Ferraris de jovens milionários chineses preocupam autoridades do país

Durante o último fim de semana, oito pessoas foram surpreendidas pelas autoridades chinesas dirigindo ferraris em um suposto racha em uma estrada local. Um dos motoristas dos supercarros chegou a atingir 231 km por hora.

O crescente número de flagrantes relacionados a veículos de luxo na China, mais especificamente, envolvendo diferentes modelos de Ferrari, demonstra não apenas a energia econômica do país, como também, o perfil dos novos ricos chineses. De acordo com o site do Wall Street Journal, o comportamento de transgressão pode expor a baixa consciência social da elite do país em relação ao respeito às leis.

A polícia de trânsito suspendeu a carteira de cinco dos oito motoristas intimados durante o final de semana. Eles foram flagrados dirigindo a mais de 150 km por hora quando o limite da estrada era de 100 km/h.

Os outros três motoristas terão que pagar uma multa de 64 reais (200 yuans) por estar até 50 km à cima do limite da estrada. Algo miserável para quem pode comprar um carrão destes.

Os vendedores de Ferrari no país já há algum tempo tentam educar seus consumidores chineses. De acordo com a empresa, o país é um dos mercados que mais cresce no mundo.

Os chineses são os compradores do supercarro mais jovens do mundo. Em média, aos 35 anos os milionários do país já adquiriram suas ferraris, enquanto no resto do mundo está média é 10 a 15 anos mais elevada.

A revenda de ferraris na China organiza treinamentos aos novos compradores para que eles consigam dirigir a potente máquina italiana afirma o chefe executivo da empresa no país.

—Nós treinamos os novos motoristas, educando como dirigir com responsabilidade e colocando a segurança em primeiro lugar, mas não podemos botar a polícia atrás de cada um que compra uma Ferrari.

As histórias sobre os transgressores de Ferrari frequentemente são destaque na mídia local e internacional já que muitos destes motoristas conseguiram suas licenças pouco tempo antes de adquirir o carro. Entretanto, tanta exposição fez com que muitos se questionem sobre o excessivo consumismo misturado ao desrespeito as leis das classes mais privilegiadas do país.

Recentemente, um chinês proprietário de uma ferrari morreu e matou um taxista e uma passageira em um grave acidente em Cingapura, no sudeste asiático. Os cidadãos de Cingapura, em resposta ao ocorrido, protestaram contra os chineses que transgridem as leis do pequeno país.

Outro acidente em março envolvendo Ferrari e que também teve vítimas fatais, foi totalmente censurado da internet pelo governo. Este fato levantou a hipótese de que algum membro do alto escalão do governo foi o autor do incidente.

A Ferrari vendeu 500 carros em 2011. Neste ano, mais de 300 unidades foram vendidas.

Com o crescimento constante das vendas e de chineses milionários, provavelmente se as leis não melhorarem novos acidentes envolvendo Ferraris deverão estampar as páginas dos jornais do mundo inteiro.

Fonte: R7 (Via Portal do Trânsito)

Tem agentes, falta dividi-los

 

Diario de Pernambuco

Por Tânia Passos

Um agente de trânsito para cada mil veículos. Essa é a recomendação do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). O Recife dispõe hoje de um efetivo de 583 profissionais para uma frota de 582.900. Nunca se viu tanto agente na rua como agora. A conta só não é mais exata devido à frota circulante na capital de cerca de 1,2 milhão de veículos. Mesmo com o aumento do efetivo a pergunta é: qual o critério de distribuição espacial deles na cidade?

A CTTU dividiu o município em quatro regiões: área 1 (centro), área 2 ( Casa Amarela e Madalena) , área 3 (Afogados e Caxangá) e área 4 (Boa Viagem). Há ainda, os pontos fixos (principais corredores de tráfego) e os rotativos, de acordo com a demanda do dia. Hoje, o Centro da cidade, de maior visibilidade, tem a maior concentração de agentes de trânsito.

Durante dois dias, o Diario foi às ruas do Centro do Recife, Zona Sul e Zona Norte para observar onde os agentes de trânsito estão atuando. No bairro de Casa Amarela, um dos mais populosos da cidade, a reportagem do Diario não encontrou nenhum agente de trânsito na tarde da última segunda-feira, nas imediações do mercado. “Raramente eles aparecem por aqui. E quando vêm é para multar e não para disciplinar o trânsito”, criticou o comerciante Inácio Barbosa do Nascimento, 54 anos.

No mesmo dia fomos até o mercado de São José, um dos bairros centrais do Recife e encontramos duas duplas de agentes de trânsito. No entorno do mercado, que tem bastante vaga de Zona Azul, deixando as ruas quase intransitáveis, o papel deles é verificar se a área está sendo respeitada. Neste dia, todos os carros estavam com os bilhetes da Zona Azul.Mas o trânsito no entorno continuava complicado.

Evitamos os principais corredores, a exemplo da Avenida Agamenon Magalhães, onde a presença dos agentes de trânsito nos cruzamentos já é obrigatória. Também encontramos agentes no cruzamento da João de Barros com a Avenida Norte e na Avenida Cruz Cabugá. De acordo com o diretor de operações de tráfego da CTTU, Agostinho Maia, a distribuição dos agentes tenta suprir as áreas onde há mais reclamação. “Existe uma distribuição nas quatro áreas da cidade. Mas vamos fazendo alterações onde há mais reclamação”, revelou.

Morador do bairro da Várzea, o arrumador Paulo Fernando, 57 anos, diz que raramente encontra um agente de trânsito no seu bairro. “Dificilmente vejo algum aqui no bairro. Quanto mais nos afastamos do Centro, mais difícil encontrar algum”, revelou. Segundo Agostinho Maia, mesmo com o aumento do efetivo não é possível atender toda a cidade de forma satisfatória. “Não somos responsáveis apenas pela nossa frota. Na cidade circulam mais de um milhão de veículos e não é possível atender todos os lugares”, afirmou.