Do grupo, porém, apenas Fernando abandonou completamente o carro. Outros ciclistas não conseguem seguir o exemplo do colega por causa da falta de infraestrutura das vias do Recife. Segundo eles, a pavimentação das ruas é precária, faltam ciclovias, policiamento e educação aos motoristas. Discussões sobre a importância das “magrelas” como meio de transporte estão sendo feitas na Rio+20, onde foi divulgado o programa Rio-Estado da Bicicleta. Na ocasião, o Rio de Janeiro foi apontado como cidade empenhada em promover o uso da bicicleta como forma de locomoção e pode servir de exemplo para o Recife.
Grupos de ciclistas que pedalam nos fins de semana, como o de Fernando, são cada vez mais comuns na capital pernambucana. Amigos, familiares e colegas de trabalho se reúnem para pedalar como opção de lazer. Com menos carros aos sábados e domingos nas ruas, os ciclistas se sentem mais seguros. Uma das queixas deles é a falta de compreensão dos motoristas ao dividir as vias. “Parece que os políticos e os condutores de carro não perceberam a importância dos que andam de bicicleta. De uma forma geral, os motoristas desrespeitam e são impacientes”, reclama o empresário Roosevelt Menezes, 35 anos. Ele participa de um grupo de ciclistas formado por amigos, o Pedala Mundo.
Em 2000, Roosevelt abriu mão do carro e só ia para o trabalho de bicicleta. Desistiu da ideia quando o trânsito do Recife começou a ficar mais intenso. “Só voltaria a deixar o carro totalmente de lado se a cidade fosse mais preparada para isso. Por ser inseguro e sem ciclofaixas, o Recife não oferece condições para pessoas como eu”, critica.
A cidade tem apenas 24 quilômetros de rotas para o deslocamento de bicicletas, entre ciclovias, ciclofaixas e ciclo rotas. Elas estão presentes na Avenida Boa Viagem (9,5 km), na Avenida Norte (1,7 km), em alguns trechos da área central da cidade (3,8 km), entre a Avenida do Forte e a Rua 21 de Abril (6,5 km) e no Canal do Cavouco, no bairro do Engenho do Meio (2,6 km).
“Os recifenses não parecem preparados para um trânsito misto. Falta apoio do poder público também”, lamenta o professor de educação física Sérgio Farias, 49 anos. “A ciclofaixa da Avenida Norte é completamente desrespeitada. Vias como a Avenida Caxangá, que liga vários bairros da Zona Oeste ao centro, também deveriam ter a sinalização”, afirma a instrutora de pilates Carina Brito, 27.
Fernando Nóbrega parece mesmo ser uma exceção entre os ciclistas. “É muito difícil usar a bicicleta para realizar todas as atividades, mas insisto porque me sinto bem assim. Algumas medidas básicas poderiam ajudar no problema de fluxo da cidade e aumentar o número de pessoas como eu. Acredito que deveria existir rodízio de placas, que diminuiria em 20% o tráfego de carros”, opina.
O título dessa matéria, bem que poderia ser: Ciclista, uma escolha “verde”. É uma tendência mundial, onde pessoas conscientes se reúnem, trocam experiências, procuram usar meios de transporte limpos, entre eles a bicicleta. O aumento contínuo das “magrelas” nas ruas, vem pressionando o poder público para que implantem ciclovias por toda parte, bicicletários em lugares estratégicos e integrados com outros modais, sistema de aluguel de bicicletas, onde o ciclista pode pegar a bike num ponto da cidade e entregar em outro, implantação de banheiros com chuveiros em empresas públicas e privadas, para estimular o uso da magrela, por parte dos funcionários dessas empresas, e outros…
Sugiro organizar urgentemente uma “bicicletada”, reunindo todos os “ciclistas conscientes” do Estado de Pernambuco, partindo do Parque da Jaqueira em direção ao Palácio do Governo e entregar uma lista de exigências e intervenções viárias ao governador Eduardo Campos. Aproveitando o sistema de “Mobilidade Urbana” que está sendo implantado na Região metropolitana do Recife.
Concordo Manoel e vou atender ao seu pedido.
Manoel, o plano de mobilidade prever a ampliação de ciclosfaixas e ciclovias, como já é empregado nos novos TIs e estão melhorando/implantando nos existentes bicicletários, logo, embora válida a sugestão, ao chegar ao governador, ele vai dizer que medidas já foram feitas e outras estão em processo de executação/estudo por estarem previstas.
Se a sua intenção é antecipar algo, é melhor aguardar deitado, pois em algumas coias o governo diz que tudo está no prazo, porém é admirável obras não terem chegado a metade do serviço com alguns anos de atividade e terminarem o restante em menos de um. Ainda pesa o fato de ciclovias e ciclofaixas aqui, em muitos casos, serem dependentes da mudança na circulação das vias e criação de outras. Se nas perimetrais, por exemplo, implantar um faixa exclusiva para ônibus é um problema, paralelamente ou não uma para bikes é tão ou pior de ser aplicada.
Aqui mesmo, por exemplo, já comentei que poderiam criar rotas paralelas aos grandes corredores exclusiva para as bikes evitando, por exemplo, problemas de falta de respeito a prioridade de cada um. Se criam paralelas para os veículos automotores afim de desafogar as principais, ruas paralelas com tráfego local poderiam ser uma opção, mas aí entra outros pontos como ruas que não são calçadas no meio do caminho que a prefeitura há muito tempo não pensa em pavimentar havendo direito para tal, que dirá fazer isso para beneficiar um público que tem crescido, mas é pouco representantivo.
Tânia, parabéns por todas essas matérias úteis, grato por me atender.
Imagina. Foi uma ótima sugestão.