Diario de Pernambuco
Por Ana Luiza Machado
Existe um ditado que diz: “Para todo problema difícil existe uma solução simples, fácil e errada”. A frase se aplica muito bem à complexa e tortuosa mobilidade urbana no Recife e às ideias que alguns vereadores apresentam, em formato de projeto de lei, para resolver o problema do transporte público na cidade.
Levantamento realizado pelo Diario, através do Sistema de Apoio ao Processo Legislativo (SAPL) do site da Câmara, mostra iniciativas inusitadas que dificilmente atingem o objetivo a que se propõem, de promover a melhoria no trânsito e na mobilidade urbana (ver arte). Instalar taxímetros nas mototáxis e faixa específica para ambulâncias são exemplos pinçados por especialistas ao analisar as matérias.
Há também a preocupação, por parte de alguns vereadores, em oferecer assentos adequados para obesos em transportes coletivos, restrição à construção de residenciais em vias consideradas de grande fluxo de veículos e incentivo ao uso de táxis. Para o professor do departamento de engenharia civil da UFPE, Maurício Pina, os vereadores deveriam se preocupar em garantir uma melhoria na qualidade do transporte público coletivo, caso contrário a cidade vai parar. Ele falou com a reportagem enquanto estava, de carona com um amigo, preso em um engarrafamento no Recife.
Para o especialista, o Plano de Mobilidade apresentado pelo Executivo (nº12/2011) também é falho. “Um plano que se preocupa com a construção de edifícios garagens não merece credibilidade. Não tem conteúdo técnico. A última pesquisa sobre mobilidade foi feita há 15 anos. Agora é achismo”, criticou. Segundo ele, o Recife recebe por dia 270 novos veículos. E a tendência mundial é restringir o transporte individual e privilegiar o coletivo. “Não podemos fazer diferente”, argumentou.
O vereador e presidente da Comissão Especial de Mobilidade Urbana da Câmara do Recife, Gilberto Alves (PMN), concorda. Ele explicou que a comissão específica foi criada na Casa exatamente por causa da polêmica em torno do Plano de Mobilidade da Prefeitura do Recife. Os mais de 10 projetos dos vereadores que estão sendo analisados pela comissão, além das 59 emendas ao projeto original, de acordo com ele, tendem a forçar que seja feito um projeto substitutivo, a ser votado ainda neste primeiro semestre.
O presidente da comissão confessa que o desafio é proporcionar segurança e agilidade no trânsito, e, para isso, acredita na integração dos moldais. Na próxima quarta-feira acontecerá a primeira reunião de 2012 da comissão, mas a expectativa é que os trâmites sejam rápidos e a implantação do plano urgente. “Vamos escutar alguns segmentos da sociedade, como os taxistas, por exemplo, e queremos discutir com a prefeitura aquilo que não é consenso. Eu acredito que o projeto de mobilidade urbana só atenderá os interesses da sociedade se houver um entendimento entre o Executivo e o Legislativo. E isso não pode demorar”, afirmou Alves.
Fala-se em favorecer o transporte público, mas aí sugiro a seguinte enquete: quem usa carro aqui na região metropolitana trocaria o seu transporte pessoal para um transporte público de qualidade se é que é possível garantir isso?
Quem já vive de ônibus e não tem perspectivas para ter carro ou moto almeja um ônibus mais confortável – dúvido que quem fala isso não pense em ir sentado afora um clima agradável, só que o primeiro não se pode garantir – além de ganho de tempo – isso é relativo, pois se ganha tempo num corredor, pode-se perder tempo em migrações entre modais para se chegar ao destino, além de um preço convidadito.
Agora, e quem usa carro aqui na região metropolitana se convenceria a usar ônibus supostamente de qualidade ciente de como será as migrações, rotas que deverá percorrer, etc?
Alguns ficam dizendo que se privilegia um tipo de transporte quando deveria ser outro e aí aqui querem favorecer os dois, o que acho certo, pois tem aqueles que não abrirão do seu carro por vários motivos – filhos para levar a escola e de lá seguir para o trabalho e estes não podem continuar prejudicados e sabe-se muito bem que por mais que pese o luxo de ser ter um carro, para certos tipos de deslocamento é melhor a melhor opção, afora que quem quer se ver livre de congestionamentos, quando pode, saí mais cedo de casa e ver rotas menos complicadas.
Além da falta de espaço a sincronização dos sinais eh
outro serio problema.resolvido isto o transito fluirá melhor