Uma regra para virar exceção

 

Por

Tânia Passos

 

Sair de carro despreocupado para beber vem deixando de ser regra para se tornar exceção. Seja por consciência ou ainda pelo peso da multa no bolso de quase R$ 2 mil para quem dirige alcoolizado. Mas, por enquanto as exceções ainda estão custando muito caro.  Em Pernambuco foram realizadas este ano 4.152 hospitalizações de vítimas de acidente de trânsito, que custaram R$ 3,7 milhões aos cofres públicos. As novas regras da Lei Seca estão, no entanto, cada vez mais duras e a expectativa é que as exceções passem a ser cada vez mais raras.

No primeiro feriado em que passaram a vigorar as mudanças na Lei Seca foram aplicadas no estado 537 multas, 139 carteiras de habilitação apreendidas e 13 pessoas presas por apresentarem teor alcoólico acima do permitido por lei. (Concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligramas de álcoo por litro de ar expelido). Sendo uma das prisões por prova testemunhal, uma vez que o motorista não quis fazer o teste do bafômetro.

Este ano, o número de veículos abordados no feriadão de Natal cresceu 31,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Durante os cinco dias de feriadão, de 21 a 25 de dezembro, 5.452 automóveis foram parados nas blitzes, enquanto no ano passado 3.723 carros foram abordados. “Houve um aumento muito maior no número de carros fiscalizados em relação ao ano passado. Mas teve apenas uma prisão a mais em relação ao mesmo período”, revelou o coordenador da Operação Lei Seca, o tenente-coronel André Cavalcanti.

Fazer o teste do bafômetro deixou de ser uma opção para se tornar uma arma de defesa do motorista. O empresário Luiz Guimarães, conta que nunca olhou o bafômetro como inimigo. “Eu vejo o bafômetro como uma defesa não só para mim, mas tam como para as outras pessoas. É uma maneira segura de você mostrar que está apto a dirigir ou que não está e se for o caso é melhor que não dirija”, revelou.

Segundo o coordenador da Operação Lei Seca em Pernambuco, o número de pessoas que se recusavam a fazer o teste do bafômetro diminuiu cerca de 14,3%. “As pessoas estão ficando mais conscientes e além disso é mais seguro hoje fazer o teste, do contrário se a autoridade de trânsito considerar que o motorista está bêbado ele será preso imediatamente”, afirmou. Durante as blitzes, 94 motoristas se recusaram a fazer o teste do bafômetro. No ano passado, 116 se negaram a soprar no etilômetro.

Para quem não quer abrir mão de sair para se divertir e beber, as alternativas são as mais diversas. O militar aposentado Adalberto Sales, 63 anos, costuma pegar táxi. “Acho mais tranquilo e seguro. Saio e volto de táxi. Não há risco”, revelou.  O amigo da vez também vem sendo uma opção. A professora Nívea Negreiros, 36 anos, já ganhou fama de ser a amiga da vez de todas as ocasiões. No lugar da cerveja um copo de refrigerante. “Já me acostumei a ser a amiga da vez. Não me importo. Prefiro beber em casa. A vantagem é que sou convidada para todo lugar”, contou. A jornalista Cátia Rabelo, 34, diz que faz a escolha de abrir mão do carro quando sai para beber. “Pego carona ou táxi. Mas quando saio para beber deixo o carro em casa”, afirmou.

Em um ano, Pernambuco registrou uma redução de 24,3% de mortes em acidentes de trânsito. “A ação das blitzes mostrou uma redução nas mortes e há redução na recusa do teste do bafômetro. Podemos dizer que esse comportamento é reflexo de uma conscientização dos condutores e há uma mudança de hábito e cultura”, ressaltou o secretário de Saúde, Antônio Carlos Figueira.  Apesar dos avanços, as exceções ainda estão trazendo muitos estragos. O feriadão registrou 91 acidentes e 14 mortes. Em apenas um deles, 12 pessoas morreram. O motorista responsável pelo acidente em Parnamirim, interior do estado, estava embriagado, segundo a Polícia Rodoviária Federal.

