Diario de Pernambuco
Por Tânia Passos
Ou eles eram muito avançados no tempo quando projetaram sete viadutos para a Avenida Agamenon Magalhães, na década de 1970, ou estamos hoje bastante atrasados. Como explicar que projetos pensados há 40 anos podem se adequar à realidade atual?
Para o secretário-executivo de Mobilidade da Secretaria das Cidades, Flávio Figueiredo, os projetistas da década de 1970, que atuavam na administração do município e previam a construção de sete viadutos e uma ponte-viaduto na primeira perimetral, estavam antenados com a tendência da época. “A abertura de vias e a construção de elevados era muito comum. Além disso, havia facilidade para adquirir financiamentos”.
Ainda segundo o secretário, o planejamento está atrasado em pelo menos uma década. “Estamos programando uma intervenção que já deveria ter sido feita há pelo menos 10 anos. A construção dos viadutos vai melhorar a fluidez da principal perimetral da cidade e criar a opção de um corredor exclusivo de ônibus”, afirmou Flávio Figueiredo.
Segundo nota técnica da Secretaria das Cidades, cada novo viaduto da Agamenon Magalhães terá sete metros de pista, capacidade média para suportar 3.500 carros por hora – cerca de 40 mil carros por dia. Com a implantação deles, a velocidade média da via passará de 20 km/h para 30 km/h, no sentido Olinda – Boa Viagem; e de 18 km/h para 33 km/h no sentido inverso. O ganho mais significativo, explica o documento, será entre a Rui Barbosa e a Buenos Aires, cujos carros passarão de uma velocidade de 5km/h para 18km/h (Olinda-Boa Viagem) e na Paissandu, quando eles passarão de 7km/h para 40km/h (Boa Viagem-Olinda).
Mas com uma década de atraso, qual é a projeção de horizonte para os próximos anos? “A projeção será mais curta. Acredito que de 10 a 20 anos”, afirmou. Da década de 1970 aos dias de hoje, o aumento na frota foi de pelo menos 10 vezes. Na opinião de especialistas, a projeção de capacidade de fluidez dos veículos com os viadutos projetados pelo estado, será muito menor.
De acordo com Flávio Figueiredo, o desafio do projeto estadual é de melhorar a fluidez da Agamenon Magalhães. Segundo ele, as vias do entorno, ou seja, as radiais, devem ser resolvidas em ações futuras pelo município ou pelo próprio governo do estado. “Os viadutos terão uma função específica de melhorar a fluidez da perimetral. Não irão resolver os problemas das radiais”, afirmou o secretário executivo. Ele disse ainda, que terão que ser elaboradas soluções, por exemplo, para o binário Rui Barbosa/Rosa e Silva.
Desde a década de 1970, os viadutos imaginados para a Agamenon estavam sendo protelados. Segundo o ex-presidente da Empresa de Urbanização do Recife (URB), César Barros, essa solução sempre era trazida à tona com a intenção de melhorar o tráfego, mas nas discussões os projetos eram preteridos. “A gente já tinha chegado à conclusão de que os viadutos não iriam resolver a questão do tráfego. Por isso os projetos não foram executados”, afirmou o arquiteto César Barros, que atuou na URB de 2001 a 2006. Para o arquiteto, os elevados não permitem a conexão da cidade com seus moradores.
O professor e engenheiro César Cavalcanti, especialista em mobilidade urbana, alerta para a necessidade de continuidade das obras no entorno.“Se não, após um ano já serão observadas retenções no próprio viaduto”.
Tânia,
porque você não fez nenhuma referência ao ofício que o crea enviou ao governo do estado? você tem uma cópia. A justiça JÁ SE CURVOU AO GOVERNO ,AGORA VOCÊ e SEU JORNAL. Há 40 anos a realidade era outra.Infelizmente nesse país alguns jornalistas não tem credibilidade.Apartir de agora tudo o que for escrito em sua coluna não deverá ser lido. O ofício que o CREA enviou ao ex-secretário Tadeu Alencar é de utilidade pública ,pois a construçaõ desses viadutos vai prejudicar a vida de milhares de pessoas e a cidade.Essa sua reportagem é uma vergonha.
Interessante o comentário tendêncioso da Val sugerindo a mesma intenção numa simples publicação sobre novela “Viadutos da Agamenon”.
