Pesquisa da CNT vai avaliar 94 mil km de rodovias no país

 

Aproximadamente 94.300 quilômetros de rodovias pavimentadas em todo o Brasil serão avaliados por 17 equipes de pesquisadores da Confederação Nacional do Transporte (CNT), um aumento de 1.553 km em relação ao estudo do ano passado. Os dados serão coletados pelos próximos 40 dias e farão parte da 16ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias. A pesquisa teve início no último dia 25 de junho.

Saindo simultaneamente de 12 capitais (Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Campo Grande, Fortaleza, São Luís, Rio Branco e Belém), os pesquisadores coletarão informações sobre as condições das vias, com relação ao pavimento, sinalização e geometria.

O levantamento é publicado anualmente pela CNT desde 1995 (não ocorreram em 1998 e 2008) e tem como objetivo percorrer 100% da malha rodoviária federal pavimentada e os principais corredores estaduais em que se verifica um grande fluxo tanto de cargas, como de passageiros, sejam rodovias concessionadas ou não.

Para o diretor da CNT, Bruno Batista, o trabalho neste ano será ainda mais criterioso. “A pesquisa compõe a maior série histórica de avaliações rodoviárias do país. Nós conseguimos hoje avaliar com muita precisão o estado das rodovias e essa é uma informação importantíssima tanto para o planejamento dos transportadores, como também para a identificação de locais críticos que merecem intervenção rápida do governo”, ressalta.

A segunda etapa da pesquisa consiste na análise dos dados e edição do material, considerado o mais completo e criterioso levantamento sobre a conservação das estradas brasileiras. O estudo será publicado no segundo semestre deste ano.

 

Fonte: Agência CNT

 

O Recife que tropeça nas calçadas

 

O estudo divulgado ontem traduziu em números uma realidade bem conhecida de quem anda a pé pela cidade. De 12 capitais brasileiras, Recife ocupa o  4º lugar no ranking das que têm as piores calçadas. Buracos, imperfeições nos pavimentos, degraus, lixo, ambulantes, falta de acessibilidade, iluminação e sinalização são alguns dos problemas que atormentam os pedestres.

O levantamento foi feito pelo Mobilize Brasil, um portal da Associação Abaporu, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). Os dados foram levantados entre fevereiro e abril deste ano e vão subsidiar a campanha nacional Calçadas do Brasil, para estimular vias melhores para os transeuntes.

De acordo com o estudo, a pior calçada do Recife está na Rua do Hospício, no Centro. Além de estreito – a largura mínima deve ser de 1,20m, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) -, o passeio é tomado por buracos, comerciantes e lixo. “Nossas calçadas são uma vergonha e essa aqui é uma das piores da cidade. Já cai num buraco caminhando em Casa Amarela e fiquei 30 dias com a perna quebrada”, relatou a aposentada Rivanilde Soares, 70. Considerando os critérios irregularidades no piso, degraus, largura, existência de rampas de acesso, obstáculos, iluminação, paisagismo e sinalização, as calçadas da Rua do Hospício receberam média 3, inferior ao resultado da cidade, que foi 4,95.

O estudo selecionou ruas e áreas com alta circulação de pedestres, como terminais de ônibus, redondezas de hospitais e ruas comerciais. No Recife, dez vias foram avaliadas. De acordo com o estudo, o local onde o pedestre tem vez na capital é na Avenida Boa Viagem. O calçadão obteve a maior nota: 8,50. No Recife, vigora a Lei de Edificações e Instalações que determina que a manutenção das calçadas seja feita pelo proprietário do imóvel.

Já  no entorno de praças, parques ou em frente a prédios públicos, a conservação é dever da prefeitura. “É claro que as calçadas do Recife não são boas, mas estamos tentando melhorar a acessibilidade”, reconheceu a assessora executiva da Secretraria de Controle e Desenvolvimento Urbano e Obras Glória Brandão. (Ana Cláudia Dolores)