Tarifa do metrô a R$ 4. Quer saber onde? aqui mesmo no Brasil

Tarifa do metrô do Recife custa R$ 1,60 desde 2012 e é a menor do país. Foto Alexandre Gondim DP/D.A.Press
Tarifa do metrô do Recife custa R$ 1,60 desde 2012 e é a menor do país. Foto Alexandre Gondim DP/D.A.Press

Recife tem a menor tarifa de metrô do país. clique aqui

Enquanto isso, no Distrito Federa, em Brasília,l a tarifa do metrô chega a R$ 4,00. Confira abaixo a reportagem do Portal Mobilize.

Milhares de pessoas, entre servidores, sindicalistas e populares participam de manifestação em frente ao Palácio do Buriti, em Brasília, na última quinta-feira (24). O protesto, que atinge o governador Rodrigo Rollemberg, tem entre os principais motivos o aumento de impostos e das tarifas públicas no DF, entre elas a passagem do transporte coletivo, que no domingo (20) teve elevação de 40%.

O metrô, cuja tarifa era de R$ 3, passou para R$ 4, sendo agora a mais cara do Brasil, acima da do Rio de Janeiro, que subiu para R$ 3,70 em abril deste ano.

No caso do ônibus, a menor passagem passou de R$ 1,50 a R$ 2,25; e a maior, de R$ 3 para 4.

As medidas foram anunciadas na última terça-feira (15) pelo governo, com a justificativa de tentar equilibrar as contas da capital federal. Com essas medidas o GDF pretende arrecadar R$ 1,8 bilhão que, além do reajuste no transporte público, envolvem impostos mais caros, cortes em salários de comissionados, reestruturação de secretarias, suspensão de concursos, entre outras.

“R$ 1 faz diferença”

“Para quem ganha pouco, esse R$ 1 na passagem faz muita diferença. No fim do mês, é um dinheiro que poderia usar, por exemplo, para o lazer da minha família”, afirmou à reportagem da Agência Brasil a empregada doméstica Lila Oliveira.

O contador Ricardo Monte conta que foi pego de surpresa com o anúncio do governo de Brasília. Ele mora no Entorno do DF, que também teve o valor das passagens reajustados neste ano, e precisa pegar dois ônibus para chegar ao trabalho. “Gasto pelo menos R$ 300 todo o mês com ônibus, fora o que minha esposa e filhos gastam. Esse valor vai para mais de R$ 400. Juntando toda a família, é mais de 30% da renda comprometidos com transporte público”, calcula Monte.

Segundo o secretário de Mobilidade do DF, Carlos Tomé, embora o reajuste vá gerar uma carga maior de gasto para a sociedade, se não fosse decidido agora, disse ele, “corríamos o risco de o sistema parar até o final do ano por absoluta falta de recursos”, disse.

Movimentos sociais organizam protestos em Brasília contra a medida. “A gente não vai parar enquanto não baixar a passagem. Não temos condições de pagar essa passagem absurda”, disse Raíssa Oliveira, do Movimento Passe Livre.

Fonte: Portal Mobilize

 

O metrô do Recife já perdeu 12 mil usuários em 2015

 

Tarifa do metrô do Recife custa R$ 1,60 desde 2012 e é a menor do país. Foto Alexandre Gondim DP/D.A.Press
Tarifa do metrô do Recife custa R$ 1,60 desde 2012 e é a menor do país. Foto Alexandre Gondim DP/D.A.Press

No ano em que o metrô do Recife completa três décadas de operação, o principal modal de transporte de massa da Região Metropolitana passa por sua maior crise: a falta de confiança dos passageiros em relação à segurança nos trens. Assaltos, furtos, quase diários, e até mortes acenderam um alerta na direção da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que fez um reforço de sessenta seguranças terceirizados para conter a onda de medo. O desafio é restabelecer a confiança no sistema e trazer de volta parte dos usuários que está deixando o metrô.

Metrô Recife - Arquivo/DP
De dezembro do ano passado até agora, houve uma queda no número de passageiros de até 3% de um universo de quase 400 mil, o que significa cerca de 12 mil pessoas. Sem pesquisa de satisfação, a CBTU ainda não sabe mensurar se a redução se deu por questões econômicas ou de falta de segurança. Mas, na prática, não é difícil encontrar usuários que só usam o metrô por não ter outra opção ou de passageiros que já começam a mudar a rotina das viagens para evitar o trem.