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O governo, como diz o texto, deixou de fazer essas obras há décadas, ou seja, mais um vez deixam a situação chegar num limite insuportável para fazer algo que terá uma vida útil menor pelo crescimento mais acelerado que temos.
Dizer que os viadutos irão prejudicar várias pessoas hoje é ignorar que no passado também ocorreria isso, então não é uma questão de passado ou presente, pois haverá afetados, mas, sim, se o investimento e transtornos durante a execução garantirão um alívio depois por um bom tempo. Alívio, pois como já foi dito, a frota não deixará de crescer e outras medidas devem ser feitas no entorno para que os viadutos não travem.
Agora, com tanto especialista envolvido, só vemos os que dizem que os viadutos são opção para viabilizar o corredor exclusivo, elimintar os cruzamentos em nível facilitando, também, o fluxo nas vias transversais onde há ônibus circulando para aqueles que acham apenas um favorecimento para o transporte indivual (só quem não usa ônibus para afirmar tamanha informação incorreta) e não interferir na visualização da praça do Derby; e os que não aceita a opção, mas as que dão não servem aos requisitos e benefícios citados.
São Paulo onde o trânsito é ruim, já há rodízio, horários específicos para circulação de veículos grandes, não deixa de investir em viadutos, túneis, etc para dar fluidez ao transporte individual, como também no coletivo com o monotrilho que pretedem fazer.
Então, é melhor não fazer nada ou fazer algo que atenda a diferentes usuários?
Ah! Haverá várias desapropriações provocando a perda de empregos, comércios, hospitais, bancos, etc, para estruturas que não serão uma solução supostamente atendendo apenas ao transporte individual. O governo também pensa em desapropriar toda uma quadra no Cordeiro com casas, comércio, etc, para construir o TI da Perimetral 3. São dois pesos e duas medidas, pois leio em outros blogs e em versão on line de jornais, moradores preocupados já que terão que morar em outro local e a indenização pode não garantir um imóvel nas mesmas condições com a valorização que a capital e certos bairros vêm tendo.
Se um viaduto interfere na privacidade, a estação elevada do Cordeiro que se ligará ao TI da Perimetral 3 estará na altura de um prédio residencial e interferirá na visualização da igreja do bairro. O pessoal que reside e circula na Agamenon tem mais direitos que aqueles do Cordeiro?
Acho que vergonha é defender demais uma causa e não compreender que há vários outros fatores envolvidos. Se defende uma tese que irá afetar todo mundo, mas parece que esse todo mundo se resume a minoria que mora ou trabalha no local e serão diretamente afetados.
Entendo que ver um emprego ameaçado, uma comodidade perdida não é bom, mas para isso existe intervenções do próprio governo como forçar que não ocorra demissão, afinal se pode abrir em outro local o comércio aproveitando a mão de obra disponível; investir em segurança por monitoramento e ostensiva, pois se o governo tem dinheiro para construir um centro do gênero na Arena, pode colocar mais câmeras e guardas na redondeza evitando que pequenas áreas dos viadutos virem abrigo e esconderijo para assaltantes. Aliás, é até bom tocar nesse ponto, pois em Brasília, numa via bem largar, há túneis para a travessia de pedestres, só que devido a falta de guardas, quebraram as luzes tornando o local facilitador de assaltos. É situação similar a passarela próximo ao Forum do Recife, na Joana Bezerra, onde alguns do Coque quebram as lâmpadas deixando-a as escuras facilitando investidas de assaltantes, e olha que ali há câmeras, mas não há guardas fixos.
Já pensei, retomando o caso da Agamenon, em viadutos longitudinais, em túneis tranversais e longitudinais como alguns sugeriram, mas pelo que o governo ilustra, esses também não se mostram interessantes. Túneis transversais teriam teriam que ficar abaixo do canal e isso levaria a um ponto mais baixo na casa dos 4m de profundidade a partir do nível da avenida além das vias que estes ligariam terem um declive no sentido da avenida, logo um facilitador para alagamentos e as vias locais já sofrem com isso. Elevados e túneis longitudinais só fariam sentido para o BRT, mas as linhas de ônibus e não apenas o transporte individual que seguem pelas radias continuariam dependentes dos cruzamentos. As melhorias nas vias só podem facilitar a vida do BRT?
