Por
Tânia Passos
O Viaduto das Cinco Pontas, o primeiro do Recife, construído no fim da década de 1960, já passou da hora de sair de cena. Nunca foi unanimidade. Agora, menos ainda. Em péssimo estado de conservação, com placas da mureta central se desprendendo, o equipamento não tem função viária que justifique a sua permanência. Sua demolição é uma das medidas mitigatórias previstas no projeto Novo Recife, no Cais José Estelita. Mas, independentemente da implantação do projeto, sua retirada é uma reivindicação antiga de especialistas em mobilidade e defensores do patrimônio histórico que esperam ter de volta a paisagem do Museu das Cinco Pontas.
Quando o Viaduto das Cinco Pontas foi erguido, em 1969, o acesso à Zona Sul era feito pelo Cais José Estelita e Avenida Imperial. Ambos faziam interligação com a Ponte Paulo Guerra, única existente na época. Segundo o então secretário de Planejamento do governo de Geraldo Magalhães, Waldecy Pinto, havia um conflito no tráfego devido à presença do antigo terminal rodoviário e do trem que fazia carga e descarga de açúcar interrompendo o trânsito no sentido Zona Sul. “Havia muita reclamação. O trânsito ficava interrompido por cerca de 15 minutos, provocando um grande congestionamento. E tinha, ainda, os ônibus do terminal. O viaduto foi importante naquela época para desafogar o tráfego na área”, afirmou Pinto.
Além de comprometer a visão do Forte das Cinco Pontas, um monumento histórico – com a aprovação do Iphan – , o viaduto perdeu logo a sua principal função. Segundo Waldecy Pinto, na década de 1970 houve a abertura da Avenida Agamenon Magalhães, as construções do Viaduto Capitão Temudo e a da Ponte Agamenon Magalhães.
“Passamos a ter outros acessos à Zona Sul. Além disso, o terminal rodoviário foi desativado e o trem não opera mais no local”, relatou.
Sem a mínima nostalgia, o ex-secretário de Planejamento do Recife defende a remoção do viaduto que ajudou a implantar. “De fato não tem mais função. O acesso à Boa Viagem pode ser feito sem precisar passar por ele”.
Sem data
A retirada do Viaduto das Cinco Pontas não tem data definida. Entre as medidas mitigatórias previstas pelo empreendimento Novo Recife está a reurbanização da área. “Esse viaduto já era para ter sido demolido há muito tempo e espero que isso possa acontecer o mais breve possível. O estrago que ele trouxe ao patrimônio histórico foi mais grave do que as torres gêmeas”, afirmou o arquiteto José Luís da Mota Menezes.
Ainda segundo Mota Menezes, a Avenida Cais José Estelita voltará a fazer ligação com a Avenida Cais de Santa Rita, como era antes. “Hoje o motorista sobe o viaduto e desce no Cais José Estelita e isso pode ser feito sem necessidade nenhuma do elevado”, ressaltou. Antes que o viaduto desabe, a Emlurb, informou que enviará técnicos ao local para verificar o trecho danificado na mureta de proteção.
É quem sabe daqui uns 10 anos isso aconteça!!!
Deveriam implodir já!!!!!!!!!!!!!!!antes das ienas do atraso começem a grunir
Tenho tentado acompanhar esse Novo Recife e onde pego mais detalhes foi dito que a circulação na linha férrea poderia causar problemas,não sei para o empreendimento, para os pedestres que teriam uma rede aberta.
Bem, fazendo uma associação de assuntos do Novo Recife com o motivo da construção do elevado das Cinco Pontas, problema antigo poderá voltar.
O Governo disse que na ampliação do VLT, este chegará a antiga estação da Cinco Pontas que hoje é de acesso restrito. O Novo Recife vai abrir o espaço que hoje fica a rede ferroviária e aí teremos o VLT como circulando em trecho que será extensão de calçada. Contudo, colega do forum disse que estão recuperando os trilhos no Recife Antigo para naquela área também fazerem uma estação para VLT, o que procede, afinal de contas em exibições da nova área portuária, o VLT é mostrado como modal até área de recepção dos turistas por navios.
