Agreste lidera mortes com moto

 

Diario de Pernambuco

Por Juliana Colares

Casinhas quase nunca está nos noticiários. Tem pouco mais de 125 Km2 e pouco menos de 14 mil habitantes. Fica na divisa com a Paraíba e, reza a lenda (ou melhor, o Wikipédia, conhecida enciclopédia livre da internet) surgiu a partir de um conglomerado de residências que se formaram em torno da casa de palha de uma senhora que ajudava viajantes. Hoje Casinhas é notícia. Má notícia. É a cidade pernambucana com mais mortes em acidentes envolvendo motocicletas, proporcionalmente.

Em 2010, a taxa de mortes por 100 mil habitantes na cidade foi de 50,8. E Casinhas não é exceção. Todas as dez primeiras posições do ranking de mortalidade por acidente de moto são ocupadas por municípios de pequeno porte. Os dez têm índices bem superiores ao do estado, que é de 6,8 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes.

Os dados foram apresentados ontem pelo Comitê de Prevenção aos Acidentes de Moto em Pernambuco, durante o I Fórum de Mobilização para Prevenção dos Acidentes com esse tipo de veículo. “A moto está se interiorizando e substituindo a tração animal. E no interior há muitos condutores sem carteira de habilitação e sem qualificação. Há muitas estradas viscinais e ainda tem as cidades onde não se pode usar capacete por causa da questão da violência”, disse o coordenador executivo do Comitê, João Veiga. No ano passado, havia mais motos que carros em mais de 84% dos municípios pernambucanos.

Regionalização

Quando se divide o estado em 11 conglomerados de cidades, as regionais do Recife e de Caruaru lideram o ranking de mortes por acidentes de moto, em números absolutos. Foram 131 e 130, respectivamente, em 2010. Mas é a regional de Ouricuri, no Sertão, que ocupa o topo da estatística quando se relaciona o número de mortes com a população. Não à toa, a partir de janeiro o Comitê de Prevenção aos Acidentes de Moto será levado até o interior. Na tentativa de criar políticas personalizadas, haverá um comitê em cada uma das regionais. E a primeira tarefa de cada uma será a de identificar as cidades mais críticas e apoiar a municipalização do trânsito. Só há 26 municípios com trânsito municipalizado em Pernambuco. Mas em apenas 10, aproximadamente, a municipalização funciona.

Mas enquanto algumas cidades pequenas chamam atenção negativamente, São José do Egito dá o bom exemplo. Ontem, o município, que tem 32 mil habitantes, comemorou 285 dias sem mortes no trânsito. Foram 12 óbitos em 2009. Após a implantação de ações educativas, o número foi reduzido para cinco, no ano seguinte. Com o incremento na fiscalização (são 16 agentes), a quantidade de mortes caiu para uma, em 2011. O esforço é medido em vidas salvas e em dinheiro economizado. Até o começo do ano, quando a cidade tinha, em média, 15 acidentes de trânsito por mês, R$ 70 mil eram gastos em atendimento hospitalar. Hoje são R$ 27,8 mil.

4 Replies to “Agreste lidera mortes com moto”

  1. Sempre que alguém diz que a motocicleta é um veículo perigoso acredito que se procura desviar o foco do problema. O perigo maior é representado por gestores irresponsáveis que não garantem a necessária fiscalização e políticos muito mais irresponsáveis que encaminham e aprovam projetos de lei para serem “simpáticos”!
    A matéria revela parte do problema, a grande quantidade de motocicletas utilizadas por pessoas sem habilitação e não raramente sem equipamentos de segurança. Tal como uma arma, somente deveria ser vendida e ficar sob a responsabilidade de quem tenha habilitação específica. Com isso, havendo fiscalização, o problema seria reduzido.
    A outra parte reside na absurda autorização para o (des)”serviço” de mototaxista. Político não tem que ser “simpático”, tem que ser sério e avaliar as conseqüências de propostas como essa! Se nem todo mundo pode ser motociclista, a quantidade de pessoas que podem ser transportadas numa garupa também é reduzida. Afinal, qualquer desequilíbrio do “passageiro” pode levar o veículo ao chão, com conseqüências mais potencialmente graves para quem vai na garupa!
    A incompetência do Poder Público em viabilizar a oferta de um serviço opúblico de transporte viável para os habitantes dos municípios gera uma (des)”serviço” potencialmente perigoso!

  2. Não custava nada colocar o nome de cidade “Casinhas” com letra maiuscula…

  3. Além de mais efetivo policial nas blitz,e aumento nas fiscalizações nos motociclistas,deveria ser obrigatório,assim como é o Capacete,alguns itens de segurança,como Joelheira,Cotoveleira,Luvas e Colete Sinalizador,pode não ser suficiente,porém é um item à mais de segurança!!! Além é claro,A POLICIA ser mais RADICAL NAS ABORDAGENS,FISCALIZANDO COM MAIS RIGOR,DOCUMENTAÇÃO DO VEICULO,HABILITAÇÃO,PNEU,ESCAPAMENTO IRREGULAR(O QUE MAIS TEM),TUDO!!!!INFELIZMENTE,TEM QUE SER ASSIM………..

  4. AQUI NO ESTADO DO MARANHÃO, TAMBÉM NÃO É DIFERENTE, TODOS OS DIAS ACONTECEM ACIDENTES ENVOLVENDO MOTOS COM MOTOS, MOTOS COM CARROS, PRINCIPALMENTE NA CAPITAL SÃO LUIS, ONDE OS MOTORISTAS SÃO MAIS IMPRUDENTES, FAZENDO ULTRAPASSAGENS ERRADAS E SEM A MINIMA RESPONSABILIDADE. OS HOSPITAIS PUBLICOS ESTÃO COM UM PROBLEMA SÉRIO COM PACIENTES DE ACIDENTES DE MOTO, PORQUE UM CIDADÃO DESTE, DEPENDENDO DO ACIDENTE SOFRIDO, NÃO SAI DO HOSPITAL EM MENOS DE 1 MES, FORA QUE AINDA TEM QUE SE SUBMETER A VARIAS CIRURGIAS, AS VEZES ATE AMPUTAÇÃO, ENXERTOS E PLASTICA, E O PROCESSO É DEMORADO, ALÉM DE OCUPAR O LEITO POR MUITO TEMPO. O GOVERNO BRASILEIRO DEVERIA JA ESTÁ TOMANDO PROVIDENCIAS A RESPEITO DESTA ONDA DE MOTOS QUE INVADIU O PAIS, CAUSANDO TRANSTORNOS, E AINDA MAIS AUMENTANDO O INDICE DE CRIMINALIDADE, POIS MUITOS MOTOQUEIROS (NÃO GENERALIZANDO, POIS EXISTEM MUITOS MOTOQUEIROS QUE VIVEM DA MOTO P/TRABALHAR) USAM AS SUAS MOTOS PARA FAZEREM ASSALTOS E ATÉ CRIMES.