 

Seguro DPVAT poderá ter valor reajustado

 

O valor da indenização do seguro DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre) poderá ser atualizado pelo IPCA. O reajuste está previsto no Projeto de Lei 4393/12, do deputado Professor Victório Galli (PMDB-MT), e deve ocorrer todos os anos no mês de fevereiro. A proposta altera o Decreto-Lei 73/66, que trata do sistema nacional de seguros privados.

De acordo com Galli, a defasagem dos valores do seguro chegou a 31,4%, de junho de 2007 a julho de 2012, já a arrecadação com o DPVAT tem aumentando continuamente.

“De uma arrecadação de R$ 1,9 bilhão em 2005, o DPVAT arrecadou R$ 6,7 bilhões em 2011, ou seja, mais do que triplicou. As indenizações neste período também cresceram, mas em proporção ligeiramente inferior. Enquanto as indenizações representavam 36,2% do total arrecadado com o DPVAT em 2005, essa proporção atingiu 34,1% em 2011”, afirmou.

Atualmente a indenização para acidentes com morte ou que causem invalidez é de 40 vezes o valor do maior salário mínimo; já o reembolso à vítima – no caso de despesas médicas devidamente comprovadas – é de 8 vezes o valor do salário mínimo.

Tramitação
A proposta tramita apensada ao Projeto de Lei 505/91, que extingue o seguro DPVAT, e está pronto para ser votado no Plenário.

 

Fonte: Agência Câmara

Detran oferece mais cursos para motoboys

 

A partir do dia 2 de janeiro de 2013, os profissionais que trabalham no setor de entrega de cargas através de motos poderão realizar o curso de especialização de motofretista de 30 horas/ aula nos Centros de Formação de Condutores (CFCs) de Pernambuco. A medida amplia a rede de ensino disponível, já que o curso até então é ministrado apenas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem, que possui quatro unidades no Estado (Recife, Petrolina, Cabo de Santo Agostinho e Caruaru).

A ação é uma iniciativa do DETRAN-PE e visa fomentar o mercado de trabalho com a regularização da classe até o dia 2 de fevereiro de 2013, quando as novas exigências entram em vigor. Na nova modalidade, os alunos poderão fazer o curso sob formato misto: 25 horas de aulas teóricas realizadas à distância (Via Internet) e as cinco horas restantes de prática nas unidades dos CFCs.

Para oferecer os cursos, entretanto, os CFCs deverão fechar parcerias com o Instituto Pró-Cidadania, entidade que obteve autorização do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) para a execução dos cursos em Pernambuco através da Tecnologia WILIVRO, que permite a realização do curso de 25 horas de aula teóricas com contagem de tempo e se houver interação do internauta com os módulos oferecidos na tela. “Outra vantagem é que os cursos serão oferecidos a preços até 60% mais baratos do que os cursos físicos”, pondera a presidente do DETRAN-PE, Fátima Bezerra.

Na nova metodologia, o aluno irá se dirigir ao CFC para realizar a matrícula. Lá, valida sua digital através de biometria e inicia o curso teórico à distância de qualquer local onde lhe for conveniente. Ao finalizar as 25 horas de aula, o aluno está apto a realizar o exame teórico no próprio CFC onde está matriculado, mediante comprovação de apresentação mediante validação biométrica. Caso sejam bem sucedidos no exame, os candidatos terão cinco horas de aulas práticas nos CFCs para poderem se submeter ao teste prático, que também é realizado pelo CFC. A partir de então, eles passam a contar com a observação de condutor profissional motofretista na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Nas novas exigências, os empregadores que utilizarem serviços de motoboys não adequados à Lei também serão penalizados pela Consolidação das Leis do Trabalho. Para tanto, os organismos de fiscalização irão repassar ao Ministério Público do Trabalho as informações sobre profissionais irregulares flagrados nas vias realizando entregas em nome de empresas.

