O Diario inicia hoje uma série, onde mostra as soluções que as metrópoles estão escolhendo para projetar os deslocamentos no futuro. Das 15 cidades, que vão receber a Copa do Mundo, todas estão apostando no modelo do BRT (sigla em inglês para Transporte Rápido por Ônibus). Raras exceções para o transporte ferroviário. A primeira cidade que visitamos foi Belo Horizonte, que tem a sexta maior população do país. Além do material de texto para o impresso, foi produzido também um vídeo para mostrar o olhar da cidade para o transporte público. Acompanhe o resultado do material.
Parabéns pelo blog!
O tema é de grande importância, tendo em vista a pouca oferta de transporte público, e menos ainda quando se trata de boa qualidade.
Uma questão me inquieta e gostaria de deixá-la como um tema a ser abordado pelo blog: ao mesmo tempo o Governo Federal estimula, a partir do Ministério das Cidades, investimentos em transportes públicos, para melhor mobilidade urbana, e incentiva a aquisição de veículos novos, com incentivos fiscais e creditícios, tornando o trãnsito cada vez pior com a crescente exponencial de carros.
Abraço.
Tito,
já foi abordado aqui assunto sobre essa tema. Eu, particularmente, não vejo problemas em facilitar a aquisição do transporte automotor e investir no público. O que deve ser feito é usar de forma mais racional. A indústria automobilística cria milhares de empregos e cada carrinho recolhe tributos e taxas altas para circular. Nessa aspecto, até caberia uma sugestão de quanto o carro em uso racional ou não recolhe para o governo, seja abastacendo, por serviços de revisão, taxas de circulação, , valor de aquisição, com relação aos ônibus levando capacidade máxima no seu horário de uso durante um mês e a mesma capacidade de usuários do ônibus se todos fizessem trajeto de carro sozinhas durante o mesmo período.
Falo do uso racional, pois na disponibilidade de um transporte público rápido, confortável, acessível, capaz de levar a vários pontos da região pagando por uma passagem, é mais interessante que sustentar as despesas com um automóvel empacado em congestionamentos, consumindo demais por não haver uma fluidez, mais vulnerável a quebras por problemas de conservação das vias e o próprio uso, além do que várias empresas podem bancar pequenas despesas com vale transporte e alguns até locam ônibus para fazer o translado de funcionários quando estes moram distante e não querem que eles cheguem atrasados.
O automóvel seria empregado em situações como urgência, compras, mais pessoas indo para um mesmo local, viagens, etc. Também poderia se pensar no carro para fazer pequenos trajetos cuja segurança pública é falha ou até estações de metrô e ônibus se estas tiverem estacionamentos fazendo a maior parte do trajeto por meio público.
Eu sou contra a forma exagerada como defende o prefeito de Bogotá que privilegia demais o público e outras formas de circulação como ciclistas e pedestres dizendo que não cabe ao governo criar meios de circulação para o automóvel particular. O sabido esquece que quem compra um automóvel recolhe tributos e é direito deste ter vias para circular bem como conservadas, ou seja, o cara paga alto para ter um bem e não tem o direito de usar, pois usar incorre em vias que tem fluidez, conservação, local para estacionar ainda que pago e pouco. Não quero dizer que um tem mais direito que o outro, mas que todos tem um direito mínimo.
É o mesmo direito que o cara que recolhe IPTU e não tem a sua rua calçada, com serviço de esgosto e drenagem de chuva, mas a prefeitura gasta uma nota recapeando em outros bairros o asfalto. Sobre certos aspectos, há compromisso e a falta disto, pois recapear é garantir a circulação sem danos aos diferentes veículos que passam na via, mas para alguns é privilegiar o transporte por veículos, enquanto outro recolhe tributo e nem tem sua rua pavimentada, independente de ter ou não carro, pois afeta ele e aos que passam pelo local.
Suas considerações foram muito interessantes.
Minha inquietação não é pela questão de se adotar coletivo ou individual, mas de se ter nas ações públicas a proposta da integração.
Da forma que as decisões são expostas através da grande mídia e até nas assessorias dos órgãos públicos, não se percebe a sinergia entre as medidas.
A indústria automobilística gera receitas para o Poder Público e emprego e renda, sem dúvida. Gera despesas e impactos negativos, também. Assim como o transporte coletivo terá os prós e os contras.
O que sinto que precisa ser discutido na esfera pública e proposto nas grandes cidades é a integração entre essas modalidades de transporte, diante dos prós e contras que elas geram e podem gerar. Discutir de forma mais madura e com certa isenção frente aos interesses econômicos de grupos privilegiados em detrimento da mobilidade da grande massa da população.
Parabéns pelo Blog.
Sugiro que busque parceria para estender sua iniciativa para outros estados, a exemplo de AL, onde resido e acredito que temos muito para discutir.