Detran: mais rigor nas aulas teóricas

 

Diario de Pernambuco

Por Marcionila Teixeira

As aulas práticas de direção não serão mais as mesmas. Pelo menos para os alunos que tentam burlar a carga horária estipulada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) faltando às aulas. Até o final do ano, o Departamento de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE) vai implantar o sistema de biometria e comunicação on-line também nas aulas práticas. Hoje ele já existe nas teóricas e permite que o Detran fiscalize quem está realmente cumprindo a carga horária exigida nos Centros de Formação de Condutores (CFCs). Isso porque o candidato à habilitação é obrigado a confirmar presença no sistema pondo o dedo no equipamento chamado finger no início, no meio e no fim das aulas teóricas. A comunicação é enviada imediatamente ao órgão.

Até que a biometria seja ampliada para as práticas, outras novidades já estão sendo testadas pelo Detran-PE para garantir uma melhor fiscalização da frequência do aluno. Uma delas é a mudança no Refor, um sistema informatizado onde o aluno agenda suas aulas práticas. Antes, a pessoa fazia a aula e podia informar ao Refor dois dias depois com a data retroativa.

As regras atuais, no entanto, só permitem que o aluno agende, no máximo, com trinta minutos de antecedência da aula. “Dessa forma nós podemos fazer fiscalização, saber se a pessoa listada como participante realmente está em sala”, explicou Amanda Machado, gerente de habilitação de condutores. Outra medida implantada pelo departamento obriga os CFCs a informarem a quilometragem inicial e final do veículo usado pelo aluno.

Levantamento

Amanda Machado informou que a equipe ainda está listando quais equipamentos serão necessários para implantar a biometria nas aulas práticas. “Alguns centros terão que se adaptar, mas outros não. Em breve, vamos publicar portaria com as novas regras, que são exigência da resolução do Contran quanto à obrigatoriedade da realização da carga horária total nos cursos teóricos e práticos”, avisa. Estados como o Rio de Janeiro já aplicam a biometria nas aulas práticas.

Na opinião de Irapuan Oliveira, dono do Centro de Formação de Condutores Tática, na Avenida Norte, no Recife, a medida é boa, mas antes de aplicá-la será necessário aperfeiçoar o atual sistema de biometria aplicado nas aulas teóricas. “Muitas vezes o aluno coloca o dedo para apontar a presença e o sistema não registra, trava ou fica lento. Podemos fazer foto do aluno e mandar depois, mas ainda ocorrem ruídos na comunicação. Há falhas e o problema é maior para quem mora no interior e para resolver a situação precisa vir até a sede, no Recife”, critica