Retornos em excesso no corredor Norte/Sul do Recife preocupam especialistas

Retorno em frente ao Terminal da PE-15, entrada e saída de ônibus - Foto - Especial Allan Torres DP/D.A.Press
Retorno em frente ao Terminal da PE-15, entrada e saída de ônibus – Foto – Especial Allan Torres DP/D.A.Press

Enquanto a lógica nos centros urbanos é reduzir ou eliminar retornos para dar mais fluidez ao tráfego, a quantidade deles, e de cruzamentos que cortam o corredor central de ônibus da PE-15, onde funcionará o corredor de BRT Norte/Sul, surpreende especialistas na área de mobilidade.

Até agora, o desenho do traçado no trecho entre Igarassu e Recife, que totaliza 33 quilômetros, acumula 27 interseções de travessia, que já faziam parte do desenho original do corredor central de ônibus. A média é de um ponto de travessia de carros a cada 1,2 mil metros.

Retornos no trecho da PE-15 Foto Especial Allan Torres DP/D.A.Press
Retornos no trecho da PE-15 Foto Especial Allan Torres DP/D.A.Press

A preocupação dos especialistas não é apenas com o impacto na redução da velocidade dos ônibus no corredor em razão das interseções, mas principalmente com o risco de acidentes. O acesso dos ônibus ao Terminal da PE-15, por exemplo, ocorre em meio a um retorno que passa em frente à entrada e saída de ônibus do terminal, que funciona como um girador na canteiro central, o que exige atenção redobrada dos motoristas.

Para o ônibus do sistema BRT do corredor Norte/Sul, que vai utilizar o mesmo corredor da PE-15, a estimativa de velocidade é de 50 km. “O BRT deve ter prioridade. Quando há cruzamento, isso é um problema. Os retornos precisam ser sinalizados para evitar problemas”, avaliou o presidente da Associação Nacional de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Cunha.

De acordo com o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, o projeto do Norte/Sul prevê 18 pontos de travessias ao longo do corredor. A meta da Secretaria das Cidades, no entanto, é eliminar apenas quatro retornos no trecho entre Igarassu e Abreu e Lima.

“É preocupante essa frequência de retornos. O ideal seria reduzir à metade. Além de diminuir o risco de acidente, melhoraria a velocidade dos ônibus”, ponderou o coordenador regional da Associação Nacional de Transportes Urbanos (ANTP), César Cavalcanti.

Das 27 interseções contabilizadas pela reportagem do Diario a partir do trecho anterior à estação do Parque Memorial Arcoverde até Igarassu, sem contar os cruzamentos suprimidos em Olinda com os viadutos de Ouro Preto e Bultrins, apenas três pontos de passagem contam com semáforo. Nas imediações da Cidade Tabajara, em Olinda, na área urbana de Abreu e Lima e em um trecho do corredor em Igarassu.

“Há uma resistência da população para suprimir retornos. Já há reivindicação para reabrir os que foram fechados”, revelou o secretário executivo da Secretaria das Cidades, Gustavo Gurgel. Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, caberá ao Dnit a decisão de fechar ou abrir retornos no trecho da BR 101, por onde passa o corredor do BRT, cuja obra é do governo do estado.

Acidentes são frequentes no corredor Transoeste no Rio de Janeiro

Acidente no corredor Transoeste no Rio de Janeiro - Foto - Eduardo Naddar
Acidente no corredor Transoeste no Rio de Janeiro – Foto – Eduardo Naddar

O corredor de BRT Transoeste do Rio de Janeiro já foi palco de vários acidentes desde o início da operação do sistema em 2012. A velocidade do ônibus e a  presença de veículos e pedestres na faixa do corredor exclusivo são algumas das causas. O sistema de transporte é a aposta da prefeitura para ser o principal meio de transporte das Olimpíadas de 2016. Mas ainda não conquistou a confiança dos usuários devido aos constantes acidentes.

Para reduzir os acidentes no local o CREA do Rio de Janeiro propôs à Secretaria de Transportes do município algumas medidas de segurança, entre as quais a colocação do  guard-rail na divisão entre as pistas do BRT e demais veículos; colocação de barreiras para evitar que os pedestres atravessem fora da faixa; Deslocamento das paradas de ônibus urbanos para as imediações das travessias de pedestre; e limitar a velocidade dos ônibus expressos do BRT nos cruzamentos de pistas;

A Secretaria de Transportes do Rio de Janeiro não disponibilizou balanço dos acidentes nos últimos dois anos de operação no corredor. Em nota, a assessoria de imprensa informou que junto com a CET-Rio  estão sendo realizadas campanhas de educação no trânsito para sensibilizar pedestres e motoristas quanto ao comportamento seguro no trânsito ao longo do corredor do BRT Transoeste.

Entre os temas abordados estão o respeito à sinalização, principalmente no que se refere à travessia na faixa de pedestres e a conversão irregular. Na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, por meio de ações lúdicas e irreverentes, uma equipe de atores fantasiada percorre as estações mais movimentadas do BRT Transoeste, além dos cruzamentos, para realizar as atividades junto aos pedestres e motoristas. Entre as ações propostas estão encenações teatrais, mímicas e mensagens educativas.

RJ: mais de 30 feridos em acidente com três ônibus do BRT no Transoeste

 

Corredor Transoeste/RJJ - Foto - Fábio Costa  /Jcom/D.A Press

Um acidente envolvendo três ônibus do BRT Transoeste deixou 36 pessoas feridas no fim da noite de ontem (6). O acidente, que teve o maior número de vítimas desde o início da implantação dos corredores expressos para ônibus articulados no Rio, aconteceu na Avenida das Américas, no Recreio dos Bandeirantes.

A perícia recolheu o tacógrafo do veiculo causador do acidente durante a madrugada. Os agentes da Polícia Civil esperam apurar através do equipamento medição a velocidade exata do coletivo na hora do acidente.

Segundo os passageiros, dois ônibus que pararam no sinal vermelho foram atingidos por um terceiro. Não se sabe, até o momento, por que o motorista do veículo não parou no sinal, causando o acidente.

BRT: acidentes preocupam

O sistema de transporte por BRT estreou há um ano e dois meses no Rio de Janeiro e é a aposta da prefeitura para ser o principal meio de transporte das Olimpíadas de 2016. Porém, o número de acidentes, principalmente o de atropelamentos, que ocorrem nas vias de circulação desses ônibus preocupa.

Seis ambulâncias do Corpo de Bombeiros socorreram as vítimas, que foram levadas para dois hospitais. Segundo a Polícia Militar, dos 36 feridos, 15 foram levados para o Hospital Miguel Couto, no Leblon, na Zona Sul do Rio. Outros 12 foram socorridos no Hospital municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Nove feridos com menor gravidade foram atendidos no local e liberados.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, dos 27 atendidos nos hospitais, 25 receberam alta durante a madrugada. O motorista do terceiro ônibus, identificado como Wanderson da Silva Oliveira, de 38 anos, é um dos hospitalizados. Ele foi retirado das ferragens pelos bombeiros com fraturas nas pernas e escoriações pelo corpo. Segundo a Secretaria de Saúde, o paciente está estável e não corre risco de vida.

Fonte: Portal Mobilize