Semáforos inteligentes no Recife

Diario de Pernambuco
Por Tânia Passos

Um semáforo com 100% de autonomia de energia, que seja também capaz de mudar a programação semafórica de acordo com a demanda de fluxo e que consiga interagir com os corredores de ônibus e os veículos de emergência. O semáforo “verde”, como está sendo chamado, começou a ser desenvolvido há quatro meses pela empresa pernambucana Serttel, que presta serviço à CTTU e à Companhia de Engenharia de Trágefo (CET) de São Paulo.

O desenvolvimento do software está sendo feito em parceria com o Centro de Tecnologia do Nordeste (Cetene), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. A previsão é que o software fique pronto até o fim do ano. A otimização do tempo dos semáforos ajudará na melhoria do fluxo, mas atuará também na segurança. O equipamento tem condições de captar a presença do pedestre e o sinal do pedestre pode permanecer vermelho, caso a câmera enxergue um carro em alta velocidade, por exemplo.

A inteligência do semáforo será sem dúvida um ganho na engenharia do tráfego do município, mas há ainda fatores externos que causam danos aos equipamentos. Um semáforo quebrado causa transtorno no trânsito. Imagine quando há várias ocorrências ao mesmo tempo. O Recife dispõe de 643 semáforos. A CTTU registra uma média de 20 ocorrências por dia e nos dias de chuva esse número triplica.

Um painel eletrônico na central de monitoramento da CTTU avisa quando e onde há semáforos com problema. “Antes das baterias, o número de ocorrências no período de chuva era maior”, revelou Nelson Nogueira, gerente de sinalização semafórica da CTTU. Um total de 210 semáforos do Recife recebeu baterias para compensar a falta de energia. Em seis meses elas foram acionadas por 700 horas. As baterias desenvolvidas pela Serttel, a pedido da presidente da CTTU, Maria de Pompéia, têm autonomia de quatro horas. Além do Recife, o equipamento começou a ser usado em São Paulo.

A meta, no entanto, é conseguir 100% de autonomia de energia. “Hoje conseguimos armazenar quatro horas com fornecimento de energia da prestadora de serviço. Nós queremos fazer isso com a energia solar”, afirmou o presidente da Serttel, Angelo Leite. Ele reconhece que os fatores externos prejudicam o desempenho do equipamento. Há duas questões que são recorrentes: problemas no fornecimento de energia e entrada de água. No primeiro a autonomia de energia solar resolverá. No caso da água, a manutenção tem que ser constante”, reconheceu Angelo Leite.

Encontrar o sinal verde e o trânsito fluindo é a alegria de qualquer motorista, mas o software que está em desenvolvimento quer priorizar os corredores de ônibus e os veículos de emergência. “Iremos instalar sensores em ambulâncias do Samu para quando ele se aproximar de um semáforo, o equipamento acelerar ou retardar a programação do tempo para facilitar a passagem do veículo de emergência”, explicou. Segundo ele, a mesma lógica será feita para os corredores de ônibus.

“Se houver muitos ônibus no corredor, o semáforo privilegiará o transporte público”. Matemático e programador dos tempos dos semáforos do Recife, o gerente de sinalização semafórica da CTTU, Nelson Menezes, 56 anos, ainda olha com desconfiança para os computadores “pensantes”. “Já houve uma experiência na Herculano Bandeira e Antônio de Góes do semáforo inteligente e não deu certo. O computador é burro. Conserta uma rua e atrapalha outra. Ele não atua em rede”.

Segundo Antônio Leite, o software em desenvolvimento trabalhará em rede. “Ele terá que fazer a leitura em rede. Não adiantaria nada resolver o problema de uma via e prejudicar todas as outras”. Para o especialista em mobilidade urbana e dirigente da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP), César Barros, a melhora dos semáforos ajudará nos fluxos, mas não resolverá os congestionamentos. “É uma briga por segundos. O fluxo aumenta, mas o problema é que há carro demais. Outras frentes precisam atuar para restringir os veículos nas ruas”.

No futuro, carros dispensarão semáforos nos cruzamentos

 

Os carros que andam sem motorista não são mais novidade.A Europa, por exemplo, pretende ter carros autônomos trafegando pelas ruas dentro de 10 anos. Por isso, a Alemanha já começou a testar seus carros inteligentes.

Para que tudo isso se torne realidade, contudo, não basta fabricar pilotos automáticos para carros.

Será necessário também construir sistemas de trânsito capazes de tomar suas próprias decisões – como coordenar veículos sem motorista em um cruzamento, por exemplo. Este é o trabalho encarado pelo Dr. Peter Stone, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos.

Feche os olhos no cruzamento

O pesquisador apresentou a primeira versão de um programa de código aberto capaz de coordenar automaticamente uma interseção viária, de múltiplas conversões, sem semáforos e sem exigir que os carros parem.