Estação Werneck do metrô, Linha Centro, Recife - Foto Guilherme Veríssimo DP/D.A.Press
Estação Werneck do metrô, Linha Centro, Recife – Foto Guilherme Veríssimo DP/D.A.Press

Morando quase em frente à estação Aeroporto, na Zona Sul do Recife, a dona de casa Maria Santiago, 42 anos, decidiu não usar mais o modal. “Agora só ando de ônibus. Fiquei assustada depois desses casos de violência”, revelou. Somente com o marido, o militar David Santiago, 42 anos, ela aceitou ir ao Centro de metrô na última quarta-feira. “Ela não queria vir de Metrô de jeito nenhum. Só aceitou porque veio comigo”, completou Santiago.

A direção do metrô reconhece o problema e as dificuldades, mas já adiantou que não tem como resolver essa questão sem ajuda. O pedido de socorro já foi feito ao governo do estado no sentido de uma parceria com a Polícia Militar nas 12 estações de integração do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, que integra o ônibus com o metrô.

Para a CBTU, as integrações são a principal porta de entrada do comércio informal na área interna do sistema. A direção da empresa também acredita que muitos dos assaltantes entram disfarçados de ambulantes. “Fica difícil fazer a distinção e esse tipo de comércio dentro do metrô também não é permitido. Mas não há como nossos seguranças fazerem um embate direto e tomar a mercadoria. A polícia tem que estar presente”, afirmou o engenheiro da CBTU-PE, Bartolomeu Carvalho. O acordo vem sendo negociado nas duas esferas de governo, mas ainda sem definição.

Para o professor de engenharia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Fernando Jordão, especialista em transporte ferroviário, a situação do metrô do Recife é preocupante. “O que está acontecendo com o metrô do Recife é um problema de segurança pública. É lamentável que um sistema tão importante para a população esteja se preocupando com segurança e não em melhorias do serviço”, criticou o professor. No ano passado, o Sindicato dos Metroviários realizou três paralisações para protestar contra a falta de segurança não apenas para os usuários, mas também dos trabalhadores.

Metrô Recife - Foto Annaclarice Almeida DP.D.A/Press
Metrô Recife – Foto Annaclarice Almeida DP.D.A/Press

Déficit na receita dificulta operação

O metrô do Recife trabalha com déficit de mais de 70% no orçamento anual. O serviço é bancado pelo governo federal, que aplica por ano cerca de R$ 300 milhões. A única fonte de renda vem da venda de bilhetes. A receita anual com passagens é de cerca de R$ 66 milhões e representa pouco mais de 24% na cobertura das despesas.

De acordo com o engenheiro da CBTU-PE, Bartolomeu Carvalho, é preciso um esforço dos três níveis de governo para ajudar o modal a se manter, principalmente com a tual crise econômica. “O metrô, mesmo pertencendo ao governo federal, trabalha para o estado. Hoje, metade das pessoas que usam o metrô não paga nada. E não temos nenhum tipo de subsídio”, aponta Carvalho.

Ele compara, por exemplo, o metrô do Rio de Janeiro, que é privado e tem isenção no ICMS (Imposto de Circulação de Mercadoria e Serviço) sobre a energia. “A energia é onde está o nosso maior custo. Pagamos por ano R$ 26 milhões e se tivéssemos isenção no imposto, haveria uma economia de 25% nesse valor”, revelou Bartolomeu.

Além de não oferecer isenção, o governo do estado, por meio do Consórcio Grande Recife, órgão gestor do Sistema de Transporte Público de Passageiros, não repassa, desde 2012, o valor referente ao cartão VEM. A dívida já ultrapassa os R$ 30 milhões. “É um dinheiro que nos faz muita falta. Infelizmente tivemos que colocar essa causa na justiça”, afirmou Carvalho. Por nota, o consórcio disse reconhecer parte da dívida, mas não informou qual o valor é reconhecido.

E para piorar a receita, o metrô tem a menor tarifa do país: R$ 1,60, a mesma desde 2012. “Acredito que a população poderia ajudar caso o bilhete fosse do mesmo valor da tarifa A do ônibus de R$ 2,45”, sugeriu Fernando Jordão da UFPE.

Fonte; Diario de Pernambuco

Metrô do Recife duplica o número de usuários e tem pior receita do país

Metro quebrado na Estacao Cajueiro Seco. Crédito: Adriano Correia/Divulgacao
Metro quebrado na Estacao Cajueiro Seco.
Crédito: Adriano Correia/Divulgacao

 

O metrô do Recife nunca transportou tantas pessoas quanto agora. Nos últimos dez anos, a demanda de passageiros duplicou. Em 2005, eram 4,5 milhões por mês. Hoje essa média é de nove milhões, incluindo as linhas Centro, Sul e os trens a diesel. Mas o crescimento da demanda está longe de significar ampliação da receita. Por dia, são transportados quase 400 mil usuários e desse universo, quase metade é oriunda do Sistema Estrutural Integrado (SEI), que permite que o passageiro use o metrô sem pagar um centavo.