Campanha – o DETRAN-PE prepara uma campanha de esclarecimentos junto à classe. Apesar de ter promovido reuniões com as entidades de classe e o Ministério Público do Trabalho desde o início de julho, as regras ainda suscitam muitos questionamentos junto aos motociclistas. Para dirimir as dúvidas e promover o estímulo à regularização, a autarquia irá distribuir 50 mil cartilhas em blitze nas vias e em ações junto a empresas alimentícias e farmácias, além de outros setores do empresariado que utilizam os serviços da classe.  “Todos os avanços que pudermos fazer em relação à regularização serão valiosos para a redução de acidentes e danos”, revela Fátima Bezerra, presidente do DETRAN-PE.

As medidas fazem parte das metas propostas pelo Comitê de Prevenção aos Acidentes de Moto em Pernambuco(CEPAM), programa de Governo que reúne diversas entidades em um esforço coletivo para a redução de vítimas de acidentes com veículos de duas rodas. Estima-se que o emprego de Equipamentos Individuais de Proteção (EPIs – como cotoveleiras e joelheiras), o emprego de mata-cachorro e corta-pipa, além da proibição de carregar conteúdos em mochilas/ baús afixados ao corpo reduzam os acidentes e danos com motociclistas.

O que diz a Lei:

–  O motoboy deve ter, no mínimo, 21 anos de idade e possuir habilitação na Categoria ‘A’(para motociclistas) há, pelo menos, dois anos.

–  Obrigatoriedade de cursos especializados para profissionais que trabalham como MOTOFRETISTAS/MOTOBOYS. O curso possui duração de 30 horas/ aula. Registro como veículo da Categoria de Aluguel(placas vermelhas);

–   Instalação de protetor de pernas (mata-cachorro), fixado no chassi do veículo, destinado a proteger a perna do condutor em caso de tombamento, nos termos de regulamentação do CONTRAN;

– Instalação de aparador de linha (antena corta-pipas), nos termos de regulamentação do CONTRAN;

– Inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios e de segurança. A instalação ou incorporação de dispositivos para transporte de cargas também devem estar de acordo com a regulamentação do CONTRAN.

Em que multas os motoboys podem incorrer?

Art. 231. Transitar com o veículo:

VIII – efetuando transporte remunerado de pessoas ou bens, quando não for licenciado para esse fim, salvo casos de força maior ou com permissão da autoridade competente:

Infração – média; (R$ 85,12)

Penalidade – multa;

Medida administrativa – retenção do veículo;

“Art. 244.  Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor:

VIII – transportando carga incompatível com suas especificações ou em desacordo com o previsto no § 2o do art. 139-A desta Lei;

IX – efetuando transporte remunerado de mercadorias em desacordo com o previsto no art. 139-A desta Lei ou com as normas que regem a atividade profissional dos mototaxistas:

Infração – grave; (R$ 127,69)

Penalidade – multa;

Medida administrativa – apreensão do veículo para regularização.

Fonte: Detran-PE

O que muda na CTTU?

 

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Tânia Passos

A segunda mulher que irá assumir o comando da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), apartir de janeiro de 2013, Taciana Ferreira, tem um perfil um pouco diferente da sua antecessora, Maria de Pompéia, formada em engenharia elétrica e funcionária de carreira da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). Sem experiência na área de trânsito, Pompéia se esforçou para dar conta de um problema muito maior do que a estrutura técnica que ela dispunha. Mas conseguiu avanços importantes como a eliminação dos famosos giros à esquerda, em alguns pontos da cidade, a exemplo da Ponte do Limoeiro, avenidas Mascarenhas de Moraes e Agamenon Magalhães. Touxe também muita insatisfação com a implantação do binário Parnamirim, mas acertou com a criação de uma ciclovia no local. Também foi ideia de Pompéia as baterias como energia alternativa dos semáforos, iniciativa, aliás, copiada pela Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET).

A nova gestora Taciana Ferreira, formada em engenharia de trânsito e funcionária de carreira da própria CTTU, traz um volume maior de experiência no setor. Acumulou também experiência no Sistema de Transporte Público de Passageiros (STPP), onde por quatro anos, atuou na diretoria de operações do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano. À frente da CTTU, ela terá o desafio de fazer andar uma cidade com uma frota de mais de 600 mil veículos registrados na capital, sem falar a frota circulante, que pode chegar a um milhão de veículos, praticamente metade de toda a frota do estado.

