Por
Tânia Passos
O dia em que a cidade parou para as pessoas. Não havia trânsito. As ruas ficaram para elas. Os carros saíram de cena, os ônibus mudaram as rotas. As avenidas, viadutos e pontes se tornaram passagens para um único destino: Praça do Derby, ponto de concentração. A maior parte dos manifestantes chegou a pé. Os pedestres nunca tiveram tanto espaço só para eles. Outros usaram bicicletas, skates e até cadeira de rodas. Mobilidade sustentável, acessibilidade plena e melhoria do transporte público eram algumas das bandeiras defendidas pelos manifestantes em um 20 de junho para ficar na história
.O dia em que a cidade parou para as pessoas. Não havia trânsito. As ruas ficaram para elas. Os carros saíram de cena, os ônibus mudaram as rotas. As avenidas, viadutos e pontes se tornaram passagens para um único destino: Praça do Derby, ponto de concentração. A maior parte dos manifestantes chegou a pé. Os pedestres nunca tiveram tanto espaço só para eles. Outros usaram bicicletas, skates e até cadeira de rodas. Mobilidade sustentável, acessibilidade plena e melhoria do transporte público eram algumas das bandeiras defendidas pelos manifestantes em um 20 de junho para ficar na história.
Numa Agamenon Magalhães livre de carros, o vendedor Erick Alves, 21 anos, deslizava no skate vestido para protestar. “Mais conforto nos ônibus, segurança e espaço para o pedestre, ciclista e skatista”, declarou. Confiante e determinada, a funcionária pública, Cínthia Lombardi, 40 anos, não se intimidou com o tamanho da multidão e foi ao protesto de cadeira de rodas. “Eu precisava vir para pedir melhoria na acessibilidade e o fim da corrupção. Também vim representando o meu marido, que também é cadeirante, mas não pôde participar”, revelou.
Multidão
Acompanhar a multidão de bicicleta não era para encurtar distância, mas principalmente para se fazer representante. “Defendo mais espaço para o transporte não motorizado e melhoria do transporte público. Do jeito que está ninguém aguenta mais”, revelou o ciclista Valdomiro Barbosa, 21. Na defesa do transporte público, a doutoranda Cínthya Pacheco, 27, trouxe para o protesto a realidade de todos os dias, fotos de ônibus lotado no Terminal Integrado do Barro. “Sofremos com as filas gigantes e o atraso dos ônibus, mas queremos melhoria em todas as integrações. Mais respeito e dignidade”, afirmou.
Para deixar a cidade vazia para a manifestação, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) chegou a bloquear seis corredores de tráfego e vias transversais. A operação contou com 50 agentes de trânsito. Os bloqueios foram definidos em conjunto com o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano que montou quatro pontos de retorno para os ônibus. Mas não houve tempo para informar aos usuários. “Faz mais de duas horas que estou aqui e nenhum ônibus passou”, contou o aposentado Amaro de Oliveira, 82 anos, que aguardava um ônibus na Avenida Joaquim Nabuco, no cruzamento com a Avenida Agamenon Magalhães, bem próximo ao perímetro da manifestação e bloqueado pela CTTU. “Não tínhamos como avisar. Era uma situação de emergência e não havia certeza do roteiro que eles iriam fazer”, revelou o coordenador de operações do Grande Recife, Mário Sérgio.
Saiba mais
Operação do protesto
6 corredores fechados
50 agentes de trânsito mobilizados
3 mil ônibus compõem a frota da RMR
100% dos ônibus circularam segundo o Grande Recife
60% da frota foi recolhida segundo o Sindicato da Oposição dos Rodoários
Fonte: CTTU e Grande Recife Consórcio de Transporte Metropoilitano e Sindicato da Oposição