Não por acaso, o sistema metroviário do Recife tem a pior receita do país. O metrô arrecada mensalmente, em média, cerca de R$ 5 milhões, mas as suas despesas ultrapassam os R$ 33 milhões. Com mais de 80% das despesas subsidiadas, as chances de investimento e ampliação são praticamente nulas. A tarifa também é a menor do país, no valor de R$ 1,60 desde 2012.

Escada do metrô sem funcionar na estação integrada do Tancredo Neves Foto : Annaclarice Almeida SP/D.A.Press
Escada do metrô sem funcionar na estação integrada do Tancredo Neves Foto : Annaclarice Almeida SP/D.A.Press

Com 30 anos de operação, o maior investimento foi a implantação da linha Sul e a compra de 15 novos trens. Mas o índice de quebra dos trens ainda é preocupante. Pelo menos mil viagens deixam de ser realizadas todos os meses em razão de problemas técnicos. “Nenhum sistema metroviário do país opera com um índice tão alto de subsídio como o nosso. Isso é ruim para o sistema porque trava a capacidade de investimento”, explicou o superintendente do Metrô Recife, Bartolomeu Carvalho.

No último dia 10, os passageiros da Linha Sul do metrô Recife tiveram que descer na estação Largo da Paz e caminhar pelos trilhos depois que um dos trens quebrou e precisou ser rebocado para a estação da Imbiribeira. “Já fiquei vinte minutos dentro do trem parado. Quem se cansou, desceu e andou pelos trilhos. Eu esperei até chegar na estação para pegar outra condução”, disse a operadora de telemarketing Maria Lopes, 37 anos.

Além da dificuldade em manter o sistema em operação, o metrô também sofre com os ataques de vandalismo. O custo mensal com reparos é de aproximadamente R$ 300 mil, mas pode variar dependendo do grau das depredações.

“Nós fazemos o planejamento dos investimentos, mas dependemos do que é repassado pelo governo. Mas o dinheiro que chega é sempre menor e temos que optar em priorizar os casos mais urgentes”, revelou o diretor de operações do metrô, Maurício Meirelles.

Tarifa do metrô do Recife custa R$ 1,60 desde 2012 e é a menor do país. Foto Alexandre Gondim DP/D.A.Press
Tarifa do metrô do Recife custa R$ 1,60 desde 2012 e é a menor do país. Foto Alexandre Gondim DP/D.A.Press

Mudança na política tarifária

Uma das principais características do transporte de passageiros da Região Metropolitana do Recife é o sistema integrado, que permite que o usuário se desloque para qualquer município interligado com uma única passagem. Fazer mudanças nessa logística é uma briga que nenhum gestor pretende comprar. Mas, pela primeira vez, a direção do metrô Recife pondera sobre a necessidade de se abrir uma discussão no modelo da política tarifária dos terminais do SEI.

“Uma mudança nessa política tarifária poderá trazer uma arrecadação maior para o metrô, mas a gente reconhece que não é uma discussão simples para não trazer impacto para o passageiro”, ressaltou o superintendente do Metrô Recife, Bartolomeu Carvalho. O gerente de planejamento do Grande Recife, Maurício Pina, lembra que, no modelo do SEI, recebe o modal por onde o usuário entrou. “Se o usuário entra pelo metrô e integra no ônibus, o ônibus também não é tarifado.”

Para o presidente do Sindicato do Metroviários, Diogo Morais, os empresários de ônibus se beneficiaram mais com a abertura de novos terminais de integração. “Os custos das empresas de ônibus diminuíram. O metrô tem uma capacidade de transporte muito maior. E do ponto de vista social é importante, mas o subsídio deve ser assumido ou pelo governo do estado ou federal”, afirmou. Segundo o sindicato, a União só repassa o suficiente para o sistema não paralisar. Mas não há um comprometimento de valorizar do sistema, diz.

