Ameciclo divulga nota de luto pela morte de dois ciclistas no Recife

Protesto pela mortes de ciclistas no Recife em 2012 - Foto - Hélder Tavares DP/D.A.Press
Protesto pela mortes de ciclistas no Recife em 2012 – Foto – Hélder Tavares DP/D.A.Press

A Ameciclo e os seus associados lamentam profundamente a morte de mais dois ciclistas na capital pernambucana. Kléber Cristiano Cavalcanti morreu neste sábado, 22 de março, atropelado por um automóvel na Avenida Recife por volta de meia noite. José Ferreira da Silva morreu às 17h40 de terça-feira, 25 de março, atropelado por um ônibus no Pina. Ambos queriam chegar em casa e encontrar suas famílias, mas não conseguiram.

O trânsito tem assassinado mais de 600 pessoas ao ano no Recife, número equivalente ao de homicídios por armas de fogo na capital, segundo os dados compilados pelo Observatório do Recife (ano 2011). No entanto, pouco tem sido feito para mudar essa realidade. A política adaptou seu discurso, mas não suas ações. Ainda é priorizado o tráfego motorizado e suas altas velocidades em detrimento da segurança e da vida das pessoas.

Os orientadores de trânsito estão preocupados com que os motoristas parem e avancem nos semáforos e não são posicionados próximos às faixas de pedestres, educando o motorista para o respeito quanto a eles; as campanhas de educação indicam uma simetria irreal entre ciclistas e motoristas, desprezando o que diz o Código de Trânsito Brasileiro, que diz que os maiores devem proteger os menores;

As ações que são colocadas sobre a alcunha de “mobilidade” incluem até aquelas que só oferecem mais espaço para os carros. Coincidentemente, o ciclista morto no Pina trabalhava em um delas, a Via Mangue, e voltava para seu alojamento pelo caminho mais curto que lhe é permitido, já que a infraestutura da cidade é pensada na totalidade para os veículos automotores.

A Companhia de Trânsito e Tráfego Urbano (CTTU) apenas se preocupa com o fluxo de veículos, deslocando diversos agentes quando acontece uma colisão fatal para reorientar o trânsito, mas não há uma preocupação prévia para evitar essas mortes. A CTTU não tem como meta a redução de mortes no trânsito, se preocupando apenas com a aceleração do fluxo mortorizado. Mostra-se totalmente ineficaz a sua Central de Atendimento, sendo recorrentes as reclamações dos pedestres nos jornais de grande circulação e redes sociais contra a Companhia.

Seguindo a política local, reportagens na imprensa noticiam com maior ênfase o engarrafamento decorrente das colisões (que na verdade são reflexo direto da quantidade de carros e não das ocorrências) do que a perda de mais e mais vidas no trânsito. Além disso, matérias irresponsáveis, como a da Folha de Pernambuco, escrita pelo jornalista Rodrigo Passos, publicada na edição do dia 23/03/2014, imputa irresponsavelmente à vítima a culpa por suas mortes. Descrevem como um conflito a convivência entre modais motorizados e de tração humana, quando o que acontece é uma chacina.

Enquanto a sociedade pernambucana e os gestores públicos não acordarem para esse cenário, as mortes no trânsito ainda serão tratadas como “acidentes” e o engarrafamento será o maior de seus reflexos noticiados pela imprensa; enquanto as ações da Prefeitura do Recife e do Governo do Estado forem diferentes de seu discurso e continuar apontando problemas no fluxo dos motorizados para não implantar as soluções de segurança para pedestres e ciclistas, teremos uma cidade que mata seus cidadãos; enquanto não mudarmos, continuaremos morrendo na contramão, atrapalhando o tráfego. E neste cenário, fica difícil a cidade ser para as pessoas, como é veiculado pela gestãomunicipal.

