Ciclovias suspensas sobre os trilhos de Londres. Conheça o projeto

 

Projeto de arquitetura de ciclovias suspensas em Londres - créditos: Foster and Partners
Projeto de arquitetura de ciclovias suspensas em Londres                                       créditos: Foster and Partners

Norman Foster, arquiteto britânico vencedor do prêmio Pritzker, divulgou nesta semana seu mais novo projeto, em que pretende criar ciclovias suspensas sobre os trilhos dos trens suburbanos em Londres como alternativa ao transporte público, com tarifas em alta na capital britânica.

Chamada SkyCycle, a proposta envolve construir 220 quilômetros de ciclovias sobre a estrutura já existente dos trilhos urbanos, permitindo aos usuários uma circulação desimpedida pela cidade, sem dividir o espaço das ruas com carros e motocicletas.

Seu projeto já tem o apoio das autoridades londrinas responsáveis pelo transporte público e foi também apresentado ao prefeito de Londres, Boris Johnson, que, segundo o jornal britânico “The Guardian”, demonstrou interesse pela obra.

Uma primeira etapa para testar a ideia seria a construção uma ciclovia suspensa de 6,5 quilômetros, entre Stratford, no nordeste de Londres, até a estação Liverpool Street dos trens metropolitanos. Só esse trecho custaria cerca de R$ 856 milhões.

Fonte : Via Portal Mobilize

Waldecy Pinto, um dos idealizadores da Agamenon do futuro

 

Ex-assessor da Secretaria de Planejamento do governo de Geraldo Magalhães, na década de 1970, o arquiteto e urbanista Waldecy Fernandes Pinto, assiste hoje as ideias cultivadas há quarenta anos, serem resgatadas para o presente. Nesta entrevista, ele fala que  teria dúvidas se os viadutos são, hoje, a melhor solução para a mobilidade do Recife. O arquiteto recebeu o Diario em seu escritório no bairro das Graças.

Por Tânia Passos

 

O senhor participou da administração municipal na década de 1970, quando teve início a construção da Avenida Agamenon Magalhães e foram projetados sete viadutos e uma ponte. Não era um exagero para a época?
Estávamos pensando a longo prazo. Era a primeira perimetral da cidade e os viadutos eram importantes para fazer as ligações com os bairros e resolver pontos de conflito nos cruzamentos. Fizemos um plano urbanístico para a avenida que é usado até hoje. Ela é a via mais bem pensada e projetada da cidade. A ideia era uma via de velocidade, mas hoje a gente percebe, que por conta dos congestionamentos e da quantidade de semáforos, a velocidade é cada vez mais baixa.

O que o senhor acha do projeto do governo do estado de implantar quatro viadutos, sendo dois nos mesmos locais apontados há quarenta anos?
Que os viadutos vão melhorar pontos de conflito nesses cruzamentos e melhorar a velocidade da via, por algum tempo, eu sei que sim. Mas não sei como irão se comportar as vias radiais, que estão muito congestionadas. Fico imaginando que a Rosa e Silva, por exemplo, não tem como comportar um fluxo grande.

Mas e se os viadutos tivessem sido construídos naquela época, como poderia ser a realidade atual?
Provalvemente estariam congestionados. Mas também acredito, que se eles tivessem sido construídos há mais tempo, hoje estaríamos pensando em outras soluções, inclusive de melhoria das vias radiais. Como isso não foi feito, o passo está sendo dado agora com bastante atraso.

O senhor acredita se tratar da melhor solução para o trânsito de hoje?
O trânsito hoje está muito diferente e as ruas do entorno estão com a capacidade esgotada. Aqui mesmo onde eu moro, os engarrafamentos são constantes. Mas acredito que para eles terem tomado essa decisão, eles devem ter se baseado em estudos de tráfego. Não há como tomar uma decisão dessa sem embasamento.

Apesar de ser uma via larga, a Agamenon não tem faixa exclusiva para ônibus e muito menos ciclovia. Naquele época vocês não pensavam nisso?
Faixas exclusivas para ônibus sim. Ciclovias não. Quase ninguém andava de bicicleta naquela época. Mas em relação às faixas para os ônibus, a ideia era usar as vias locais para os ônibus. Não sei porque isso nunca aconteceu e hoje elas são ocupadas por veículos. Aliás, as vias locais são muito engarrafadas. Não era para ser assim.