Saiba Mais:

Os números do sistema metroviário do Recife:
25 trens
29 estações
71 quilômetros de extensão
9,7 milhões de passageiros por mês (linhas Centro, Sul e díesel)
4,8 milhões de passageiros por mês oriundos do SEI
368 mil passageiros por dia
162 mil passageiros oriundos do SEI por dia
1 mil viagens deixam de ser realizadas por mês por quebra

O buraco negro da operação do metrô Recife
R$ 33 milhões em depesas
R$ 5,8 milhões de receita

Demanda do metrô em 10 anos
2005 – 54,4 milhões de passageiros
2010 – 68,1 milhões de passageiros
2014 – 110,1 milhões de passageiros
2015 –   9 milhões de passageiros (mês de janeiro)

Tarifas do sistema ferroviário no país:

Companhias                                                                  Tarifa          
Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor)       R$ 2,20
Metropolitano do Distrito Federal (Metrô DF)                   R$ 3,00
Metropolitana de São Paulo (Metrô SP)                           R$ 3,50
Metroviária do Rio de Janeiro (MetroRio)                         R$ 3,50
Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb) R$1,70
Superintendência de Trens Urbanos do Belo Horizonte   R$ 1,80
Superintendência de Trens Urbanos do Recife                R$ 1,60

As integrações do metrô com ônibus ocorrem de duas formas:

1 – Pelo Sistema Estrutural Integrado (SEI) com a existência de Terminais Integrados adjacentes às estações. A transferência de um modo de transporte para o outro não é tarifado.

2 – Através da bilhetagem eletrônica. Isto é, quando da passagem do Vale Eletrônico Metropolitano nos bloqueios de entrada das estações é descontado o valor referente à integração.

Fonte: CBTU/Recife

O metrô do Recife e a privada

 

Estação Werneck do metrô, Linha Centro, Recife - Foto Guilherme Veríssimo DP/D.A.Press
Estação Werneck do metrô, Linha Centro, Recife – Foto Guilherme Veríssimo DP/D.A.Press

A paralisação do metrô, no último final de semana, a partir de uma decisão dos próprios funcionários do sistema que se recusaram a trabalhar por causa da falta de segurança, chama atenção para um grave problema no transporte público: o vandalismo das torcidas dos times pernambucanos. Os trens e as estações do sistema foram alvo de ataques de vândalos. Até pedras foram arremessadas contra os veículos. Pelo menos dessa vez, não lançaram nenhuma privada. Em maio do ano passado, uma pessoa morreu ao ser atingida por privada lançada da arquibancada no estádio do Arruda.

Não por acaso, a violência das torcidas tem trazido intranquilidade aos trabalhadores do metrô. E não apenas a eles, os ônibus também são alvo da fúria de torcedores nos dias de jogo. A Avenida Conde da Boa Vista, por exemplo, tem sido um verdadeiro saco de pancadas. E quem responde por isso? A propagação da violência encontra espaço, onde a punição é artigo de luxo.

Uma vez ouvi de um consultor em trânsito, que segurança não é um problema do transporte público, mas sim uma questão de polícia. Parece lógico, mas não há como a polícia estar presente em todas as estações, paradas, ônibus e trens. É impossível garantir esse tipo de segurança. As empresas também precisam oferecer segurança própria e dispor de uma forma mais eficaz para se comunicar com a polícia, sempre que necessário.

No final de semana passado, a Secretaria de Defesa Social (SDS) chegou a apresentar um plano de segurança com 68 policiais para fazer a segurança no metrô e não foi suficiente.O Sindicato dos Metroviários chamou atenção para o fato dos policiais não terem sido posicionados nas estações. Isso talvez possa ser melhorado, mas o fato é que há uma insegurança no sistema não apenas para os trabalhadores, mas também para os usuários. A mudança só será sentida quando a punição passar a ser encarada na medida da responsabilidade de quem a pratica, assim como a prisão dos que lançaram a privada matando uma pessoa.

Estação do novo traçado urbano do metrô de Paris tem desenho de brasileira

estacao paris2A arquiteta carioca Elizabeth de Portzamparc bateu nomes de gigantes como Norman Foster e outros e ganhou este mês o concurso para construir a nova estação de metrô Le Bourget, em Paris, orçada em 86 milhões de euros e com cerca de 7 mil metros quadrados de construção.

A estação de Le Bourget integra metrôs e trens e é parte do novo traçado urbano de Paris, denominado Grand Paris Express (GPE), que cria novos bairros e moderniza a rede de transportes existente – todo o atual sistema de metrô de Paris será renovado em 15 anos. Ao todo, serão 205 km de linhas e 17 novas estações até 2030 – as estações serão conectadas aos aeroportos e ao principal trem de grande velocidade (o TGV).

Le Borget abrigará um metrô automático. As outras estações já em construção são Villejuif, Noisy-Champs e Clichy-Montfermeil, cujo design foi assinado pelos arquietos Enric Miralles e Benedetta Tagliabue, de Barcelona.