Fonte: Ameciclo

Avenida Conde da Boa Vista no Recife é tomada pelo movimento Passe Livre

 

Passe Livre - Conde da Boa Vista - Foto Annamaria Nascimento DP/D.A.Press

Os integrantes da Frente de Luta pelo Transporte Público seguem em passeata para a Avenida da Conde da Boa Vista, no centro do Recife. Os manifestantes anunciaram que pretendem fechar o tráfego da via na tarde desta quarta-feira, em protesto pela Passe Livre.

Em caminhada pela Rua do Hospício, eles chegaram a interromper a via nos dois sentidos. Os manifestantes, ligados ao movimento estudantil e a organizações não-governamentais, iniciaram o cortejo na Escola Estadual Luiz Delgado, no Parque Treze de Maio.

O percurso deve seguir até a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e à Câmara Municipal do Recife. O ato cobra ao prefeito Geraldo Julio um projeto de lei de gratuidade do transporte público para os estudantes e aos vereadores, a abertura de uma CPI para investigar as empresas de ônibus.

Caso mantenham a Câmara como roteiro da passeata, eles deverão encontrar as portas fechadas. O presidente da casa, o vereador Vicente André Gomes (PSB), decidiu suspender o expediente, apresentando como motivos a “proteção da integridade física dos funcionários, a preservação do serviço de biometria que vem sendo realizado pelo Tribunal Regional Eleitoral (T R E) nas dependências do prédio, bem como de todo o imóvel, que é patrimônio público e histórico da cidade”.

Com informações da repórter Anamaria Nascimento

O dia em que o trânsito do Recife parou para as pessoas

Pedestres - Foto Bruna Monteiro DP/D.A.Press

Por

Tânia Passos

O dia em que a cidade parou para as pessoas. Não havia trânsito. As ruas ficaram para elas. Os carros saíram de cena, os ônibus mudaram as rotas. As avenidas, viadutos e pontes se tornaram passagens para um único destino: Praça do Derby, ponto de concentração. A maior parte dos manifestantes chegou a pé. Os pedestres nunca tiveram tanto espaço só para eles. Outros usaram bicicletas, skates e até cadeira de rodas. Mobilidade sustentável, acessibilidade plena e melhoria do transporte público eram algumas das bandeiras defendidas pelos manifestantes em um 20 de junho para ficar na história

.O dia em que a cidade parou para as pessoas. Não havia trânsito. As ruas ficaram para elas. Os carros saíram de cena, os ônibus mudaram as rotas. As avenidas, viadutos e pontes se tornaram passagens para um único destino: Praça do Derby, ponto de concentração. A maior parte dos manifestantes chegou a pé. Os pedestres nunca tiveram tanto espaço só para eles. Outros usaram bicicletas, skates e até cadeira de rodas. Mobilidade sustentável, acessibilidade plena e melhoria do transporte público eram algumas das bandeiras defendidas pelos manifestantes em um 20 de junho para ficar na história.

skatista protesto foto - Bruna Monteiro DP/D.A.Press

Numa Agamenon Magalhães livre de carros, o vendedor Erick Alves, 21 anos, deslizava no skate vestido para protestar. “Mais conforto nos ônibus, segurança e espaço para o pedestre, ciclista e skatista”, declarou. Confiante e determinada, a funcionária pública, Cínthia Lombardi, 40 anos, não se intimidou com o tamanho da multidão e foi ao protesto de cadeira de rodas. “Eu precisava vir para pedir melhoria na acessibilidade e o fim da corrupção. Também vim representando o meu marido, que também é cadeirante, mas não pôde participar”, revelou.

cadeirante protesto - foto Bruna Monteiro DP/D.A.Press

Multidão

Acompanhar a multidão de bicicleta não era para encurtar distância, mas principalmente para se fazer representante. “Defendo mais espaço para o transporte não motorizado e melhoria do transporte público. Do jeito que está ninguém aguenta mais”, revelou o ciclista Valdomiro Barbosa, 21. Na defesa do transporte público, a doutoranda Cínthya Pacheco, 27, trouxe para o protesto a realidade de todos os dias, fotos de ônibus lotado no Terminal Integrado do Barro. “Sofremos com as filas gigantes e o atraso dos ônibus, mas queremos melhoria em todas as integrações. Mais respeito e dignidade”, afirmou.