Uma das grandes expectativas é que Taciana consiga fazer o que Pompéia não conseguiu na engenharia de tráfego da cidade. Mais do que ter agentes de trânsito monitorando quem fez conversão errada, não quitou o IPVA ou dirigiu falando ao celular é que eles tenham a percepção de circulação da cidade como um todo e não apenas nos cruzamentos. Melhorar a engenharia de tráfego é enxergar, sobretudo, o que se passa no trânsito da cidade. Não bastam ter câmeras que registrem o trânsito nas lombadas eletrônicas, onde as pessoas costumam respeitar os limites de velocidade, mas sim nos pontos de conflito.

Mais do que ter agentes de trânsito repetindo o trabalho dos semáforos, melhor seria se eles estivessem em pontos estratégicos equipados com binóculos, rádio ou celular repassando informação dos lugares onde o trânsito travou, seja por um carro estacionando em um local indevido, um buraco atrapalhando o fluxo ou um acidente. O maior objetivo da engenharia de tráfego é identificar os problemas de retenção e resolvê-los o mais rápido possível em qualquer ponto da cidade, mas para isso vai precisar de respaldo do gestor público para renovar a infraestrutura técnica e operacional. Quem sabe, possamos ver a descentralização dos serviços e uma cobertura nos quatro cantos da cidade. Será que a CTTU, enfim, mudará?

Fonte: Diario de Pernambuco

Entrevista com a futura presidente da CTTU

 

O  comando da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) está mais uma vez nas mãos de uma mulher. A engenheira de trânsito, Taciana Ferreira, funcionária da CTTU,  estava  desde de 2007 trabalhando na diretoria de operações do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano. Ela aproveita a experiência na área do transporte público, uma visão já idealizada pelo futuro secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, João Braga, que defende um olhar mais atento ao transporte urbano. Confira alguns trechos da entrevista com a futura presidente da CTTU.

1- Como está a expectativa para assumir um órgão como a CTTU, responsável pela gestão do trânsito da cidade?

R- A expectativa é bastante positiva. Pretendo conhecer primeiro os projetos existentes e conversar com a equipe técnica para encontrarmos caminhos para melhorar a fluidez do trânsito e do transporte público, que é uma das preocupações do secretário João Braga.

2- A sua experiência na diretoria de operações do Grande Recife, onde há uma visão metropolitana do transporte, irá ajudar a entender a participação do Recife no sentido de contribuir pela melhoria do transporte?

R- Acredito que sim. Até porque o Recife é integrante do Consórcio Grande Recife. Mas além disso é preciso também olhar a operação do trânsito. O crescimento da frota é uma preocupação constante e os problemas são muitos.

3 – Uma das grandes críticas da operação de trânsito do Recife é a deficiência na engenharia de tráfego. Haverá algum foco nesse sentido?

R- Na verdade não existe um único problema de engenharia. São diversos fatores, que exigem um conjunto de medidas. Mas é preciso primeiro conhecer o quadro atual.

4- Já existe uma discussão sobre a necessidade de se descentralizar as operações da CTTU. Ou seja, criar centrais em outros pontos da cidade. Há alguma possibilidade disso ocorrer na sua gestão?

R- A descentralização pode ser um caminho. Mas acho que ainda é muito cedo para dizer que tipo de ação será feita. Vamos verificar o que precisa avançar.

Desembargador do TJPE vota contra a gratuidade a maiores de 60 anos

 

No julgamento em corte especial do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), o desembargador Agenor Ferreira de Lima Filho votou contra a lei municipal do Recife que garante gratuidade aos maiores de 60 anos em passagens de ônibus, por considerá-la insconstitucional, visto que em seu conteúdo não consta a forma de custeio desse direito. Este foi o primeiro dos membros da corte a se pronunciarem sobre a medida, que continua em vigor até a decisão do pleno.