Le Bourget é sede do mais antigo aeroporto de Paris e também abriga o Musée de l’Air et de l’Espace, que conta a história da aviação pioneira francesa. “Por causa disso, a estação evoca uma sensação de voo, como se o edifício flutuasse. Também é um projeto de muita funcionalidade”, disse Elizabeth ontem.

O desenho de Elizabeth, sócia do escritório Elizabeth & Christian de Portzamparc (AECDP), mostra espaços em dois níveis, iluminados por uma fachada semi-transparente e de gigantesco pé alto, que atravessa toda a parede exterior. Elizabeth buscou uma noção de espaço “habitável”, aconchegante, para a construção, usando materiais reciclados e cores quentes, além de uma “forte presença da natureza”. As plataformas subterrâneas seguem o princípio do “total flex”, no qual as estruturas interiores são flexíveis e permitem a mudança de uso do espaço no futuro.

Fonte : Portal Mobilize

Confira também o especial Mobilidade pelos trilhos na França

Hoje tem desafio intermodal no Recife. Quem se habilita?

 

Desafio intermodal do Recife - Foto Hélder Tavares DP/D.A.Press
Desafio intermodal do Recife – Foto Hélder Tavares DP/D.A.Press

A partir das 17h, pessoas que costumam se deslocar pela cidade de diferentes maneiras se reúnem para avaliar as formas mais eficientes de mobilidade. No Recife, será a terceira edição do Desafio Intermodal. Nos dois primeiros anos (2012 e 2013) a bicicleta foi o modal mais rápido e eficiente. Esse será o último ano em que a Zona Sul da cidade será contemplada, novamente com o percurso entre a Praça do Diario e o Shopping Recife.

A largada está prevista para 18h, e o local definido será a Praça da Indepedência (do Diário),com chegada ao Shopping Center Recife (entrada da Rua Jack Ayres, onde ficava o antigo cinema). Os organizadores chegaram a pensar em mudar o percurso, mas decidiram pela permanência para testar a inauguração de um dos lados da Via Mangue, que é um dos
maiores investimentos rodoviários feitos na cidade nos últimos anos.

Desafio intermodal do Recife - Chegada - Estacionamento Shopping - Foto - Paulo Paiva DP/D.A.Press
Desafio intermodal do Recife – Chegada – Estacionamento Shopping – Foto – Paulo Paiva DP/D.A.Press

O Desafio Intermodal se propõe a avaliar qual o meio de transporte mais eficiente em diversas cidades brasileiras. Utilizando diferentes formas de deslocamento, são avaliados o tempo gasto para se chegar ao destino final, o custo gerado e a emissão de gás carbônico. Por isso, o Desafio é mais que uma “corrida maluca”, pois não basta chegar em primeiro lugar: o impacto ambiental e o custo do deslocamento também se tornam importantes.

Ainda há vagas, se você tem interesse de participar entre em contato através do Facebook:
https://www.facebook.com/events/728477983913445/?fref=ts

A realização do DIM em Recife é feita pelo Grupo Desafio Intermodal.
Segue a lista das modalidades previstas:

Pedestre Caminhando Vinicius Vasconcelos / Cacau
Pedestre Correndo Belize Câmara / Eraldo Pedrosa
Bicicleta Passo Normal Sergio Urt / Luciana Bezerra
Bicicleta Passo Rápido Mayra
Marcelino / Gilberto Martins
Bicicleta Elétrica Jason Torres / Amilton Andrade
Bicicleta Compartilhada Guilherme Jordão / Felipe Bôaviagem
Bicicleta + Barco Sabrina Marchy / Pedro Guedes
Bicicleta Dobrável + Metrô Marcus Moura / Rodrigo Nibbering
Carro Lourenço Brandão / Brenno Borges
Ônibus Marcio C. de Moura / Wilza Saraiva
Moto Lucilene Rodrigues / Henrique Seabra
Taxi Mariano Pérez
Metro Eduardo Amorim
Metro + Ônibus Pedro Bezerra
Metro + skate Aldenio Alves / Gil Luiz Mendes
Patins Amanda Muniz / Davi Gomes
Cadeirante Leandro
Deficiente Visual Romoaldo Dantas / Lorena Maniçoba

Acessibilidade comprometida em terminais integrados do Recife

Escada rolante para ampliar capacidade de acesso no TI Tancredo Neves na Copa, não foi instalada Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press
Escada rolante para ampliar capacidade de acesso ao TI Tancredo Neves na Copa não chegou a ser instalada –  Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press

Ainda estamos muito distantes de um ideal de acessibilidade dos equipamentos públicos. Mas a gente ainda consegue permanecer ruim, até em ambientes onde, em tese, a acessibilidade já deveria ser um quesito superado. Até o fim do ano, a Região Metropolitana do Recife terá 25 terminais de integração, que agregam em um mesmo ambiente metrô e ônibus.