Para deixar a cidade vazia para a manifestação, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) chegou a bloquear seis corredores de tráfego e vias transversais. A operação contou com 50 agentes de trânsito. Os bloqueios foram definidos em conjunto com o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano que montou quatro pontos de retorno para os ônibus. Mas não houve tempo para informar aos usuários. “Faz mais de duas horas que estou aqui e nenhum ônibus passou”, contou o aposentado Amaro de Oliveira, 82 anos, que aguardava um ônibus na Avenida Joaquim Nabuco, no cruzamento com a Avenida Agamenon Magalhães, bem próximo ao perímetro da manifestação e bloqueado pela CTTU. “Não tínhamos como avisar. Era uma situação de emergência e não havia certeza do roteiro que eles iriam fazer”, revelou o coordenador de operações do Grande Recife, Mário Sérgio.

Saiba mais

Operação do protesto
6 corredores fechados
50 agentes de trânsito mobilizados
3 mil ônibus compõem a frota da RMR
100% dos ônibus circularam segundo o Grande Recife
60% da frota foi recolhida segundo o Sindicato da Oposição dos Rodoários

Fonte: CTTU e Grande Recife Consórcio de Transporte Metropoilitano e Sindicato da Oposição

Quinta “D” para a mobilidade do Recife

Protesto estudantes Recife Foto - Nando Chiappetta DP.D.A.Press
Nunca um protesto, anunciado, chamou tanta atenção de todos os segmentos da sociedade como a paralisação nacional prevista para este 20 de junho.O movimento que iniciou contra o aumento das passagens de ônibus, tomou dimensões inimagináveis. O aumento da tarifa, agora, é só um detalhe. O Recife foi uma das capitais que anteciparam a redução da tarifa em R$ 0,10. O anel A vai passar de R$ 2,25 para R$ 2,15. Mas isso não irá  alterar em nada o cronograma dos manifestantes, que defendem várias outras bandeiras. São Paulo e Rio de Janeiro também seguiram o exemplo de outras capitais e reduziram o valor da tarifa.

No Recife, a paralisação está prevista para ocorrer, a partir das 16h, e terá apoio do sindicato de oposição dos rodoviários, que promete paralisar parte da frota de ônibus, entre 16h e 19h. Por medida de precaução, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) vai desviar o percurso dos ônibus que passam pela Avenida Conde da Boa Vista, a partir das 13h.

A CTTU irá acompanhar a manifestação para tentar reduzir os impactos no trânsito, mas se depender da organização do movimento, a cidade vai ficar parada. A manifestação irá se concentrar na Praça do Derby e poderá ir para o centro pela Conde da Boa Vista, mas segundo os organizadores poderá haver bloqueios em vários pontos da cidade.

Evitar o centro do Recife, nesta quinta-feira, é a melhor alternativa para quem não for participar do protesto. O comércio deverá fechar as portas mais cedo e várias empresas já anunciaram a liberação antecipada dos funcionários. E quem for para o protesto também deverá se preparar para a chuva. A previsão nos próximos três dias é de chuva no Recife.

 

Motoristas de ônibus da Região Metropolitana do Recife ameaçam cruzar os braços nesta sexta-feira

 

ônibus recife - Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press

Além da ameaça de greve dos trabalhares ferroviários, agora os motoristas dos ônibus da Região Metropolitana do Recife já ensaiam um protesto nesta sexta-feira. A paralisação de três horas está prevista para acontecer das 6h as 9h. Caso o protesto seja levado adiante, cerca de dois milhões de usuários do sistema terão dificuldades para ir ao trabalho.”Eu ouvi um motorista dizer que a paralisação também pode acontecer à noite na volta para casa. Seja como for vai nos prejudicar”, criticou a empregada doméstica Mirian Araújo, 45 anos, que mora no Alto Santa Terezinha e trabalha no Hipódromo.