O trânsito intenso no cruzamento mostrado nas simulações parece absolutamente caótico.

A maioria dos motoristas, a bordo de carros guiados automaticamente, provavelmente vá preferir fechar os olhos nos cruzamentos, porque os carros passam muito perto uns dos outros, praticamente na velocidade normal da via.

Mas o fato é que o sistema do Dr. Stone não registra a ocorrência de nenhuma colisão.

Ao se aproximar do cruzamento, o agente-motorista – cada carro com piloto automático é um agente-motorista no simulador – reserva um espaço e um horário para passar pelo cruzamento.

Um agente árbitro, chamado “gerente de cruzamento”, recebe e faz o agendamento das solicitações, eventualmente desenvolvendo aos agentes-motoristas instruções para ajustar sua velocidade.

Direção inteligente

Stone e sua equipe usaram algoritmos de inteligência artificial para criar os agentes e estruturar o cruzamento virtual, por onde passam apenas carros dotados de um sistema de direção automática.

Por enquanto o sistema foi testado na prática com apenas um carro, mas roda com eficiência total nos simuladores.

“Os computadores já podem pilotar um jato de passageiros de forma muito similar a um piloto humano treinado, mas as pessoas ainda se deparam com a perigosa tarefa de dirigir carros,” diz ele.

“Estão sendo desenvolvidos veículos que serão capazes de lidar sozinhos com a maioria das tarefas de direção. Contudo, conforme esses carros autônomos se tornem mais populares, precisaremos coordenar esses veículos na rua,” conclui.

Fonte : Mundo Conectado (via Portal do Trânsito)

Em São Paulo semáforos se integrarão aos ônibus

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) anunciou a implantação de uma tecnologia na cidade de São Paulo que vai permitir que o sistema de semáforos seja integrado a outros sistemas, por exemplo o de ônibus. O primeiro passo para isso, que começa a ser dado este ano, é a adoção de um padrão único de leitura de códigos de controladores, que permitirá a ampliação do número de empresas fornecedoras dos equipamentos.

De acordo com o secretário municipal de transportes, Marcelo Cardinale Branco, o custo dos controladores será reduzido, mas a principal vantagem da nova tecnologia é possibilitar a priorização das fases dos semáforos de acordo com o fluxo de passageiros nas vias. Atualmente, os semáforos inteligentes (que representam 25% do total de semáforo de SP) programam as aberturas de acordo com o número de veículos, mas ignoram que os ônibus representam um fluxo muito maior de pessoas.

— Vamos pegar como exemplo a avenida Santo Amaro que fica com os corredores lotados nos horários de pico. A ideia é que, nesses períodos, a CET diminua o tempo de abertura nas transversais, dando preferência à liberação do fluxo de ônibus.

O prazo para que isso aconteça, entretanto, ainda não está definido. A abertura de protocolos (linguagem do sistema), que foi desenvolvida no Brasil pela USP (Universidade de São Paulo), é apenas a primeira etapa para que as gestões dos serviços públicos sejam unificadas. De acordo com o diretor de sinalização da CET, Valter Vendramini, a tecnologia começou a ser implementada nos semáforos porque são eles que comunicam as decisões de trânsito para a população.

— Temos que começar fazendo com que os controladores se entendam. Depois, vamos criar um nível mais alto, que pode comunicar com o transporte público e de segurança urbana. Esses passos virão nos próximos anos.

Atualmente, apenas três empresas fornecem os equipamentos para a capital paulista por causa da restrição de protocolos. Segundo Vendramini, a tendência de abertura das linguagens é mundial. Em um fórum realizado na manhã desta segunda-feira na USP, especialistas em transporte da Inglaterra e dos Estados Unidos apresentaram as tecnologia que funiconam nesses países.

— Eles perceberam a necessidade de não ficar dependente de uma ou outra tecnologia. Então, eles criaram protocolos em seus países. O que estamos fazendo aqui através da USP? Criando uma tecnologia que une esses dois protocolos e qualquer empresa que tenha o produto poderá fornecer para nossa cidade.

Ainda de acordo com Vendramini, a experiência desse países mostra que o custo dos equipamentos caiu significativamente após a abertura daslinguagens.

Pedestres
A CET também lançou nesta segunda-feira uma nova etapa da campanha de proteção ao pedestre que vem sendo implementada pela prefeitura desde o ano passado. O vermelho piscante dos semáforos para pedestres terão seu tempo estendido. Eles não mais indicarão que a pessos tem que parar do outro lado da rua, mas que ele tem rempo suficiente para fazer a travessia.
De acordo com o órgão, os semáforos que apresentarem a mudança serão identificados com um adesivo de um boneco verde.

Fonte: R7.com (Via Blog Meu Transporte)