Eles são fundamentais para duplicar a demanda de usuários do Sistema Estrutural Integrado (SEI) de 800 mil para 1,6 milhão. Só isso já deveria ser mais do que suficiente para os terminais funcionarem como foram projetados. Mas nem isso. Escadas rolantes sem funcionar e elevadores parados são cenas cada vez mais comuns em terminais recém-inaugurados.

Passava do meio-dia, fora do horário de pico, quando presenciamos a chegada de usuários ao Terminal Integrado Tancredo Neves para pegar o metrô. Uma escada rolante estreita congestionava com o volume de passageiros. Ao lado dela, uma outra escada, um pouco mais larga, estava desativada. “Essa escada foi trazida para ampliar o acesso no período Copa, mas nunca chegou a funcionar”, explicou um funcionário do metrô, que teve seu nome preservado.

Escada rolante do TI Tancredo para usuários que chegam na integração do ônibus foi desligada devido queda de energia no local - Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press
Escada rolante do TI Tancredo para usuários que chegam na integração por ônibus foi desligada devido queda de energia no local – Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press

A ida ao Tancredo Neves foi em razão de uma denúncia feita por meio do WhatsApp do Diario. A foto era de uma outra escada rolante, que também está sem funcionar, usada por usuários que chegam de ônibus e vão acessar o metrô, neste caso de responsabilidade do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano. Foi lá que encontramos o aposentado Severino Ramos Pereira, 80 anos, que subia a passos lentos uma escada, que deveria transportá-lo. “Cansei”, disse ele quase sem fôlego.

Elevador do TI Tancredo Neves fica desligado a maior parte do tempo Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press
Elevador do TI Tancredo Neves fica desligado a maior parte do tempo –  Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press

Em uma outra situação, a aposentada Maria das Neves, 65 anos, tenta usar o elevador, que fica na parte do desembarque dos ônibus, também sem sucesso. “Eu aperto o botão só para conferir, mas sempre está desligado”, revelou. De acordo com a assessoria do Grande Recife, houve problemas de queda de energia no terminal e em razão disso os equipamentos foram desligados. Ainda não há previsão de voltar a funcionar.

Já a assessoria do metrô informou que a escada rolante desativada veio da China, mas chegou com dimensões diferentes e terá que ser devolvida ao fabricante. Também sem prazo para resolver, quatro meses após o fim da Copa. Quanto ao elevador, o metrô informou que por falta de ascensorista, o equipamento só é ligado no caso de pessoas com dificuldade de locomoção precisarem.

Metrô do Recife paralisa atividades por falta de segurança

Estação Werneck do metrô, Linha Centro, Recife - Foto Guilherme Veríssimo DP/D.A.Press
Estação Werneck do metrô na Linha Centro do Recife, onde ocorreu um assalto na plataforma – Foto Guilherme Veríssimo DP/D.A.Press

Os metroviários deflagraram greve a partir da 0h de hoje. A paralisação vai deixar cerca de 400 mil usuários sem opção no sistema ferroviário na Região Metropolitana do Recife. Para compensar o desfalque, o Grande Recife Consórcio anunciou um reforço na frota.

A greve dos metroviários,anunciada desde a semana passada, não por aumento de salário e sim mais segurança no sistema. No dia a dia, dificilmente se associa a segurança à questão da mobilidade. Mas elas estão intrinsecamente ligadas.

A intranquilidade dos metroviários é um sinal de que as coisas não estão indo bem. Um levantamento feito por policiais ferroviários federais, que atuam no registro das ocorrências no metrô, apontou 1,6 mil casos, entre atendimentos à população, assaltos, estupro e até homicídio, no período de janeiro a setembro deste ano.

Os números foram contestados pela CBTU, que apresentou estatística de 33 ocorrências referentes à questão de segurança para o mesmo período. A situação mais crítica é na Linha Centro, que concentra a maior parte das ocorrências. Foram quatro assaltos a bilheterias, três dentro do trem, três na área externa ao metrô e pelo menos 17 furtos.

Os números não fazen referênci ao assalto na plataforma da estação Werneck, no bairro de Areias, na última quarta-feira. Quatro homens armados pularam o muro do metrô, caminharam pela linha férrea até chegar à plataforma e surpreenderam os usuários que aguardavam o trem. Gritos, correria e nenhum sinal de segurança.

