Doze procurados e muitos segredos

Diario de Pernambuco

Por Tânia Passos

 

Onde há mais carros abandonados por metro quadrado no Recife? Se você pensou em algum ferro velho, provavelmente errou. O estacionamento do Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes-Gilberto Freyre vem se transformando em um verdadeiro cemitério de carros. Abandonados, esquecidos ou deixados propositalmente à própria sorte, eles acumulam poeira, se deterioram e escondem a história dos seus donos. Um levantamento feito pela Infraero identificou 12 carros em situação de abandono. O mais antigo foi deixado no local em 2003, antes da reforma do aeroporto, e já acumula um débito de mais de R$ 60 mil, pelo menos cinco vezes o valor do carro, um gol placa CDA-5429, de São Paulo.

A preocupação da Infraero é identificar os proprietários para tentar reaver o valor das dívidas e desocupar os espaços. O estacionamento tem 2020 vagas e uma rotatividade de cerca de mil veículos por dia. “Do ponto de vista operacional, os 12 carros não interferem em nada. Mas é importante localizar os donos para que eles façam a remoção do carro”, explicou o gerente comercial da Infraero, Sidrak Braz.

Segundo a Infraero nenhum dos carros deixados no estacionamento têm registro de roubo na Delegacia de Repressão ao Roubo e Furto de Veículos. A esperança agora é conseguir chegar aos proprietários com ajuda do Detran. “O nosso jurídico está em contato com o Detran para que o órgão de trânsito possa nos repassar informações dos proprietários para chegarmos até eles ou à família”, revelou Sidrak Braz.

Identificação

A identificação pelo registro do estacionamento é praticamente impossível. Segundo a Infraero o registro é feito com um código com o número da placa, mas não há nenhuma identificação do motorista. “Só com o código não podemos chegar ao dono do carro”, afirmou Sidrak.

O tempo estimado pela administração do aeroporto para considerar um carro em situação de abandono é de cerca de 60 dias. A partir desse prazo, a administração do estacionamento começa a monitorar. “Há pessoas que viajam e passam até nove dias fora. Isso já aconteceu, mas após dois meses a gente começa a fazer o monitoramento”, revelou o gerente comercial da Infraero.

Entre os carros deixados, o mais recente é de 2010 e já acumula uma dívida entre R$ 12 e R$ 13 mil. “O valor do estacionamento é cobrado em horas e os valores vão se acumulando”, ressaltou Braz. A hora no aeroporto é R$ 4 e o pernoite R$ 30. No térreo, um Toyota modelo Camry, placa HVO-6664, de Fortaleza, deixado em 2006, apresenta um retrovisor quebrado e se encontra coberto de poeira. No segundo piso, uma Pagero placa KIK-0123, de João Pessoa, na Paraíba, desde de 2007. Dos 12 carros, três são do estado de Pernambuco, quatro de São Paulo, dois da Paraíba, um do Ceará, um do Rio Grande do Norte, um do Rio de Janeiro e outro de Santa Catarina. O que mais intriga é não saber se as pessoas viajaram e simplesmente abandonaram o carro ou se houve alguma coisa que as impediu de retornar. A quem interessar possa, os 12 procurados aguardam identificação.

 

8 Replies to “Doze procurados e muitos segredos”

  1. Tânia, boa noite.
    os carros da reportagem, ou melhor, da foto principal, não são Opala. acho que você achou que por ser grande, deveria chamar de opala, rsrsrrsrsrs. é bom sempre passar a informação certa. abraço

  2. Acho que a pajero placa kik0123 – PE tem até um multa dele em 2000 BR 104 – os donos morrerão na queda do TAM em 2007. Por que será que a policia não procura…

  3. TÂNIA,BOA NOITE
    OS VEÍCULOS DA FOTO SÃO:
    O PRIMEIRO VERMELHO É UM IMPALA SS COUPE 1967
    O DO MEIO VERMELHO É UM OLDSMOBILE CUTLASS
    O ÚLTIMO AZUL NÃO IDENTIFIQUEI, MAS NÃO É UM OPALA
    TODOS ELES SÃO IMPORTADOS DOS ESTADOS UNIDOS

  4. Bom, o carro que o do Rio Grande do norte (MYF-0008) esta em nome de GARIBALDI ALVES ministro da previdência, e tem intenção de transferência para outro estado.

  5. Os três carros grandes são Impala Coupé 1960 (prata), Impala Coupé 1968 (o do meio) e Buick GSX 1970 (em primeiro plano), aliás este último uma verdadeira raridade, possivelmente único no Brasil.
    Eles continuam na mesma situação?