Na mesma sessão, o desembargador Leopoldo Raposo pediu vistas do processo, interrompendo o julgamento e adiando-o para 2013. Ainda não há uma data final, já que os demais magistrados também têm o direito de pedir o mesmo, esclareceu a assessoria de imprensa do TJPE. A Promotoria de Justiça e Defesa da Cidadania da Capital do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) está acompanhando o caso.

Ainda assim, o voto está sendo comemorado como vitória pelos empresários de ônibus do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP/RMR), que chegaram a afirmar que a determinação para que a gratuidade seja suspensa já chegou ao Grande Recife Consórcio de Transporte.

Desde o início, a nova lei enfrentou obstáculos. Ainda na Câmara de Vereadores, recebeu um parecer contrário da comissão de finanças. Depois, foi vetada pelo prefeito João da Costa, sob o mesmo argumento. A parte das disputas políticas, a discussão se manteve. A expectativa da Urbana-PE, então, era de aumentar o preço das passagens, repassando o custo da ampliação da gratuidade aos demais usuários do sistema.

 

Fonte: Diario de Pernambuco

 

Moto com baixa cilindrada pode ser proibida de circular em rodovia

 

Proposta aprovada na Comissão de Viação e Transportes (PL 6857/10) proíbe a circulação de ciclomotores, motonetas e motocicletas com menos de 125 cilindradas em rodovias. O relator, deputado Hugo Leal, do PSC fluminense, alterou o projeto original que ampliava a proibição para motores de até 250 cilindradas. Cilindrada é medida da capacidade de expansão do motor em centímetros cúbicos e está relacionada à potência do veículo. O relator explica que a restrição é necessária para garantir maior segurança e evitar acidentes nas rodovias.

“É uma tendência, isso tem acontecido no mundo exatamente para evitar que motos que não têm estabilidade possam ir para autopistas e sofrer as consequências do deslocamento do ar e de velocidades expressivas que elas obviamente não podem acompanhar.”

A proposta aprovada também retirou do projeto original a inclusão da Agência Nacional de Transportes Terrestes no Sistema Nacional de Trânsito. Para o relator, a Agência já possui suas próprias atribuições. Já o autor da proposta, deputado Carlos Zarattini, do PT de São Paulo, não concorda com a alteração. Para ele, o texto aprovado impede a ampliação da fiscalização nas rodovias.

“O substitutivo reduziu muito o projeto, então acho que não tem muita significância do jeito que foi aprovado.”

O projeto original determina, ainda, multa para veículos de carga que circularem com peso acima do permitido nas rodovias. No substitutivo, os valores das multas foram especificados, conforme a infração. O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça.

De Brasília, Amanda Martimon
Fonte: Agência Câmara

VLT do Rio de Janeiro vai funcionar a bateria

 

 

O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), meio de transporte inserido no projeto de revitalização da Zona Portuária do Rio de Janeiro, é aguardado com grande expectativa pelos cariocas. O sistema integra os projetos da cidade para a Copa de 2014 e Olimpíada 2016.

Enquanto serviço, o VLT traz uma grande novidade: o sistema de bilhetagem por validação, com a compra da passagem feita do lado externo do veículo. No interior do vagão, não haverá necessidade de catracas, roletas ou cobradores. Por este sistema de cobrança, já utilizado em países da Europa, o passageiro ingressa no trem e só então seu bilhete é marcado num leitor digital durante a viagem.

Dos mais avançados meios de transporte do mundo, utilizado em cidades como Barcelona, Berlim e Paris, o VLT do Rio de Janeiro terá 28 km de trilhos, distribuído em seis linhas. Duas delas têm previsão de entrega para a Copa. As outras quatro deverão estar concluídas até os Jogos Olímpicos.

Para Jorge Arraes, presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Rio de Janeiro (Cdurp), órgão responsável pelas obras, o VLT representa uma revolução na utilização do transporte público: “Será um marco para o Rio de Janeiro, não só em relação à capacidade e qualidade do transporte coletivo como pelo beneficio ambiental. Nós vamos introduzir um sistema de bilhetagem por validação, novidade no país. As estações e paradas abertas não terão catracas, o que proporcionará expressiva mudança no comportamento do usuário”. E completa: “Por fim, será um transporte integrado, conectando todos os modais da área, incluído no Bilhete Único, confortável e sustentável. Configura um momento diferencial na história do transporte coletivo da cidade”, declarou Arraes.