A vigilante que fazia guarda naquele dia estava na entrada da estação, onde fica a bilheteria, e não houve tempo de fazer nada, nem que quisesse. “Na semana passada, três rapazes rondaram a bilheteria, eu fiquei por perto e eles saíram e assaltaram na rua ao lado”, contou o vigilante, que não quis se identificar.

Rua escura
A rua paralela à estação, no lado contrário da praça, é estreita e escura. “Quando eu vou para casa, fico aguardando alguém sair para não ir sozinha”, revelou a atendente Elisângela Pereira, 28 anos. “Antigamente havia segurança dentro do metrô. Hoje, só fica uma pessoa do lado de fora e de vez em quando tem assalto dentro”, disse a dona de casa Severina Dias, 54 anos.

O anúncio antecipado da greve serviu para a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) Recife antecipar uma ação cautelar junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT). O desembargador e vice-presidente do TRT, Pedro Paulo Pereira Nóbrega, acatou o pedido da CBTU para que sejam mantidos os serviços essenciais nos horários de pico das 5h às 9h e das 16h às 20h.

A multa para a entidade no caso de descumprimento é de R$ 800 mil. O Sindicato dos Metroviários optou, mesmo assim, por parar durante todo o dia, com 100% da frota inoperantes. Para o presidente do Sindicado dos Metroviários, a falta de segurança é um problema estrutural. “A insegurança é oriunda de um problema maior de falta de investimento. E a tendência é se agravar com o corte de R$ 10 milhões no orçamento da CBTU”, afirmou o presidente do sindicato, Diogo Moraes.

Os números da violência no metrô do Recife

Linha Sul
4 assaltos ou tentativa de assalto
1 assalto na estação
1 assalto na área externa

Linha Centro
4 assalto nas bilheterias
3 assaltos dentro do trem
3 assaltos nas imediações do metrô
17 furtos

Fonte: CBTU/Recife

O metrô do Recife quebra pelo menos uma vez a cada três dias

 

Estação do metrô de Camaragibe fechou as portas durante tumulto para evitar depredações Foto Joana Calazans DP/D.A.Press
Estação do metrô de Camaragibe fechou as portas durante tumulto para evitar depredações Foto Joana Calazans DP/D.A.Press

O metrô do Recife, principal modal de transporte para a Copa do Mundo, vem mostrando falhas reais no dia a dia e tirando a paciência dos usuários. Por mês, os trens têm que ser evacuados entre 10 e 15 vezes, uma média de até uma vez a cada três dias. Para a Metrorec, o número está dentro das normas internacionais, considerando as cerca de 570 viagens diárias. Difícil é fazer entender quem está na plataforma de embarque. Foi o que ocorreu ontem, em Camaragibe, quando, pelo segundo dia seguido, a média de espera passou de 12 para até 30 minutos.

Uma pane da rede aérea provocou a paralisação de uma das linhas Foto Joana Calazans DP/D.A.Press
Uma pane na rede aérea provocou a paralisação de uma das linhas do metrô Recife – Foto Joana Calazans DP/D.A.Press

Uma falha na rede elétrica do ramal de Camaragibe, na última terça-feira, provocou o uso de apenas uma das duas linhas do trecho, obrigando que ida e volta fossem feitas pelo mesmo caminho, o que causou uma demora maior no atendimento dos usuários. Revoltado, por volta das 6h30, um grupo arrastou uma carcaça de geladeira para os trilhos, paralisando o atendimento. A Polícia Militar foi chamada e por volta das 8h, os manifestantes foram retirados da estação, mas os protestos continuaram até as 10h. O serviço só foi reestabelecido à tarde.

Manifestantes protestaram contra os atrasos no metrô Foto - Felipe Feliciano WahtsApp do Diario
Manifestantes protestaram contra os atrasos no metrô Foto – Felipe Feliciano WahtsApp do Diario

e acordo com o engenheiro de transportes da Universidade Federal do Mato Grosso, Luiz Miguel de Miranda, a realidade verificada no Recife não condiz com os grandes sistemas de transporte do mundo, onde falhas do gênero não são tão recorrentes. “Se isso acontecesse em São Paulo, a cidade parava e o governador cairia”, afirma.

Já o especialista em ferrovias da Universidade Federal de Pernambuco Fernando Jordão defende a não existência de “padrões de tolerância” para a qualidade do serviço. “Não se deve ter nenhuma paralisação no mês. Se uma quantidade de aviões cai por ano, pode-se dizer que isso está dentro do tolerável?”.

A situação ainda poderia ser pior. Há três anos, antes da reforma e da troca dos trens hoje utilizados no metrô, o número de evacuações mensais por falhas técnicas variava entre 18 e 20, quase uma a cada dia útil, em média. “O Metrô está dentro das normas e o índice de problemas é proporcionalmente semelhante ao verificado em São Paulo”, garante o gerente de comunicação da empresa, Salvino Gomes.