O protesto está sendo organizado por um grupo de motoristas, que pretende advertir os empresários do setor e enfrentar a direção do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, que está à frente da entidade há 33 anos.De acordo com os organizadores, integrantes da Oposição Rodoviária, que conta com o apoio da Central Sindical Popular (CSP/Conlutas), os motoristas deverão se dirigir ao Centro, estacionar os ônibus e fazer concentração na Rua do Sol. Já as linhas do Sistema Estrutural Integrado (SEI) devem ficar paradas nos próprios terminais.

Não se trata de uma greve, apenas de um protesto, esclarecem  os colaboradores do Oposição Rodoviária. Pelo menos por enquanto, o grupo prefere o anonimato. “Estamos fazendo esse movimento porque soubemos que, mais uma vez, o Sindicato dos Rodoviários está planejando um acordo com o setor empresarial para que o reajuste salarial seja de apenas 7% e o vale-refeição suba de R$ 160 para R$ 200. Vão ensaiar uma greve e depois cederão a esses percentuais. Está tudo orquestrado, como vem acontecendo nos últimos anos. Por isso queremos mostrar que a categoria está unida e agora tem uma dissidência do sindicato. Que não estamos para brincadeira. Nossa profissão é estressante, arriscada e precisamos receber por tudo isso”, defende um dos colaboradores, pedindo o anonimato.

Os motoristas e cobradores de ônibus querem um percentual de reajuste igual ao aumento da cesta básica, de 33%, e que o vale-refeição suba para R$ 300. Assim, o salário do motorista passaria de R$ 1.500 para R$ 2 mil e o do cobrador de R$ 690 para R$ 1.200.

Terminal da 3ª perimetral sob protestos

Divulgação/Secretaria das Cidades
O Sindsprev e o Sindsaúde, em cojunto com os servidores do Hospital Getúlio Vargas (HGV), vão realizar um ato público contra a construção de terminal de ônibus naquela unidade de saúde.

O protesto está marcado para esta terça-feira, dia 26/03, às 10h, e tem o objetivo de pressionar para que o governo do estado modifique o projeto de construção do terminal que está em andamento. Na segunda-feira passada, 18/03, as duas entidades sindicais protocolaram uma denúncia nos Ministérios Público Estadual e Federal.

O documento  aponta  que a construção do Terminal Integrado de ônibus da 3ª Perimetral, ao lado do HGV, como está sendo anunciado vai trazer impactos ambientais e ameaça a saúde dos pácientes e trabalhadores da unidade. O terminal será construído na esquina das avenidades Caxangá com a General Sant Martin, no Cordeiro, e vai atingir o estacionamento da unidade, área essencial para uma futura ampliação do HGV.

A obra e a instalação do terminal comprometem a recuperação da saúde dos pacientes no tempo adequado e trazem danos físicos e psicológicos adicionais. O servidores estão temerosos também com o aumento do calor  com a retirada de 20 arvóres cinquentenárias, além de risco de agravar rachaduras  e outro danos físicos existente no Getúlio Vargas, prinmcipalmente no Bloco G.

Com informações do Sindsprev

Ghost bike Jequitinhonha. Sua pressa vale uma vida?

 

Atropelamento ciclista Jequitinhonha - Reprodução vídeo

Em memória ao jovem Caio Menezes, atropelado na AV. Visconde de Jequitinhonha (Boa Viagem/Setúbal) e morto no dia 08/03, dia em que mais dois ciclistas foram atropelados em Recife, felizmente ainda vivos. Pela reflexão sobre o modo como vivemos em nossas cidades, sobre a pressa de nossos dias que leva um adolescente à imprudência, um motorista a assumir o risco de provocar uma fatalidade, transformando seu carro numa arma em alta velocidade, e todos nós ao estarrecimento. Mais um… Até quando? Por + infraestrutura, + respeito, + paciência, + amor, – motor…

Local: Avenida Jequitinhonha

Hora – 19h

Fonte: Bicicletada Recife

Prisão para quem fechar vias públicas

 

A Comissão de Viação e Transportes aprovou o Projeto de Lei 6268/09, do deputado Maurício Quintella Lessa (PR-AL), que tipifica o crime de obstrução indevida de via pública.