O traçado do VLT na cidade foi definido de forma a interligar os principais modos de transporte público, os pontos turísticos da região e as áreas de grande circulação. E permitirá o acesso e o deslocamento muito mais rápido entre locais de grande fluxo, como a Leopoldina, Central do Brasil, Cinelândia e Praça XV.

Para tanto, o projeto prevê a construção de quatro estações principais de VLTs – Rodoviária, Aeroporto Santos Dumont, barcas (Praça XV) e Central do Brasil – e 42 paradas, integrando bairros portuários com a nova área central de negócios, que também faz parte do processo de revitalização da região.

A rede prioritária de integração, definida pela prefeitura do Rio, engloba um trecho da Avenida Brasil, que permite o atendimento da área central de negócios; e a ligação da estação Central do Brasil (trens para o subúrbio carioca) com as barcas, via rua Sete de Setembro, e a sua continuidade até o aeroporto Santos Dumont, via rua General Justus. (Veja documento em PDF figura 1.6.4 – pg. 56).

Em uma segunda etapa, ainda sem previsão de sair do papel, haverá extensão do serviço às regiões da Glória, Lapa, Cidade Nova e São Cristóvão.
“O VLT é um componente fundamental na concepção e implantação do novo sistema viário da Região Portuária, com grande impacto positivo sobre o trânsito da cidade. Ele ligará trens, metro, barcas, teleférico, ônibus e aeroporto. Significa que será muito mais confortável optar pelo transporte coletivo integrado para transitar no Centro. Mais que a inovação, ele é um elemento que trará eficiência ao transporte coletivo, combinando sustentabilidade e qualidade”, observou o presidente da Cdurp.

VLT com energia embarcada, sem fios

Além de não poluente, silencioso e eficiente, o VLT carioca dispensará rede aérea de alimentação da tração do veículo. Ou, não contará com pantógrafos, em linguagem técnica. Em vez disso, os veículos contam com um sistema de energia próprio, denominado energia embarcada, por bateria e/ou supercapacitores. A alimentação será feita em pontos específicos – nas paradas e cruzamentos principais. Essa tecnologia utiliza bancos de capacitores com dupla camada de isolamento e grupos de bateria, todos de alto desempenho. Desta maneira, os bancos de capacitores também conseguem ser mais econômicos, recuperando e armazenando a energia gerada no processo de frenagem do próprio veículo.

O VLT terá uma frota de 32 veículos (Veja documento em PDF, quadro na pg. 167) no início da operação, até atingir o total de 42, todos equipados com ar condicionado. A frente de cada veículo será protegida com um dispositivo absorvedor de choque, de forma a resistir a impactos, sem deformação, até velocidades de 5 km/h.

Até dezembro, será definido o processo de licitação do VLT. O modelo e dimensões dos veículos, assim como o local e país do montador e fornecedores das peças, serão definidos somente após ser conhecida a concessionária vencedora da licitação. Também ficará a cargo da empresa escolhida a instalação e operação do serviço.

O início das obras para a implantação dos VLTs está previsto para início de 2013. No entanto, a Cdurp já toca as obras de adequação e reformas de ruas e túneis que receberão os VLTs. A futura operadora poderá optar por um modelo de 2,40 m de largura, com capacidade para 400 passageiros, que seria o mais indicado para atender às condições físico-operacionais existentes no traçado determinado para o VLT no Rio de Janeiro. Ou, dependendo de resultados de novos estudos, poderá até mesmo adotar um veículo de 2,65 m, com capacidade para 430 pessoas (Veja gráfico no documento em PDF, pg. 145), tais como velocidade máxima, sendo que a velocidade média foi estabelecida em 15km/h).O custo total das obras está orçado em R$ 1,1 bilhão, sendo que R$ 582 milhões virão do governo federal, através do PAC da Mobilidade.