Camaragibe

O terminal integrado de Camaragibe era a grande aposta para a integração do metrô e do BRT (Bus Rapid Transit) para a Copa do Mundo e seus efeitos práticos foram prometidos para o primeiro semestre deste ano.

Maior do que a estação de Cosme e Damião, testada na Copa das Confederações, a de Camaragibe deveria ser o principal suporte, mas não será. A expansão do terminal para receber o BRT sequer foi feita. E as seis estações que deveriam receber o modelo dos ônibus do BRT na principal via de acesso à cidade também não ficaram prontas. Camaragibe deixou de ser o plano A e Cosme Damião vai novamente ser a aposta para atender aos usuários do metrô. Não apenas os planos foram adiados. O conforto e o bom atendimento também.

Além das limitações de capacidade da estação, outro desafio não só para a Copa, mas também para os usuários todos os dias, é o intervalo nas viagens do trem. A média é 12 minutos no ramal que chega ao município, 2,4 mais tempo que o esperado na estação central do Recife nos horários de pico.

Ao chegar na integração, novo desafio. Com cerca de 51 mil pessoas atendidas por 107 veículos por dia, os passageiros enfrentam esperas de até 30 minutos, a depender de qual das 21 linhas precise. Na busca por qualidade, a população de Camaragibe lembra que é mais do que uma via de acesso a um dos palcos da tão aguardada Copa do Mundo.

Vandalismo custa ao metrô do Recife R$ 300 mil ao ano e até os novos trens já foram alvo

O custo do vandalismo no metrô do Recife é de cerca de R$ 300 mil por ano Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press
O custo do vandalismo no metrô do Recife é de cerca de R$ 300 mil por ano Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press

O vandalismo custou ao metrô do Recife, somente em 2013, cerca de R$ 300 mil. Para se ter uma ideia, todos os 15 novos trens, que custaram R$ 220 milhões e cuja remessa só foi concluída no ano passado, já foram alvo de vândalos. Pedras nas janelas e no teto são algumas das práticas mais comuns, mas o que deixa o sistema sem condições de operar é quando os ataques afetam, principalmente, os cabos de alimentação.

Foi o que aconteceu na manhã da quinta-feira, quando cinco estações do ramal de Camaragibe foram prejudicadas com a interrupção da energia provocada pelo rompimento de um cabo. Os técnicos de manutenção identificaram um artefato conhecido como “capa-gato”, feito com duas pedras ligadas por um fio que foram lançadas na rede, provocando curto-circuito. O sistema ficou paralisado até o início da noite de ontem, prejudicando cerca de 50 mil usuários.

Portas e janelas do metrô são alvos mais comuns dos vândalos - Foto - reprodução/TV Clube
Portas e janelas do metrô são alvos mais comuns dos vândalos – Foto – reprodução/TV Clube

Os técnicos desconfiam que a intenção de paralisar a rede possa ir além do vandalismo. Os cabos são feitos de fios de cobre, produto bastante cobiçado por ladrões. Nenhum fio, no entanto, chegou a ser roubado. O ramal de Camaragibe não está entre os trechos de roubo e vandalismo frequentes.

O reforço na segurança da linha ocorre principalmente entre os trechos Recife/Ipiranga, Recife/Joana Bezerra, Joana Bezerra/Afogados e Imbiribeira/Largo da Paz. “Temos seguranças que percorrem as linhas. Esse trecho do ramal de Camaragibe ainda não havia apresentado esse tipo de problema”, afirmou o gerente de comunicação do metrô, Salvino Gomes.

O serviço de viagem das cinco estações – Curado, Rodoviária, Alto do Céu, Cosme Damião e Camaragibe – teve atrasos de 25 e 30 minutos, enquanto os técnicos tentavam reverter o problema. Nos horários de pico, os intervalos são de 10 minutos. Muitos passageiros tiveram que recorrer aos ônibus.

O vandalismo é uma das causas da interrupção do serviço, mas o professor do Departamento de Engenharia Civil da UFPE Fernando Jordão chama atenção para a idade do metrô, que faz 30 anos em março de 2015, mas mantém os mesmos equipamentos desde a fundação.

“A gente não conhece o orçamento de manutenção do metrô. Não há transparência quanto isso”. A assessoria de imprensa também não soube informar quanto é gasto na manutenção. O metrô é uma das principais apostas de mobilidade na Copa de 2014. Nas últimas chuvas algumas estações ficaram alagadas e junho é mês de chuva na cidade.