O vandalismo custou ao metrô do Recife, somente em 2013, cerca de R$ 300 mil. Para se ter uma ideia, todos os 15 novos trens, que custaram R$ 220 milhões e cuja remessa só foi concluída no ano passado, já foram alvo de vândalos. Pedras nas janelas e no teto são algumas das práticas mais comuns, mas o que deixa o sistema sem condições de operar é quando os ataques afetam, principalmente, os cabos de alimentação.
Foi o que aconteceu na manhã da quinta-feira, quando cinco estações do ramal de Camaragibe foram prejudicadas com a interrupção da energia provocada pelo rompimento de um cabo. Os técnicos de manutenção identificaram um artefato conhecido como “capa-gato”, feito com duas pedras ligadas por um fio que foram lançadas na rede, provocando curto-circuito. O sistema ficou paralisado até o início da noite de ontem, prejudicando cerca de 50 mil usuários.
Os técnicos desconfiam que a intenção de paralisar a rede possa ir além do vandalismo. Os cabos são feitos de fios de cobre, produto bastante cobiçado por ladrões. Nenhum fio, no entanto, chegou a ser roubado. O ramal de Camaragibe não está entre os trechos de roubo e vandalismo frequentes.
O reforço na segurança da linha ocorre principalmente entre os trechos Recife/Ipiranga, Recife/Joana Bezerra, Joana Bezerra/Afogados e Imbiribeira/Largo da Paz. “Temos seguranças que percorrem as linhas. Esse trecho do ramal de Camaragibe ainda não havia apresentado esse tipo de problema”, afirmou o gerente de comunicação do metrô, Salvino Gomes.
O serviço de viagem das cinco estações – Curado, Rodoviária, Alto do Céu, Cosme Damião e Camaragibe – teve atrasos de 25 e 30 minutos, enquanto os técnicos tentavam reverter o problema. Nos horários de pico, os intervalos são de 10 minutos. Muitos passageiros tiveram que recorrer aos ônibus.
O vandalismo é uma das causas da interrupção do serviço, mas o professor do Departamento de Engenharia Civil da UFPE Fernando Jordão chama atenção para a idade do metrô, que faz 30 anos em março de 2015, mas mantém os mesmos equipamentos desde a fundação.
“A gente não conhece o orçamento de manutenção do metrô. Não há transparência quanto isso”. A assessoria de imprensa também não soube informar quanto é gasto na manutenção. O metrô é uma das principais apostas de mobilidade na Copa de 2014. Nas últimas chuvas algumas estações ficaram alagadas e junho é mês de chuva na cidade.
Os VLTs estão todos velhos, falta pouco para ficar quase na mesma situação dos trens antigos. Parece até que compram os mais baratos possível.