A equipe do Diario acompanhou uma viagem em um ônibus convencional e e em um geladinho, fora do horário de pico, para mostrar a inversão da ocupação das vias: Carros demais e ônibus quase vazios.
Acessibilidade, fórum pernamente, trânsporte e trânsito
A equipe do Diario acompanhou uma viagem em um ônibus convencional e e em um geladinho, fora do horário de pico, para mostrar a inversão da ocupação das vias: Carros demais e ônibus quase vazios.
Mas, se o transporte público não tem qualidade, se as pessoas andam em pé nos ônibus lotados e decidem por andar de carro, a culpa é de quem?
Se o trânsito e a mobilidade na cidade não são planejados e repensados a mais de 15 anos, a culpa é de quem?
Se Recife vai sediar um evento internacional sem um transporte de massa de qualidade, a culpa é de quem?
Se a avenida Caxangá vai passar por mais uma reforma (a cada 4 anos ela sofre uma, com mudança de cor), sem nenhum ganho efetivo em termos de qualidade de viagem, a culpa é de quem mesmo???
Concordo em parte com o que a Solange disse. Os ônibus tem uma capacidade para sentados e em pé. Não se pode imaginar que ônibus bom é aquele onde só se fica sentado. Em países desenvolvidos isso não ocorre. O que há nestes, por exemplo, é um respeito a lotação do veículo. Se há espelhos dentro, o rensponsável pelo acesso pode ter uma noção de quantos em pé estão e então não permitiria novos acessos afim de evitar pessoas nas escadas, corredor intrasitável e vários antes da catraca onde houver. Agora, aqui, se o motorista com o ônibus cheio não para é criticado e se para, há quem enfrente a superlotação.
Já li aqui outras matérias e o uso do carro até para curtas distâncias está ligado a segurança pública. Ainda que os ônibus tenham ar condicionado, algum ganho de tempo enquanto dentro do veículo, pois isso pode se transformar numa grande perda se passar por meios de migração – TIs -, o transporte público está mais vulnerável a assaltantes, não deixa exatamente onde a pessoa deseja ir nem serve para certos usos – compras de maior volume – e se vai ter que andar nas vias, estas também dependem da segurança e condições de mobilidade – você pode ser assaltado a pé ao ir para a parada ou desta para o destino bem como as calçadas estarem esburacas ou ocupadas de forma irregurar diminuindo a fluidez dos que caminham.
Sobre a falta de preparação da cidade, constantes reformas em corredores, investimentos ao longo do tempo, isso é um problema cultural.
O ditado popular diz que brasileiro deixa as coisas para última hora na sua maioria. No setor público isso se traduz em esperar a coisa ficar ruim para começar a tomar providências. As pessoas, maioria, não costumam se programar ou pensar no futuro. Há quem compre um eletro em várias parcelas, mas não se preocupa na tecnologia que este tem. Em pouco tempo ficam com um produto defasado ou que não suporta outras aquisições, podendo ser evitado se pagasse um pouco mais por mais equipado capaz de atender a situações futuras e no setor público é o mesmo que fazer pequenas soluções que servem apenas para uma situação ao invés de investir um pouco mais num conceito que suportará algo não tão distante.
Os governantes são um espelho da conduta da população. A pessoa sonha em deixar o transporte público para ter um carro e alguns governantes fazem promessa de melhorias mas também não voltariam a usar o transporte público se é que algum dia usaram. Vai convencer quem?