Os casos de bloqueio podem incluir, por exemplo, o depósito de mercadorias na via ou uma manifestação política que impeça o tráfego de veículos. A pena para quem bloquear será detenção de um a dois anos e multa.

O projeto altera o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), que prevê apenas a aplicação de sanções administrativas para quem obstruir uma via pública. O artigo 245 classifica como grave o uso da pista para depósito de mercadorias, materiais ou equipamentos sem autorização do Detran local. A pena, nesse caso, é multa e remoção do material.

Já o artigo 246 do Código caracteriza como infração gravíssima a obstrução de via pública indevidamente, mas a pena se restringe à aplicação de multa.

O relator, deputado Lúcio Vale (PR-PR), disse que nos últimos tempos houve um aumento da ocorrência de bloqueio de rodovias ou de importantes vias urbanas para manifestações de cunho social ou político. “Esses bloqueios, mesmo de curta duração, têm trazido sérios transtornos para a fluidez do trânsito das nossas cidades. A retenção das pessoas nesses bloqueios gera grande prejuízo de ordem econômica, em razão dos atrasos e descumprimentos dos compromissos agendados”, destacou.

Vale lembrou que o Código de Trânsito Brasileiro caracteriza como infração gravíssima o ato de obstaculizar a via pública indevidamente e prevê multa, que pode ser agravada em até cinco vezes, a critério da autoridade de trânsito, em função do risco gerado à segurança das pessoas. “Mas essas punições não parecem suficientes para coibir ações desse tipo”, disse.

Tramitação
A proposta ainda será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, inclusive no mérito. Depois será votada em Plenário.

 

Fonte: Agência Câmara

120 táxis para 20 mil passageiros

Diario de Pernambuco

Por Anamaria Nascimento

Apanhar um táxi no desembarque do Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes-Gilberto Freyre é um trabalho árduo. Com apenas 120 veículos cadastrados para atender os cerca de 20 mil passageiros que circulam pelos terminais diariamente (120 voos chegam por dia), o tempo de espera chega a 40 minutos em horários de pico – principalmente das 16h30 às 19h30. A decisão da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) de proibir a circulação de táxis comuns não credenciados no desembarque seria a causa da dificuldade. Desde o dia 13 de fevereiro, os “táxis azuis” não podem circular nem pegar passageiros que desembarcam nos terminais do térreo. Ontem, cerca de 500 taxistas protestaram contra a restrição e fecharam duas das três vias de acesso ao aeroporto.

O advogado Carlos Castro, 52 anos, é recifense, mas trabalha em Brasília. Vem semanalmente à cidade natal e diz que o serviço de táxi oferecido no aeroporto é precário. “São poucos táxis. Temos apenas duas opções: ou pegamos táxis especiais com taxas altas pré-fixadas ou os comuns que rodam com taxímetro ligado. Muitas vezes não tem táxi comum na pista de desembarque. Já cheguei a sair do aeroporto, com várias malas e me expondo a riscos, para pegar um na Avenida Mascarenhas de Morais”, reclamou.

