Coluna Mobilidade Urbana – publicada no Diario de Pernabuco – 02.04.12
Por Tânia Passos
Qualquer ação que se faça na Avenida Agamenon Magalhães, de alguma forma, traz sofrimento para todos nós. E isso acontece porque ela tem uma posição extremamente estratégica para a circulação da cidade. A nossa primeira perimetral costura os diferentes deslocamentos da cidade nos diversos sentidos. A gente já sabe que ela é vulnerável diante de qualquer interferência. Agora multiplique isso por quatro viadutos. Não é por acaso, que muitos especialistas, moradores, motoristas e o cidadão de maneira geral, se preocupam com o que está desenhado para a avenida. O discurso do governo de que a obra tem como meta abrir caminhos para o corredor exclusivo de ônibus, se sustentaria se não existissem outras alternativas. Não é o caso. Embora criticado, em alguns aspectos, o projeto de Jaime Lerner já provava que isso era possível com apenas um único elevado sobre o canal.
A blindagem feita para defender um único ponto de vista, não se justifica quando está em jogo a dinâmica da mobilidade da cidade agora e no futuro. Independente dos interesses particulares de A ou B, o impacto que os equipamentos trarão à cidade não é uma probalidade ou chute de quem torce contra, mas uma certeza. O pior é que temos uma chance única de aproveitar o volume de recursos injetados na infraestrutura, em razão da Copa do Mundo, para termos o melhor. Não teremos, pelo menos não dessa vez. E pelo visto, não temos mais tempo para uma terceira alternativa. O edital está na rua e a Copa já bate a nossa porta. É por isso que sofremos.
Esses viadutos são uma solução que não vai resolver nada, em um país que sempre deu as costas a um transporte público de qualidade. A determinação do governo em impor os viadutos de qualquer forma, mesmo sem sequer ter feito estudos de impacto ambiental e de trânsito, é no mínimo suspeita…
O edital para construção já saiu, mas ninguém teve acesso aos detalhes mais primários do projeto: como e onde serão os acessos de entrada/saída da pista principal e das laterais, o que será feito das pontes hoje existentes, onde ficarão os retornos, sinais, faixas pedestres etc. Tudo o que nos foi mostrado são umas poucas imagens em computação gráfica que distorcem proporções dos imóveis, ruas e calçadas para iludir os incautos e fazer parecer que os viadutos cabem naquelas ruas estreitas. Projeto mesmo que é bom, ninguém viu? Será que existe algum?
É tanta (falta de) transparência e coerência que Paulo Maluf morreria de inveja.
O governador, que adora posa de gestor moderno, no fundo tem raciocínio típico de político das antigas: “O povo gosta de pontes e viadutos; então, vamos construir uns e depois a gente vê se servem para alguma coisa”… Lamentável.
Esses viadutos serão a Dantas Barreto de Eduardo Campos. E seu Waterloo.
e porque o governador quer fazer caixa para futuras campanhas.
E como falou o leitor PLR, não há projeto básico. Para que haveria, se os Termos Aditivos serão astronômicos e o custo final será o triplo ou quádruplo do previsto?
E o caixa de campanha vai transbordar.
Bando de ladrões, bando de incompetentes.
Na última audiência pública convocada pelo MPPE(dia30/03), ficou claro para todos os presentes que o governo iniciou a licitação sem apresentar os estudos de impacto ambiental , impacto sobre a vizinhança,sobre o trânsito o que é proibido pela lei das licitações.A prefeitura se omite em fornecer os estudos que todos sabemos só indica o quanto será danoso para o Recife ,a construção desses viadutos.O MPPE solicitou esses estudos e informou ao secretário Flávio Figueiredo que as obras só terão inicio após a apresentação dos mesmos. O governador tem essa posição intransigente porque tem certeza que apesar de arquitetos, engenheiros e o mundo serem unanimemente contra esse projeto a justiça não terá coragem de ir de encontro há uma decisão sua.Não acredito que o MPPE e os senhores juízes se omitam ou deem um parecer favorável ao governo apenas porque ele assim o deseja.Esperamos que CTTU ,secretaria de meio ambiente… liberem os verdadeiros estudos. É sabido que esse estudos existem,mas como não são favoráveis ao governo ,estão proibidos de serem divulgados.Em nenhuma cidade do Brasil e do mundo viadutos são construídos, apenas em nossa cidade ,pois o nosso governador não pensa nas pessoas. As eleições estão chegando e quando a população diretamente afetada estiver engarrafada em cima dos viadutos, com certeza a tão falada aprovação recorde vai cair.Ele tem certeza que é DEUS, o que lamentável.Acreditamos na justiça.