Sendo assim, problema antigo nesta matéria sobre a circulação dos trens, bem como terminal de ônibus, atrapalharem o acesso limitado a zona sul, justificando o elevado, com a retirada futura do elevado e volta de trem, no caso VLT, circulando com maior frequência, uma passagem em nível não é bem vinda com a grande circulação de veículos hoje. Basta dizer que um VLT quebrou ao cruzar a Mascarenhas e travou o trânsito na área. Por sorte não demorou a remoção da avenida, pois outro veio logo em seguida e o rebocou.
Então, tirar o elevado é justo por atralhar a visão de um monumento histórico, mas deixar cruzamento em nível de rede ferroviária também não é interessante.
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Eu considero, com todo respeito, um estupidez retirarem o Viaduto 5 pontas, e muitos são os motivos. Primeiro, é desastroso como são tratadas a construções históricas do Recife, pois o Viaduto não tira a visão do Forte Cinco Pontas, muito pelo contrário, a visão que temos de cima do viaduto em relação ao forte nos faz sentir vontade de visitá-lo, além do mais os veículos circulam em seu entorno, ou vão querer retirar também o muro que demarca o local onde o nosso Frei Caneca foi executado, pois já está fora de moda? Retirar o Viaduto cinco pontas é o mesmo que assinar ao atestado de burrice, pois estão jogando fora um monumento histórico assim como fizeram com a única ponte giratória do mundo, que ligava ao Recife antigo, e os diversos Arcos que existiam antes que os psêudos modernistas os dizimassem do nosso cenário histórico cultural. Além do mais, basta ficar alguns minutos observado o tráfego de veículos na área do viaduto e veremos a sua indispensável permanência. Pelo amor de Deus não cometam o bárbaro erro cometido na Av. Conde da Boa Vista, e o pior é que merecia uma imediata radequação está ficando cada vez pior. De forma alguma se justifica aquelas paradas quilométricas provocando um rebu para quem depende do transporte público, pois quando se espera o ônibus no inicio ela para no final, e quando se espera no final ele para no meio ou no início, e o outro ônibus não larga enquanto o que está a sua frente pois é impossível fazer a manobra, sem contar com os enormes riscos que nos submetemos diariamente no momento em eles se cruzam e ficam alguns centímetros apenas uns dos outros.
O Viaduto Cinco pontas além de valorizar o FORTE, ainda exerce uma função indispensável que deve ser bem estudada para não cometer um crime contra um patrimônio que já é histórico e que tem uma função mais que necessária para o bom andamento do transito no cruzamento da Zona Sul. Gente… vamos deixar de ser estúpidos, pensando que somos modernos, pois é justamente esse pensamento que está degradando o nosso pais. É mais do que urgente rever valores e conceitos que valem a pena para o equilíbrio em todos o setores. Ao invés de destruir o VIADUTO CINCO PONTAS, porque não defender um elevado a partir do viaduto João de Barros até o Hospital português e vice-versa, que cobriria oito cruzamentos e EVITARIA o desastroso projeto dos 04 (quatro) viadutos que na verdade de nada adiantaria e destruiria outros tantos prédios históricos. Sei que é um outro assunto, mas não pedia deixar passar a oportunidade de fazer aqui também o meu comentário de algo de tamanha relevância. Tania Passos, se não me engano, foi você que me entrevistou, quando o desastroso Governador J. Francisco fechou diversas agencias do BANDEPE, que estavam dando lucro e deixou outras que estavam no prejuízo. Eu sou uma das vítimas dessas desastrosas administrações que expulsa o cidadão da sua localidade a pretexto da modernização que nem sempre reflete uma benfeitoria destinada a todos mas apenas a uma minoria privilegiada, e grandes corporações.