Atualmente, existem duas cooperativas cadastradas no aeroporto. Uma tem 60 táxis especiais, que cobram mais caro que os normais. Os preços são pré-fixados e variam de acordo com a distância. Uma corrida para Boa Viagem, até a Rua Ernesto de Paula Santos, por exemplo, custa R$ 17. Para o Pina, o preço fixo é de R$ 29. Alguns passageiros se queixam por ter que pagar mais caro pelo serviço. “Viajo semanalmente e acho o serviço de táxi do aeroporto péssimo. Não vejo nenhuma vantagem nos táxis especiais porque eles não são diferentes. Todos os veículos têm ar-condicionado e são confortáveis”, disse o consultor de sistemas Augusto Cesar Torres, 27 anos. O taxista Fernando Lira, 56 anos, defendeu a frota especial. “Com o preço fixo, os turistas não correm o risco de serem enganados por taxista que roda mais para o taxímetro marcar um valor mais alto”, afirmou. De acordo com a CTTU, a frota credenciada do aeroporto será ampliada até julho para facilitar o deslocamento dos passageiros. A previsão é de que outros 40 permissionários sejam integrados aos serviços de táxi especial e comum. Até o fim deste mês, deve ser iniciada uma seleção entre os 6.125 taxistas registrados no Recife.

O dia em que os estudantes pararam o Recife pela segunda vez

 

 

Estudantes e policiais voltaram a entrar em confronto ontem, em novo protesto organizado pelo Comitê contra o Aumento das Passagens, no Centro do Recife. Os manifestantes fecharam alguns cruzamentos importantes como o da Avenida Conde da Boa Vista com a Rua da Aurora, na Boa Vista, sendo esse o principal motivo para a ação dos policiais, segundo a PM. Para tentar dispersar os manifestantes, os policiais recorreram a spray de pimenta e bombas de efeito moral. Mesmo sob forte chuva, o protesto se estendeu por quase três horas e foram entregues rosas. Em alguns momentos, os policiais foram agredidos com pedras. As novas tarifas valem desde o último domingo.

Mais estudantes foram detidos. A Polícia Militar informou que  “todos envolvidos em práticas delituosas”. Foram encaminhados para a Delegacia de Santo Amaro e a Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente. Nas duas unidades, o Diario localizou quatro estudantes, entre eles uma adolescente de 14 anos e uma jovem de 26. Todos foram liberados. Dois estudantes ficaram feridos. Um deles afirma que levou um murro no rosto, supostamente desferido por um policial. Hoje pela manhã, os estudantes prometem caminhada entre a Faculdade de Direito do Recife e a Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) para denunciar as supostas agressões. “A nossa disposição continua a mesma. Somos contra o aumento das passagens”, contou Thauan Fernandes, 19, presidente da União dos Estudantes de Pernambuco.

O primeiro confronto aconteceu na esquina do Cinema São Luiz. “A gente não podia permitir que o trânsito ficasse impedido de fluir”, disse o tenente-coronel José Antônio da Silva, comandante do 16º Batalhão.

O segundo conflito aconteceu às 13h. O trânsito na Avenida Conde da Boa Vista estava parado quando começou uma nova confusão, desta vez envolvendo agentes da Companhia Independente de Policiamento com Motocicletas. Um dos detidos foi o universitário Bruno Grimaldi, 20 anos. “Reclamei da ação policial”.  Ele assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência por desacato e foi liberado. Um policial disse ter sido agredido por ele.

Ontem, por meio de nota oficial, a Polícia Militar informou que a “ação do efetivo policial tem por objetivo garantir a lei e a ordem, bem como o direito de ir e vir dos cidadãos e a própria integridade física dos transeuntes e manifestantes”. E que “o efetivo empregado nesse evento possui treinamento especializado nesta ação e tem atuado sempre dentro dos limites da lei vigente”.

Imprensa

Uma estudante que participava do protesto disse que um policial tomou a sua câmera e afirmou que só a devolveria sem o cartão de memória. Quando uma profissional do Diario estava tentando gravar uma entrevista com o suposto policial, um PM da CIPmotos a empurrou. Mesmo depois de se identificar como imprensa e após seu colega de trabalho entrar na frente do PM, o policial andou em sua direção, com o dedo apontado, e ameaçando prendê-la. A jornalista não foi detida, mas não conseguiu saber o nome do policial, que não portava identificação visível. Uma emissora de TV disse que estudantes jogaram pedras durante filmagens.