluminação pública.

Primeiro Plano de Enfrentamento dos Acidentes de Motos

Pela primeira vez, Pernambuco terá um Plano de Enfrentamento dos Acidentes de Moto. O governador Eduardo Campos e o secretário de Saúde, Antônio Carlos Figueira, irão apresentar nesta sexta-feira, as diretrizes e o cronograma do plano.

A meta do governo do estado é reduzir os acidentes pela metade em até 10 anos. E as ações terão como principais estratégias: as blitze e campanhas educativas. A preocupação é em razão do número de acidentes. Somente no ano passado, um total de 571 pessoas morreram e mais 8 mil atendimentos foram realizados nos hospitais públicos. A estimativa de custo, por paciente acidentado é de R$ 12 mil.

O plano foi elaborado pelo Comitê de Prevenção de Acidentes de Moto, que é coordenado pelo médico João Veiga. Na semana passada, o comitê passou a contar também com a representação dos Motociclistas. O estado tem hoje 96 motoclubes. Participa do comitê, o presidente do Motoclube Bodes do Asfalto, Aílton Martins Cezar.

As principais ações do comitê são:
– Aumentar a fiscalização dos motociclistas
– Aumentar o contigente de efetivo
– Treinar os agentes na abordagem com rigor na fiscalização
– Desenvolver campanhas educativas na mídia televisiva e escrita
– Conscientizar a população do cumprimento da legislação

De acordo com Aílton Martins, outra preocupação é identificar as causas dos acidentes. E para isso, haverá mudança nos boletins de ocorrência. “Hoje não se sabe quais os tipos de motos que mais sofreram acidente e também de que forma o evento ocorreu, se houve uma batida ou atropelamento. São informações importantes na definição das políticas públicas”, argumentou Aílton Cezar. O comitê também está fazendo um mapeamento dos locais com maior incidência de acidente.

Política Nacional de Mobilidade Urbana

* Com informações da Agência Senado

O assunto não é novo, mas ainda engatinhamos. Foi aprovada este mês pela Comissão de Infraestrutura da Câmara Federal, a criação de uma Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU). Pois é, ainda não tínhamos.

A  proposta é permitir a integração entre os diferentes modos de transporte e melhoria da acessibilidade e mobilidade das pessoas e cargas nos municípios. É óbvio, mas ainda não ocorre na prática.

O projeto do ex-deputado Alberto Goldeman, elaborado em 2010, define também o Sistema Nacional de Mobilidade Urbana como um conjunto organizado e coordenado dos modos de transporte e de serviços de infraestrutura. O documento também fixa princípios, diretrizes e os objetivos da política pública que se pretende criar.

Essas definições são extremamente importantes, uma vez que todos os modelos de transporte precisam ser pensados de forma integrada. O que nós estamos começando a fazer hoje, em outros países mais desenvolvidos essa política de mobilidade já tem mais de 30 ou 40 anos.

A rede de bondes que nós chegamos a ter com mais de 200 quilômetros de linhas, integrando várias cidades da Região Metropolitana do Recife, talvez não tivesse sido descartada quando se optou pelo ônibus.

Hoje veríamos que os dois modais poderiam ter ser integrados. Um não excluiria o outro. No lugar disso, temos hoje a rede do metrô, que só agora alcançou 38,5 quilômetros de extensão. Involuímos, mas ainda é tempo de recomeçar. O projeto, que foi aprovado em decisão terminativa será encaminhado,enfim, para sanção presidencial.