 

Fonte: Portal Mobilize

Mobilidade no 1º escalão

Por

Tânia Passos

A criação de uma secretaria para cuidar da mobilidade no Recife traz muitas expectativas e questionamentos. A expectativa é que o tema passe a ser uma prioridade em toda a sua dimensão. Desde a preocupação com as calçadas, até hoje com medidas tímidas e pouco eficazes, o entendimento da prioridade ao pedestre, reduzir pontos de conflito no tráfego, facilitar a acessibilidade com conforto e segurança, incentivar modais não motorizados e ainda contribuir pela melhoria do transporte público. A questão é se tudo isso caberá dentro de uma secretaria.

Um dos pressupostos para uma cidade ter mobilidade é pensar a ocupação dos espaços públicos. Essa foi uma lição que a cidade de Curitiba aprendeu cedo, ainda na década de 1950, quando criou o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC). Guardadas as devidas proporções foi o que se tentou fazer aqui com a criação do Instituto da Cidade Pelópidas Silveira. Ainda não se sabe o destino que o Pelópidas terá na atual gestão. Em Curitiba, o IPPUC fez a diferença. É lá onde os gestores públicos vão para buscar alternativas de planejamento da cidade. Como os funcionários são concursados, a maior parte do corpo técnico não muda, quando muda o gestor.

Para a nossa nova Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano, o titular da pasta João Braga, que até bem pouco tempo era consultor do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE), além de ter sido ex-secretário de Defesa Social e de Infraestrutura, também traz no seu currículo a construção do camelódromo da Avenida Dantas Barreto. O camelódromo tem sido, até agora, um calcanhar de Aquiles para os governantes. Pelo visto, a cidade está dando mais uma oportunidade a Braga em um tema que mexe com a vida de todos. Só esperamos que o Recife não se torne um laboratório de experiências. Planejar e elaborar estudos nunca foi o nosso forte. Mas pode passar a sê-lo. Então, boa sorte ao secretário!

Fonte: Diario de Pernambuco

Entrevista com o futuro secretário de mobilidade do Recife

Pela primeira vez o Recife ganha uma pasta específica para a mobilidade e o controle Urbano. Em entrevista ao blog, o titular da pasta, o engenheiro João Braga, ex-secretário de Defesa Social e de Infraestrutura, contou sobre as expectativas para gerir o que hoje é um dos maiores problemas da cidade: a imobilidade. Veja alguns trechos da entrevista

1- Qual a expectativa do senhor para resolver as questões da mobilidade na cidade?

R – Nós vamos atuar em duas vertentes: mobilidade e controle urbano, que estão diretamente ligadas. Achei muito interessante a ideia do prefeito-eleito, Geraldo Júlio de reunir os dois temas. Vamos procurar resolver, inicialmente, a questão das calçadas no centro da cidade e avançar nesse aspecto. Também vamos atuar na melhoria do transporte público.

2- De que forma o município irá ajudar a melhorar o transporte público, que é gerido pelo Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano?

R- Vamos atuar em parceria. O prefeito-eleito sinalizou que o investimento no transporte público é um ponto importante. Eu atuei como consulto do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros e tenho uma boa relação com o secretário das Cidades, Danilo Cabral e com o presidente do Grande Recife, Nélson Menezes. Na verdade precisamos pensar de forma metropolitana. A Região Metropolitana do Recife é uma das mais conturbadas do Brasi, muitas vezes não sabemos onde começa e termina o município. O nosso foco é priorizar o transporte público e aumentar a velocidade.

3- Que outras áreas vocês pretendem atuar?

R – Devemos criar restrições para o automóvel, velocidade ao transporte público, incentivar caminhadas para pequenas distâncias e ainda o uso das bicicletas.

3- Até onde a Secretaria da Mobilidade vai poder atuar? Obras como a construção dos viadutos da Agamenon Magalhães, de alguma forma vão passar pelo crivo da pasta da mobilidade?

R- Nós vamos trabalhar em parceria com o governo do estado. Será uma ação conjunta. Em janeiro vamos abrir discussões para o debate e até o final do mês, nós deveremos ter um diagnóstico do que devemos apresentar ao prefeito para executar.