É um assunto delicado esse dos viadutos na Agamenon, por isso não tomo partido de forma cega. Vejo que poderá ter prejudicados, mas não é o fim do mundo. Não é um solução, mas é melhor que não fazer nada e aí pergunto se hoje em dia há solução para os diferentes meios de transporte na nossa situação e não num exemplar modelo europeu?
Defender a bike como forma de transporte e não ter condutores que respeitem prioridade, segurança na circulação (há quem foi assaltado por outros de bike ou a pé), vias preferências que permitam chegar aos principais locais da cidade e não apenas se limitar a comunicar interiores de bairros. A caminhar se não há segurança nas ruas deixando o usuário exposto no trajeto de ida e volta da estação até a residência e ao trabalho. Defender a criação de TIs e ônibus melhores como facilitador havendo péssimos exemplos na região metropolitana. Aos poucos que usam o veículo de forma racional, pagando caro pela mordomia ou necessidade, não ter vias que garatam fluidez, tenha lugar para estacionar com segurança sem que alguém apareça como dono da rua que entra em outro problema.
Após a construção do viaduto da Rua Bandeira filho, a Avenida Rosa e Silva ficará praticamente intransitável com o aumento significativo de veículos naquela via, sugiro que a mesma seja alargada imediatamente pelo lado direito, a partir do Clube Português até o Hospital dos Servidores do Estado,(esquina com a Rua do Espinheiro). Já no cruzamento com a Rua Amélia, deve ser construído um túnel que eliminará o semáforo e possibilitará maior fluidez no trânsito.
Há quarenta anos a realidade era outra, agora no mundo estão derrubando viadutos. Não existe um só técnico em mobilidade urbana em Pernambuco, a favor dos viadutos da Agamenon Magalhães.
Por que um viaduto na Bandeira Filho irá aumentar a quantidade de veículos nesta? A quantidade não deve mudar. Deve mudar o tempo de presença dos veículos nessa. Se hoje os veículos que vêm pela pista local e estão no outro lado da avenida precisam esperar sua vez no semáforo para virar a direita ou cruzar, com o viaduto não será preciso a espera.
Em virtude de não haver intervalo que evitaria um congestionamento na Rosa e Silva, aí é preciso rever o fluxo nesta e nas demais no entorno para que se garanta fluidez.
Na Caxangá, por exemplo, na altura no cruzamento com a Real da Torre, via ao lado de escritório da Celp, provocava retenção na avenida. A CTTU deixou mão única sentido Bongi para o tráfego misto enquanto apenas ônibus podem ir sentido Caxangá. Quem via pelo misto sentido Caxangá passou a acessar bem antes, ao lado do Santander. Isso permitiu uma melhora na fluidez entre a José Osório e a Real da Torre. Enfim, apenas criando um binário, deslocando o acesso, eliminou-se uma retenção muito comum e melhorou a fluidez.
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Construir túneis em vias onde tem problema de escoamente como se isso também não causasse transtorno na execução da obra e falar em medidas feitas lá fora como se fosse perfeitamente cabíveis aqui é fácil. Um viaduto para carros e ônibus não pode, mas se fosse só para ônibus poderia?
Quem sugere túnel como uma solução fácil e menos incômoda, digam por onde irá circular todo o tráfego da Real da Torre próximo ao cruzamento com a Av. Caxangá onde será construído um túnel e por ali circulam muitos veículos?
Uma coisa é criar um túnel onde nada passa e outra é onde já há um fluxo. Isso também vale para viadutos. Outra, um túnel demandaria mais tempo ao meu ver para ser construído, pois dependendo da profundidade, podem haver pedras, tubulações maiores, e se feito em período de chuva, fica pior ainda, além da circulação de veículos pesados para cavar e remover a terra.
Ao menos os elevados que pretendem fazer na Agamenon podem ser feitas por partes minimizando os transtornos. Outra, quem defende um túnel, deveria pensar em São Paulo onde são utilizados esse artifício para ampliar o metrô, só que por onde ele passa, a estrutura de vários imóveis pode ser comprometida, e olha que são bastante fundos, diferente dos razos daqui.
Se eu for tomar o exemplo da BR 408 onde fizeram túnel para o acesso a São Lourenço, tiveram que cavar e construir uma ponte para aguentar o peso e isso implicou em paralização de uma das vias.
Raimundo, perguntou-me: Por que um viaduto na Bandeira Filho irá aumentar a quantidade de veículos nesta? vou deixar que o Sr. Waldecy Pinto,responda,pois ele é um dos idealizadores da Avenida Agamenon, portanto sabe muito mais do que eu e Raimundo juntos. O arquiteto e urbanista Waldecy Fernandes Pinto foi assessor da Secretaria de Planejamento do governo de Geraldo Magalhães, na década de 1970. Em entrevista concedida ao Diário de Pernambuco postada no dia 10 de junho, ele diz na íntegra: “Que os viadutos vão melhorar pontos de conflito nesses cruzamentos e melhorar a velocidade da via, por algum tempo, eu sei que sim. mas não sei como irão se comportar as vias radias, que estão muito congestionadas. Fico imaginando que a ROSA E SILVA, por exemplo, não tem como comportar um fluxo grande”.
Quando falei que a Av. Rosa e Silva deverá ser alargada imediatamente, porque é óbvio que as radias no entorno dos viadutos ficarão ainda mais congestionadas, principalmente aquela via, onde trafegam várias linhas de ônibus. Quanto ao túnel no cruzamento com a Rua Amélia, ele é fundamental, pois eliminará o semáforo e o trânsito fluirá melhor, nesse local não tem problema de escoamento das águas, o problema está na Rua do Espinheiro. É claro que toda execução de obras, causa transtornos, mas, o importante é o resultado final.
Manoel Araujo,
como falei antes, não vai aumentar a quantidade de veículos na via, mas sim o tempo de permanência se medidas não garatirem maior fluidez. Alargar parte da Rosa e Silva só minimiza, mas não resolve.
Se você sugere um túnel para a Rosa e Silva no cruzamento com a Rua Amélia, outro teria que ser feita na Conselheiro Portela, pois neste também há retenção nas duas vias.
Se você deixa livre a Amélia, boa parte do tráfego dela entra na Rosa e Silva e na Rua do Espinheiro e como há sinais nestes cruzamento haveria dois problemas. Com a pequena largura da Rosa e Silva, ainda que fosse alargada, o túnel teria ter, no mínimo, duas faixas permitindo os da Rua Amélia entrassem na Rosa Silva através de pista local, do contrário, teria que ser criado um giro de quadra para tal sobrecarregando outras vias. Se não há sinal no cruzamento da Rua Amélia com o túnel, o fluxo ficará retido no cruzamento com a Rua do Espinheiro também ruim em horários de pico.
Para melhorar o trânsito no bairro do Espinheiro, medidas teriam que ser feitas a partir do cruzamento com a Av. João de Barros, pois ali vira um gargalo tanto sentido Encruzilhada quanto Casa Forte e Torre. Se vê, meu caro, que não é apenas um túnel e alargamento que farão diferença, pois o trânsito nas transversais também é grande. Melhorar uma via e trasferir pontos de retenção nas outras não parece muito uma solução. Tem que ser estudado o fluxo em todo o bairro.
Dou como exemplo uma via que criaram para facilitar a circulação na zona oeste, mas piorou nas proximidades com a divisa da norte. Falo da paralela da Caxangá cujo fluxo vai muito bem até a praça da Torre, mas daí até a Av. Visconde de Albuquerque é horrível. Quem a utiliza pensa e ir para a zona norte – Casa Forte, Casa Amarela, Encruzilhada, Espinheiro, etc. Contudo, parte do tráfego poderia ser eliminado se uma ponte cujo governo sabe da necessidade ligasse Torre/Cordeiro com a comunidade do Santana que fica em Casa Forte. Estão construindo uma ponte próximo ao Barbalho/Iputinga para ligar ao Monteiro, só que aí já é praticamente no fim da zona oeste, atendendo mais quem vem da Várzea, a própria Iputinga, etc. Ela deve desafogar o circuito de Apipucos cujo acesso é feito pela pista local da BR 101 Norte, mas a outra ponta – Torre -continuará ruim ao meu ver.
Como já falei várias vezes anteriormente, a Av. Rosa e Silva terá que ser alargada, pois por essa via trafegam várias linhas de ônibus, que utilizam também a Rua do espinheiro, o lado direito da Rosa e Silva, dará lugar a mais uma faixa para ônibus que entrarão na rua do Espinheiro. O túnel no cruzamento com a Rua Amélia, também ajudará bastante.